• Conhecer vida e obra de Mário Quintana
• Ler e compreender o texto.
• Interpretar o texto.
• Assistir ao vídeo “Velha história”
• Narrar a história com auxílio da imagem (animação “Velha história”)
• Produzir a continuação da narrativa

• Habilidades básicas de leitura;

1ª AULA

Professor, converse com os alunos sobre a vida e obra de Mário Quintana e entregue a eles a autobiografia do autor (disponível no site http://www.ccmq.rs.gov.br/novo/mario/mario.php)

A partir dela, mostre para os alunos a beleza presente nas palavras do autor mesmo quando essas se destinam a escrever sobre si mesmo e como um texto em prosa pode conter o belo e o delicado da poesia.
(Observação: Professor, para saber sobre poesia e prosa visite os sites: http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia http://pt.wikipedia.org/wiki/Prosa)

Pergunte aos alunos se há alguma palavra de difícil compreensão na biografia do autor, auxilie-o na interpretação da palavra com ajuda dos outros alunos partindo primeiramente do contexto antes de consultar o dicionário, caso necessite.
Leve, também, para a sala de aula algumas obras do autor e selecione alguns poemas para serem lidos para a turma.

Biografia - Mario Quintana
Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Há ! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade.
Nasci do rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro – o mesmo tendo acontecido a Sir Isaac Newton ! Excusez du peu..
Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, instrospectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de fármacia durante 5 anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Veríssimo – que bem sabem (ou souberam), o que é a luta amorosa com as palavras.

por
Mario Quintana.
Disponível no site: http://www.ccmq.rs.gov.br/novo/mario/mario2.php
(acesso em 15 de outubro de 2009)

2ª AULA

Nessa aula, entregue aos alunos o texto “Velha história” de Mário Quintana. Peça a eles que façam uma leitura silenciosa e atenta do texto. Pergunte se há alguma palavra desconhecida e auxilie o(s) aluno(s) na interpretação da mesma. Em seguida, escolha um aluno para ler em voz alta para a turma.
Terminada a leitura, questione os alunos sobre a história presente no texto:
• Quem são os personagens presentes na história?
• Quem é Maria?
• Por que será que essa história inicia-se com “era uma vez...”?
• Por que o homem pincelou o peixinho com iodo?
• O que motivou o homem a guardar o peixinho no bolso da calça?
• O homem e o peixinho ficaram juntos para sempre? Por quê?
• Que parte da história faz parte da criação fantástica do homem? Por quê?

TEXTO

Velha História

Mário Quintana

Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então, ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelo café. Como era tocante vê-los no "17"! o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial... Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: "Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!..." Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez redemoinho, que foi depois serenando, serenando... até que o peixinho morreu afogado... (Quintana, 1976, p. 105)

Disponível no site http://samlandia.blogspot.com/2007/11/velha-histria-mrio-quintana.html  acesso em 14 de outubro de 2009

3ª Aula:

Assista com os alunos ao vídeo de animação “Velha história” disponível no site: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?palavra=Curta+na+escola&categoria=2&x=26&y=9  (acesso 15 de outubro de 2009). Primeiro, assista ao vídeo com os alunos sem áudio para que eles apenas observem a sequência de imagens da animação. Em seguida, peça a um aluno que faça as vezes de narrador e passe novamente o vídeo.
Pergunte aos alunos:
• Gostaram da animação? Por quê?
• O vídeo conseguiu transmitir a beleza do poema?
• Qual parte você mais gostou?

Em seguida, peça aos alunos que realizem as atividades sobre o texto. Seguem sugestões de atividades:

Atividades:

1) O início “Era uma vez um homem...” do texto “Velha história” nos remete a que tipo de narrativas?
2) Levante hipóteses sobre o motivo de o texto iniciar com “Era uma vez...”
3) No trecho “Era uma vez um homem que estava pescando, Maria!”, quem é Maria? Qual a função dela na história?
4) Aponte as características do peixinho.
5) O que o homem sentiu quando percebeu que o peixinho era muito pequenininho? E o que ele fez?
6) No trecho “Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote, que nem um cachorrinho.”, o peixinho foi comparado a que?
7) Em “Como era tocante vê-los no "17"!”, o que era o “17”?
8) Retire do texto uma pista que mostre que o peixinho não está feliz.
9) Diante da tristeza do peixinho, qual foi a decisão tomada pelo homem?
10) Em “E a água fez redemoinho, que foi depois serenando, serenando... até que o peixinho morreu afogado...”:
a) explique a contradição destacada no trecho
b) qual o sentido pretendido com essa contradição?

• Vídeo “Velha história”
Disponível no site:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?palavra=Curta+na+escola&categoria=2&x=26&y=9  (Acesso 15 de outubro de 2009)

• Cópia do texto “Velha história” de Mario Quintana
Disponível no site: http://samlandia.blogspot.com/2007/11/velha-histria-mrio-quintana.html  (Acesso em 14 de outubro de 2009)

• Sugestões de site sobre vida e obra de Mário Quintana
http://www.releituras.com/mquintana_bio.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana
http://www.ccmq.rs.gov.br/novo/mario/mario.php
(Acessos em 15 de outubro de 2009)

Avaliação:

Produção textual
Produza um pequeno texto contando a volta do peixinho para a casa dando continuidade ao texto de Mário Quintana.