02/12/2009
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: variação linguística: modalidades, variedades, registros |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Oportunizar ao aluno:
· Posicionar-se de maneira respeitosa diante das diferenças humanas e sociais.
· Tornar-se um leitor/escritor crítico e reflexivo.
· Usar o padrão-culto da língua como instrumento de inserção social.
· Selecionar e adequar a forma de língua oral e escrita ao contexto social.
Estar inserido no processo de alfabetização e letramento.
Saber ler e escrever os gêneros textuais: poesia e histórias em quadrinhos.Justificativa
A Escola, enquanto agente de equalização social abrange, a cada dia, maior quantidade de alunos das mais diferentes camadas sociais, o que é mais do que desejável em um estado democrático. Como consequência desse processo, a Escola abriga em suas salas de aula grande variedade de falares diferentes, representada por variados sotaques, dialetos e regionalismos.
Nasce, aí, um conflito que a Escola ainda encontra significativa dificuldade para resolver: a convivência harmoniosa das diferenças. Então, o que poderia ser fonte de enriquecimento cultural para todos os estudantes, não raro acaba por se tornar um desagregador social e um fator de discriminação de minorias.
Se é objetivo da escola a inclusão social, cumpre a ela tornar-se sujeito atuante na resolução desse conflito, criando práticas pedagógicas que levem seus alunos à construção de um respeito consciente para com as diferenças, bem como oferecendo mecanismos para que essas minorias possam se instrumentalizar com a língua-padrão.
ATIVIDADES
1a etapa
a) Distribuir o texto para os alunos:
A mágoa do Chico Bento
Cuitado do riberão
Tá sujo qui inté dá dó
Os pexe sumiram tudo
Num existe nada pió
Os bicho lá do sertão
Num guenta o chero da água
Tem gosto de detergente
Pur isso eu canto essa mágoa.
Jacaré foi pro zoológico
Foi de cortá o coração
Mas diz num senti sodade
Vive agora atrás das grade
Pra num tê intoxicação.
Se ficá dessa manera
Muitas coisa vão mudá
Num vô vê mais os bichinho
Nem tomá banho de rio
Nunca mais podê pescá.
Temos que arranjá um jeito
De achá a solução
Pra salvá a natureza
Ter de volta a beleza
Na cidade e no sertão.
(Eita, aí é que vai sê bão!)
b) Leitura silenciosa do texto.
c) Interpretação oral do texto, deixando que os alunos verbalizam livremente suas opiniões:
* A qual gênero pertence o texto?
* Essa poesia contém quantos versos e estrofes?
* Sobre o que fala essa poesia?
* Qual era o sentimento do poeta ao escrevê-la?
* Descubra as rimas que aparecem na poesia:
Riberão – sertão – coração – intoxicação
E outras.
* Por que será que o Chico Bento fala essa “língua” diferente?
* Levar os alunos, através da leitura e observação da poesia, à reflexão de que há diferentes falares de acordo com a situação geográfica, posição social, cultura e que todas as formas de falar merecem respeito. Explicar-lhes, também, que existe uma norma culta ensinada na escola que permite a seus usuários se posicionarem melhor socialmente.
d) Leitura oral da poesia que deverá acontecer à frente da sala, no palco ou em um outro lugar adequado à apresentação. (É interessante observar como os alunos mais inexperientes têm dificuldade de ler em voz alta os textos com linguagem caipira. Por esse motivo, é necessário que a professora, ao perceber essa dificuldade, faça uma leitura oral primeira para orientá-los).
2ª etapa
e) Trabalho oral e escrito de transposição da língua caipira para a língua-padrão.
A professora combinará com os alunos para cada um ficar responsável por fazer a transposição de um verso para a língua-padrão. Exemplo:
Cuitado do riberão - Coitado do ribeirão
f) O texto escrito na norma culta vai sendo escrito no quadro-negro e registrado pelos alunos no caderno. E a professora vai, assim, envolvendo todos os alunos e oportunizando-lhes uma participação ativa.
3ª etapa
g) Distribuição de uma história em quadrinhos onde aparece o Cebolinha e a sua troca de r por l:
Essa e outras historias em: http://www.monica.com.br/comics/seriadas.htm
h) Leitura oral da história que poderá ser dramatizada.
i) A professora discutirá com os alunos os possíveis motivos da troca de letras apresentada pelo Cebolinha: ser bem novinho e ainda não conseguir pronunciar corretamente essas duas consoantes, ter um problema fonoaudiológico que poderá ser resolvido por um especialista (o que é bastante comum na nossa realidade).
A professora permitirá que os alunos exponham suas hipóteses, incentivando o envolvimento de toda a turma na discussão.
j) Pedir aos alunos que copiem em seus cadernos os balões com as falas do Cebolinha, transpondo-os para a língua-padrão.
Atividades complementares :
A professora poderá usar gírias pesquisadas pelos próprios alunos para serem trabalhadas em transposições linguísticas orais e escritas.
Bibliografia:
* Aprendendo a Ler com o Jornal e 100 Fichas Práticas para Explorar o Jornal na Sala de Aula, Nicole Herr.
* Mídia, Escola e Leitura Crítica do Mundo, Graça Caldas.
* Para Ler e Fazer o Jornal na Sala de Aula, Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr.
* Parâmetros Curriculares Nacionais.
Durante todo o desenvolvimento das atividades a professora observará se seus alunos:
*Compreendem a necessidade de uma postura respeitosa diante das diferenças humanas, como forma de minimizar os conflitos sociais e a discriminação.
* Participam ativamente das discussões, opinando e acatando opiniões.
* Fazem as transposições propostas corretamente.
* Envolvem-se nas atividades com interesse.
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07/04/2012
Cinco estrelasmaravilha