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Uma experiência com jornal impresso

 

20/10/2009

Autor e Coautor(es)
Isabella Fernandes Pessoa
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Professor Luiz Prazeres

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O jornal oferece aos alunos a possibilidade de entrar em contato com diferentes gêneros de textos, tais como a reportagem, a crônica, a entrevista, entre outros.
Esta aula contribuirá para que o aluno identifique os principais gêneros que aparecem nos jornais impressos, desenvolva a habilidade de leitura do jornal, estimulando a crítica e debates sobre temas da atualidade. Nesse sentido, esta aula poderá colaborar também para o bom desempenho da leitura e compreensão textual do aluno.
Através desta aula, o aluno terá a oportunidade de explorar o texto jornalístico impresso, o que pode para aproximá-lo dos acontecimentos atuais, despertando o senso crítico e a criação de opiniões próprias.

Duração das atividades
8 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O professor deve fazer um levantamento sobre o que os alunos já sabem a respeito de um jornal impresso.

Estratégias e recursos da aula

1ª aula:

Para iniciar a aula o professor levará alguns exemplares de jornais impressos para a sala de aula e deixará que os alunos observem o material. Em seguida, o professor deve estimular a turma com algumas perguntas:

• Os fatos mais importantes têm um destaque maior nas páginas?
• Os diferentes jornais tratam um mesmo assunto diferentemente?
• Como é feita a distribuição dos assuntos?
• Qual a função do jornal?
• Quem faz o jornal e a quem ele é dirigido?
• Que tipo de textos/imagens apresentam?
• Outras observações?

As respostas a essas questões serão discutidas em sala de aula e, após este primeiro contato com os jornais impressos, o professor deve iniciar a análise juntamente com os alunos. A análise deve ser feita a partir da primeira página do jornal impresso, seguida dos cadernos que compõem o jornal, das diferentes seções, identificação das características físicas dos jornais, sua apresentação gráfica, a identificação de manchetes e “leads”, bem como a divisão dos assuntos abordados em cadernos, artigos, seções, notícias e reportagens. É importante deixar que os alunos tenham contato com o material.
Concluída a fase de identificação das características e objetivos do jornal, é hora de trabalhar os mais variados textos que constituem o jornal impresso, tais como chamadas de primeira página, editoriais, artigos opinativos, notícias e reportagens, entre outros.


2ª aula:

O professor deve levar diferentes jornais impressos para a sala de aula a, fim exemplificar tudo o que for falado. Assim os alunos terão contato com a diagramação original do veículo.
A partir da segunda aula, o professor iniciará a análise de um jornal impresso, começando da primeira página, aquela que é a mais representativa e estampa os assuntos de maior destaque, com uma síntese do conteúdo que será desenvolvido nas páginas internas. É a primeira página que seduz os leitores. Os alunos deverão entender como é construída a primeira página. O professor deve explorar o cabeçalho no qual constam o nome do jornal, o local de sua publicação, a data, o ano, o número da edição, o preço de venda ao público.
É importante dizer aos alunos sobre o estilo da primeira página, que exige frases curtas, mas que dá ao leitor uma ideia de completude. É na primeira página que está a manchete do dia, que indica o fato jornalístico de maior importância. Há também as chamadas que podem ser apenas um texto curto, com um título ou uma foto com legenda.
Outro tipo de texto a ser analisado é o editorial. O editorial é o espaço utilizado para os autores opinarem sobre os fatos que noticiam. Sua fonte são os acontecimentos do dia no campo regional, nacional e internacional, de preferência os que estão em discussão na sociedade. Apresente aos alunos onde o editorial é publicado.
Como sugestão, divida a sala em grupos de 5 pessoas e distribua cópias de editoriais recentes entre os grupos, se possível, sobre um mesmo assunto. Peça aos grupos que leiam e, depois, escrevam no caderno sobre que notícia os editoriais tratam, que posicionamentos assumem e como os defendem.
Logo em seguida, o professor levanta algumas questões que deverão ser respondidas pelo grupo sobre os recursos de linguagem presentes nos editoriais, tais como nível de formalidade do vocabulário; uso de palavras mais técnicas; presença ou não de termos populares próximos da oralidade; uso de frases longas ou curtas. Os alunos deverão anotar no caderno as observações feitas pelos grupos, a fim de que seja construído um quadro com as características de um editorial.


3ª aula:

O professor leva para a sala, novamente, vários jornais impressos e sugere aos alunos que procurem nos jornais artigos opinativos, ou seja, aqueles que emitem uma opinião. Vale dizer aos alunos que todo jornal reserva uma página ou uma seção sobre artigos de opinião. A lguns jornais impressos seguem o padrão ditado pelo jornal e outros são escritos em primeira pessoa. Os artigos opinativos estimulam o debate dos problemas locais, nacionais e mundiais e fazem com que as pessoas reflitam sobre o assunto.
Peça aos alunos que, em dupla, escolham o artigo, observando o posicionamento dos autores sobre os temas de que tratam, o grau de profundidade das ideias, a consistência e a validade dos argumentos, a precisão das informações, etc. Eles deverão anotar no caderno as observações feitas e apresentarão para o restante da classe.


4ª aula:

O professor pergunta para a classe qual a diferença e quais os objetivos da notícia e da reportagem. Deve ouvir todas as sugestões e registrar no quadro de giz. Após registrar tudo que foi dito, o professor diz que a notícia informa sobre fatos ocorridos no mesmo dia ou recentemente e costuma ter um texto mais curto do que uma reportagem. Em seguida informa que a reportagem narra assuntos de modo mais detalhado e, em geral, mostra opiniões de várias pessoas.
O professor pode exemplificar as notícias e as reportagens através dos jornais impressos trazidos para a sala de aula e deixar que os alunos procurem outras notícias e reportagens no decorrer da aula.
Como lição de casa, o professor solicita que cada aluno cole em seu caderno uma notícia e uma reportagem. Eles deverão escrever no caderno o assunto da notícia e da reportagem, de qual caderno foram retiradas, o espaço que elas ocupam no jornal, localizar os diferentes textos – gráficos, tabelas, desenhos, fotos – que se articulam ao texto principal da notícia ou reportagem, qual sua finalidade e como se relacionam com o texto principal. Chame a atenção para que eles escrevam no caderno o nome do jornal e a data em que foram retiradas.


5ª aula:

O professor deixa livre para os alunos apresentarem as notícias e as reportagens trazidas. Eles deverão dizer sobre os tópicos pedidos pelo professor, tais como o assunto, o caderno, o nome do jornal e a data em que as notícias e as reportagens foram retiradas, etc.
Após ouvir as apresentações dos alunos, o professor propõe que seja feito um quadro com as principais características das notícias e das reportagens. O professor esquematiza no quadro de giz as considerações dos alunos, em tópicos, como está ilustrado a seguir.


                                                                           DIFERENÇAS ENTRE NOTÍCIAS X REPORTAGENS
                                                                                    Notícias                                    Reportagens
                                                                                      • ...                                            • ...
                                                                                      • ...                                            • ...

                                                                                      • ..                                             • ...

6ª aula:

O professor sugere alguma notícia para a classe. Sugerimos a seguinte notícia:


                                                                                                                Chimpanzés são atração no zooXico, Pipa, Cuca, Pepe, Tina, Faustina e Rita são os novos chimpanzés do Zoológico de São Paulo. Eles chegaram em novembro de 2006. Estavam em quarentena (em fase de adaptação).
Os chipanzés vieram de Portugal, do zoo de Lisboa, para o zoo de São Paulo, porque lá formavam um grupo grande e aqui não havia nenhum.
A bióloga Maristela Leiva, do setor de mamíferos do zoológico, explica que os chimpanzés são animais originários da África e vivem cerca de 60 anos. “Eles adoram fazer cama de folhas nas árvores. Comem frutas, folhas e carne. E o Pepe é o mais agitado, está sempre nas costas da mãe ou da irmã”, diz.


                       Folha de São Paulo, 10 fev. 2007. Folhinha. (Texto adaptado) / Retirado do livro: Projeto Buriti. Português 4: Guia e recursos didáticos para o professor. São Paulo: Moderna, 2007.


Oriente os alunos a observar os elementos que compõem a notícia, oferecendo ao leitor as informações essenciais sobre o fato, que respondem às seguintes perguntas. Quem? Onde? Quando? Por quê?
Em seguida o professor sugere que os alunos, em duplas, escrevam uma notícia que permita que eles concentrem na essência do assunto, desenvolvendo a capacidade de resumir ideias.
Chame a atenção deles para o título da notícia, local e data dos fatos, fontes e referências de onde obtiveram informações, poi s são dados relevantes ao leitor. Oriente-os a buscar respostas objetivas, conforme seguintes diretrizes.
Proposta de escrita: Você e um colega vão escrever uma notícia sobre algum animal doméstico.
1 – Que animal pode ser escolhido? Qual o nome dele? Quantos anos ele tem?
2 – Como chegou à casa onde vive? Foi dado por alguém? Chegou ainda filhote? Foi achado na rua? Nasceu ali mesmo?
3 – Quem poderia ser entrevistado para falar sobre a origem e os hábitos desse animal?
Antes de o professor recolher as notícias, as duplas deverão ler para toda a turma.


7ª aula: Proponha aos alunos a leitura de uma reportagem. Sugiro a seguinte notícia:


                                                                                       Em 20 anos, crack alcançou todo o País                

                                  Vício atinge 1 em cada 3 pessoas que procuram tratamento em capitais; maior uso ocorre entre jovens e pobres
                                                                                                                                                                                               Bruno Paes Manso


Os primeiros relatos sobre o consumo de crack no Brasil surgiram em 1989, entre crianças que viviam nas ruas do centro de São Paulo, um ano antes da primeira apreensão da droga feita pela polícia na cidade. Feito do cozimento da cocaína com bicarbonato de sódio, potente, barato, famoso pela fissura que causa nos viciados, sempre em busca da próxima dose, 20 anos depois do começo da epidemia em São Paulo o crack migrou para os demais Estados e o mercado da droga se consolidou em todo o País.
A droga já teve o uso identificado entre consumidores das 27 capitais brasileiras, principalmente jovens e pobres, conforme pesquisas do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). Em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Salvador, 39% dos pacientes que procuraram os principais centros de tratamento ambulatorial e hospitalar tinham problemas com crack, duas vezes mais do que os pacientes viciados em cocaína, segundo o Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
No Rio, onde o Comando Vermelho proibiu que o crack fosse comercializado na década de 1990, a droga chegou com fo rça há cinco anos."É um tsunami e a principal preocupação atual nas comunidades. Favelas como Manguinhos e Jacarezinho têm cracolândias deprimentes", diz Sílvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes.
No Estado de São Paulo, a apreensão de crack pela polícia bateu recorde neste ano, alcançando até setembro 731 quilos, 10% mais do que o total de todo o ano passado. No mesmo período, diminuiu a quantidade de maconha e cocaína apreendida. Para piorar, o problema migrou para municípios pau listas de pequeno e médio porte, alcançando trabalhadores rurais das plantações de cana-de-açúcar.
Em São José do Rio Preto, cidade de 450 mil habitantes do interior do Estado, há pelo menos 1.200 viciados em crack sendo acompanhados pelo programa de redução de danos à hepatite e HIV. "Nove mulheres estão grávidas", diz a coordenadora de Saúde Mental de São José do Rio Preto, Denise Doneda.
A gravidade do crescimento da comercialização do crack foi um dos principais pontos de discussão do encontro de colegiado dos coordenadores de saúde mental ligados ao Ministério da Saúde, ocorrido em novembro. De Dourados, em Mato Grosso do Sul, veio o relato de que o crack estava sendo consumido entre comunidades indígenas que vivem perto de centros urbanos. "Existe grande dificuldade para lidar com o problema porque a abordagem ao viciado é complicada e não existem leitos hospitalares à disposição para o tratamento", diz Pedro Gabriel Delgado, coordenador Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde.
A disseminação do uso em pequenas cidades brasileiras também foi outro ponto destacado no encontro. Em Estados nordestinos, que demoraram a sentir o drama do crack, a droga já aparece entre as preferidas dos usuários. Em Pernambuco, o crack começou a chamar a atenção entre os anos de 2001 e 2002, principalmente na região metropolitana do Estado. Atualmente, já atinge o agreste e o sertão - área tradicional da maconha.
Quixadá, no Ceará, e Picos, no Piauí, são outros municípios que registram problemas com o crack. Em Salvador, viciados que se concentram em cracolândias no centro histórico são chamados de sacizeiros, em referência ao cachimbo usado no consumo. "Em 2004, 25% da droga consumida no Recife era crack. Em 2006, chegou a 50%", diz José Luiz Ratton, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Criminalidade, Violência e Políticas Públicas de Segurança da Universidade Federal de Pernambuco.
É na Região Sul, no entanto, que atualmente o problema aparece de forma mais dramática. No Paraná, três das cidades mais violentas do Brasil, Foz do Iguaçu, Guaíra e Curitiba, sofrem os efeitos da chegada do crack. Nas quatro principais maternidades de Porto Alegre, nasceram neste ano 117 crianças filhas de mães viciadas. A Secretaria de Saúde do Estado estima que existam atualmente 50 mil viciados na droga. "Duas coisas ajudaram essa disseminação pelo Brasil. Primeiramente, a natureza do produto, forte, barato e bem-aceito entre os mais pobres. Depois, a disseminação das rotas de cocaína para o Sul e o Centro-Oeste", afirma Fernando Francischini, secretário Antidrogas de Curitiba, ex- delegado da Polícia Federal responsável pela prisão do traficante Juan Carlos Ramirez Abadía.

                                                                                                                                                                                                O Estado de São Paulo, 14 dez. 2008. Metrópole


Após a leitura da reportagem, peça que, em duplas, os alunos registrem no caderno:

Título da reportagem
Jornalista
Assunto principal
Quem foi consultado
Nome do Jornal

Após a conclusão da atividade, o professor deverá fazer a correção com toda a classe. Como lição de casa, o professor sugere que cada aluno cole em seu caderno uma reportagem e faça o mesmo exercício que foi sugerido em sala de aula.


8ª aula:

Será feito um seminário sobre o que aprenderam sobre o jornal. A classe deverá sentar-se em círculo e o professor retomará algumas questões feitas no decorrer das 7 aulas:
• Os fatos mais importantes têm um destaque maior nas páginas?
• Os diferentes jornais tratam um mesmo assunto diferentemente?
• Como é feita distribuição dos assuntos?
• Qual a função do jornal?
• Quem faz o jornal e a quem ele é dirigido?
• Que tipo de textos/imagens apresentam?
• Qual a diferença entre notícia e reportagem?
• Quais são as características de um editorial? E dos artigos de opinião?
• Há outras observações relevantes?

Recursos Complementares

Caso os professores tenham disponibilidade para levar os alunos a uma redação de jornal seria muito interessante, pois eles teriam contato com as etapas de construção de um jornal impresso.

Outro recurso seria a seguinte bibliografia:
FARIA, Maria Alice. O jornal na sala de aula. 13. Ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Avaliação

Ao final no seminário, será feita uma avaliação de aprendizagem, por escrito, que deverá ser entregue ao professor.

                                                                                        Avaliação de aprendizagem

• O que aprendi?

• Quais as dificuldades que encontrei?

• O que me ajudou a resolver essas dificuldades?


Através da avaliação de aprendizagem e do registro do desempenho dos alunos durante o seminário, o professor analisará se os alunos souberam reconhecer as características de um jornal.

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