30/11/2009
Débora Ferreira Santos Braga e Claudia Helena Azevedo Alvarenga
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical |
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico |
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação |
Ensino Fundamental Inicial | Pluralidade Cultural | Pluralidade e educação |
Vivenciar a pulsação e a subdivisão rítmica em jogos musicais por meio do canto e do movimento corporal;
Resgatar e ampliar o repertório de jogos de mãos e brinquedos cantados;
Aprender sobre o processo de transmissão dos jogos musicais;
Realizar o(s) jogo(s) proposto(s) em aula.
O hábito do canto nas aulas de música;
Associação do estímulo sonoro ao movimento corporal livre ou não.
Introdução
Os jogos de mãos fazem parte do repertório de brincadeiras da infância comum a quase todos os países e culturas, apresentando características similares no que diz respeito a temas, personagens, finalizações, gestos e formas de transmissão. Violeta Hemsy de Gainza, educadora musical argentina, aponta sua importância para a formação da criança e para o desenvolvimento de habilidades motoras, linguísticas e mentais, além de favorecerem o lado social e afetivo da criança. Quanto ao processo de musicalização, constituem importante ferramenta para o desenvolvimento do senso rítmico e do pulso musical, ao possibilitar a incorporação de padrões musicais por meio do canto e do movimento, de forma natural.
Ver:
GAINZA, Violeta Hemsy. Juegos de Manos: 75 rimas y canciones tradicionales com manos y otros gestos. Buenos Aires: Guadalupe, 1996.
http://www.violetadegainza.com.ar/
Atividade 1
Faça uma revisão da primeira versão do jogo de mãos “Batom”, apresentado em aula anterior. Vale lembrar que outros gestuais de mãos podem ser criados para a música, contanto que sejam simples e de fácil execução por parte dos alunos, e que não prescindam da interação entre o grupo.
“Batom”
Batom, batom
Tira o “bá”, fica o “tom”
Um dia desses, eu conheci
Uma velhinha, que se chamava
Dona Léa
Velha caiu, o velho viu
Calcinha dela, verde e amarela
Cor do Brasil
Quem bater palma, imita a velha!
Padrão rítmico de acompanhamento das mãos:
A ordem dos gestos para o padrão rítmico de acompanhamento de mãos é: 1) mão direita na coxa direita (primeira semínima); 2) mão esquerda na coxa esquerda (segunda semínima); 3) palmas (colcheias e última semínima). Para esta aula, sugerimos novas possibilidades de gestos, as quais também podem ser sugeridas pelo grupo. Assim, apresentamos três novas sequências de gestos de mãos e formações para a brincadeira, seguindo o mesmo padrão rítmico:
1) com a turma organizada em duplas: 1) movimento de mãos paralelas, para cima e para baixo (duas semínimas); 2) palmas (colcheias e última semínima);
2) com a turma organizada em roda: 1) movimento de mãos paralelas (duas semínimas); 2) palmas (colcheias e última semínima). Neste caso, a cada repetição do padrão, o aluno alternará o seu movimento corporal entre direita e esquerda, interagindo com os colegas que estão ao seu lado na roda, como em um pêndulo;
3) com a turma organizada em roda: 1) as mãos dos alunos encontram as dos demais colegas na direção da cabeça - a mão esquerda se encontra com a direita (duas semínimas); 2) palmas (colcheias e última semínima).
A música é iniciada, e todos cantam e repetem os gestos durante toda a canção. No momento da finalização (após a frase “Quem bater palma”) há um breque (parada). Todos devem parar e, aquele que bater palma, terá que imitar a velha.
Dica
Outros sons corporais podem ser incorporados, como batidas de pés no chão, mãos na barriga, no peito, estalos, etc.
Essas novas sugestões para a primeira versão do jogo devem servir como um ponto de partida para o debate sobre as possibilidades de criação de novos gestos/modificação de jogos existentes. Essa questão deve ser retomada no momento de adaptação de jogos tradicionais e criação coletiva de jogos de mãos.
Apresente aos alunos a versão conhecida do jogo. Conte a eles que este jogo foi recolhido em escolas públicas da cidade de Florianópolis e que, da mesma forma que eles têm acesso, outras crianças dos mais variados lugares do Brasil também podem ter. Além disso, conte aos seus alunos que eles mesmos podem passar a brincadeira adiante, ensinando a outros amigos, a seus familiares, como em um grande “Telefone sem Fio”. A brincadeira foi recolhida em Florianópolis, está passando pela sua cidade, e pode viajar para outro lugar!
(Ver: SILVA, Gabriela Flor Visnadi e. Um estudo sobre brincadeiras cantadas da infância: jogos de mãos apresentados por crianças de Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis, Universidade do Estado de Santa Catarina, 2004. Disponível em:
http://pages.udesc.br/~c7apice/arquivos/download/TCC%20Gabriela%20Flor.pdf)
Selecione alguns alunos, um de cada vez, para a demonstração do novo gesto, enquanto a turma canta. Desta vez, a turma será dividida em duplas. Se necessário, peça anteriormente que todos cantem a música, sendo que, cada aluno deve repetir o gesto individualmente (como se ele estivesse brincando com um “amigo imaginário”). Para turmas grandes, chame apenas alguns alunos para demonstração. Você pode também montar pequenos grupos – 8 alunos, 4 duplas.
Observação: Por ser um gesto muito comum a outros jogos de mãos, muitos dos alunos, provavelmente, já estarão familiarizados.
Após a rápida demonstração, organize a turma em duplas para a realização do jogo. Faça como achar melhor: em roda, em fileiras ou distribuídos aleatoriamente pelo espaço. A estrutura da canção se mantém, o que mudará é apenas o gesto das mãos. Abaixo, o padrão rítmico do acompanhamento de mãos, já apresentado na aula anterior:
Legenda, a partir da notação desenvolvida por Violeta Hemsy de Gainza para os gestos dos jogos de mãos (Ver: GAINZA, Violeta Hemsy. Juegos de Manos: 75 rimas y canciones tradicionales com manos y otros gestos. Buenos Aires: Guadalupe, 1996):
mão esquerda de um aluno, virada para baixo, desce e bate na palma da mão direita do outro da dupla, que está virada para cima. Ao mesmo tempo, a mão direita, virada para cima, sobe e bate na palma da mão esquerda do colega da dupla, que está virada para baixo.
os dois componentes da dupla batem as palmas de suas mãos, paralelas e verticais, umas contra as outras, simultaneamente. Os dedos estão apontados para cima.
bater palma
Dica
1) Use a mesma paródia apresentada anteriormente para a dança da velha (mencionada na aula anterior), que agora será imitada por muitas crianças (lembrar que a turma estará organizada em duplas e, em cada dupla, pode haver um “perdedor” na brincadeira). Dê um instrumento para cada criança que irá imitar a velha, como um caxixi, uma clava ou um chocalho, e peça a ela que toque e dançe ao som do canto das outras crianças (neste momento, a performance na percussão pode ser livre).
2) Desta vez, varie quanto às palmas a cada repetição. Peça que façam tipos de palmas diferentes – palmas graves, palmas agudas. Você pode sugerir ou, se houver tempo, abra a votação para a turma.
Recursos da Aula
Não há recursos materiais necessários para essa aula. O professor poderá utilizar instrumentos de percussão para as atividades propostas acima e um instrumento melódico para a paródia citada.
Vídeo do jogo "Batom":
http://lengalalenga.blogspot.com/2007/07/vdeo-batom.html
http://www.youtube.com/watch?v=5SdoVBHMtXo
Site do projeto Lenga La Lenga: jogos de mãos e copos.
http://www.lengalalenga.com.br/
SILVA, Gabriela Flor Visnadi e. Um estudo sobre brincadeiras cantadas da infância: jogos de mãos apresentados por crianças de Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis, Universidade do Estado de Santa Catarina, 2004. Disponível em:
http://pages.udesc.br/~c7apice/arquivos/download/TCC%20Gabriela%20Flor.pdf
O(a) professor(a), ao final da aula, deverá observar se os alunos conseguem realizar as diferentes versões para o jogo de mãos “Batom”, agregando canto e movimento corporal.
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