O alto consumo de energia no município mineiro de Mar de Espanha, na Zona da Mata, ocasionado pela existência de grande número de confecções têxteis, levou a Escola Estadual Mannarino Luigi a criar o projeto Evite gastos, economize energia, a fim de sensibilizar a comunidade para essa questão.
Preocupados em manter os recursos naturais, professores e alunos resolveram mobilizar os moradores do município, que é um polo de confecção de roupas. Segundo a professora de ciências e matemática, Armanda dos Santos Linhares, o trabalho começou com a distribuição de panfletos pelos estudantes, mas não parou por aí. A economia de energia foi assunto também nas aulas da professora de geografia. “Ela trabalhou o tema com a análise das contas de luz de um período de três meses”, explica Armanda. E os estudantes foram orientados a mudar hábitos, em suas famílias, que proporcionassem uma redução nas contas de luz.
O projeto foi apresentado na IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, realizada no município goiano de Luziânia, de 23 a 28 de novembro. Promovido pelos ministérios da Educação e do Meio Ambiente, o evento reuniu mais de mil participantes para discutir o tema Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis.
A Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida, localizada no município de Ilicínea, no sul do estado, escolheu o tema Educação ambiental e reciclagem de eletrônicos. Iniciado em junho deste ano, o projeto tem como foco o reaproveitamento de materiais e o descarte correto de objetos, como pilhas, televisores e telefones celulares.
As atividades começaram com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Os alunos do Pronatec tiveram importância fundamental no projeto. Eles ficaram encarregados do reaproveitamento dos aparelhos eletrônicos doados, explica a coordenadora do projeto, Lílian Cardoso de Oliveira Nascimento Vilela. Professora de ciências, biologia e química, Lílian redigiu o projeto juntamente com o professor Maikren Wilson França Jacinto, coordenador do Pronatec.
De acordo com Lílian, o projeto busca conscientizar os alunos e a comunidade no que se refere a consumismo e sustentabilidade, levando em conta o aumento do resíduos eletrônicos e a importância de adotar práticas de redução, reutilização e reciclagem. “Começamos a repensar nossas atitudes de consumo e a verificar se respeitamos e nos preocupamos com os outros”, enfatiza a professora, há três anos no magistério.
Com o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a escola conseguiu implantar na cidade uma maneira de destinar os resíduos eletrônicos que não podem ser reciclados ou recuperados. Além disso, a coleta de lixo eletrônico agora é realizada de forma contínua, a cada semestre, sob supervisão dos estudantes do curso técnico em informática.
“Com gestos simples, a gente pode mudar o amanhã”, enfatiza a estudante Helena Maria Trindade Costa, 14 anos, delegada da Escola Nossa Senhora Aparecida na conferência. Ela revela que a escola também criou uma horta orgânica e um aquecedor solar – “os dois contribuem para a sustentabilidade.”
Outra instituição de Minas Gerais que participou da conferência foi a Escola Estadual Coração de Jesus, de Varginha, no sul do estado. Em execução desde o início de agosto, o projeto Educar para a sustentabilidade: educação, Terra, ação! tem a participação de todos os professores do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, funcionários e direção. A ideia inicial partiu da responsável pela biblioteca, professora Adriana Mara Pessi da Cunha, com o objetivo de implantar a sustentabilidade na escola.
As atividades incluem o recolhimento do lixo com o destino correto a cada tipo. Assim, além do encaminhamento de materiais, como pilhas e baterias, a empresas encarregadas pelo descarte desse tipo de material, a escola passou a fazer o reaproveitamento de materiais, como papel e óleo de cozinha usado.
Com mais de dez anos de atuação no magistério, Adriana passou a trabalhar na biblioteca, em 2013, por opção própria. “É a oportunidade de desenvolver projetos paralelos que os demais professores, geralmente, não têm tempo”, esclarece.
A Escola Estadual Joaquim Vieira, de Indaiabira, no norte de Minas, optou por desenvolver um projeto intitulado + Água na escola. O propósito é de sensibilizar a comunidade para o consumo consciente da água, pois o município costuma enfrentar problemas de seca. (Fátima Schenini)
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