02/12/2009
Cláudia Regina M.G. Fernandes
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Pluralidade Cultural | Direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade |
• Conscientizar que a luta contra o preconceito racial é responsabilidade de todos;
• Identificar alguns instrumentos de desnaturalização das desigualdades raciais;
• Reduzir as desigualdades e promover a igualdade étnico-racial.
Não há necessidades de conhecimentos prévios.
CONTEXTUALIZAÇÃO: Apontamentos teóricos
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), a escola é um espaço privilegiado para a promoção da igualdade e a eliminação de toda forma de discriminação e racismo, por possibilitar em seu espaço físico a convivência de pessoas com diferentes origens étnico-raciais, culturais e religiosas.
Dessa forma, acreditamos que com as discussões e práticas pedagógicas bem elaboradas, é possível combater o preconceito racial que existe, sim, na escola. Então, a proposição dessas aulas se justifica nos pressupostos mencionados anteriormente.
Professor essa aula possui um caráter interdisciplinar devido a abrangência e a complexidade da temática tratada, portanto sugerimos o diálogo com as seguintes áreas de saber (Biologia, Sociologia, História, Artes, dentre outras).
Motivação: Vídeo – Racismo e Educação
Atenção: As imagens (1,2,3,4,5 e 6) estão disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=YuPBmKFMFfU&feature=related
Imagem 1: Cena do filme
Imagem 2: Cena do filme
Professor, para iniciar a conversa com seus alunos acerca do preconceito racial, sugerimos a veiculação de um vídeo intitulado Racismo e Educação, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=YuPBmKFMFfU&feature=related.
Imagem 3: Cena do filme
Imagem 4: Cena do Filme
O vídeo ajudará na condução mais eficaz das outras atividades que compõem a aula.
Com o término do vídeo o professor deverá levantar a discussão de algumas questões que serão mencionadas logo abaixo:
&n bsp; Imagem 5: Cena do filme
Imagem 6: Cena do filme
Questões para discussão e reflexão:
• O vídeo mostra uma situação que ocorre na vida real?
• Vocês já presenciaram alguma situação de preconceito racial? Qual (is)?
• Se não, qual (is) seriam mais comuns?
• Quais as representações negativas em relação ao negro? E as positivas?
ATIVIDADE 1: Dinâmica – “Casos e Acasos” – adaptada do Manual do Multiplicador: adolescente. Vide referência nos recursos complementares.
Professor, essa atividade terá como objetivo encorajar os adolescentes a buscarem soluções decisivas para as situações de preconceito racial e atitudes discriminatórias da vida real.
O que irá precisar: Sala ampla e confortável que permita a formação de grupos, folhas de papel-sulfite e folhas com situações descritas.
O que você deverá fazer
1. Dividir a turma em grupos de cinco participantes.
2. Entregar para cada grupo uma descrição de uma situação diferente, para que o grupo discuta e tome uma decisão a respeito.
3. Solicite o grupo a desenvolver as seguintes atividades na folha de papel-sulfite
• Apontar as ações e/ou atitudes discriminatórias, bem como as conseqüências desvantajosas para o discriminado para cada uma das situações propostas.
• Identificar uma única decisão para o caso.
Pontos para discussão:
a) A decisão tomada pode ter consequências graves?
b) Dificuldade (s) para tomar a decisão? Por quê?
c) Fazer uma comparação com outras ações discriminatórias presenciadas no ambiente escolar.
d) Qual (is) o(s) critério(s) utilizado(s) para tomar(em) tal (is) decisão (ões)?
Exemplos de situações:
Situação 1:
Situação 2:
“Brancos ganham em média 40% a mais do que negros ou pardos com a mesma faixa de escolaridade.”
&nbs p; Situação 3:
“João é um vendedor de uma loja de eletro-eletrônicos, 28 anos, casado, pai de três filhos. Se autoclassifica como negro. Trabalha nessa loja há cinco anos. Ingressou como fiscal de salão (segurança) e trabalhou durante dois anos nessa função e trabalhava, há três anos, como vendedor. No momento da entrevista, a loja passava por uma reestruturação em termos de perfil de consumidor - estavam optando por vender mercadorias mais caras – e havia uma discussão em torno do perfil de João para continuar trabalhando. Agora que o subgerente saiu foi que ele me falou que eles queriam me mandar embora por eu não alcançar o perfil da loja. Eu não me enquadro ao perfil da loja porque sou negro e sou alto. Não pela altura e sim por eu ser negro (...) Eles estão procurando atingir um público que não pode ter um negro pra ficar atendendo essas pessoas.”
Situação 4:
“É dia 20 de Novembro. Dia da Consciência Negra! O professor de Língua Portuguesa solicita que as crianças procurem o significado de brancos e negros no dicionário. Um grupo de crianças vai ao dicionário, procura e encontra as seguintes definições:
Branco: “Brilhante. Da cor da neve, do leite, da cal. Alvo, claro, translúcido. Homem de pele clara. Sem mácula, inocente, puro, cândido, ingênuo. Pessoa de alto nível social. Incapacidade de recordar-se de algo”.
Negro: “De cor preta. Diz-se de indivíduo de etnia ou raça negra. Sujo, encardido, preto. Muito triste. Melancólico, funesto, lutuoso. Maldito, sinistro. Perverso, nefando. Escravo. Trabalhar como um negro’. Trabalhar muito.”
(Fonte: FERREIRA. Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o Dicionário da Língua Portuguesa. 3ªed. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999)
O professor teve uma atitude silenciosa a tais questões. Dizendo que as mesmas não tinham relação com o contexto da aula.”
Situação 5:
“Júlio, 38 anos, médico ortopedista, retrata que sempre ao atravessar a rua com o sinal fechado ouve o som das portas dos carros se trancando.”
Situação 6:
“Alex, 42 anos, morador em um condomínio de luxo no interior de Minas Gerais. Sempre que duas “velhinhas” o encontram no elevador social do prédio dizem: - Como filho? Você não deveria entrar pelo de serviço? Não... eu sou proprietário e vizinho de uns dos apartamentos.”
Professor, de acordo com o conhecimento das turmas em que trabalha, em relação a valores, preconceitos e estereótipos raciais, você poderá acrescentar ou adaptar diversas situações vivenciadas em sala de aula.
ATIVIDADE 2:
Após as discussões da atividade 1 o professor pode utilizar a música intitulada Ilê para somar composição: Valmir Brito; Armandinho Áras; Levis Menezes . Caso o professor não tenha acesso ao áudio pode utilizar o vídeo clip disponível em:
http://ile_aiye.hipermusicas.com/ile_para_somar/
Agora apresente à turma a letra da música:
Sem facções,
Sem transmutação da cor, sem lágrimas nem dor
Não há submissão da raça pirraça pirraça...
Sem lágrimas, nem dor
Só mesmo o criador
Se vê o passado o tempo levou
Hoje a expressão do negro
É só amar
Hoje a expressão do negro e liberdade
É certo futuro vai estar no presente
Um militante ex-não combatente
Um dissidente negro traidor
Saudades daqueles
Que não voltam atrás
Sem dividir seremos sempre mais
Sem dividir esse meu eu será você
Adoro ilê, tenho orgulho ilê
É o mais pleno e invulgar respeito
Na sua trajetória
Tornou-se um monumento
Irreverente dessa nossa história
Ilê ilê ilê ilê
Aiyê
Observação: Por meio dessa atividade lúdica, o professor poderá difundir, além da música, as diversas formas de manifestações da cultura negra em nossa sociedade, tais como: brincadeiras, movimentos sociais, esportes, dentre outras, visando agregar todos na luta contra as formas discriminações raciais no contexto escolar.
Pontos para discussão:• As contribuições da população negra para a constituição do povo brasileiro.
• O “mito da democracia racial”, ou seja, reconhecer a existência do racismo no Brasil e a necessidade de valorização e respeito aos negros.
• O que a música que dizer no trecho: “Não há submissão da raça pirraça pirraça...”?
• No trecho “Sem dividir seremos sempre mais” o professor pode abordar as questões de marginalização e exclusão dos negros.
• “Sem dividir esse meu eu será você”, o professor deve enfatizar os diversos aspectos da história da cultura que caracteriza a formação da população brasileira.
Lembre-se: O professor poderá abordar outras expressões e/ou trechos da música à medida que achar pertinente.
Professor, para o fechamento da atividade e relacionamento com as demais, discuta com os alunos o significado de algumas expressões e relacione com o cotidiano dos alunos, as situações relatadas pela turma no debate anterior, e os direitos do cidadão negro quanto no convívio na sociedade.
• Professor, na tentativa de afirmar a diversidade étnico-racial no espaço escolar, procure levantar questões relativas a essa temática nesse espaço. Tal abordagem poderá ser auxiliada com a provocação da campanha intitulada Onde você guarda seu racismo? Tal campanha representa uma iniciativa de 40 instituições da sociedade civil que tem promovido “Diálogos contra o racismo” como forma de impulsionar e consolidar a igualdade racial em nossa sociedade. Você encontrará mais informações no site: www.dialogoscontraoracismo.org.br
• Do ponto de vista legal é uma exigência que os currículos do ensino fundamental e médio em escolas públicas e/ou privadas de ensino deverão incorporar em suas práticas aspectos da cultura afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/2008). Disponível em: www.mec.gov.br/legislação - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96). Artigo 26A.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS. Manual do Multiplicador: adolescente. Brasília: Ministério da Saúde, 1997.
Sugestões para os professores e os alunos:
1. Vídeos institucionais: Estereótipos, Preconceitos e Discriminação Racial• Narciso Rap. Produção: Paulo Boccato, Renata Moura. Brasil. 2003. 18`. Vídeo. Narciso, um garoto negro de periferia, ganha uma lâmpada mágica e pede ao gênio para ser visto branco pelos brancos e negro pelos negros. Disponível em: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1577
• Vista minha pele. Produção: CEE RT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades. Brasil. 2003. Parte 1 –vídeo Vista Minha Pele – 23´31; parte 2 – Depoimentos – 26´00. É um vídeo destinado à discussão sobre racismo e preconceito racial. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=4s3KwWN5Dbc
2. Músicas para discussão sobre racismo e preconceito
• “Haiti”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. 1993. Letra disponível em: http://www.consciencia.net/2003/09/06/haiti.html
• “TXAI”, de Milton Nascimento. CD Txai. 1990. Letra disponível em: http://letras.terra.com.br/miltonnascimento/848350/
Professor, ao decorrer das atividades propostas, sugerimos alguns critérios avaliativos a serem observados, tais como:
• Participação efetiva nas discussões e reflexões acerca do vídeo, da dinâmica e da música;
• Colaboração durante o trabalho em grupo;
• Participação na atividade “Casos e acasos”, colaboração com o grupo e envolvimento nas ações necessárias;
O professor observará a aprendizagem dos estudantes, analisando seus questionamentos e intervenções, procurando, através do diálogo, perceber se houve apropriação dos conteúdos propostos e uma mudança de postura frente aos problemas levantados, no que se refere ao preconceito racial.
Quatro estrelas 5 calificaciones
Denuncia opiniones o materiales indebidos!
23/02/2015
Quatro estrelasMUITO BOM!!
02/11/2014
Cinco estrelasExcelente sugestões tanto de vídeos como de textos.
30/09/2012
Cinco estrelasAdorei as atividades,vou apresentar no meu trabalho,e muito bom saber que tem pessoas lutando pela igualdade racial.
12/04/2011
Cinco estrelasMuito boa, transmite segurança e apoio ao lidar com tal situação, antes banalizada pelos proprios professores. Hoje o preconceito anda disfarçado, e é quase normal um negro ser descriminado subjulgado só pela sua cor.
19/10/2010
Cinco estrelasEsta aula trabalha com realidade contemporânea. Obrigada!