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Objet trouvé surrealista: criando um novo objeto estético

 

20/11/2009

Autor e Coautor(es)
Andréa Senra Coutinho
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Nelson Vieira da Fonseca Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Artes Arte Visual: Estruturas sintáticas
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Produção do aluno em arte visual
Ensino Médio Artes Arte Visual: Estruturas morfológicas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Exercitar a criação a partir de objetos encontrados no cotidiano com qualidades estéticas.
  • Criar trabalhos tridimensionais a partir das concepções de objet trouvé surrealista.
  • Desenvolver o senso estético e as habilidades na montagem de objetos escultóricos.
  • Aprimorar a análise crítica sobre o trabalho realizado.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Saber sobre as mudanças que se operaram na arte com a chegada do pensamento modernista, em especial sobre o movimento surrealista.
  • Saber que a Arte Moderna se subdividiu em vários movimentos "ismos", com características específicas. Reconhecer as pautas do movimento surrealista.
  • Conhecer e reconhecer os elementos da linguagem: linha, forma, cor, equilíbrio, etc.
Estratégias e recursos da aula
  • Apresentar os conceitos abaixo descritos de objet trouvé (objeto encontrado) em texto impresso ou copiando no quadro. Pedir um/a aluno/a que faça a leitura em voz alta, assim é possível comentar com o grupo de forma mais clara esse tipo de arte.
  1. "No pensamento surrealista, alguns objetos naturais achados ao acaso, tais como conchas ou pedregulhos, são tidos como portadores do potencial estético de uma obra de arte e, desta forma, exibidos como tal, sem serem modificados. Se o artista intervém, ao incorporá-los numa obra de arte, eles passam a ser conhecidos como ‘objetos achados compostos’ ou ‘interpretados’." http://www.pinakotheke.com.br/br/edicoes/dicionario/o2.htm
  2. "O objet trouvé (fr. "objeto encontrado") - objeto encontrado ao acaso pelo artista e exposto como obra de arte - segue em linhas gerais o princípio que orienta a confecção do ready-made, ainda que Duchamp faça questão de marcar a diferença entre ambos: enquanto o objet trouvé é escolhido em função de suas qualidades estéticas, de sua beleza e singularidade (implicando então num juízo de gosto), o ready-made elege um objeto entre vários iguais a ele. Nada diferencia ou particulariza a escolha, que é feita de modo totalmente casual. O encontro aleatório de objetos díspares e a defesa de que o trabalho artístico visa romper as fronteiras entre arte e vida cotidiana - afinal, todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte (...)" http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5370
  • Apresentar, como forma de provocação, as imagens das obras surrealistas abaixo ou outras que correspondam ao movimento surreal. Os "objetos encontrados", como ficaram conhecidos esse tipo de trabalho artístico, são trabalhos que refletem o desejo dos artistas surreais em recolher objetos e coisas encontrados no cotidiano, tranformando-os em objetos estéticos. As imagens abaixo são exemplos dessa intervenção, ou seja, observando bem as obras em destaque, é fácil identificar os objetos que foram capturados do dia-a-dia e transformados em objetos estéticos: sapatos de salto, cordas, bandeja de inox (para a obra de Oppenheim) e um ferro antigo de passar roupas e pregos (Ray)

"Minha enfermeira" (My nurse), Meret Oppenheim, 1936. Ver: http://www.all-art.org/art_20th_century/oppenheim1.html

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Man Ray, "Presente", 1958. ver: http://media2.moma.org/collection_images/resized/088/w500h420/CRI_4088.jpg

  • Em seguida a apresentação das obras acima citadas, do conceito de "objet trouvé" trabalhado e conversas sobre o significado dos termos e o por quê das intervenções surrealistas, pedir o alunado que assuma uma "atitude surreal" e parta para recolher objetos diversos, encontrados em casa ou a caminho da escola.  O comprometimento na recolha dos objetos é fundamental, bem com o a compreensão do significado da ação proposta pelos surrealistas, pois nessa etapa o exercício do "olhar" e da "pesquisa" estarão evidenciados como etapa indispensável ao processo de criação que virá em seguida. A participação de todos na recolha também conduz a um número maior de elementos - quanto mais objetos surgirem maiores são as possibilidades para a criação que virá.
  • Após a recolha, inicia-se a etapa da criação. Pedir então, que todos os objetos recolhidos e encontrados fiquem disponibilizados numa mesa ou numa caixa para que todos possam ver. Analisar com atenção quais junções de objetos são mais interessantes e quais podem resultar melhor esteticamente (cores, formas, linhas, equilibrio, etc). Se for preciso, relembre e mostre mais um vez, as imagens dos objet trouvé surrealistas.
  • É muito importante que o grupo tenha claro que não é uma questão de unir qualquer objeto com outro sem avaliação de suas possibilidades visuais e técnicas. O processo de criação vai exigir alguns critérios e manejos na construção, ou seja, quais formas sintonizam melhor, quais cores estão em harmonia ou constraste, qual tipo de fixação ou colagem é viável com aquele material, e assim por diante. Também os critérios estéticos como formas, cores, texturas, equilíbrio, linhas precisam ser levados em consideração o tempo inteiro.
  • Mas, lembre ao grupo: no momento da criação e construção do objeto tridimensional é preciso levar em conta os estudos e planejamentos para a montagem de seu próprio objeto "surreal". Essa discussão do que fica melhor visualmente e tecnicamente pode ser realizada em conjunto e precisa da participação docente.
  • Motivar o grupo a criar objetos surreais é uma maneira do mesmo conhecer mais de perto, na prática, as propostas surrealistas, pois assim estarão exercitando outras formas e outras composições despregadas de uma lógica racionalista e realista, que tanto impregnaram as esculturas tradicionais. O que não significa descuidar do resultado visual e estético, ainda em acordo com as intenções do movimento surreal da arte moderna.
  • Discutir com cada aluno/a quais cores poderão ser aplicadas ao seu objeto criado, objetivando uma aparência estética.
  • Após a conclusão da construção dos objetos escultóricos, propor ao grupo a montagem de uma "feira dos improváveis", onde os objetos estranhos e não-convencionais estarão à disposição do público (comunidade escolar). Essa é uma maneira do grupo perceber como a arte (moderna e contemporânea) pode ser provocativa e quais reações o público poderá ter diante do "estranho", "inquieto", "diferente". Uma sugestão é montar a feira no espaço do recreio, assim a mostra poderá atingir um número maior de pessoas.
Recursos Complementares
  • Para saber mais sobre surrealismo: http://www.itaucultural.org.br/AplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3650
  • http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u30.jhtm
Avaliação
  • Com trabalhos prontos, dispor todos para uma avaliação estética, formalista e criativa conjunta a partir dos critérios: forma, cor, composição, acabamentos, equilíbrio.
  • Pedir que o grupo escreva uma análise de sua própria montagem, seguindo também os critérios acima solicitados.
  • Outros critérios importantes para a avaliação é a participação nas etapas: 1.recolha do material, 2.estudos e planejamentos para o projeto idealizado, 3. criatividade, 4.execução, 5.exposição.
Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Graciela Neves, E.E. Professor Alfredo Ashcar , São Paulo - disse:
    gracielaneves@ig.com.br

    01/11/2011

    Cinco estrelas

    Super interessante, a partir desse princípio trabalhei a apropriação de objetos na arte contemporânea com minha 6ª série.


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