31/07/2012
Eziquiel Menta
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Sociologia | Cultura e diversidade cultural |
Ensino Médio | História | Cultura |
Ensino Médio | História | Cidadania: diferenças e desigualdades |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Cultura e diversidade cultural |
Ensino Médio | História | Sujeito histórico |
Nessa aula os alunos poderão conhecer a diversidade cultural dos grupos indígenas do Brasil, analisar o pensamento mítico indígena e problematizar a noção de pertencimento dos grupos indígenas que habitam o território brasileiro.
Não são necessários conhecimentos prévios, trata-se de uma aula introdutória.
Para iniciar o tema relacionado à questão indígena no Brasil, o professor exibirá para os alunos a imagem 1, uma visão que claramente confere ao índio um carater único e como aquele que vive em harmonia com a natureza. A ideia do "bom selvagem" elaborada por Jean-Jacques Rousseau surge com uma roupagem contemporânea, relacionada ao meio ambiente. Afinal, ser indígena significa viver em contato harmonico com a natureza? As populações indígenas vivem no Brasil ou pertencem ao Brasil? Com esses problemas na mente, os alunos iniciarão uma mesa redonda sobre a questão indígena. O professor pode abordar temas mais contemporâneos como a questão das reservas indígenas e a defesa de agênciais internacionais sobre esses grupos.
Imagem 1:
Disponível em: < http://ulissessantosfilho.blogspot.com.br/2012/04/dia-do-indio.html > Acesso em: 03/08/2010.
Imagem 2:
Disponível em: < http://www.ochefaodanoticia.com/2011/03/conversa-entre-paulista-e-um-amazonense.html > Acesso em: 03/08/10
Após o debate inicial, algumas polêmicas poderão surgir e para incentivar a provocação sobre a identidade indígena, bem como seu papel na nação brasileira, o professor exibirá a imagem 2. O debate, nesse segundo momento, deverá se processar na esfera da cosmologia, ou seja, na visão de mundo indígena. Existe um caráter exclusivo entre tecnologia e tradição? Utilizar um aparato ocidental descarecteriza o índio? As discussões deverão ser encaminhadas à guisa de conclusões relativa ao tema "o que faz do índio indío?".
Caso o professor tenha disponível um laboratório de informática, as conclusões poderão ser exibidas em formato digital com o apoio de softwares de editoração de revistas eletrônicas, como o sribus. Caso a escola não ofereça essa opção, os alunos poderão exibir suas conclusões preliminares em forma de cartazes. Para isso, os alunos poderão contar com o auxílio do professor de Arte.
Sobre o scribus:
O scribus é um aplicativo de Desktop Publishing de código aberto. Ele permite diagramações bastante sofisticadas, ideal para documentos bastante elaborados, com fotos, gráficos, diagramas, etc. Suporta formatos de saída do tipo pdf, ps, png, jpg, svg, entre outros.
Disponível para download: http://www.baixaki.com.br/download/scribus.htm
Imagem 3:
Disponível em: < http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/o-bravo-guerreiro-ajuricaba-do-povo-ind-gena-mana-s > Acesso em 18/08/10.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=28494 Acesso em: 18/08/10
Segundo o Álbum da Cidade Manaus 1848-1948, digitalizado pelo Centro Cultural Povos da Amazônia, diz a história da Amazônia que Manaus era o nome de uma tribo indígena, que primitivamente, dominava o vale do Rio Negro. Ajuricaba, que a ela pertencia, chefiou a celebre Confederação Amerinda da Amazônia que fez perigar o domínio lusitano nestas parte do Novo Mundo. Ajuricaba caiu prisioneiro, conduzido acorrentado numa canoa, para bordo de um veleiro português, onde seria levado para a Corte, o guerreiro índio, altivo e nobre, atirou-se, com os seus grilhões a voragem das águas. Preferiu morrer, a viver como escravo. Os seus feitos, revestidos de todos de grande heroísmo e denunciadores de profundo sentido nativista, atravessou o tempo e para os filhos do Amazonas, Ajuricaba tornou-se um símbolo de resistência.
Disponível em: http://jmartinsrocha.blogspot.com Acesso em: 18/08/10.
ATIVIDADE 1:
Depois da exibição do vídeo sobre o heroi Ajuricaba, o professor deverá enfatizar o caráter mítico desse personagem. Em forma de debate o professor deverá encaminhar as seguintes questionamentos: Qual a relevância desse mito para o povo indígena manáo? O que significa um mito? Será a ciência ocidental um mito? Falar em mitologia significa aproximar o tema para uma discussão menos importante ou relevante para a discussão da história do Brasil? Durante o debate os alunos devem tomar notas sobre as conclusões preliminares para realizarem as atividades seguintes.
De acordo com a teoria estruturalista os mitos são formas de expressar o mundo e as maneiras com que os povos experimentos diversas realidades sem alterar a sua vida terrena. Mito não existe para ser decifrado, existe para provocar a imaginação e para garantir a dimensão ritual dos povos. O antropólgo Levi-Strauss encarou os mitos como notas musicais, ou seja, não importa seu conteúdo em sim, interessa ao pesquisador encontrar a lógica interna dos conteúdos. Foi em busca das diferenças e dos dualismos que Levi-Strauss explicou os mitos. De maneira simplificada, falar que a jibóia é um parente espiritual para o povo kaxinawá não é um disparate, apenas uma forma de perceber a relação do homem com a natureza.
ATIVIDADE 2:
Imagem 4:
Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/historia/agosto/diversidade_indigena.jpg Acesso em: 18/08/10.
Sabendo da diversidade de mitos e cosmologias indígenas, os alunos se dividirão em grupos pequenos (máximo de quatro componentes) para realizar uma pesquisa direcionada sobre as populações indígenas utilizando uma webquest elaborada pela professora Vera Lúcia Pereira.
Disponível em: http://www.doaluno.com.br/servicos/webquest/arquivoswebquest/indios/index.htm Acesso em 18/08/10.
Sobre a webquest:
De acordo com Gilian Barros "WebQuest é uma metodologia que direciona o trabalho de pesquisa utilizando os recursos da Internet.Metodologia, estudada, desenvolvida e disponibilizada por Bernie Dodge, EducationalTechnology, San Diego State Universit em 1995, e disseminada no Brasil por Jarbas NovelinoBarato, são produzidas para disponibilização na Internet e podem ser editadas em programas como: Front Page, NVU, Dreamweaver, Mozilla Composer".
Disponível em: http://www.gilian.escolabr.com/textos/webquest_giliancris.pdf Acesso em: 18/08/10.
ATIVIDADE 3:
Imagem 5:
Disponívem em: < http://www.deepinfiesta.com/2010/04/19-de-abril-verdade-sobre-o-indio-no.html > Acesso em: 18/08/10.
ATIVIDADE 4:
Para concluir, expera-se que a exibição das pesquisas realizadas pelos alunos possa contribuir para a descontrução do índio como um todo genérico e como um ser próximo aos animais, ou ainda, uma criança que necessita de cuidados. O professor deverá encaminhar as conclusões da pesquisa em forma de áudio-visual com a produção de um pequeno vídeo editado com o auxílio do movie maker ou do software livre kino. Caso a escola não disponibilize um laboratório de informática os alunos poderão criar um roteiro, com o auxílio do professor de Língua Portuguesa, e apresentar para a escola durante as atividades da semana cultural ou mesmo numa data próxima ao dia do índio (19 de abril).
Sobre o movie maker:
O Windows Movie Maker é um software de edição de vídeos da Microsoft. Actualmente faz parte do conjunto de aplicativos Windows Live, chamado de Windows Live Movie Maker (apenas disponível para Windows Vista e 7).
Disponível para download: http://www.baixaki.com.br/download/windows-live-movie-maker.htm
Sobre o kino:
O kino é um programa livre para edição de vídeo não-linear voltado para captura de vídeo via placa IEEE-1394 (também conhecida como FireWire ou i.Link), manipulação básica, reprodução e exportação de arquivos de vídeo e áudio em vários formatos: Raw DV, DV AVI, still frames, WAV, MP3, Ogg Vorbis, MPEG, DivX, entre outros. Considerado um programa estável, a simplicidade deste software é sua principal característica.
Disponível para download: http://www.baixaki.com.br/download/kino.htm
Nome | Tipo |
---|---|
Ajuricaba [Construtores do Brasil] | Vídeo |
O sítio da ABA (Associação Brasileira de Antropologia) oferece links para bibliotecas, revistas, teses e dissertações relativas às questões da etnologia.
Sítio Povos Indígenas no Brasil
Sobre o sítio:
Povos Indígenas no Brasil foi criado com o propósito de reunir verbetes com informações e análises de todos os povos indígenas que habitam o território nacional, além de textos, tabelas, gráficos, mapas, listas, fotografias e notícias sobre a realidade desses povos e seus territórios, este site vem sendo, no decorrer destes anos, repensado e aprimorado por diferentes parceiros e colaboradores do programa Povos Indígenas no Brasil.
http://pib.socioambiental.org/
Documentário: Índios no Brasil: quem são eles?
Documentário sobre os índios no Brasil. O trecho apresenta uma série de entrevistas espontâneas realizadas em diversos estados brasileiros. O diretor do documentário ressalta a falta de informação dos brasileiros sobre os indígenas, ele demonstra uma tendência a essencializar e padronizar a identidade indígena. O documentário procura identificar a diversidade dos povos indígenas no Brasil.
Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=9354 > Acesso em: 03/08/10.
O professor deverá apresentar e discutir com a turma os critérios de avaliação. Cada conceito deve ser explicitado e aprovado pelo grupo de alunos. Durante a realização das atividades, o professor deverá despertar o interesse dos alunos pelo tema, apontando as possibilidades de interpretação, auxiliar o alunos a transpor suas dificuldades e ressalatar suas qualidades, motivando-o durante o processo de ensino aprendizagem.
Para auxiliar na avaliação sugerimos alguns critérios:
Referências Bibliográficas
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas.São Paulo: UNESP, 2001.
CARDOSO, Ciro F. & VAINFAS, Ronaldo. Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia.Campus: Rio de Janeiro, 1997.
CASTRO, Celso (org.) Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.
CUNHA, Manuel C. (org.) História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
_________. Cultura com aspas e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
FAUSTO, Carlos. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: UNESP, 2001.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, s/d.
________ . O Cru e o cozido. São Paulo: Brasiliense, 1991.
________ . O Pensamento selvagem. São Paulo: Papirus, 1997.
Cinco estrelas 1 classificações
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08/09/2015
Cinco estrelasParabéns pelas aulas, foram de grandes relevâncias para o nosso debate.