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Figuras de linguagem

 

30/10/2009

Autor e Coautor(es)
Saulo Sales de Souza
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Professor Luiz Prazeres Universidade Federal de Minas Gerais

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá aprender a discernir diferentes tipos de figura de linguagem, assim como estará melhor habilitado para a compreensão de textos que utilizam amplamente de conotação. Aprenderá, também, a utilizar tais recursos em suas produções textuais.

Duração das atividades
Duas aulas de cinquenta minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O conhecimento prévio do aluno de expressões em sentido fugurado será utilizado como o principal recurso para compreensão de nossa aula. Além, é claro, de capacidade de leitura e de interpretação de textos sobre diferentes assuntos.

Estratégias e recursos da aula

A principal estratégia de nossas aulas será levar o aluno refletir sobre a interpretação dos enunciados para, depois, apresentarmos a nomenclatura dos conceitos. Acreditamos que a reflexão antes da classificação é o melhor meios para ensinarmos uma língua, pois será construído um conjunto de hipóteses e formulações na mente do aluno, antes de ele receber definições. Assim, recebendo as definições ao fim do processo, já estará apto a compreender com maior clareza os conceitos subjacentes. Com melhor consciência do que está sendo apresentado para ele.

Primeira aula:

Focaremos nosso estudo nas seguintes figuras de linguagem: comparação, metáfora, metomínia, personificação (ou prosopopéia), hipérbole e eufemismo.

- Comparação: Podemos começar pedindo para os alunos a sentença:
“Pedro é forte como um touro”. O que isso quer dizer? Ouviremos as mais variadas respostas, como “essa pessoa cuida bem da saúde”, ou “ela possui muita força”.
Então podemos destacar que comparação é a figura de linguagem que aproxima dois seres pela sua semelhança, de modo que as características de um são atribuídas ao outro. Logo, a força e a vitalidade do touro são atribuídas a alguma pessoa em expressões desse tipo. Há palavras que são comuns em expressões de comparação as palavras como como, semelhante, parecido com, entre outras. Mas o que deverá causar dúvida entre os alunos será expressões do tipo: “O torcedor virou onça!”.

- Metáfora: No caso dessa sentença, pode-se apresentar mostrar o vídeo a seguir do ataque de um felino para ilustrarmos essa reflexão;

Imagem I: onça pintada

Video Onça ataca disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=diAbazg0n9E >.

Após a análise da sentença e a ilustração do vídeo, os alunos perceberão que não se trata de um caso de transformação, mas se trata de um uso de expressão com sentido contextual ou figurado, chamado de conotativo. Assim, a palavra onça adquiriu outro sentido no contexto, dada a fama que os felinos possuem em relação a sua agressividade. Logo, significará algo como “extremamente bravo” no contexto da sentença em análise. Não se trata de entender a proposição literalmente, mas agregando um novo sentido que convém a situação em que se encontram os interlocutores.
O professor pode, então, apresentar aos alunos as definições das duas figuras de linguagem, além de denotação (sentido literal) e conotação (sentido contetual, figurado).

- Metomínia: Agora vamos analisar uma imagem para mais uma reflexão:

Imagem II: sem-teto

Fonte: < http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br/images/semteto1.JPG >.

Pergunte para os alunos: será que é só o teto que lhes falta? A imagem do acampamento dos sem teto nos mostra claramente que o que eles não possuem não é só o teto. Claramente percebemos que lhes faltam não só o teto, mas precisam de uma casa inteira. A figura de linguagem que substitui uma palavra por outra relacionada a ela é chamada de metonímia. Assim, podemos apresentá-los seus tipos, seguidos de exemplos:

- A parte pelo todo: Os sem-teto protestaram na praça. (Os sem-teto não possuem casa, na verdade não é só o teto).
- O efeito pela causa: É necessário defendermos o verde. (Verde é efeito causado pela natureza).
- Continente pelo conteúdo: O prato princiapal desse restaurante é o fígado com jiló. (Na ve rdade prato refere-se ao alimento e não ao recipiente que o c ontém).
- A mar ca pelo produto: Bombril é um produto l ider de mercado. (Bo mbril é a marca de um a esponja de aço).
- O nome do autor no lugar da obra: Adoro Machado de Assis, principalmente Dom Casmurro. (Na verdade, nesse caso se refere a obra de Assis e não a sua pessoa).
- o singular no lugar do plural: A crainça deve receber todo amparo legal em caso de abandono. (A criança, nesse caso, refere-se a todas em geral e não a uma em específico).
- O abstrato no lugar do concreto: O ódio mata mais do que o álcool. (Quem mata são as pessoas que matam umas as outras com violência).
- O local no lugar do produto: O bordeaux tinto é muito apreciado no Brasil. (Bordeaux é uma região da frança famosa por seus vinhos).

- Personificação: há várias músicas nas quais podemos trabalhar essa figura de linguagem. Aqui escolhemos Medo da chuva de Raul Seixas:

Medo da chuva

É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir

Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao teu lado
Sem saber dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo
O meu medo da chuva
Pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar

Eu não posso entender tanta gente
Aceitando a mentira
De que os sonhos desfazem aquilo
Que o padre falou

Porque quando eu jurei meu amor
Eu traí a mim mesmo
Hoje eu sei que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez... uma vez

Disponível em: < http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48316/ >.


Após a audição dessa música, concentre-se nos versos Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar. Vemos aí claramente, que uma qualidade humana é atribuída a um ser inanimado. Sempre que isso ocorrer trata-se da figura de linguagem que chamamos de personificação ou prosopoéia.

- Hipérbole: Agora peça para os alunos analisarem a seguinte oração: “Os jogadores estão morrendo de sede no calor de quarenta graus”. Ninguém morrendo de sede continua a correr atrás de uma bola num campo de futebol. Todas as vezes que vemos expressões como essas trata-se da figura de linguagem chamada de hipérbole, que utiliza do exagero para chamar a atenção do interlocutor, buscando uma ênfase muito forte.

- Eufemismo: peça para os alunos se lembrarem de alguém do tipo politicamente correto. Como seria essa pessoa? Provavelmente você escutará respostas como, por exemplo, alguém nunca fala nada que provoca ninguém, alguém que não briga com ninguém, alguém “da paz”. Então, apresente para eles a figura de linguagem com a postura politicamente correta, o eufemismo. Ela é politicamente correta porque é utilizado para abrandar, deixar suave algo que expressaríamos e provovalmente chocaria as pessoas. Um exemplo disso é a expressão profissionais do sexo, ao invés de prostituta, pois a segunda expressão soa preconceituosa ao invés da primeira, que choca menos as pessoas.

- Antítese: é figura de linguagem que trabalha no texto ideias opostas. Peça para os alunos anotarem elementos que julgam opostos e construírem com eles pensamentos. Como do amor fez-se a dor, ou frio gerou conforto. Entre outros. Esses casos são exemplos do uso da figura de linguagem antítese.

Segunda aula: Avaliação

A avaliação consistirá nas atividades a seguir que tomariam o tempo de uma segunda aula, para que sejam feitas e corrigidas.

Recursos Complementares

Referências:

CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. A Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática: texto, reflexão e uso. 3. ed. reform. São Paulo, Atual: 2008.

MORAES, Vinicius de. Antologia poética. São Paulo: Circulo do Livro, 1988.

ONÇA ATACA: youtube. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=diAbazg0n9E >. Acesso em: 12 set. 2009.

SEIXAS, Raul. Medo da chuva. Disponível em: < http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48316/ >. Acesso em 12 set. 2009.

Avaliação

A avaliação consistirá nas atividades a seguir que tomariam o tempo de uma segunda aula, para que sejam feitas e corrigidas.

Atividades:
1) Analise as sentenças a seguir: qual é a figura de linguagem presente nelas? Por quê? Qual o sentido contextual de tais palavras?

a) Falar com João é dar murro em ponta de faca.
b) A natureza é como uma mãe que tudo provê a humanidade.
c) O mico leão dourado chora a sua extinção.
d) O novo camisa dez do cruzeiro está causando sensação nos torcedores.
e) Adoro Djavan, principalmente o segundo disco.
f) Aquele rapaz tem mau castume. Já cometeu alguns delitos por aqui.
g) Esse problema está me enlouquecendo e não chego a uma solução.
h) Vou cair nos braços da madrugada!
i) O aluno é rei aqui no colégio.
j) O funcionário público que melhoria em seu salário.
k) Para churrasco, meu vizinho é um leão!
l) Ela declarou amor eterno a mãe.
m) O homem casado possuía outra família. A outra companheira encontrou com a esposa do homem e foi uma confusão.

2) Analise o poema de Vinicius de Moraes, Soneto da Separação (disponível em: < http://sites.google.com/site/centropedagogicoufmg/lingua-portuguesa-2 > ).

Responda:

a) De qual tipo de separação trata o poema?
b) Busque diferentes exemplos de antíteses ao longo do texto.
c) Qual a figura de linguagem presente no verso Fez-se da vida uma aventura errante. Explique o efeito de sentido gerado.

3) A separação é um momento de dificuldades que muitos de nós passamos na vida. Reflita sobre as imagens e os efeitos gerados pelas figuras de linguagem que o eu-lírico gerou ao longo do texto. Comente todos esses efeitos contidos no texto.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 7 classificações

  • Cinco estrelas 6/7 - 85.71%
  • Quatro estrelas 0/7 - 0%
  • Três estrelas 1/7 - 14.29%
  • Duas estrelas 0/7 - 0%
  • Uma estrela 0/7 - 0%

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Opiniões

  • Gabriele Cristine Pereira, União das Faculdades dos Grandes Lagos - Unilago , São Paulo - disse:
    gabriele.pereira@gmail.com

    30/05/2013

    Cinco estrelas

    Muito bom, será de grande valia para eu usar em um plano de aula específico que ja estava montando, e por isso mesmo cheguei até o portal do professor.


  • Fabiola Rodrigues, SEESP , São Paulo - disse:
    fabiola52ll@hotmail.com

    05/12/2011

    Cinco estrelas

    Excelente, parabéns. Me ajudou muito e pretendo desenvolver aulas similares.


  • josiane maria souza, unisa , São Paulo - disse:
    josiane-ky@uol.com.br

    09/05/2011

    Cinco estrelas

    olá parabéns pelo conteúdo do site, realmente bom coisa que é difícil achar pou pesquisar na internet.


  • barbara, intituaiça fmi , São Paulo - disse:
    babby09@hotmail.com

    29/09/2010

    Três estrelas

    oi eu adorei sua explicação


  • claudia, Austrália - disse:
    brenda.rabelo@yahoo.com

    03/08/2010

    Cinco estrelas

    eu adorei eu tinha muita dificuldade agora eu quase nao tenho.


  • Franciana, Escola Nossa Senhora de Fátima , Pernambuco - disse:
    Franciana.karvalho@hotmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Obg pela dica de como se trabalhar as figuras de linguagem,com certeza irei usá-las em sala de aula,muito boa mesmo.


  • Franciana, Escola Nossa Senhora de Fátima , Pernambuco - disse:
    Franciana.karvalho@hotmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Obg pela dica de como se trabalhar as figuras de linguagem,com certeza irei usá-las em sala de aula,muito boa mesmo.


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