28/10/2010
José Luiz Lacerda
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Educação Física | Atitudes, conceitos e procedimentos: esportes, jogos, lutas e ginásticas |
· Conceituar e relacionar ações como o interceptar e o rebater;
· Conhecer e produzir os recursos necessários para a prática do spiribol;
· Vivenciar o jogo com os alunos.
Sugerimos olhar a seguinte aula no portal que estabelece uma sequência pedagógica natural, importante para reflexão do tema:
1. O Rebater: movimento contrário a uma trajetória?
2. O Bloquear: O ato de impedir uma ação
1º Momento – Iniciar a aula discutindo sobre o entendimento dos alunos acerca do rebater e do interceptar:
Alguém sabe me dizer se rebater é a mesma coisa que interceptar?
O que significa rebater algo? (Deter, aparar com um golpe, forçar o recuo de algo, anular a ação ou efeito).
O que significa interceptar algo? (Interromper o curso de alguma coisa, barrar o acesso ou a passagem de algo. Fazer parar, deter).
Com base nos conceitos formulados podemos então chegar a uma conclusão se rebater é a mesma coisa de interceptar? Vamos refletir:
Quando rebatemos algo estamos sempre interceptando sua trajetória?
· Se considerarmos o tacar como uma forma de rebater, a resposta é Não. Pois quando rebatemos uma bola parada a mesma ainda não tem uma trajetória.
Quando interceptamos a trajetória de algo fazemos sempre por meio de uma rebatida?
· A resposta nesse caso é mais fácil: Não. Pois podemos interceptar algo apenas bloqueando sua passagem.
Portanto concluímos que:
O rebater é uma forma de interceptar, porém não a única.
O interceptar pode ser por meio de uma rebatida, mas nem sempre precisa ser.
Vamos tentar exemplificar as duas ações: (Exemplos)
1. Bloqueio no vôlei – eu intercepto a bola, não rebato (a bola bate no corpo e não o contrário - bloqueio sua passagem);
2. Tacada no basebol – eu intercepto (paro a trajetória da bola) e rebato a bola (acerto o taco na bola);
3. Tacada no golfe – eu rebato a bola, não intercepto (ela está parada), dou uma tacada (acerto o taco na bola).
Vamos então agora conhecer um jogo diferente que utiliza o interceptar e o rebater utilizando apenas o corpo para desempenhar as ações?
2º Momento – A história do Spiribol
O jogo de Spiribol nasceu nos anos 20, na localidade Granadina de Lanjarón (Espanha). D. Baltasar Fábregas, militar de profissão e jardineiro de vocação é considerado o pai do Spiribol. Durante todos estes anos, a prática do Spiribol não saiu da esfera familiar e popular. Quase 80 anos depois, a criatividade, o alto grau de motivação e diversão que caracterizam o jogo fez com que um de seus netos decidisse compartilhá-lo com toda a comunidade.
Ao que tudo indica, na sua migração para o Brasil, o esporte sofreu transformações de estrutura, mas as regras mantiveram-se basicamente as mesmas: a bola aumentou até o tamanho aproximado de uma de vôlei, o mastro de jogo ganhou altura e as raquetes, que antes faziam parte do jogo, foram dispensadas em favor das mãos. Em nosso país ele recebe em algumas regiões o apelido de PIPOCÃO.
Por não ser uma atividade regulamentada ou regida por organização padronizadora a diversidade de regras é muito grande, diferindo muito a forma de jogá-lo de local para local.
A estrutura do jogo consiste em um mastro (tipo mastro de bandeira, preso ao chão), com uma corda amarrada em seu topo e uma bola amarrada na outra ponta da corda (a bola fica pendurada a aproximadamente 1m do chão). O jogo consiste basicamente na disputa de duas equipes, com o objetivo de enrolar a corda no mastro (cada equipe em uma direção: horário e anti-horário) utilizando-se para isso de rebatidas na bola.
Antes da análise das principais regras é interessante a vivência de alguns movimentos muito utilizados no jogo.
Atividade 01: Vivenciando movimentos importantes para o jogo:
1. O movimento de esquiva:
Como o jogo é todo vivenciado ao redor de um mastro com uma bola girando impulsionada por rebatidas, é muito comum bolada no corpo e na cabeça dos praticantes. Para evitar essa situação o movimento de esquiva é muito utilizado no jogo.
Material: Uma corda grande com uma bola amarrada em uma das pontas.
OBS. A bola pode ser de voleibol leve ou de plástico e pode ser presa à corda com uma rede (Ex. rede utilizada para levar bagagem em motos – sem os ganchos) - (figura 01).
(Figura 01 - Arquivo pessoal)
JOGO: Formar um círculo com os alunos. O professor fica no meio do círculo com a ponta da corda. Ao sinal do professor ele começa a girar a corda, movimentado a bola (movimento circular), de forma que os alunos, sem sair do círculo (previamente marcado pelo professor), fujam do contato com a mesma.
· O professor poderá variar a altura da bola no momento do giro, ampliando a vivência;
· O aluno que tocar na bola sai do jogo.
2. A rebatida no mesmo sentido da trajetória da bola:
Outro movimento muito utilizado no jogo é o de rebater a bola no mesmo sentido de sua trajetória. Rebater um objeto parado ou no sentido oposto à sua trajetória é comum, porém, rebater com o objetivo de aumentar sua velocidade, mantendo sua trajetória, requer outras habilidades, como: noção de tempo e espaço, velocidade além da própria esquiva.
JOGO: Utilizando a mesma estrutura e idéia central do jogo anterior, inserir as seguintes regras:
· O aluno pode rebater a bola (no mesmo sentido que ela está girando – previamente definido pelo professor), na tentativa de eliminar os outros participantes;
· O aluno que não conseguir se esquivar ou rebater a bola para o outro lado será eliminado;
· Serão permitidas rebatidas com as mãos e os pés (no sentido estipulado), sem reter a bola.
· Vence o jogo quem permanecer no círculo.
3º Momento – Entendendo e montando as regras da turma:
Atividade 02: O Spiribol
MATERIAL: Corda e bola (utilizada na vivência anterior) e um mastro (de ferro ou de madeira fina – tipo eucalipto) de aproximadamente 3 a 4m preso ao solo (ver vídeo presente em recursos complementares).
Após a estruturação do campo e regras o jogo poderá ser vivenciado com os alunos.
OBS. O jogo pode ser vivenciado por quatro (02 duplas) ou duas pessoas (um contra o outro).
Vence a dupla que enrolar a corda no sentido a ela estipulado anteriormente.
· Maiores informações sobre o jogo e regras mais utilizadas você encontra em recursos complementares.
http://www.educacaofisica.com.br/glossario_mostrar.asp?id=321
(História e como se joga o Spiribol)
http://www.educacaofisica.com.br/downloads_resultado_pesquisa.asp
(Regras do Spiribol para download)
http://www.youtube.com/watch?v=hQXCtg5rj_o
(Vídeo de pessoas jogando o Spiribol)
Além das discussões presentes durante a aula, debater com a turma outros aspectos relacionados às atividades vivenciadas. Como: O que é mais difícil rebater ou interceptar uma bola? O que mais surte efeito no jogo Spiribol: o rebater ou o interceptar? A velocidade da bola influencia na dificuldade de rebater nesse jogo? Quais são as formas de esquiva mais utilizadas no Spiribol? Qual é o posicionamento ideal, em relação ao campo de jogo e adversário, para se jogar o Spiribol? O que o jogo Spiribol pode nos acrescentar de vivencias corporais? Quais os comentários e conclusões acerca das atividades vivenciadas?
Além da discussão final, o professor deverá observar e analisar todo o processo de vivência dos alunos no que diz respeito à integração, participação, raciocínio, cumplicidade, criatividade, disputa e respeito às regras durante as atividades e na execução dos movimentos, visando detectar se houve aproximação entre os objetivos da aula e a concretização da mesma.
Cinco estrelas 1 classificações
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19/09/2012
Cinco estrelasQuando estudei o ginásio no Carmo, os padres instituíram esse esporte no currículo escolar. Gostaria apenas acrescentar um movimento que usávamos (além de ficar espalmando a bola), que era ficar cabeceando a bola, esperando o momento oportuno para rebater, já que a bola não podia ficar parada.