Vivenciar a pulsação e a subdivisão rítmica em jogos musicais por meio do canto e do movimento corporal.

Resgatar e ampliar o repertório de jogos de mãos e brinquedos cantados.

Aprender sobre o processo de transmissão dos jogos musicais.

Realizar o jogo proposto em aula.

Uma aula de 50 minutos.

O hábito do canto nas aulas de música.

Associação do estímulo sonoro ao movimento corporal livre ou não.

Introdução

Os jogos de mãos fazem parte do repertório de brincadeiras da infância comum a quase todos os países e culturas, apresentando características similares no que diz respeito a temas, personagens, finalizações, gestos e formas de transmissão. Violeta Hemsy de Gainza, educadora musical argentina, aponta sua importância para a formação da criança e para o desenvolvimento de habilidades motoras, linguísticas e mentais, além de favorecerem o lado social e afetivo da criança. Quanto ao processo de musicalização, constituem importante ferramenta para o desenvolvimento do senso rítmico e do pulso musical, ao possibilitar a incorporação de padrões musicais por meio do canto e do movimento, de forma natural.

Ver:

GAINZA, Violeta Hemsy. Juegos de Manos: 75 rimas y canciones tradicionales com manos y otros gestos. Buenos Aires: Guadalupe, 1996.

http://www.violetadegainza.com.ar/

Caro(a) professor(a), chegamos ao segundo momento da coleção de aulas “Jogos de Mãos” e partiremos para a adaptação de brincadeiras tradicionais, transformando-as em jogos de mãos. Para tal, é necessário que os alunos já estejam familiarizados com alguns jogos e gestuais diversos (ver da aula 1 à aula 5), pois assim terão repertório para sugestão.

 

Atividade 1 

Como na aula 6 desta coleção (Ver: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13257), os alunos deverão selecionar mais uma brincadeira que será adaptada para o gestual de mãos. Sugerimos a retomada dos questionários previstos para a aula 1, para que seja feita nova coleta de jogos não praticados com o gestual de mãos. A partir de uma primeira seleção (cada aluno pode escolher dois jogos, por exemplo), faça uma votação entre a turma para a escolha da segunda brincadeira a ser transformada -  a transformação ocorrerá apenas em relação à forma de brincar, pois a música cantada é mantida. 

 

Faça suas próprias sugestões, caso a prática dos questionários seja inviável. Como segunda brincadeira deste momento do planejamento, sugerimos “Bambu Quiabu”.  

 

Atividade 2

Coloque a letra de “Bambu Quiabu” na lousa (quadro) e inicie um rápido processo de memorização com a turma. Apresentamos, a seguir, uma transcrição musical apresentada no livro "Música na escola: jogos e brincadeiras musicais - série didática", lançado pelo Conservatório e pela Prefeitura do Rio no ano de 2002.

“Bambu Quiabu”

Bambu Quiabu

Aroeira Mantegueira

Tirarás/Voltarás o (fulano)

Para ser bambu

Ouça uma outra versão melódica da canção no link abaixo (clique na faixa BAMBU QUIABU):

http://www.submarino.com.br/produto/2/21347006/cd+flores+e+frutas?menuId=201894 

 

Passos da atividade:

1) Leitura – faça a leitura do texto com a turma (lembre-se de que os alunos estão na fase de alfabetização). Varie a dinâmica, selecionando trechos que podem ser lidos por grupos diferentes ou mesmo selecionando palavras isoladas que podem ser lidas por toda a turma. Explique à turma a utilização das palavras “tirarás” e “voltarás”: cada uma será usada em diferentes momentos da brincadeira.

2) Cantar a música – cante com a turma algumas vezes. Varie o andamento e a tonalidade a cada repetição (optamos por escrever esta música na tonalidade de Dó maior, por ser adequada às vozes infantis. Procure, no momento da variação, estar atento a essa questão).

Observações:

- No momento em que todos cantam a frase “Tirarás o (fulano)”, proponha uma rápida brincadeira: você deverá escolher a criança que terá seu nome proclamado pela turma. O escolhido deverá parar de cantar até que seu nome seja entoado novamente, através da frase “Voltarás o (fulano)”. Sugira algumas rodadas.

- Sugerimos, para a execução da música, o uso de algum instrumento harmônico, como: piano, teclado, violão, acordeon ou cavaquinho.

 

3) Música e acompanhamento com palmas:

a) Sugira que a música seja cantada e que a turma bata palmas marcando a pulsação. Varie quanto às palmas (palmas graves, agudas) e quanto ao andamento a cada repetição.

b) Sugira que a música seja cantada e que a turma bata palmas seguindo o ritmo do que é cantado (melodia). Varie quanto às palmas (palmas graves, agudas) e quanto ao andamento a cada repetição.

c) Sugira que a música seja cantada e que a turma bata palmas de maneira livre, sem nenhuma orientação prévia. Varie quanto às palmas (palmas graves, agudas) e quanto ao andamento a cada repetição.

Observação:

A ordem de execução dos passos “a”, “b” e “c” pode ser modificada.

 

Atividade 3

Faça uma rápida execução da brincadeira, de preferência com duas a três rodadas, da maneira como é realizada tradicionalmente.

Como brincar?

Os alunos formam uma roda, em pé, sem dar as mãos. O canto se inicia e todos devem fazer um movimento pendular, para frente e para trás. Quando o nome de algum participante for citado, no momento da frase “Tirarás o (fulano)”, este deverá ajoelhar, continuando a fazer o movimento pendular. A brincadeira continua até todos se ajoelharem. A partir de então, a música se modifica – “Voltarás o (fulano)” - e todos os participantes vão sendo chamados, um a um, voltando à posição inicial.

Dicas

1) Varie o andamento e a tonalidade a cada rodada.

2) Nas primeiras execuções da brincadeira, você apontará os escolhidos a terem seus nomes proclamados pela turma no momento das frases “Tirarás “o (fulano)” e “Voltarás o (fulano)”.

3) Selecione alguns alunos para marcar a pulsação em instrumentos de percussão como clavas, caxixis, pandeiros, cocos, pandeirolas, tantans, enquanto a brincadeira acontece.  

 

Atividade 4

Proponha uma variação na execução da brincadeira. Toda a dinâmica descrita acima se mantém, com exceção do objetivo: a última criança a se ajoelhar será o “mestre” da próxima rodada, e será quem escolherá os participantes que deverão ajoelhar, um a um. Assim, no início de cada rodada, é escolhido um “mestre” que, ao longo das vezes em que a música é cantada, apontará para alguma criança que terá seu nome proclamado pelo resto e deverá ajoelhar.

Dica

1) Você deve determinar o que será considerado como uma rodada:  a realização da brincadeira inteira, incluindo os momentos em que todos abaixam e, posteriormente, levantam; ou se cada um desses momentos consistirá em uma rodada. Esta última opção torna a brincadeira mais dinâmica, pois os “mestres” são trocados em um espaço de tempo menor.  

Recursos da aula

Sugerimos o uso de um instrumento harmônico para o momento de execução da música da brincadeira: piano, teclado, violão, cavaquinho ou acordeon. O professor poderá utilizar também instrumentos de percussão para as atividades propostas acima.

SOUZA, Fernanda de. O brinquedo popular e o ensino de música na escola. Revista da ABEM, Porto Alegre, V.19, p. 75-81, mar.2008. http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista19/revista19_artigo8.pdf

“A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL” http://www.revistacefac.com.br/revista82/artigo01.pdf

Texto sobre Brincadeira de Roda: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=299&textCode=7582&date=currentDate

O professor, ao longo da aula, deverá observar se a participação dos alunos quanto à seleção dos jogos foi ativa e se houve cooperação para o rendimento das atividades propostas de memorização e execução da brincadeira. Ao final da aula, deverá observar se os alunos conseguem realizar a brincadeira "Bambu Quiabu".