Brasil colônia - uma abordagem da arte sobre a cultura da cana-de-açúcar

Lentamente a economia colonial abandonou sua predominância extrativista e coletora dos primeiros tempos, para uma exploração mais racional e estável, graças à implantação dos engenhos de açúcar que se espalharam por todo o litoral do Nordeste. O açúcar tornou-se um “artigo valorizado e cobiçado” na Europa. Este trabalho visa retratar a importância desta cultura na economia brasileira e foi elaborado pelos alunos, que utilizaram materiais recicláveis para criar um painel coletivo com esta temática.

Não há necessidade de um conhecimento prévio do aluno para a realização desta aula, que foi aplicada a 2 turmas de 8º ano do Ensino Fundamental, revelando ser motivador o trabalho com este tema. Os alunos demonstraram muito interesse em todas as fases do processo. Poderá ser ministrada em outras séries, de acordo com o critério do professor.
O que seria muito enriquecedor é trabalhar este tema de forma interdisciplinar com o professor de história que estiver abordando temas ligados à Colonização Portuguesa na América, ou sobre ciclo da cana de açúcar em seu conteúdo programático, como também as relações de trabalho do homem do campo.

Aula 01 - Introdução ao tema

O projeto agrícola da exploração colonial portuguesa

O professor deverá fazer uma breve explanação sobre o plantio da cana de açúcar.

No período do Brasil colônia, para viabilizar a ocupação  e o povoamento da colônia, a Coroa portuguesa recorreu ao cultivo da cana-de-açúcar, pois aqui, ao contrário do que ocorrera nas áreas de dominação espanhola, não foram descobertas jazidas de metais preciosos.

Levado da Ásia para a Europa por árabes e cristãos engajados nas cruzadas durante a Idade Média, o açúcar era uma das especiarias das mais valiosas no início do século XV.

Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar da Ilha da Madeira e instalou o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533. Inaugurava-se, assim, a base econômica da colonização portuguesa no Brasil.

Os alunos podem então, questionar:  o que este assunto tem a ver com a arte?

"Iremos expressar através da arte, a visão e a concepção dos alunos a respeito deste tipo de plantio".

O professor deve motivá-los a trabalhar em grupo para realizar um painel sobre o açúcar, ou sobre a cana-de-açúcar, sobre os canaviais, etc.

Para que os alunos conheçam um pouco sobre este tipo de atividade e de sua importância em nossa economia, deverá apresentar o vídeo abaixo com a reportagem sobre uma jovem que recebeu um prêmio do Presidente Lula, referente às Olimpíadas de Literatura, em que escreveu uma redação sobre a realidade dos cortadores de cana. Este vídeo desperta o interesse dos alunos com o tema, bem como promove uma reflexão sobre a realidade dura destes trabalhadores e os desafios deste tipo de profissão.

http://www.youtube.com/watch?v=RlZvDCtk2TY&feature=related

Após o vídeo, o professor deverá dividir a turma em grupos e solicitar que eles tragam para a próxima aula imagens sobre o plantio da cana, jornais velhos, algumas folhas de papel manteiga e cola branca líquida. Se algum aluno tiver em casa um pouco de um tipo areia branca usada para colocar no fundo de gaiolas, deverá trazer para enriquecer a textura do trabalho a ser realizado.

O professor deverá providenciar o suporte que servirá de base para o painel - eucatex, ou MDF, ou papelão bem firme como o de sapateiro, etc, pintado de branco com tinta latex ou outra qualquer à base de água, como fundo.
Veremos passo a passo, a realização de um canavial aberto com uma montanha de açúcar ao centro, que foi a idéia sugerida pelos alunos.

Aula 02 e aula 03 – Elaborando o canavial com jornal

Conforme as imagens trazidas pelos alunos, estes deverão observar o formato da cana e a partir daí, começar a fazer rolos compridos com jornal, colados ao final com cola branca. Estes, depois de prontos, deverão ser colados no painel, de forma que se houver a necessidade de emendas, estas simulem os “nós” que percebemos na cana.
Veja abaixo as imagens dos alunos enrolando os canudos de jornal. Estes deverão ser bem enrolados, ficando firmes, sem amassar quando apertados pelas mãos.

Após a colagem dos canu dos de jornal sobre o painel, os alunos deverão passar bastante cola branca em cima de cada um, colando uma final camada de papel manteiga ou papel de seda branco, respeitando os relevos arredondados obtidos com jornal. Esta camada auxilia o endurecimento e uma camada protetora para a pintura que será feita.

Aula 04 e aula 05 – Pintura do painel

Para esta fase serão necessários pincéis com pelos firmes para pintura em acrílica e tubos ou potes de tinta acrílica utilizadas para pintura em tela, nas cores amarela, branca, verde, violeta e azul. Verificando as imagens trazidas pelos alunos, estes deverão efetuar a pintura sobre os rolos de jornal, buscando expressar as tonalidades reais da cana-de-açúcar. A cor violeta é passada em algumas pinceladas rápidas para dar um efeito similar à cana.

Aula 06 – Criação de uma montanha de açúcar no meio do canavial

Após a secagem dos rolos de jornal, fazer uma massa com areia branca, cola de madeira branca e líquida e tinta acrílica branca usada para pintura em telas. Misturar estes materiais em uma vasilha, de forma que fique uma massa consistente. A aplicação desta massa, que simulará o açúcar, deverá ocorrer no fundo, nas áreas onde não há rolos de jornal colados.
Coloque a massa com uma colher ou pá, a areia sobre o fundo do painel e espalhe com uma espátula ou régua, de forma homogênea. Evite muita concentração de areia em determinados pontos, para que não ocorram rachaduras após a secagem do material.

O professor deverá acompanhar todo o processo e orientar os alunos que não deixem cair tinta, ou esbarrar o pincel na massa branca e seca, que já está pronta.

Ao final, os alunos pintaram de azul uma pequena parte acima da montanha de açúcar, representando o céu.

Sugestão: fazer os painéis com vários grupos na turma, para que cada equipe desenvolva uma idéia diferente e inovadora dentro da mesma temática, e organizar uma exposição dos painéis.

Alguns livros para aprofundamento do professor nesta temática :

MARTINS, Miriam Celeste; GUERRA, M. Terezinha T.; PICOSQUE, Gisa. Didática do Ensino de Arte: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio - História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005. p. 154-161.

Alguns sites para pesquisa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar

http://infoener.iee.usp.br/scripts/biomassa/br_cana.asp

http://www.colegioweb.com.br/geografia/canadeacucar-no-brasil

http://www.suapesquisa.com/colonia/

http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1492

http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=hp&q=cana+de+a%C3%A7ucar+no+brasil&rlz=1R2ADBS_pt-BR&um=1&ie=UTF-8&ei=pzT3Sq2MM8iQuAfTz4G1AQ&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4&ved=0CBoQsAQwAw

• O professor deve estabelecer os critérios de avaliação de forma clara e evidente ao apresentar a proposta de trabalho aos alunos, para que tenham conhecimento do que necessitam desenvolver durante as aulas e consigam atingir os objetivos almejados.

• O educador deve ser um incentivador em todas as fases do processo e avaliar o interesse, participação e questionamentos apresentados pelos alunos nas reflexões abordadas em aula. Deverá acompanhá-los para analisar até que ponto se envolveram com a proposta.

• O professor poderá analisar o envolvimento dos alunos, interesse e participação nas pesquisas de imagens que trouxeram para a escola, bem como a capacidade em reproduzir o canavial em relevo, com materiais recicláveis e  efeitos de pintura.

• Deverá observar a capacidade de percepção,  como também a habilidade em exercitar a colaboração, aceitação e sugestões para determinar o consenso do grupo na fase de colagem e pintura dos painéis.