• reconhecer e usar, de forma produtiva e autônoma, figuras de linguagem, tais como metáfora e metonímia;
• estabelecer relações entre os temas abordados nos textos lidos e questões da realidade; 
• analisar letras de música, de acordo com o contexto histórico em que foram produzidas.

• conhecer o gênero música MPB;
• demonstrar habilidades básicas de leitura;
• fazer distinção entre linguagem conotativa e denotativa;
• conhecer figuras de linguagem.

• uso da mídia som / vídeo;
• utilização do laboratório de informática

Aula 1

Atividade

Propõe-se com essa aula observar os recursos retóricos usados em uma letra de música – “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré que se tornou a canção de protesto mais cantada pelos manifestantes, no período da ditadura militar no Brasil.

Em sala de aula, o professor deverá fazer uma rápida contextualização sobre o contexto político do Brasil – 1964 a 1968, para motivar os alunos a respeito do tema.

Em abril de 1964, o Brasil se inseriu na pior fase negra já passada pelo país - a ditadura militar - período que durou 21 anos. Esse período foi responsável não só pela maior inflação e dívida externa de nossa História, mas também pelo agravamento dos problemas sociais, gerando, de um lado, uma pequena minoria de multimilionários, e, de outro, jogando a imensa maioria dos brasileiros numa situação de fome, miséria e desemprego. Houve grande hostilidade às manifestações culturais. Muitos escritores, compositores, cineastas tiveram suas produções artísticas censuradas. Muitos deles foram presos, torturados e exilados.

A música popular brasileira, segundo o governo, era ofensiva às leis, à moral e aos costumes. Entretanto, é animador verificar que, apesar das dificuldades, esse foi um período bastante rico nessa área. Nessa época, surgiram muitos compositores com coragem de abrir espaço e expressar, por meio de suas canções, os anseios de liberdade, justiça e democracia de nossa gente sofrida. A canção de protesto Para não dizer que não falei das flores, do cantor/compositor, Geraldo Vandré, tornou-se a mais cantada pelos manifestantes.

A seguir, o professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para pesquisarem sobre o período da ditadura no Brasil e também para assistirem ao vídeo da canção “Pra não dizer que não falei das flores”.
Informações disponíveis nos sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_militar_no_Brasil_(1964-1985)
http://www.culturabrasil.pro.br/ditadura.htm

Vídeos disponíveis nos sites:

http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=g8v5twPc-io

Aula 2 e 3

Atividade

Em sala de aula, o professor entregará a cópia do texto aos alunos. Eles poderão ler em voz alta, cantar junto com o áudio da música e, em seguida, o docente deverá propor a eles as questões em relação à música.

Texto

Disponível no site:
http://www.nature-pictures.org/species-icon/flower-pictures.jpg

Texto

Pra não dizer que não falei das flores
(Geraldo Vandré)

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2 x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão.. .

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)

Disponível em:

http://letras.terra.com.br/geraldo-vandre/46168/

Sobre o texto

1. No texto predomina a linguagem figurada. Observe estes versos:

Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão / E acreditam nas flores /Vencendo o canhão...

A metáfora, de maneira geral, é a figura de linguagem que consiste em empregar uma palavra num sentido que não lhe é comum ou próprio, numa relação de semelhança entre dois termos.
Transcreva do texto outros versos em que foram empregadas expressões no sentido metafórico.

2. Localize, nos primeiros versos, o protesto contra a desigualdade social e a desunião entre os homens.
3. Observe o refrão da música:

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...

a.Nesses versos há uma crítica a que tipo de pessoas?
b. A repetição desses versos reforça que idéia?

3. Pode-se dizer que a sociedade está resumida nos versos:

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções

Metonímia é uma figura de linguagem que consiste em usar uma palavra no lugar de outra, mantendo uma relação de implicação mútua. Explique o emprego dessa figura nos versos acima.

4. Localize no texto os verso em que Vandré mostra que os problemas são muitos, mas o povo ainda caminha sem segurança.

5. Interprete os versos:

Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

6. Localize no texto, versos que mostram que os soldados não sabem por que estão lutando.

7. Como você interpreta os versos seguintes:

Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

8. Observe estes versos:

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não

a. Somos todos soldados para enfrentar que “guerra”? Explique.

9. Nos versos: A certeza na frente / A história na mão, Vandré:

( ) acredita que o povo tomará consciência de sua força e lutará para construir uma sociedade nova.
( ) acredita que o povo está conscinete de sua participação na contrução da História da pátria.

10. Aprendendo e ensinando / Uma nova lição...

Qual seria a nova lição?

11. Essa canção, foi composta no período da ditadura militar no Brasil em que a censura cerceou o direito à liberdade de expressão. Entretanto, usando das figuras de linguagem, isto é, dos recursos retóricos, Vandré consegue atingir o povo com a sua intenção, qual seja: despertar no povo a consciê nc ia de que é preciso lutar para construir um novo Brasil, justo e democrático. Comente.

Aula 4

Atividade 1

O período da ditadura militar no brasil pode ser dividido em três fases, segundo os historiadores:
1964 – 1968; 1968 – 1974; e de 1974- 1985. Nessa terceira fase, os estudantes ganham as ruas com suas passeatas. É a longa caminhada da esperança que culmina com os grandes comícios pelas DIRETAS – JÁ, levando milhões de pessoas às ruas.

A canção “Coração de estudante”, de Wagner Tiso e Milton Nascimento reflete esses novos tempos.
O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para assistir ao video dessa música.

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=r5SLlNT1HRY

Atividade 2

Em sala de aula, o professor deverá entregar uma cópia do texto aos alunos e propor a eles que respondam às perguntas apresentadas na sequência.

Disponível em:

http://www.mds.gov.br/imagens-2007/imagens/imagens-noticias/estudantes.jpg/image_preview

Texto:

Coração de Estudante
Milton Nascimento
Composição: Wagner Tiso / Milton Nascimento

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor flor o o e fruto
Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e fé.

Disponível em:

http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/47421/

Sobre o texto

1. Nos versos:

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar

a. Essa “coisa” pode ser interpretada como:
( ) uma flor;
( ) um amor jovem, que se inicia;
( ) a vibração e vida da juventude.

2. Localize , na segunda estrofe:

a. Versos em pode-se verificar uma referência à repressão que os jovens sofreram em tempos passados.
b. Versos em que se percebe um clima de otimismo.

3. Interprete os versos:

E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor flor o o e fruto

4. Verifica-se que há, nos prrimeiros versos da última estrofe:

( ) uma preocupação de lembrar ao jovem que ele precisa ser uma pessoa participante, engajada com com os problemas que assoalm o mundo.
( ) uma preocupação de lembrar ao jovem que é sonhando que se constrói um futuro feliz.

Aula 5
Atividade
Produção de texto

a. Na canção, “Pra não dizer que não falei das flores”, Vandré propõe que a mudança seja feita pela participação popular e não por meio da violência , pelas armas.

b. Na canção, “Coração de estudante”, Milton Nascimento e Wagner Tiso, lembra a necessidade de cuidar das novas gerações, porque nelas está a esperança de construção de uma nova sociedade.

Proposta de produção de texto:

Escolha uma dessas duas temáticas e produza um texto / letra de música, b aseando se nas estratégias do dizer utilizadas pelos autores, ou seja, no emprego das figuras de linguagem/retóricas

O professor deverá avaliar coletivamente os alunos durante todos os momentos em que estiverem participando das discussões propostas. Deverá avaliá-los individualmente, por meio da realização das diferentes atividades escritas. Em relação à produção de texto, os alunos serão avaliados, considerando o atendimento à proposta, principalmente no que diz respeito ao emprego das figuras de linguagem. Se os alunos autorizarem, o professor poderá expor os textos em um mural nos corredores da escola ou na própria sala de aula.