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Trabalhando com o Gênero textual conto

 

10/12/2009

Autor e Coautor(es)
Livia Fagundes Neves
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JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Andréa Vassallo Fagundes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno será apresentado ao gênero textual conto, sistematizando suas especificidades.

Terá a oportunidade de conhecer uma nova versão do mesmo conto, bem como de pesquisar outros existentes em nossa literatura.

Duração das atividades
Aproximadamente 3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Estar inserido no processo de letramento.
Estratégias e recursos da aula

Momento 1

O professor iniciará a aula com os alunos, sentados em roda, e perguntará se conhecem o conto "Chapeuzinho Vermelho". Pedir que o contem oralmente fazendo as interferências necessárias para que a história seja toda contada.

Posteriormente realizar a leitura em voz alta do conto (Disponível no site: http://www.feijo.com/~flavia/chapeuzinho.html )

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.

Um dia, sua mãe pediu:

- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?

- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!

- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.

- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!

E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.

Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...

Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:

- Onde vai linda menina?

- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?

O lobo respondeu:

- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.

- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.

- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.

- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.

E o lobo respondeu:

- Este será nosso segredo para sempre..

E saiu correndo na frente, rindo e pensando:

(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)

Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:

- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!

- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.

A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...

Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.

- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.

- Obridada, minha netinha  - disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).

Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:

- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?

- É prá te olhar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?

- É prá te cheirar melhor, minha netinha.

- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?

- São para te acariciar melhor, minha netinha.

(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)

- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?

- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!

- Uai! Socorro! É o lobo!

A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.

Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.

Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.

Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:

- Acho que o lobo devorou minha avozinha.

- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...- disse o caçador.

Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.

- Viva! Vovó!

E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.

"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta."

Momento 2

Ainda em roda, o professor informará que a história da Chapeuzinho Vermelho é um CONTO e perguntará se eles sabem o que isso significa..

Discutir com os alunos, revelando que conto é uma história inventada por alguém (Mas que alguns são muito tradicionais e ninguém sabe quem os inventou), a qual é transmitida de geração em geração, sendo que uma mesma história pode apresentar várias versões, ou seja, pode ser escrita com diversas modificações.

Enfatizar que por ser uma história, apresenta variados temas e é estruturada, geralmente, da seguinte forma: príncipio (inicío da história e apresentação de uma situação e de personagens), meio (desenvolvimento da história com algum complicador) e fim (desfecho, no qual se resolve um problema apresentado no meio da história) Também podem ser utilizados parágrafos, apresentando diálogos com travessões.

Anotar, então, no caderno, o conceito de conto: (retirado do site: www.qdivertido.com.br)
Contos - são histórias inventadas por alguém. Existem também os contos tradicionais que são aquelas histórias que ninguém sabe ao certo quem inventou e que são transmitidas de geração em geração e muitas vezes ficam conhecidas por algum autor que criou a sua versão da história e a reinventou.

Momento 3

Em seguida, comentar que eles irão conhecer uma outra versão do conto da Chapeuzinho Vermelho.

CHAPEUZINHO VERMELHA DE RAIVA

– Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica aqui mais pertinho da vovó, fica.

- Mas vovó, que olho vermelho… E grandão… Que que houve?

- Ah, minha netinha, estes olhos estão assim de tanto olhar para você. Aliás, está queimada, heim?

- Guarujá, vovó. Passei o fim de semana lá. A senhora não me leva a mal, não, mas a senhora está com um nariz tão grande, mas tão grande! Tá tão esquisito, vovó.

- Ora, Chapéu, é a poluição. Desde que começou a industrialização do bosque que é um Deus nos acuda. Fico o dia todo respirando este ar horrível. Chegue mais perto, minha netinha, chegue.

- Mas em compensação, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa até aqui e agora, com a estrada asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a minha moto.

- Pois é, minha filha. E o que tem aí nesta cesta enorme?

- Puxa, já ia me esquecendo: a mamãe mandou umas coisas para a senhora. Olha aí: margarina, Helmmans, Danone de frutas e até uns pacotinhos de Knorr, mas é para a senhora comer um só por dia, viu? Lembra da indigest ão do carnaval?

- Se lembro, se lembro…

- Vovó, sem querer ser chata.

- Ora, diga.

- As orelhas. A orelha da senhora está tão grande. E ainda por cima, peluda. Cre do, vovó!

- Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde já se viu fazer música deste tipo? Um horror! Você me desculpe porque foi você que me deu, mas estas guitarras, é guitarra que diz, não é? Pois é; estas guitarras são muito barulhentas. Não há ouvido que agüente, minha filha. Música é a do meu tempo. Aquilo sim, eu e seu finado avô, dançando valsas… Ah, esta juventude está perdida mesmo.

- Por falar em juventude o cabelo da senhora está um barato, hein? Todo desfiado, pra cima, encaracolado. Que qué isso?

- Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha? Ou você queria que eu fosse domingo ao programa do Chacri nha de coque e com ves tido preto com bolin has brancas?

Chapeuzinho pula para trás:

- E esta boca imensa???!!!

A avó pula da cama e responde:

- Escuta aqui, queridinha: você veio aqui só para me criticar?

Mario Prata in MESERANI, Samir Curi. Redação Escolar : Criatividade.

Momento 4

Após a leitura silenciosa e oral, os alunos colarão o texto xerocado no caderno.

O professor perguntará quais são as principais características das duas histórias. Deixar que elenquem oralmente fazendo as intervenções necessárias.

Ajudar os alunos a reconhecer que a última é um conto moderno, com assuntos da atualidade.

Reforçar que no caso de "Chapeuzinho Vermelha de raiva" a história apresenta muitas modificações, até como forma de o autor realizar uma brincadeira.

Momento 5

Realizar as seguintes questões para os alunos responderem no caderno e serem corrigidas no quadro:

1) Por que o autor deu o título desse conto de Chapeuzinho Vermelha de Raiva? (Discutir a questão da menina criticar a avó e avó ficar com raiva. Discutir ainda a questão de algumas pessoas ficarem vermelhas ou ruborizadas quando estão com vergonha)

2) Registre três diferenças entre a história da Chapeuzinho original e essa versão: (Explicar que a versão da história é uma reescrita do mesmo tema com algumas modificações. As diferenças que podem ser apontadas são: as respostas da vovó para as perguntas feitas por chapeuzinho, a não presença do lobo mal que come a vovó, etc)

3) Cite duas semelhanças entre a história original e a versão de Mario Prata (Há o famoso dialógo entre Chapeuzinho e sua avó, ela leva uma cesta com guloseimas, etc)

Momento 6

Pedir para que os alunos pesquisem em casa e levem para a próxima aula um exemplo de conto a escolha deles. Comentar que existem muitos contos de diferentes países e regiões, além daqueles clássicos conhecidos por eles, como o da "Chapeuzinho Vermelho".

Momento 7

Na aula seguinte, pedir aos alunos para que leiam os contos que trouxeram.
Esses contos poderão ficar expostos em um painel ou em uma espécie de varal pendurado na sala com barbante e preso com grampo de roupa.

Avaliação

O professor avaliará se o aluno:

- soube recontar um conto muito conhecido;

- compreendeu a ideia de que uma história pode apresentar diferentes versões, a partir das respostas quanto as semelhanças e as diferenças entre "Chapeuzinho Vermelho" e ""Chapeuzinho Vermelha de Raiva";

- entendeu as especificidades de um conto ao selecionar um exemplo para levar para sala.

Opinião de quem acessou

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