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UCA - Metáfora x comparação?

 

01/12/2011

Autor y Coautor(es)
Rodrigo Santos de Oliveira
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Prof.Dr.Luiz Prazeres

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Comparar as definições de metáfora e de comparação.
  • Identificar os elementos linguísticos que constituem a metáfora e a comparação.
  • Identificar conceitos plurais da metáfora e da comparação em uma tirinha e letras de música.
  • Perceber o recurso da comparação como etapa inicial e significativa na construção da metáfora.
  • Perceber o uso da metáfora como efeito estético em poemas e pinturas.
  • Identificar a construção e a funcionalidade narrativa da metáfora em curtas-metragens.
Duração das atividades
2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Antes de iniciar a discussão sobre a metáfora e a comparação, é interessante que o professor tenha trabalhado em sala de aula os conceitos de denotação e conotação, que servem de base para a abordagem desse conteúdo.

Como primeiro passo, os alunos podem pesquisar as referidas figuras de linguagem em gramáticas ou dicionários eletrônicos. Após a pesquisa e definição dos conceitos, o professor pode solicitar aos alunos que falem das metáforas e efeitos de sentidos presentes em canções que eles conhecem.

Estratégias e recursos da aula

Atividade 1 – Metáfora e comparação: em busca do conceito

O objetivo dessa atividade é pesquisar, comparar, confrontar e identificar a aplicação conceitual da metáfora e da comparação em uma tirinha e em três canções.

 

Em geral, a comparação está associada a, pelo menos, dois elementos relacionados por semelhanças ou diferenças. Para isso, são empregados alguns recursos linguísticos coesivos que enfatizam e explicitam a utilização desses componentes, entre eles: “tanto como”, “tanto quanto”, “maior que”, “menor que”, “igual a”, “como se”, “semelhante a”, “também”, “assim como” e outros.

O uso da comparação ou símile é recorrente em vários discursos que circulam na sociedade e, geralmente, é expresso com o interesse de evidenciar unidades/ medidas totalizantes, hierarquizadas ou equiparadas (de mesma ou distinta grandeza/ representatividade).

Já a metáfora, parece se valer – em um primeiro momento ou como etapa inicial – de um critério comparativo de composição que não considera marcadores linguísticos tão sistematizados, além de possuir a finalidade de avaliar e lidar com grandezas/ representações menos totalitárias em relação ao referencial posto em critério “comparativo”. Ou seja, essa figura não tem o compromisso de recompor “fielmente” a imagem ou sentido unitário do elemento referencial.

Com o objetivo de discutir essas concepções, o professor – a partir dos conceitos coletados pelos alunos – deverá questionar e propor alguns itens para debate:

A) Existe metáfora sem comparação?

B) A metáfora é de uso exclusivo da linguagem literária e artística?

C) A comparação é oriunda do sentido denotativo e a metáfora do sentido conotativo?

D) A comparação relaciona itens e a metáfora define, altera e reelabora o sentido desses itens?

 

1.1

Como exercício aplicativo dos conceitos questionados e definidos no debate, o professor exibirá, em data show, a seguinte tirinha e solicitará que os alunos, verbalmente, identifiquem e comentem:

A) Os dois possíveis itens que compõem o plano comparativo estabelecido.

B) O objetivo do pai ao utilizar a bicicleta ergométrica.

C) A relação entre o movimento da bicicleta ergométrica e o “ritmo de vida” do pai do personagem.

D) O conceito da metáfora aplicado na tirinha.

 

Tirinha

Disponível em: http://cafelivroearte.blogspot.com/2011/10/mais-um-pouco-exercicios-figuras-de.html

 

O que a tirinha anterior tem a contribuir para o estudo da metáfora é que o sentido dessa figura transcende certa praticidade utilitária ou se descola de um valor funcional (usar a bicicleta para perder peso), pois atinge um campo simbólico e reflexivo de significação (pedalar e não sair do lugar).

 

1.2

Para a atividade a seguir, cada grupo de alunos ficará responsável em analisar uma letra de música (o professor pode utilizar também as canções que os alunos comentaram na atividade que envolve conhecimentos prévios).

 

Além do conceito geral de metáfora definido em cada letra, deverão ser considerados (as):

A) As relações entre metáfora e comparação.

B) Os recursos linguísticos empregados para a composição de cada figura.

C) O sentido geral de metáfora presente no texto.

 

É importante que os alunos destaquem versos/ trechos das letras para exemplificarem cada item.

 

2.1

Metáfora

Gilberto Gil

 

Uma lata existe para conter algo

Mas quando o poeta diz: “Lata”

Pode estar querendo dizer o incontível

 

uma meta existe para ser um alvo

Mas quando o poeta diz: “Meta”

Pode estar querendo dizer o inatingível

 

Por isso, não se meta a exigir do poeta

Que determine o conteúdo em sua lata

Na lata do poeta tudonada cabe

Pois ao poeta cabe fazer

Com que na lata venha caber

O incabível

 

Deixe a meta do poeta, não discuta

Deixe a sua meta fora da disputa

Meta dentro e fora, lata absoluta

Deixe-a simplesmente metáfora.

 

Letra e canção disponíveis em: http://www.gilbertogil.com.br/sec_musica.php?filtro=m

 

Além da noção de desvio ou uso “inclassificável”, inventivo e idiossincrático do termo, a canção de Gil concebe a metáfora como entrelinha, com o não dito, como esvaziamento de sentido, ou seja, uma linguagem que transcende o efeito denotativo do referencial, que adultera seu significado em estágio de dicionário.

Gilberto Gil utiliza o recurso da metalinguagem para explicar o conceito de metáfora, ou seja, utiliza os símbolos da “lata” e do “alvo” (metaforicamente e de maneira invertida) para ressignificar a função da figura em questão em textos poéticos.

 

2.2

Cultura

Arnaldo Antunes

 

O girino é o peixinho do sapo.

O silêncio é o começo do papo.

O bigode é a antena do gato.

O cavalo é pasto do carrapato.

 

O cabrito é o cordeiro da cabra.

O pescoço é a barriga da cobra.

O leitão é um porquinho mais novo.

A galinha é um pouquinho do ovo.

 

O desejo é o começo do corpo.

Engordar é a tarefa do porco.

A cegonha é a girafa do ganso.

O cachorro é um lobo mais manso.

 

O escuro é a metade da zebra.

As raízes são as veias da seiva.

O camelo é um cavalo sem sede.

Tartaruga por dentro é parede.

 

O potrinho é o bezerro da égua.

A batalha é o começo da trégua.

Papagaio é um dragão miniatura.

Bactérias num meio é cultura.

 

Vídeo disponível emhttp://www.youtube.com/watch?v=Aguu_QzCQy8&feature=related

 

Apesar de um verso conter a função utilitária no mundo capitalista (“Engordar é a tarefa do porco”), o uso da metáfora na letra de Arnaldo Antunes evidencia, pelas associações inventivas marcadas por “recortes” (“O pescoço é a barriga da cobra”), o caráter mínimo de recuperação/ transformação de um objeto em relação ao seu referencial (“Papagaio é um dragão miniatura”) e, ao mesmo tempo, evidencia o aspecto maximizador criativo (“Bactérias num meio é cultura”) e de ressignificação de sentido (“O cavalo é pasto do carrapato”).

É válido observar que o recurso linguístico aplicado (em todos os versos) para construção da metáfora é o verbo ser no presente do indicativo.

 

2.3

Te ver

Samuel Rosa/ Lelo Zanetti e Chico Amaral

 

Te ver e não te querer

É improvável, é impossível

Te ter e ter que esquecer

É insuportável, é dor incrível

É como mergulhar num rio e não se molhar

É como não morrer de frio no gelo polar

É ter o estômago vazio e não almoçar

É ver o céu se abrir no estilo e não se animar

É como esperar o prato e não salivar

Sentir apertar o sapato e não descalçar

É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar

É como procurar no mato estrela do mar

É como não sentir calor em Cuiabá

Ou como no Arpoador não ver o mar

É como não morrer de raiva com a política

Ignorar que a tarde vai vadia e mitica

É como ver televisão e não dormir

Ver um bichano pelo chão e não sorrir

É como não provar o nectar de um lindo amor

Depois que o coração detecta a mais fina flor

 

Disponível em: http://skank.uol.com.br/discografia/calango/

Clipe disponível emhttp://www.youtube.com/watch?v=9pJCfKayp3s

 

A canção do Skank embaralha as instâncias linguísticas entre a comparação e a metáfora, por esse motivo o professor poderá utilizá-la como um exemplo problematizador para se enquadrar os conceitos estudados. São utilizadas muitas expressões iniciadas com “É como”, algumas delas apontam para comparações com ações cotidianas inevitáveis e denotativas (“É como não sentir calor em Cuiabá”) ou que podem ser compartilhadas por uma coletividade (“É como não morrer de raiva com a política”).

Outras intensificam o caráter figurativo/ conotativo/ reflexivo da ação: “É ter estômago vazio e não almoçar” – que indica uma possibilidade/ desejo de mudança almejado e satisfatório, porém recusado – ou “É como mergulhar no rio e não se molhar” – que aponta para a reflexão sobre o não envolvimento de alguém dentro de um espaço/ contexto favorável para mudança ou de alguém que não esteja apto para compartilhar de certa linguagem comunicativa com um grupo ou um sistema.

Um detalhe importante é que a canção subverte o uso do conectivo “como” que, em geral, é usado em sentido comparativo.

O objetivo dessa abordagem desestabilizadora de definições é justificar a multiplicidade perceptiva e, de alguma forma, argumentativa do sujeito poético em relação ao fato de olhar o ser amado e não desejá-lo ou de depois de um encontro amoroso, a comunicação ser anulada. Os versos iniciais servem de mote para as nuances que serão exploradas:

“Te ver e não te querer

É improvável, é impossível

Te ter e ter que esquecer

É insuportável, é dor incrível”

 

Atividade 2 – Metáfora em poemas

O objetivo dessa atividade é identificar, analisar e comentar a construção da metáfora em textos poéticos.

 

A partir dos conceitos de metáfora, retirados das letras de músicas anteriores (sobretudo os conceitos de Gil e Arnaldo Antunes), o professor analisará com a turma os três primeiros poemas. Em seguida, os alunos aplicarão/ analisarão os conceitos de metáfora e comparação em vários epigramas/ aforismos poéticos de Mario Quintana.

 

3.1 – Poema de Manoel de Barros

Poesia é voar fora da asa.

 

BARROS, Manoel. O livro das ignorãças. 10.ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

 

3.2 – Poema de José Paulo Paes

 

Madrigal

 

Meu amor é simples, Dora,

Como a água e o pão.

Como o céu refletido

Nas pupilas de um cão.

 

Disponível em: http://revistamacondo.wordpress.com/2011/07/03/domingo-poesia-8-%E2%80%93-jose-paulo-paes/

 

3.3 – Poema de Hilda Hilst

 

Desde que nasci comigo

Tempo-Morte

Procurar-te

É estar montado sobre um leopardo

E tentar caçá-lo.

 

HILST, Hilda. Da morte. odes mínimas. São Paulo: Globo, 2003, p.74.

 

3.4.Poemas de Mário Quintana

 

3.4.1 – DAS ESCOLAS

Pertencer a uma escola poética é o mesmo que ser condenado à prisão perpétua.

 

[É ressaltado o teor comparativo: “é o mesmo que” para evidenciar a igualdade depreciativa entre o objeto (escola poética) e seu referencial (prisão perpétua)].

 

3.4.2 – DA PREGUIÇA

A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

 

[Ao nomear metaforicamente a preguiça como “mãe do progresso”, Quintana justifica com um exemplo factual o recurso empregado].

 

3.4.3 – CARTAZ PARA TURISTAS

Viajar é mudar o cenário da solidão.

 

[A metáfora ressalta o teor de fuga de um problema ilusoriamente almejado em um deslocamento espacial e, pelo que se pode analisar do título, poderia ser um outdoor antipublicitário].

 

3.4.5 – CANIBALISMO

Maneira exagerada de apreciar o seu semelhante

 

3.4.6 – MEDITAÇÃO

Vício solitário

 

3.4.7 – OTIMISMO

Filosofia forçada

 

Todos os poemas presentes em: QUINTANA, Mario. Caderno H. 9.ed. São Paulo: Globo, 2003.

 

[Os poemas anteriores são verbetes poéticos, pois ressignificam os conceitos presentes nos dicionários e em contextos usuais de representação. Observa-se que não é necessário o uso do verbo “Ser” no Presente do Indicativo para acentuar o teor metafórico].

 

3.5

Para o poema a seguir, os alunos deverão identificar o processo de “desmetaforização” estabelecido no percurso de transição entre a conotação e a denotação. O professor pode exibir o vídeo feito a partir do poema, mas é interessante – como atividade inicial – a leitura do texto verbal, para que os alunos possam detectar os elementos linguísticos responsáveis pela construção das imagens que são utilizadas pelo poeta.

 

Maçã

Manuel Bandeira

 

Por um lado te vejo como um seio murcho

Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentário

És vermelha como o amor divino.

 

Dentro de ti em pequenas pevides

Palpita a vida prodigiosa

Infinitamente

 

E quedas tão simples

Ao lado de um talher

Num quarto pobre de hotel.

 

Petrópolis, 25-2-1938.

 

Disponível em: http://poemasdebandeira.blogspot.com/2009/09/maca.html

Vídeo disponível em: http://vimeo.com/20842492

 

Para auxiliar a leitura e compreensão do processo de “desmetaforização” do objeto, o professor pode apresentar imagens realistas ou de natureza morta, com o intuito de esclarecer esse percurso no texto de Manuel Bandeira.

 

Mação

Disponível em: 

http://galeria.cluny.com.br/v/Artes+Plasticas/Pintores+Escultores+Estrangeiros/Pissarro/17+Natureza+Morta+com+Ma____s+e+Jarra.jpg.html?g2_imageViewsIndex=1

 

Atividade 4 – Metáfora em quadros de Salvador Dalí

O objetivo da atividade é depreender valores múltiplos de significado nas obras do pintor Salvador Dalí. Para compreender a linguagem simbólica dos quadros, o professor solicitará que os alunos busquem no Google a relação do pintor com a estética do Surrealismo e o que pregava essa tendência artística.

 

Devem ser observados e discutidos os seguintes aspectos:

A) A partir de qual referencial a imagem foi criada?

B) Qual a ressignificação do objeto proposta?

C) Qual (is) sentido(s) metafóricos podem ser observados?

 

A atividade pode ser mais produtiva se o professor optar por enviar quadros (ou solicitar que os alunos busquem no Google) de pintores como Frida Kahlo, Arcimboldo, Caravaggio e Magritte e solicitar que os alunos escrevam textos poéticos a partir da impressão perceptiva das metáforas contidas nos quadros.

Com o intuito de analisar o sentido metafórico ou comparativo das obras, também podem ser analisados os títulos dos quadros.

 

Ovo cósmico

O ovo cósmico – Salvador Dali

Disponível em: http://camelecocacola.blogspot.com/2010_07_01_archive.html

 

 

Rosto de Mae2

Rosto de Mae West que pode ser utilizado como apartamento surrealista – Salvador Dali

Disponível em: http://beeatrizschafer.blogspot.com/

 

Atividade 5 – Metáfora em um curta-metragem

O objetivo dessa atividade é perceber a construção da metáfora como imagem/ efeito de sentido global em textos fílmicos.

 

Como elemento motivador e que acionará a discussão, o professor iniciará a atividade com o seguinte poema de Mario Quintana e solicitará aos alunos que busquem esta metáfora nos curtas-metragens: O velho, o mar e o lago (2000), de Camilo Cavalcante, e Dona Cristina perdeu a memória (2002), de Ana Luiza Azevedo.

 

DA ARTE DE RECORDAR

O que têm de bom as nossas mais caras recordações é que elas geralmente são falsas.

 

QUINTANA, Mário. Caderno H. 9.ed.São Paulo: Globo, 2003, p.109.

Filmes disponíveis emhttp://www.portacurtas.com.br

 

Os alunos deverão produzir uma narrativa poética ou uma resenha (de 15 a 20 linhas) sobre os usos da metáfora em um dos curtas-metragens, bem como a relação dessa figura (nos filmes) com o poema de Mario Quintana, no que se refere ao tema da memória.

Recursos Complementares

BRANDÃO, Roberto de Oliveira. As figuras de linguagem. São Paulo: Ática, 1989.

CHERUBIM, Sebastião. Dicionário de figuras de linguagem. São Paulo: Pioneira, 1989.

QUINTANA, Mário. Caderno H. 9.ed.São Paulo: Globo, 2003.

RICOEUR, Paul. A metáfora viva. 2.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

 

Sobre metáfora e humor: http://www.celsul.org.br/Encontros/08/metafora_e_humor.pdf

Avaliação

 

  • Avaliar o interesse e disposição dos alunos para executarem as atividades em grupo.
  • Avaliar a percepção e compreensão dos alunos em relação ao conceito plural de metáfora em textos de vários gêneros artísticos.
  • Avaliar a identificação e compreensão das etapas comparativas no processo de construção da metáfora.
  • Observar as inferências produzidas pelos alunos a partir da leitura da tirinha, das canções e dos quadros.
  • Avaliar a resenha ou narrativa feita a partir da relação do poema de Quintana com um dos curtas-metragens assistidos.
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