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Cara a Cara com as personagens de José de Alencar

 

23/11/2009

Autor e Coautor(es)
CRISTIANE NERI HORTA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Ensino Médio Literatura Literatura brasileira, clássica e contemporânea: criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 O aluno, durante o desenvolvimento desta aula, poderá:

.Refletir sobre a forma textual;

.Produzir textos a partir do gênero em estudo;

.Comparar diferentes estruturas textuais e seus efeitos estéticos;

.Aprimorar a interpretação e a compreensão de textos lidos;

.Ser capaz de interpretar, analisar e relacionar os elementos que caracterizam uma personagem;

.Construir inferências a partir das redes de sentido estabelecidas num texto e desse com outro(s) texto(s);

.Construir inferências sobre os propósitos das personagens;

.Praticar o processo de retextualização - escrita e revisão - a partir do texto produzido;

.Produzir um jogo Cara a Cara, inspirado na brincadeira tradicional com a descrição das personagens dos livros de José de Alencar e as ilustrações das mesmas;

.Conhecer e utilizar com autonomia as estratégias de textualização do discurso injuntivo, na compreensão e na produção de textos;

.Reconhecer e corrigir problemas de textualização do discurso em um texto ou seqüência injuntiva;

.Retextualizar discursos injuntivos orais em discursos argumentativos escritos, ou vice-versa;

.Recriar textos injuntivos lidos ou ouvidos em textos do mesmo gênero ou de gênero diferente;

.Usar, na produção de textos ou seqüências argumentativas orais ou escritas, recursos de textualização adequados ao discurso, ao gênero, ao suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação;

.Identificar e empregar corretamente os tempos verbais básicos na organização de um texto argumentativo-instrucional;

.Identificar características das modalidades oral e escrita em diferentes suportes textuais:textos injuntivos-instrucionais e descrições de personagens literárias;

.Ampliar o universo literário e relacioná-lo ao contexto sóciocultural de produção da obra literária.

Duração das atividades
12 aulas ou encontros de 1 hora e 40 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

. Domínio de habilidades de leitura e de escrita.
. Habilidade de comunicar com concisão as informações de seu interesse.
. Domínio do registro linguístico adequado aos propósitos do trabalho proposto.
. Reconhecimento da função do uso de um determinado suporte textual.
. Identificação, nos suportes, de fontes de informação.
. Habilidade de identificação de informações explícitas.

Estratégias e recursos da aula
Aula 1: duas aulas de 50 minutos
Professor,
Inicie suas aulas, conversando com seus alunos sobre o escritor José de Alencar, um dos expoentes da Literatura Brasileira, do século XIX. Apresente um breve relato de sua biografia.

http://www.vestibular.brasilescola.com/resumos-de-livros/jose-alencar.htm

[Acesso em 13/10/2009]

Um dos principais nomes do romantismo brasileiro, José Martiniano de Alencar é considerado o fundador do romance de temática nacional. O escritor nasceu em Mecejana, no Ceará, em 1o de maio de 1829. Cursou direito em São Paulo e em Olinda, entre 1845 e 1850. Ainda estudante, publicou os primeiros trabalhos literários. Depois de formado, estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde atuou como advogado e jornalista. No Diário do Rio de Janeiro publicou, em capítulos (folhetins), seus primeiros romances: Cinco Minutos (1856) e A Viuvinha (1857). Tornou-se famoso com O Guarani, publicado também em 1857. Ingressou na política quatro anos depois, sendo eleito deputado-geral pelo Ceará por quatro legislaturas. Foi ministro da Justiça de 1868 a 1870, mas não conseguiu realizar o desejo de tornar-se senador. Seus romances abordaram temáticas históricas e indianistas (O Guarani, Iracema), regionalistas (O Gaúcho, O Sertanejo) e urbanas (Senhora, Lucíola). Escreveu também peças teatrais. Morreu no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose, em 12 de dezembro de 1877.

http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_415367.shtml

[Acesso em 13/10/2009]

Divida a turma em grupos. Cada um se encarregará de ler uma obra previamente selecionada. Peça para que os grupos, à medida que forem lendo a obra, façam anotações sobre o perfil psicológico e características físicas de cada personagem narrada. Eis os livros:

. Senhora

. Lucíola

. Iracema

. Encarnação

. O Guarani

Aula 2: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Disponha as mesas e cadeiras dos alunos em círculo. Promova a apresentação dos grupos, com ênfase às características físicas e psicológicas das personagens da obra lida.

O grupo deverá apresentar um breve relato da história, antes de apresentar as personagens.

Peça que os outros alunos registrem o que está sendo apresentado pelo grupo.

O GUARANI

http: //busca.buscape.com.br/cpro cura/guarani.html


Escrit o o riginalmente em folhetim, entre fevereiro e abril de 1857, com 54 capítulos, O Guarani teve tal êxito na edição folhetinesca que, antes do fim do ano de 1857, foi publicado em livro, com alterações mínimas em relação ao que fora publicado em jornal.
A narrativa de O Guarani é simples, mas não simplista. Trabalhando habilidosamente as possibilidades e contradições do romance romântico, vale-se com muita liberdade da trama novelesca, da coloração épica, do devaneio lírico, da anotação histórica da efabulação mítica e lendária, do ímpeto ideológico nacionalista e de elevada carga simbólica, tudo isso revestido de uma profusão de luzes e cores que invade a pupila do leitor, como se ele estivesse assistindo a um espetáculo grandioso, povoado pelas forças da natureza e por titãs, absorto pela beleza da cena, mais do que pelos pormenores da intriga.

Personagens:

Peri: índio valente, corajoso, chefe da nação goitacá, o Guarani.
Ceci (Cecília): moça linda, de doces olhos azuis, gênio travesso, mas meiga, suave, sonhadora, herdeira da força moral interior de seu pai, D. Antônio Mariz.
Isabel: moça morena, sensual, de sorriso provocador; filha bastarda de D. Antônio Mariz com uma índia, oficialmente sobrinha dele e prima de Ceci.
D. Antônio Mariz: fidalgo português da mais pura estirpe.
Dona Lauriana: senhora paulista, de cerca de cinqüenta anos, magra, forte, de cabelos pretos com alguns fios brancos; um tanto egoísta, soberba, orgulhosa, diferente do marido, D. Antônio Mariz.
D. Diogo Mariz: jovem fidalgo, na “flor da idade”, que passa o tempo em caçadas e correrias; tratado com rigidez pelo pai, D. Antônio Mariz, em nome da honra da família.
Loredano: um dos aventureiros da casa do Paquequer; italiano, moreno, alto, musculoso, longa barba negra, sorriso branco e desdenhoso, ganancioso, ambicioso; ex-padre (Frei Ângelo de Luca), religioso traidor de sua fé.

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_guarani

[Imagem e site acessados em 13/10/2009]

Aula 3: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Continue com a apresentação dos grupos, com ênfase às características físicas e psicológicas das personagens da obra lida.

Além disso, o grupo deverá apresentar um breve relato da história.

Peça que os outros alunos registrem o que está sendo apresentado pelo grupo.

ENCARNAÇÃO

http://compare.buscape.com.br/proc_unico?id=3482&raiz=3482&kw=livro+encarnacao


Encarnação, escrito em 1877, só foi publicado em livro postumamente. Em vida de Alencar foi divulgado em folhetins: há dúvida quanto ao jornal em que apareceu. Último rom ance de José de Alencar, Encarnação foi escrito aos 47 anos de idade, meses antes do falecimento do autor.

Cenário: Duas residências vizinhas, padrão elevado, localizadas em chácaras de São Clemente Clemente - RJ. Uma ocupada por três pessoas (pai, mãe e filha) e a outra por duas pessoas (patrão, viúvo há 5 anos, e o criado).

Personagens (casa da direita):

Amália - loura, bonita, 18 anos, querida dos pais, toca piano, canta, gosta de festas. Cortejada pelos melhores moços que não leva a sério. “Amália não nutria prejuízos contra o casamento, que alias aceitava como uma solução natural para o outono da mulher. Ela bem sabia que depois de haver gozado da mocidade, no fim de sua esplêndi da primavera , teria de pagar o tributo à sociedade, como as outras escolher um marido, faz er-se dona de casa, e rever nos filhos a sua bele za desvanecida.”
Sr. Veiga - pai de Amál ia, marido e pai extremoso, c uidadoso na seleção dos pretendentes da filha. Sente quando a filha recusa um bom partido.
D. Felícia - esposa do Sr. Veiga, mãe de Amália, casamento feliz.

Personagens (casa da esquerda):

Carlos Hermano de Aguiar - 30 anos, muitos bens, pessoa reservada, mantêm portas da frente sempre fechadas, vai á cidade poucas vezes, a excentricidade atrai a bisbilhotice e maledicência . Cultua a memória da esposa com quem foi muito feliz. “Do que poucos sabiam, e só alguns amigos se lembravam, era da primeira m ocidade de Hermano, quando ele passava por um dos mais brilhantes cavalheiros dos salões fluminenses. Sua graça natural, o primor de suas maneiras, e as seduções do seu espírito, o distinguiam entre todos como um tipo de elegância.”
Julieta - esposa falecida de Hermano, filha de coronel reformado, morena alva, cabelos negros, muito atraente, freqüentava pouco a sociedade. Um aborto a levou. Enquanto viveu, foi um mar de felicidade. Apaixonada pelo marido com quem fez pacto de amor eterno. “O casamento é uma fatalidade. Meu marido há de pertencer-me de corpo e alma. Para sempre e eternamente.”
Abreu - pai de criação de Julieta, recebeu-a em seus braços ao nascer e contava só deixá-la quando morresse. Homem de confiança de Hermano, após a morte de Julieta, ajuda o patrão a manter viva a sua memória.
Dr. Henrique Teixeira - médico oftalmologista recém chegado da Europa, amigo de infância de Hermano, leva-o para Paris como forma de ajudá-lo a esquecer.

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/e/encarnacao

[Imagem e site acessados em 13/10/2009]

Aula 4: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Mude um pouco a dinâmica da apresentação dos trabalhos. Peça para que o grupo apresente as personagens através de retratos falados que poderiam fazer. Além disso, é de suma importância que os alunos recontem a história lida para que os demais a conheçam.

SENHORA

http://compare.buscape.com.br/senhora-jose-de-alencar-8508040784.html


Senhora foi publicado em 1875. O romance pode ser considerado uma das obras-primas de seu autor e uma das principais da literatura brasileira. Uma vez que trata do tema do casamento burguês, ou seja, baseado no interesse financeiro, pode ser considerada precursora do Realismo ou pré-realista.
Alencar classifica a obra dentro de seus “perfis de mulher”, já que concentra na mulher o papel mais importante dentro da sociedade de seu tempo. Aurélia é a protagonista do romance, uma jovem mulher dividida entre o amor e o ódio, o desejo e o desprezo pelo homem que ama. Essa personalidade dividida apresenta um desvio psíquico ocasionado a partir do rompimento do noivo, Fernando Seixas, e que causou um certo caso de esquizofrenia na personagem.
A personagem Aurélia Camargo é idealizada como uma rainha, como uma heroína romântica, pelo narrador.

Personagens

As personagens são bem construídas e já apresentam certa profundidade psicológica. Ao contrário de várias personagens românticas, não constituem meros tipos sociais, já que são capazes de atitudes inesperadas.
1. Fernando Seixas: Jovem estudante de Direito, bem vestido e apreciador da vida em sociedade. A falta de dinheiro o conduz a acreditar que a única maneira de evitar a ruína final é casando-se com um bom dote. Envolvido pelo amor de Aurélia, chega a pensar em abandonar os hábitos caros, mas acaba percebendo que não consegue viver longe da soci edade. Depois do casa mento por interesse, é humilh ado, arrepende-se e consegue resgatar o d inhei ro que recebeu a Aurélia.
2. Aurélia Camargo: Moça pobre. Aurélia é decente e apaixonada por Fernando Seixas. A decepção amorosa transforma-a num mulher vingativa e fria, mas que não consegue disfarçar seu verdadeiro sentimento por Seixas. Seu comportamento é típico de uma esquizofrênica, já que se vê dividida entre sentimentos contraditórios até o final do romance. O amor parece ser sua salvação, redimindo-a de perder o homem que ama por causa de seu orgulho.
3. Dona Emília: Viúva, mãe de Aurélia. Mulher honesta e séria, que amargou imenso sofrimento por causa de seu amor por Pedro Camargo.
4. Pedro Camargo: Pai de Aurélia, filho natural de um rico fazendeiro do interior de São Paulo, de quem nutria grande medo. Morre à mingua por não conseguir confessar seu casamento contra a vontade do pai.
5. Lourenço Camargo: Avô de Aurélia. Pai de Pedro. Homem duro e rústico, mas que procura ser justo depois que descobre a existência do casamento do filho.
6. D. Firmina: Parente distante de Aurélia e que lhe serve de companhia quando fica rica.
7. Lemos: Tio de Aurélia. “Velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz, e casava perfeitamente com seus olhinhos de azougue.” Foi escolhido por Aurélia como tutor porque a moça podia dominá-lo facilmente. Estilo de época e individual
Alencar não destoa do Romantismo em voga. A sua visão de mundo é baseada na emoção, e o mundo urbano, com seus problemas políticos e econômicos, o aborrece, por isso foge para o passado; escapa para os lugares selvagens. Suas obras procuram retratar um Brasil e personagens mais ideais do que reais, mais como ele gostaria que moralmente fossem (românticos e moralistas) do que objetivamente eram (realistas). Senhora é um romance de características definidas de forma romântica, mas que já traduz uma temática realista: a crítica ao casamento burguês.

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/s/senhora

[Imagem e site acessados em 13/10/2009]

Aula 5: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Continue a apresentação das obras de José de Alencar. Não se esqueça de pedir o registro dos alunos acerca das considerações que o grupo apresentou sobre o livro lido.

IRACEMA

http://compare.buscape.com.br/proc_unico?id=3482&raiz=3482&pagina=2&kw=iracema


Em Iracema (1865) José de Alencar, ou por ter atingido a maturidade nos temas indianistas, ou porque nessa obra não há a rigor nenhum compromisso com uma afirmação nacional pela literatura, atinge seu romance mais bem estruturado, s ob o ponto de vista estético. Iracema é o exemplar mais perfeito de prosa poética de nossa ficção romântica, belíssimo exemplo do nacionalismo ufanista e indianista, com o qual Alencar contribuiu com a construção da literatura e da cultura brasileira.
No romance há um argumento histórico: a colonização do Ceará, que se deu em 1606.

 Personagens

Iracema – (lábios de mel) – índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade) por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos); anagrama de América. Forte, sedutora, mas submissa. Heroína trágica.
Martim Soares Moreno – guerreiro branco, colonizador europeu, amigo dos pitiguaras, ha bitantes do litoral, a dversários dos tabajaras; os p itiguaras lhe deram o nome de Coatiabo ("g uerrei ro pintado" - "tinha nas faces o branco das areias, nos olhos o azul triste das águas e os cabelos da cor do sol."
Moacir - Filho de Iracema e Martim, filho do sofrimento (Moaci = dor, ira = saído de).
Poti – herói dos pitiguaras, amigo – que se considerava irmão – de Martim. Personagem histórico.
Irapuã - chefe dos tabajaras; apaixonado por Iracema. Ciumento e corajoso. Seu nome significa "mel redondo".
Caubi – índio tabajara, irmão de Iracema. Não guardou rancor de Iracema, indo visitá-la no exílio.
Jacaúna – chefe dos pitiguaras, irmão de Poti. Seu nome significa "jacarandá preto".
Valor simbólico do personagem Moacir
Moacir simboliza o primeiro brasileiro nascido da miscigenação índio X português. Duas vezes filho da dor de Iracema: dela nascido e, também, dela nutrido. Tal mescla de vida e morte, de dor e de alegria, acha-se tematizada pelo leite branco, ainda rubro do sangue de que se formou.

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/i/iracema

[Imagem e site acessados em 13/10/2009]

Aula 6: duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)

Professor,

Essa é a última obra a ser apresentada pelo grupo de alunos. Peça para que os demais registrem as características descritas das personagens da história.

LUCÍOLA

http://compare.buscape.com.br/proc_unico?id=3482&raiz=3482&kw=luciola

Em todos os romance urbanos, Alencar aborda o amor como tema central. Ou, para ser mais exato, "aborda a situação social e familiar da mulher, em face do casamento e do amor". Mas o amor como o entendia a mentalidade romântica da época, um amor sublimado, idealizado, capaz de renúncias, de sacrifícios, de heroísmos e até de crimes, mas redimindo-se pela própria força acrisoladora de sua intensidade e de sua paixão.
Subjetivismo - O mundo do romântico gira em torno de seu "eu": do que ele sente, do que ele pen sa, do que ele quer. Por isso o poeta e o personagem na ficção romântica estão em contínua desarmonia com os valores e imposições da sociedade e/ou da família.
Em Lucíola encontram-se pelo menos duas grande manifestações desse subjetivismo romântico.

Personagens - Em Lucíola uma personagem apresenta grande complexidade psicológica, a par do idealismo romântico com que foi concebida:

Lúcia - Sua principal característica é a contradição. Como cortesã era a mais depravada. Basta que se lembre da orgia romana em casa de Sá. No entanto, a prostituição era-lhe um tormento constante, já que não se entregava totalmente a ela. E os atos libidinosos constituíam para ela verdadeira autopunição aliada à angustiante sentimento de culpa. Coexistem nela duas pessoas: Maria da Glória, a menina inocente e simples, e Lúcia, a cortesã sedutora e caprichosa. No livro, sobressai a Lúcia, Lúcifer, onde aparece 348 vezes contra 10 vezes como Maria da Glória, anjo. Tal disparidade realça o motivo do romance: à proporção que Lúcia vai amando e sendo amada por Paulo, ela vai assumindo a Maria da Glória, sua verdadeira personalidade. E reencontra assim, através dele, a dignidade e inocência perdidas. Pode-se expressar essa duplicidade da seguinte maneira:
Lúcia, mulher, depravação, luxúria, sentimento de culpa, prostituição, caprichosa, excêntrica, rejeita o amor, demônio.
Maria da Graça, menina, pureza, ingenuidade, dignidade, inocência, simples, meiga, tende para o amor, anjo. Perdida a virgindade física, Lúcia, por meio da compreensão e amor de Paulo, tende para a virgindade do espí rito. "Elas não sabem, como tu, que eu tenho outra vir gindade, a virgindad e do coração!" Para iss o renun cia a qualquer amor sensual. Mesmo ao de Paulo, de quem fora amante e a quem passou a negar um simples beijo. Depois que ela o conheceu, não se entregou a nenhum outro homem. É por isso que não cria no amor de Margarida, de A Dama das Camélias, porque ela não negou ao seu amado Armando o corpo que tantos já haviam comprado.
Paulo - É um provinciano de Pernambuco, 25 anos, que veio tentar se estabelecer no Rio de Janeiro. O romance não esclarece se ele é ou não formado. Sugere apenas. É o narrador da história e como tal faz desviar a atenção do leitor para Lúcia e outros aspectos, não revelando certas informações suas. Os detalhes físico, por exemplo. Coisa, aliás, rara em José de Alencar, tratando-se de personagem central.
Os demais personagens são secundários face aos dois protagonistas.
Dr. Sá e Cunha - Amigos de Paulo, sendo aquele desde a infância. Encarnam a moral burguesa e suas máscaras: austera com os outros, benigna consigo. Não possuem personalidade bem delineada no livro. Ambos vêem em Lúcia apenas a prostituta.
Couto e Rochina - O primeiro é um velho dado a jovem galante. Encarna a obsessão sexual e a velhice. Representa a sociedade que explora e corrompe. Foi quem aproveitou a necessidade e inocência de Lúcia. O segundo é um jovem de 17 anos, tez amarrotada, profundas olheiras, velho prematuro. Libertino precoce. Eles aparecem assim no romance: "O contraste do vício que apresentavam aqueles dois indivíduos: o velho galanteador, fazendo-se criança com receio de que o supusessem caduco; e o moço devasso, esforçando-se por parecer decrépito, para que não o tratassem de menino; essa antítese vivia devia oferece ao espectador cenas grotescas."
Laura e Nina - São meretrizes, como Lúcia, mas sem sua duplicidade de caráter. Não são capazes de "descer tão baixo" porém, não possuem a "nobreza e altivez" da protagonista.
Jesuína e Jacinto - Aquela, é mulher de 50 anos, seca e já encarquilhada. Foi quem recolheu Lúcia quando seu pai a expulsou de casa e a iniciou na prostituição. Este, é um homem de 45 anos, e "vive da prostituição das mulheres pobres e da devassidão dos homens ricos". Por seu intermédio Lúcia vendia as jóias ricas que ganhava e enviava o dinheiro à família pobre. É q uem mantém a ligação misteriosa no liv ro, entre Lúcia e Ana. Enfim, é quem cuida dos negócios dela.
Ana - É a irmã de Lúcia, que a fez educar num colégio até os doze anos como se fosse sua filha. "Era o retrato de Lúcia, com a única diferença de ter uns longos e de louro cinzento nos cabelos anelados. Ana já conhecia a irmã e a amava ignorando os laços de sangue que existiam entre ambas." Lúcia tenta casá-la com Paulo para ser uma espécie de perpetuação e concretização de seu amor por ele: "Ana te darias os castos prazeres que não posso dar-te; e recebendo-os dela, ainda os receberias de mim. Que podia eu mais desejar neste mundo?"

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/l/luciola

[Imagem e site acessados em 13/10/2009]

Aula 7: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Pergunte a seus alunos de eles conhecem o jogo "Cara a Cara". Ele foi criado na década de 80 e agora já existe uma nova versão. Se você tiver um exemplar dele, apresente aos alunos. Caso não tenha, mostre as figuras ilustrativas.

http://www.abril.com.br/fotos/jogos-tabuleiro/

[Acesso em 13/10/2009]

Proponha aos alunos de criarem um jogo baseado no "Cara a Cara" comercializado nas lojas. Seria um jogo contendo as personagens das obras lidas e apresentadas de José de Alencar. O diferencial seria que teriam cartinhas com textos descritivos das personagens para serem usadas nas jogadas pelo adversário ou equipe contrária.

Antes de elaborar o jogo da sala leia o texto instrucional do jogo "Cara a Cara".

Regras

1. Cada jogador escolhe um dos tabuleiros, coloca-o com o lado da fenda virado para si.

2. Embaralhe as cartas amarelas e espalhe-as sobre a mesa. Cada jogador tira uma carta e coloca-a na fenda do seu tabuleiro. Mas cuidado! Não deixe seu adversário ver, pois esta é a cara que ele terá de adivinhar!

3. Agora, faça perguntas para ir descobrindo as características da cara que você tem que adivinhar. IMPORTANTE: cada um dos jogadores faz só uma pergunta de cada vez. Na hora de responder, cuidado para não falar demais! Diga só sim ou não. Pergunte por exemplo: “Tem olhos azuis?” Se a resposta for “não”, abaixe todas as molduras com caras que tiverem olhos azuis, para eliminá-las da partida. Se a resposta for “sim”, abaixe todas as caras que não tiverem olhos azuis. Depois, é a vez de seu adversário fazer uma pergunta e assim por diante.

4. Você pode perguntar ao adversário se a cara é de um homem ou de uma mulher. Mas esta não pode ser sua primeira pergunta.

5. Se você acha que sabe de quem é a cara do seu adversário, pode tentar adivinhar a qualquer momento. Se você adivinhar errado, perderá a partida. Se você adivinhar corretamente! Então você ganha a partida.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cara_a_Cara_(jogo)

[Acesso em 13/10/2009]

Professor,

Lido o texto instrucional, converse com alunos. Que regras deveriam ser incluídas? Quantas personagens fariam parte do jogo. Se elas fossem selecionadas, que critérios de escollha deveriam ser estabelecidos?

Faça a elaboração desse texto instrucional coletivamente. Observe os verbos se estão no imperativo, se as ordens de execução estão claras e coerentes com a proposta.

Depois, divida a turma em grupos novamente. Cada um ficará responsável pela elaboração do texto descritivo das personagens de cada obra. O grupo fará os textos de uma obra que não tenha lido. Assim, você pode verificar se os alunos compreenderam a história. É fundamental que os alunos utilizem os registros que fizeram durante as apresentações.

Para verificar se as descrições correspondem às personagens de cada obra, peça para que o grupo que a apresentou faça as correções necessárias.

Depois, devolva os textos corrigidos e peça que façam a revisão textual e a reescrita, se preciso for.

Aula 8: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Convide um colega professor da área de Belas Artes para orientar os alunos na confecção dos tabuleiros, cartinhas e desenhos dos rostos das personagens.

Peça que os alunos, em consenso, escolham quem fará as ilustrações, a escrita ou digitação das cartinhas contendo as descrições das personagens, quem confeccionará os tabuleiros e as embalagens ou caixas.

Se os alunos optarem em digitar os textos, convide o professor da área de informática para orientá-los e acompanhá-los no laboratório de informática.

Vale lembrar a escolha do nome do jogo. Não pode ser o mesmo que é comercializado. Converse com os alunos sobre a questão da autoria, plágio e as implicações jurídicas que envolvem tudo isso.

Aula 9: duas aulas de 50 mi nutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Com o jogo pronto, convide uma turma que já conheça as obras de José de Alencar para um momento lúdico.

Peça para que seus alunos oservem se os convidados entendem as regras do jogo, se compreendem os textos descritivos das personagens.

Registre esses momentos.

Aula 10: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Ouça os relatos dos alunos sobre as possíveis dificuldades apresentadas pela turma convidada em executar as regras do jogo e de compreender as descrições das personagens. Se tiverem, peça que os alunos as reformulem.

Incentive os alunos a doarem os exemplares do jogo para a Biblioteca da escola ou para a Bibliotea Municipal, juntamente com os registros visuais e escritos de todos os momentos do trabalho. Faça a divulgação também no jornalzinho da escola. valorize o trabalho da turma, divulgando-o.

Recursos Complementares

Eis os sites para a leitura das obras literárias selecionadas de José de Alencar  www.dominiopublico.gov.br e também as análises das mesmas  www.passeiweb.com.

Avaliação

Compare as relações feitas pelos alunos entre as regras do jogo original e a produção escrita do novo jogo. Avalie como eles fazem essas relações, que elementos dos textos são abordados e quais as contribuições extras que eles possuem. Verifique a qualidade das informações existentes, como se dá a vinculação gramatical (coesão) e semântica (coerência) no texto.

Discuta, com os grupos, o que poderia ser alterado, caso fosse necessário, para que o texto ficasse mais adequado à proposta sugerida.

Individualmente, peça aos alunos que façam uma análise dos aprendizados que acham ter desenvolvido ao longo desse trabalho e o que deveria ser ainda melhor desenvolvido. Que sugestões teriam para o êxito nos próximos trabalhos? Em relação ao desempenho escrito, quais as dificuldades detectadas por eles?

Verifique a objetividade e a clareza dos textos descritivos das personagens das obras de José de Alencar escolhidas. Analise se o texto final apresentou as características desse tipo textual. Faça a discussão nos grupos do que poderia ser alterado, para que o texto atendesse à proposta originalmente sugerida.

Diante desses aspectos apontados pelos alunos, estabeleça uma linha de intervenção e de orientação para ajudar na melhoria da escrita dos alunos. Partir da organização lógica das ideias, coesão e coerência do gênero textual produzido por eles, os textos coletivo e individual. Por fim, verificar os aspectos predominantes da língua formal e as variantes linguísticas, presentes nesse tipo de texto.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 5 classificações

  • Cinco estrelas 4/5 - 80%
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Opiniões

  • MARIA CELIA S LEITE, Colégio Modelo , Bahia - disse:
    mceliasleite@hotmail.com

    31/08/2011

    Cinco estrelas

    Parabéns pelo plano, muito criativo e dinâmico, estou trabalhando ele nas minhas salas de aula e acrescentei dramatização das obras literárias. parabéns, beijos.


  • Andreia Garcia Faria, CE DOUTOR FELICIANO SODRE , Rio de Janeiro - disse:
    professora.dequinha@gmail.com

    19/04/2011

    Quatro estrelas

    Que delícia de proposta de aula, menina! Adorei! Jamais pensaria em algo assim tão criativo! Mas agora, graças a você e ao seu compartilhar desta aula, poderia pensar em algo semelhante, adaptando-a, e, quem sabe, até colocar a sua em prática, pois tb adoro José de Alencar! Obrigada! Parabéns! Seus alunos devem ter amado!


  • et1ativ1telles, Colégio Estadual de Magé , Rio de Janeiro - disse:
    rosecarvalhotelles@gmail.com

    29/08/2010

    Cinco estrelas

    Cristiane Néri, seu método é bem parecido com a minha prática, a novidade é o jogo. Bacana a sua sugestão! Um abraço, Rose.


  • antonia gorete da silva, PLACIDO A CASTELO EEFM , Ceará - disse:
    goreteasilva@gmail.com

    18/05/2010

    Cinco estrelas

    Gostei muito do plano utilizando as obras literarias de José de Alencar, gosto muito da literatura dele e vejo o quanto será interessante levar essa temática pra sala de aula. Parabéns!


  • Islândia Maria Soares Teixeira, JOSEFA BRAGA BARROSO EEFM , Ceará - disse:
    islandiateixeira@gmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Achei muito interessante a metodologia sugerida para a realizaçao da aula. Foi muito criativo integrar um jogo à aula.Parabéns!


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