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Edição 93 - Dança na Escola
17/10/2013
 
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Atividade extra ajuda a resgatar a autoestima dos estudantes

Os participantes das aulas de dança se tornaram referência na escola

Os participantes das aulas de dança se tornaram referência na escola

Autor: Arquivo da escola


Desde que passou a oferecer ensino em período integral, em 2006, a Escola Municipal Professora Silene de Andrade, em Goiânia, passou também a oferecer aulas de dança. Embora a novidade tenha encontrado um pouco de resistência, no início, entre o público masculino, acabou por conquistar a maioria dos estudantes. O projeto é vinculado ao programa Mais Educação, do Ministério da Educação, de ensino em tempo integral.

"As alunas logo se adaptaram às aulas, já com o grupo masculino o processo foi um pouco mais lento", diz o professor de educação física, bailarino e coreógrafo Eurim Pablo, que participa do projeto desde o começo. Ele explica que depois da adesão de alguns alunos mais "corajosos", outros foram conquistados. Logo, um grande número de estudantes começou a dançar, o que provocou uma imediata transformação no grupo. "Alunos que não estavam bem nas demais disciplinas e eram considerados problemáticos logo viram a dança como uma forma de comprovar que eram bons em alguma coisa", avalia. "Com a autoestima elevada, o senso de responsabilidade trabalhado, um professor que lhes dava voz, pois o corpo fala, eles se tornaram referência na escola", destaca o professor, que também é aluno de mestrado em performances culturais na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás.

Para a diretora da instituição, Marlúcia Rodrigues Coutinho, as aulas de dança ajudam a resgatar a autoestima dos jovens, principalmente daqueles à margem da sociedade, em estado de risco. "Em consequência, eles passam a se cuidar, cuidar do outro, socializar emoções e atitudes, discipliná-las e viver tranquilos, embora com suas realidades", analisa.

De acordo com Marlúcia, os estudantes sentem-se verdadeiros dançarinos. Muitos têm feito matrículas em cursos de dança oferecidos por instituições estaduais de artes, em busca da especialização na modalidade. "Alguns até já trabalham na área", revela a diretora, que está há 26 anos no magistério e há oito na direção. Com licenciatura em educação artística e bacharelado em artes visuais, Marlúcia é professora de artes em todos os níveis.

Embora as aulas de dança sejam oferecidas aos 150 alunos que participam da jornada integral, eles não são obrigados a participar da parte prática da aula. Eles só dançam, efetivamente, quando sentem vontade, mas ninguém fica sem fazer nenhuma atividade. Quem não quer dançar pode responder questões, ler textos relacionados à dança ou participar de outras atividades propostas.

Ensaios — Os ensaios das coreografias com os alunos que participam de apresentações são realizados uma vez por semana, em aula específica de dança. "Nesses ensaios, o grupo é observado para definir quem vai representar a escola em determinado evento", explica Eurim Pablo. A seleção é feita por ele e por professores e coordenadores da escola convidados a ajudar. "De modo geral, todos entendem que não se trata de julgamento, pois várias são as questões levadas em conta no momento", esclarece o professor. Isso engloba pontos como o tipo de evento, participação do aluno nas demais atividades propostas pela escola, dedicação às aulas e responsabilidade ao sair da escola.

Os grupos que ocasionalmente ficam fora de uma de uma apresentação, sabem que terão uma próxima oportunidade. Há sempre o cuidado em explicar bem aos estudantes os porquês da não participação naquele determinado momento. Entretanto, quando a apresentação ocorre na própria escola, que dispõe de grande espaço, existe apenas uma regra: "Querer dançar".

Assim, não há um grupo de dança permanente. Os componentes variam de acordo com o local e o espaço onde ocorrerá a apresentação — na própria escola ou em eventos promovidos pela Secretaria de Educação do município, como mostras pedagógicas ou culturais. Também ocorrem convites de outras escolas ou de entidades particulares.

Religião — Há casos de pais que não permitem a participação dos filhos por entenderem que é algo não aceito pela religião que professam. "Esses pais são convidados a assistir a uma aula para perceber, na prática, que a ideia que fazem da dança é equivocada", salienta Eurim Pablo.

Apesar de a estratégia obter sucesso em muitos casos, há pais que não aceitam o convite e não autorizam os filhos a dançar. Esses alunos participam apenas da parte teórica da aula. De modo geral, no entanto, segundo o professor, a maioria dos pais procura a escola para saber mais sobre as aulas de dança, pois percebem que a atividade atrai o interesse dos filhos. (Fátima Schenini)

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