Objetivos:

Vivenciar a pulsação em jogos musicais por meio do canto e do movimento corporal.

Resgatar e ampliar o repertório de jogos de mãos e brinquedos cantados.

Realizar o(s) jogo(s) proposto(s) em aula.

O hábito do canto nas aulas de música.

Associação do estímulo sonoro ao movimento corporal livre ou não.

Questionário preenchido em casa previamente (veja mais abaixo).

Introdução

Os jogos de mãos fazem parte do repertório de brincadeiras da infância comum a quase todos os países e culturas, apresentando características similares no que diz respeito a temas, personagens, finalizações, gestos e formas de transmissão. Violeta Hemsy de Gainza, educadora musical argentina, aponta sua importância para a formação da criança e para o desenvolvimento de habilidades motoras, linguísticas e mentais, além de favorecerem o lado social e afetivo da criança. Quanto ao processo de musicalização, constituem importante ferramenta para o desenvolvimento do senso rítmico e do pulso musical, ao possibilitar a incorporação de padrões musicais por meio do canto e do movimento, de forma natural. 

Ver:

GAINZA, Violeta Hemsy. Juegos de Manos: 75 rimas y canciones tradicionales com manos y otros gestos. Buenos Aires: Guadalupe, 1996. 

http://www.violetadegainza.com.ar/

Caro(a) professor(a), esta é a primeira aula do Plano de Unidade sobre Jogos de Mãos. Esse planejamento foi previamente elaborado para ser realizado com turmas do 1º ano do Ensino Fundamental, podendo ser dividido em três momentos: 

1) resgate e ampliação do repertório de jogos de mãos por meio da participação dos próprios alunos e membros da família, estabelecendo um planejamento compartilhado; 

2) adaptação de brincadeiras tradicionais, não jogadas de forma tradicional, para esse tipo de atividade; 

3) elaboração coletiva de jogos de mãos para parlendas conhecidas.

Para esta primeira aula, os alunos já terão em mãos um questionário, entregue anteriormente, com dados coletados com membros da família. O objetivo desta participação é, posteriormente, estabelecer um debate em sala de aula, sobre a diversidade e possível modificação desses jogos, os quais são transmitidos oralmente.

Como modelo de perguntas para o questionário, sugerimos as seguintes: 1) Idade dos familiares; 2) Onde os familiares passaram a infância (descrever o lugar)?; 3) Onde costumavam brincar?; 4) Quais os jogos de mãos favoritos?; 5) Explique rapidamente como se jogam as brincadeiras.

Atividade 1

Em um primeiro momento, peça a cada aluno para apresentar à turma os jogos citados nos questionários, enumerando-os e explicando-os rapidamente. De acordo com as colocações dos alunos, faça um levantamento de questões importantes para o debate das próximas aulas, como:
1) Quais são os jogos mais citados pela turma? (possível desdobramento para debate: os familiares são de uma mesma faixa etária, possuem estilos de vida semelhantes, em uma época diferente dos tempos atuais?);
2) Quais são os jogos iguais? (referindo-se somente ao título);
3) Dentre os jogos de nomes iguais, a brincadeira proposta acontece da mesma forma? (pode acontecer de uma mesma brincadeira ser jogada com o grupo todo, em roda, ou apresentar uma versão em dupla, como também um mesmo jogo pode trazer divergências quanto à letra, à melodia e/ou à forma);
4) Os alunos costumam jogar os mesmos jogos que os seus familiares? A partir da constatação das semelhanças e diferenças entre as respostas, levante uma das questões que norteará as próximas aulas: “Existe uma forma certa ou errada de brincar?”

Atividade 2

Selecione, junto à turma, apenas dois jogos para serem realizados, e que estes sejam praticados, preferencialmente, de forma diferente: um envolvendo a turma toda como numa roda, e o outro, dividindo a turma em duplas, para servir à posterior discussão sobre a diversidade. Caso haja a predominância de um tipo de jogo (formação em roda, por exemplo), sugira o jogo com a formação diferente desta.

Dica:

É importante ressaltar que, por serem direcionados a alunos do 1º ano do ensino fundamental, os jogos selecionados devem se adequar à capacidade de execução e concentração dos alunos, bem como às características específicas de cada grupo. Sugerimos a prática, em um primeiro momento, de jogos que apresentem poucas dificuldades no que diz respeito à memorização da letra, já que as crianças estão em fase de alfabetização e dependeriam de uma leitura e movimentos corporais mais regulares.

Vale lembrar que esta primeira aula se desenvolve a partir das respostas dos questionários enviados previamente. Caso a realização do questionário fique inviável, você pode excluir a participação dos familiares neste momento, considerando os jogos trazidos pelos próprios alunos, confrontando com jogos propostos por você mesmo(a). Sendo assim, sugerimos dois jogos de início: 150 e Adoleta.

"150" - Como jogar?

Antes da prática do jogo, se achar adequado, coloque a letra da brincadeira na lousa (quadro) e inicie um rápido processo de memorização por repetições de trechos cantados pela turma. É importante realizar o único trecho melódico da brincadeira em uma tonalidade adequada às vozes infantis. Sugerimos Fá Maior ou Sol Maior, podendo variar entre essas tonalidades a cada repetição.

“Cento e cinquenta
Com muito carinho
Vai ter que me dar um pedacinho
Baygon, baygon
Barata com sabão
1, 2, 3, 4
5, 6, 7, 8
9, 10!”

A seguir, colocamos uma transcrição feita por nós:

Após a memorização, organize a turma em duplas que podem estar dispostas de forma aleatória pelo espaço da sala ou em uma grande fileira. Faça a contagem para a brincadeira começar. As duplas iniciam a música, fazendo o movimento de mãos juntas, para cima e para baixo, marcando a pulsação. Ao chegar no número 10, quem estiver com as mãos por baixo não deve deixar o outro (que está com as mãos por cima) bater e encostar em suas mãos.

1) Se a turma estiver arrumada em duas fileiras, combine que, ao som de um comando sonoro (pode ser uma palavra-chave, o som de uma palma ou mesmo o toque de algum instrumento - um pandeiro, por exemplo) uma das fileiras deverá dar um passo para a esquerda, trocando, assim, as duplas. Quem estiver na ponta, volta para o início da fileira. Caso a turma esteja disposta aleatoriamente pelo espaço, a troca de duplas se dará também de forma aleatória.

Projeto Lenga La Lenga: jogos de mãos e copos.

http://www.lengalalenga.com.br/ 

SILVA, Gabriela Flor Visnadi. Um estudo sobre brincadeiras cantadas da infância: jogos de mãos apresentados por crianças de Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis, Universidade do Estado de Santa Catarina, 2004. 

Disponível em:
http://pages.udesc.br/~c7apice/arquivos/download/TCC%20Gabriela%20Flor.pdf

O professor, ao final da aula, deverá observar se os alunos conseguem realizar os jogos de mãos propostos, agregando canto e movimento corporal.