20/12/2010
Pauliane de Carvalho Braga; Lígia Beatriz de Paula Germano
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Médio | História | Cultura |
Ensino Médio | História | Processo histórico: nações e nacionalidades |
O aluno irá aprender a importância da resistência cultural durante o governo ditatorial de 1964-1985, especificamente o papel da literatura de contestação.
• Golpe Civil-Militar de 1964.
• Censura.
Introdução
Nestas aulas os alunos conhecerão a importância da literatura de contestação, que durante o governo militar quebrou, por meio de seus recursos específicos, o silêncio imposto pela censura. Os alunos compreenderão como as diferentes tendências literárias se opuseram ao regime então imposto. Para tanto, trabalharemos em três etapas: a primeira, que se dedicará a uma breve revisão do Golpe Civil-Militar de 1964 e do regime autoritário que se estabeleceu, dando ênfase à censura imposta aos meios de comunicação, intelectual e artístico. O professor, ainda nesta primeira fase, deverá ressaltar o papel da resistência cultural. Em um segundo momento, trabalharemos especificamente com a literatura, compreendendo o que é literatura engajada e conhecendo algumas tendências literárias que se manifestaram no período; na terceira etapa, para concluirmos os estudos, faremos um sarau literário.
Desenvolvimento
Primeira aula
Neste primeiro momento, o professor deverá estabelecer um breve histórico do golpe e período militar, ressaltando o embate entre a censura e a resistência cultural. O professor deverá organizar a sala em círculo e lançar perguntas aos alunos, de modo a rememorar o conteúdo estudado. O professor deverá anotar no quadro-negro as palavras-chave e os conceitos mais importantes a serem trabalhados. Por meio deste jogo de perguntas e respostas, o professor deverá trilhar um caminho que possibilite aos alunos entenderem a importância da resistência cultural no período. O professor deverá apresentar as múltiplas formas de resistência artística – no teatro, nas artes plásticas, na música, no cinema e na literatura, esta última a ser detalhada na aula seguinte.
Para auxiliar o professor nestas discussões, indicamos a leitura dos seguintes artigos:
• sobre o contexto político: “Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar”, de Carlos Fico; disponível no link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882004000100003 (acesso em: 1º. dez. 2010);
• sobre resistência cultural: “A Revista Civilização Brasileira: projeto editorial e resistência cultural (1965-1968)”, de Rodrigo Czajka: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782010000100007&lang=pt (acesso em: 1º. dez. 2010).
Segunda aula
Nesta aula, os alunos deverão compreender o que é literatura engajada e conhecer algumas tendências literárias do período. A sala deverá ser dividida em três grupos, que farão uma série de leituras durante a aula. Alguns textos serão comuns aos grupos; o professor poderá optar por passar os textos na íntegra ou recortá-los; e os alunos deverão ser instruídos a fichar os textos lidos, como atividade avaliativa.
Grupo 1: Pesquisará “ficção de impulso político”, tendência muito afinada com a atmosfera de resistência cultural à ditadura e fortemente comprometida com a abordagem da realidade nacional. Os alunos deverão ler os seguintes artigos:
• artigo da Revista Espaço Acadêmico, de autoria de Franklin Leopoldo e Silva, no qual será possível compreender o que é literatura engajada (link: http://www.espacoacademico.com.br/087/87silva_franklin.htm; acesso em: 1º. dez. 2010);
• artigo “Romance de resistência nos anos 1970”, de Renato Franco, no qual o autor define o que é ficção de impulso político e romance da desilusão urbana (link: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:EFAL5nDFloMJ:scholar.google.com/; acesso em: 1º. dez. 2010);
• artigo “História e política em Pessach: a travessia de Carlos Heitor Cony”, de Leonardo de Oliveira Souza, no qual será possível perceber as características específicas da ficção de impulso político (link: http://www.radarciencia.org/doc/historia-e-politica-em-pessach-a-travessia-de-carlos-heitor-cony/o2ScYKIzqF5vpv0kAmH1/).
Grupo 2: Pesquisará “romance da desilusão urbana”, romance de temática e ambientação urbana, que apresenta as condições violentas da vida moderna na grande cidade e desenvolve uma narrativa seca, muito direta e, por vezes, muito ligada às formas de representação do jornal. Os alunos deverão ler os seguintes artigos:
• artigo da Revista Espaço Acadêmico, de autoria de Franklin Leopoldo e Silva, no qual será possível compreender o que é literatura engajada (link: http://www.espacoacademico.com.br/087/87silva_franklin.htm; acesso em: 1º. dez. 2010);
• artigo “Romance de resistência nos anos 1970”, de Renato Franco, no qual o autor define o que é ficção de impulso político e romance da desilusão urbana (link: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:EFAL5nDFloMJ:scholar.google.com/; acesso em: 1º. dez. 2010);
• artigo “Caio Fernando de Abreu e a ditadura militar”, de Aline Azeredo Bizello, disponível na Revista Nau Literária, da UFRGS (link: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/view/4824; acesso em: 1º. dez. 2010).
Grupo 3: Pesquisará poesia engajada. Os alunos deverão ler os seguintes artigos:
• artigo da Revista Espaço Acadêmico, de autoria de Franklin Leopoldo e Silva, no qual será possível compreender o que é literatura engajada; disponível no link: http://www.espacoacademico.com.br/087/87silva_franklin.htm (acesso em: 1o. dez. 2010);
• artigo “O poeta, o poema e a militância poética: a produção de Ferreira Gullar em “Dentro da noite veloz”, de Gabriela Luft (link: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:9MgZATENdKYJ:scholar.google.com/; acesso em: 1º. dez. 2010);
• artigo “A resistência poética de Ferreira Gullar”, de Cimara Valim de Melo, disponível na Revista Nau Literária, da UFRGS (link: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/view/4829; acesso em: 1º. dez. 2010).
Terceira aula
Nesta última aula, os grupos devem fazer apresentações literárias: cada grupo deverá expor o que caracteriza a tendência literária por ele estudada e, em seguida, ler os textos ou declamar as poesias de autores que se enquadrem nesta tendência.
Sugerimos ao Grupo 1 que leia trechos dos livros Quarup, de Antonio Callado, ou Pessach, a travessia, de Carlos Heitor Cony; sugerimos ao Grupo 2 que leia trechos dos livros Engenharia do Casamento, de Esdras do Nascimento, ou Curral dos Crucificados, de Rui Mourão; o Grupo 3 poderá ler os cordéis de João Boa-Morte, cabra marcado para morrer, de Ferreira Gullar, ou declamar poesias do livro Faz escuro mas eu canto, de Thiago de Mello.
Como encerramento, o professor deverá fazer um balanço do conteúdo estudado, considerando o modelo político do período, a prática da censura, a função da arte como meio de resistência e as especificidades da literatura; rememorar o conceito de literatura engajada e as principais tendências literárias que surgiram no período.
Revista Literatura e Autoritarismo – Memórias da Repressão, da Universidade Federal de Santa Maria- RS (link: http://w3.ufsm.br/grpesqla/revista/num09/index.php).
A avaliação final será a apresentação dos grupos na última aula; o professor deve atentar para a pertinência das informações passadas pelo grupo e a qualidade da pesquisa de autores a obras para serem apresentados. O fichamento da segunda aula também deverá ser avaliado.
Quatro estrelas 1 classificações
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11/09/2013
Quatro estrelasMuito útil.