19/11/2010
Eliana Dias
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: modos de organização dos discursos |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Imagem disponível em:
http://www.tretando.com/2009/02/16/nova-abertura-de-os-simpsons-inedita/
Sobre o tema
As personagens de uma narrativa são seres fictícios, criados pelo ficcionista por meio da organização de traços recolhidos da realidade e trabalhados pela imaginação. Convencionalmente, as personagens classificam-se de acordo com as ações que praticam ou com a sua importância no enredo, sendo respectivamente planas ou redondas, principais ou secundárias.
Aula 01 (50 minutos)
Atividade
I - Como ponto de partida, o professor deverá exibir para os alunos o vídeo dos Simpsons.
Os Simpsons 2x01 - A Prova final
Vídeo disponível em:
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=412661
Imagem disponível em:
http://www.squidoo.com/bart_simpson
Os Simpsons é uma famosa comédia animada norte-americana criada por Matt Groening para a FOX. A série é uma paródia satírica do estilo de vida da classe média dos Estados Unidos, simbolizada pela família de mesmo nome, que consiste de Homer Jay Simpson, Marjorie "Marge" Simpson, Bartholomew "Bart" Simpson, Elisabeth "Lisa" Simpson e Margareth "Maggie" Simpson. A série se passa na cidade de Springfield e satiriza a cultura e a sociedade norte-americana, a televisão e vários aspectos da condição humana.
Trecho disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Simpsons
II - Após a exibição do vídeo, o professor deverá conversar com os alunos sobre a família Simpson, as características de cada um, principalmente de Bart Simpson.
III - A seguir, os alunos, em dupla, deverão responder às questões seguintes que serão entregues em xerox.
1. Personagens, geralmente, são seres fictícios que participam de uma história desempenhando um papel no enredo.
a. Quantas personagens participam da história da família Simpsons? Quais são elas?
2. O enredo no texto narrativo é o conteúdo do texto que tem como núcleo o conflito, o qual está diretamente ligado às personagens, situadas no tempo e no espaço. É no enredo que se desenrolam os acontecimentos que formam o texto.
a. Resuma o episódio narrado no vídeo.
3. As personagens não têm a mesma importância em uma história. As personagens principais ou protagonistas desempenham o papel mais importante na narrativa. Já as personagens que participam da história, mas não desempenham papel principal, são chamadas personagens secundárias.
a. Quais são as personagens principais no episódio dos Simpsons – A Prova Final?
b. Explique qual é o papel das personagens secundárias na história de Bart Simpson.
4. De acordo com o episódio assistido, como você caracteriza a personagem Bart Simpson?
5. Discuta com seu colega e explique a crítica que se pode perceber no episódio dos Simpsons, em relação ao ensino. Essa crítica se aplica à realidade brasileira?
Aula 02 (50 minutos)
Atividade
I - O professor deverá reproduzir para os alunos a cópia da crônica “Um Homem de Consciência” de Monteiro Lobato
Um Homem de Consciência
Imagem disponível em:
http://abdonbatista.spaceblog.com.br/945595/UM-HOMEM-DE-CONSCIENCIA/
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua Itaoca.
- Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons – agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando…
João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada…
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!…
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.
- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
- Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
- Mas, como? Agora que você está delegado?
- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.
E sumiu.
Texto disponível em:
http://abdonbatista.spaceblog.com.br/945595/UM-HOMEM-DE-CONSCIENCIA/
Sobre o autor
Imagem disponível em:
http://blogdolinho.blogspot.com/2010/04/monteiro-lobato-mais-que-literatura.html
Literato e jornalista, José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, a 18 de abril de 1882. Descendente de antigos fazendeiros de café do vale do Paraíba, cresceu junto à zona rural, interessando-se pelo homem e pelos problemas do campo. Essa vivência marcou a obra literária de Monteiro Lobato, que se afirmou como autor regionalista. [...]
Disponível em:
http://bancodeatividades.blogspot.com/2010/04/artes-imagem-de-monteiro-lobato-para.html
II. Após a leitura oral do texto, feita pelo professor, os alunos, em dupla, deverão responder às questões propostas sobre o texto. O professor deverá passar as questões no quadro ou xerocá-las para os alunos.
1. Um texto narrativo, geralmente, pode apresentar trechos descritivos quando são reproduzidas as características de uma personagem, de um ambiente ou de uma situação. a. Como o narrador caracteriza a personagem João Teodoro no primeiro parágrafo? Essa caracterização é importante para a continuação da história?
b. João Teodoro pode ser considerado personagem principal? Por quê?
2. Leia o seguinte trecho do texto: Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada… Qual o sentido criado com a repetição das expressões de sentido negativo nesse trecho?
3. Por que João Teodoro não ficou contente com sua nomeação para delegado? Como ele reagiu quando recebeu a notícia?
4. Relacione as características de João Teodoro ao fato de ele ter abandonado a cidade.
5. Personagens planas são pouco complexas, com pequeno número de atributo. Personagens redondas apresentam variedade maior de características físicas, psicológicas, sociais, ideológicas, morais. Como a personagem João Teodoro pode ser classificada? Por quê?
6. O conto Um Homem de Consciência de Monteiro Lobato, integra o livro “Cidades Mortas” e pertence à era pré-modernista da literatura brasileira. Monteiro Lobato é nome de destaque em obras relacionadas ao regionalismo e à denúncia da realidade brasileira.
Você concorda com a afirmação abaixo? Por quê?
Esse conto tem como personagem central um homem simples, do meio rural, que se defronta com os problemas ocorridos na região onde vive e não dá valor a si mesmo. Faz uma crítica à inversão de valores e ao desprezo à moralidade que costumam ocorrer no Brasil.
Aula 03 (50 minutos)
Atividade
I – O professor deverá reproduzir para os alunos a cópia do texto “Memórias da Emília” de Monteiro Lobato.
MEMÓRIAS DA EMÍLIA
Imagem disponível em:
http://ataquecardia.blogspot.com/2007/03/memrias-da-emlia-ou-da-bia.html
Tanto Emília falava em "Minhas Memórias" que uma vez Dona Benta perguntou:
- Mas, afinal de contas, bobinha, que é que você entende por memórias?
- Memórias são a história da vida da gente, com tudo o que acontece desde o dia do nascimento até o dia da morte.
- Nesse caso — caçoou Dona Benta — uma pessoa só pode escrever memórias depois que morre...
- Espere — disse Emília. — O escrevedor de memórias vai escrevendo, até sentir que o dia da morte vem vindo. Então pára; deixa o finalzinho sem acabar. Morre sossegado.
- E as suas memórias vão ser assim?
-Não, porque não pretendo morrer. Finjo que morro, só. As últimas palavras têm de ser estas: "E então morri..." com reticências. Mas é peta. Escrevo isso, pisco o olho e sumo atrás do armário para que Narizinho fique mesmo pensando que morri. Será a única mentira das minhas memórias. Tudo mais verdade pura, da dura - ali, na batata, como diz Pedrinho.
Dona Benta sorriu.
- Verdade pura! Nada mais difícil do que a verdade, Emília.
- Bem sei - disse a boneca. - Bem sei que tudo na vida não passa de mentiras, e sei também que é nas memórias que os homens mentem mais. Quem escreve memórias arruma as coisas de jeito que o leitor fique fazendo uma alta ideia do escrevedor. Mas para isso ele não pode dizer a verdade, porque senão o leitor fica vendo que era um homem igual aos outros. Logo, tem de mentir com muita manha, para dar ideia de que está falando a verdade pura.
Dona Benta espantou-se de que uma simples bonequinha de pano andasse com ideias tão filosóficas.
- Acho graça nisso de você falar em verdade e mentira como se realmente soubesse o que é uma coisa e outra. (...)
- Pois eu sei! - gritou Emília. -Verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia. Só isso.
Fonte: Monteiro Lobato. Memórias da Emília. São Paulo: Brasiliense, 1987. Fragmento.
Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/18004953/06042009-14RTF18RTF43
II – Após a leitura do texto, os alunos, em dupla, deverão responder às questões seguintes.
1. Emília, Narizinho, Dona Benta são personagens criadas por monteiro Lobato. Elas pertencem ao mundo da ficção? Por quê?
2. No mundo da ficção, o fato de Emília ser uma boneca falante provoca estranheza? Por quê?
3. Durante a conversa com Emília, Dona Benta se espanta. Isso ocorre pelo fato de Emília ser uma boneca falante ou por outra razão? Justifique sua resposta.
4. Por que as memórias de Emília só teriam verdades?
5. O que significa dizer a verdade para Emília? Você concorda com ela? Explique.
6. De acordo com o mundo da ficção, a verdade do texto não precisa ser igual à verdade do mundo real. No mundo real seria possível, o diálogo de uma avó com uma boneca, assim como o de Dona Benta e Narizinho? Por quê?
7. A fala da própria personagem revela o seu jeito de ser e de pensar, permitindo que se entrevejam suas características, isto é, a fala da personagem é um meio do qual o narrador se serve para construi-la.
a. De acordo com o texto, como você caracteriza Emília?
b. Quem é a personagem principal no texto ? E a secundária? Por quê?
.8 Compare as personagens João Teodoro – em Um Homem de Consciência – e Emília - em Memórias de Emília.
a. O procedimento usados por Monteiro Lobato para construir a personagem João Teodoro foi o mesmo procedimento usado para construir Emília? Explique.
b. Pode-se dizer que o autor usou mais de um recurso para construir a personagem João Teodoro? Quais?
Aula 04 (50 minutos)
Atividade
Produção de texto
O professor deverá apresentar aos alunos a seguinte proposta de produção de texto:
As personagens de uma narrativa são seres fictícios, criados pelo ficcionista por meio da organização de traços recolhidos da realidade e trabalhados pela imaginação. No mundo da ficção tudo é possível, porque se cria uma nova realidade, uma outra verdade. Essa verdade convence porque se apresenta coerente ao mundo criado.
No episódio dos Simpsons, a personagem Bart foi construída por meio de suas ações, de sua fala, de sua maneira de ver o mundo. Para construir a personagem, João Teodoro – em Um Homem de consciência – Monteiro Lobato, além do recurso usado para criar Bart, ele usou também o emprego de adjetivos. Já, no caso de Emília, é por meio da fala que ela se revela, isto é, o autor usou desse procedimento para criá-la.
Com base nessas informações, crie uma personagem para ser inserida no Sítio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato, isto é, no mundo onde vive Emília, Narizinho, Dona Benta, Visconde de Sabugosa etc.
Utilize os recursos aprendidos e sintetizados anteriormente para a construção de sua personagem. Não se esqueça de dar um nome a ela. Apresente-a ao leitor - crianças, jovens e adultos que se encantam com as personagens de Monteiro lobato – em uma situação que envolva Emília e/ou as demais personagens do Sítio.
1. O professor poderá exibir para os alunos. o vídeo do Sítio do Picapau Amarelo, para auxiliá-los na criação da personagem - atividade solicitada na aula de produção de texto.
Sítio do Picapau Amarelo 2001 - Emília começa suas memórias
Vídeo disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=WNbefMsEIhs
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