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Assemblagens a partir de obras de Alexandre França

 

19/05/2010

Autor e Coautor(es)
Marileusa de Oliveira Reducino
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Elizabet Rezende de Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:

  • Conhecer parte da produção poética de Alexandre França;
  • Exercitar a leitura de imagem de obra do artista Alexandre França;
  • Reconhecer objetos cotidianos que, ao serem visualizados provoquem a identificação com a casa de moradia;
  • Discutir sobre assemblagem, equilíbrio, organização estética e planos;
  • Elaborar uma produção plástica a partir dos objetos reconhecidos.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Sobre o artista Alexandre França:

Alexandre França (1967) graduou-se em Licenciatura em Artes Plásticas em 1988 na Universidade Federal de Uberlândia onde, em 1998, também fez Especialização em Ensino de Arte. É um artista multimídia que expõe com freqüência suas produções, participando de festivais de vídeo. Consultor do espaço Multimídia Casa de Idéias que funciona como escola, galeria, studio, escritório e loja desde 1989. Trabalha como professor na Universidade Federal de Uberlândia desde 1991. O design de interiores também tem sido uma constante no trabalho e na vida do artista. É um dos organizadores do Festival de Arte do Departamento de Artes Visuais da FAFCS/UFU, realizado anualmente a partir de 2002. Coleciona cerca de 50 exposições individuais e outras coletivas. Mora e trabalha em Uberlândia, Minas Gerais.(Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – 2 CD-Rom do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU, 2007.)   

“O atista multimídia mineiro, Alexandre França, divide sua ordem do dia entre pinturas, desenhos, objetos, vídeos, aulas, projetos, decorações... Ele transita de forma muito familiar entre essas categorias de linguagens, movido por uma necessidade interior de viver a plenitude da arte num ritmo de ardente pulsão. Em meio a esse pluralismo criativo, ele as habita sem segregá-las, e sim, primando por uní-las numa tessitura, particular, coesa, que sem dúvidas, o identifica, no todo mais complexo de cada especificidade. O artista se joga em experimentações, sem bússulas, mapas, guias, é ali no embate do fazer, do caso e do acaso, que ele vai extraindo so substrato necessário para comunicar suas verdades e mensagens visuais.” (DUARTE, Aninha. Di versos. In: FRANÇA, Alexandre. Arte e design. Uberlândia: Gráfica Brasil, 2009.)

Estratégias e recursos da aula

Aula 1

  • Apresentar, ler e discutir com os alunos o texto sobre leitura de imagens;
  • Segue sugestão a baixo:

Leitura de Imagem

  • Quando pensamos em leitura de imagens nossas referências buscam  a ação que o ser-humano alfabetizado possue de compreender a organização das letras em palavras e  as palavras em um texo. No entanto, a leitura não se concentra somente nesse universo  de organização textual, a leitura permite a decodificação do mundo que nos rodeia, repleto de mensagens, principalmente, as imagéticas. Não nos esqueçamos que vem da pré-história o interesse do homem em analisar e interpretar imagens. A linguagem veiculada pela imagem é a visual, a qual denominamos de leitura visual, uma outra maneira de se ler o mundo além da leitura textual. Nesta leitura, decodificamos imagens no lugar das letras, que, às vezes, se apresentam de forma clara e objetiva outras não, exigindo do expectador uma atenção mais apurada para a decodificação de seus códigos imagéticos. A leitura visual faz parte de nosso cotidiano e muitas vezes não nos damos conta disso. A todo momento, estamos nos deparando com objetos (carros, mobílias, casas, etc), ou com pessoas (alto, baixo, gordo, bonito, feio, e outros), com infinitas informações que, muitas vezes, pela sua constante presença em nosso cotidiano nos passam desapercebidos. Lemos estas imagens silenciosamente, muito mais com nossas percepções superficiais do que com as da racionalidade. Assim, a interpretação de uma imagem passa pelo entendimento da composição, da temática abordada e do processo de elaboração percorrido pelo artista para a construção da imagem observada. Vale ressaltar que ao lermos uma obra buscamos em nosso banco de memórias referências cotidianas para compreendermos os símbolos organizados pelos artistas em seu trabalho. Neste sentido, ao iniciarmos a leitura de uma imagem necessitamos de um tempo para a observarmos, pensarmos e analisarmos as possíveis descrições que conduzirão nosso entendimento. Ao nos depararmos com uma imagem criamos em nossa mente pensamentos novos a partir de nosso repertório e das informações e significados apresentados pelo artista. Diante disso, as leituras podem ser coincidentes em alguns aspectos, mas certamente idividuais, já que cada indivíduo possui um arquivo ou um banco de dados, diferente dos outros indivíduos. Nesta linha de pensamento, podemos dizer, então, que a leitura de imagem seria a observação e a análise de uma poética, seja ela escultura, pintura, instalação, e outros, explorada pelos diferentes sentidos (tátil, olfato, auditivo, visual, et) e sua posterior descrição. E, que ao nos depararmos com uma imagem, reconhecermos de que estamos observando o resultado de uma produção plástica realizada por um artista. A seguir, podemos  iniciar  uma investigação sobre o processo de elaboração da obra, técnicas, composição, etc, posteriormente a biografia do artista.

Fonte: Autoria e acervo Marileusa Reducino

      

  •  Apresentar em slides, para os alunos, imagens da produção poética de Alexandre França.

O artista Alexandre França - Foto e Acervo do artista. Disponível em: (Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – 2 CD-Rom do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU, 2007).

 

  • Exercitar, com os alunos, a leitura de imagens a partir da projeção dos slides
  • Seguem algumas imagens:

 

Alexandre França, Sem título, 2005. Materiais mistos em caixa de MDF, 100 x 60 cm. Foto: Alexandre França  - Fonte: Acervo do artista. Disponível em: (Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – 2 CD-Rom do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU, 2007).

 

 

Alexandre França, Sem título, 2005 Materiais mistos em caixa de MDF, 60 x 60 cm. Foto: Alexandre França Fonte: Acervo do artista. Disponível em: (Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – 2 CD-Rom do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU, 2007).

 

 

 

Alexandre França, Sem título, 2005 Materiais mistos em caixa de MDF, 60 x 60 cm. Foto: Alexandre França Fonte: Acervo do artista. Disponível em: (Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – 2 CD-Rom do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU, 2007).

 

  •  Levantar questões que levem o aluno a refletir sobre a origem dos objetos utilizados na composição das obras de Alexandre França;
  • Solicitar de cada aluno a socialização de suas percepções e sentimentos;
  • Estabelecer uma relação entre os objetos da obra de Alexandre França e o cotidiano do aluno;
  • Sugerir para que, na próxima aula os alunos, tragam objetos que tenham referência com seu cotidiano social, familiar e escolar.

Aula 2

  • Discutir com os alunos sobre alguns conceitos das artes visuais necessários para a elaboração do trabalho plástico a ser proposto;
  • Reservar o laboratório de informática para que os alunos possam pesquisar sobre assemblagem, equilíbrio, organização estética e planos;
  • Seguem sugestões abaixo:

Sobre Assemblagem:

  • O termo assemblagem é incorporado às artes em 1953, cunhado por Jean Dubuffet (1901 - 1985) para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das colagens". O princípio que orienta a feitura de assemblagens é a "estética da acumulação": todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa romper definitivamente  as fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp (1887 - 1968) e pelas obras Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887 - 1948). A idéia forte que ancora as assemblagens diz respeito à concepção de que os objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o  sentido original. Menos que síntese, trata-se de justaposição de elementos, em que é possível identificar cada peça no interior do conjunto mais amplo. A referência de Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação de materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que se incorpora à arte do século XX com o cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e Georges Braque (1882 - 1963). Ao abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas limitações da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, o que pode dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Em 1961, a exposição The art of Assemblage, realizada no Museum of Modern Art - MoMA de Nova York, reúne não apenas obras de Dubuffet, mas também as combine paintings de Robert Rauschenberg (1925 - 2008) e a junk sculpture, e isso leva a pensar que a assemblagem como procedimento passe a ser utilizada nas décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados Unidos, por artistas muito diferentes entre si. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=325> Acesso em: 29/08/2009.   Sobre equilíbrio: Diz que uma imagem está equilibrada, ou seja, tem equilíbrio gráfico, quando todos os elementos que a compõe estão organizados de tal forma que nada é enfatizado, todos passando uma sensação de equilíbrio visual. [...] Uma imagem está desequilibrada, quando alguns elementos estão enfatizados de tal forma que estes parecem pesar apenas um lado da imagem. Isso não quer dizer assimetri, pois assimetria também pode ser equilibrada. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Equil%C3%ADbrio_gr%C3%A1fico    

 

Sobre organização estética:

  •  A materialidade ou organização estética na obra de arte é um modo de arranjo de elementos e/ou objetos que permitem ao expectador associá-lo à referencias de suas experiências cotidianas, sociais, psicológicas e outras inerentes ao seus sentidos. Assim o objeto, a imagem, a escultura, a instalação e outras expressões plásticas ganham sentido estético. Sugestão de link:  Formalismo e Recepção: procedimentos para estrnhar: Disponível em: http://www.portalabrace.org/vcongresso/resumosteorias.html    

 

Sobre planos:

  • A linguagem visual constitui a base da criação do design. Há princípios, fundamentos ou conceitos, com relação à organização visual, que podem resolver situações problemáticas na realização de um projeto. O designer pode trabalhar sem esse conhecimento consciente, usando seu gosto pessoal e sensibilidade estética que são muito importantes, porém, uma compreensão dos fundamentos ampliará sua capacidade de organização, facilitando enormemente seu processo de criação. [...] Se quiséssemos refletir sobre o número de vocábulos suficientes para se formar uma Linguagem Visual poderíamos ter como resposta que os principais são basicamente: o ponto; a linha; o plano; o volume e a cor. Com tão poucos elementos básicos, e que nem sempre se apresentam em conjunto, forma-se toda a expressão visual na arte e no design na sua mais imensa variedade de técnicas e estilos. [...] O PLANO – Conceitualmente, a trajetória de uma linha em movimento, (em outra que não seja sua direção intrínseca) se torna um plano. Como elemento visual, possui comprimento e largura, tem posição e direção, é limitado por linhas e define os limites extremos de um volume. Em uma superfície bidimensional, todas as formas planas que não são comumente reconhecidas como pontos ou linhas, são formas enquanto plano. As formas planas possuem uma variedade de formatos que podem ser classificados como: 1 - Planos Geométricos – Constituídos matematicamente. 2 - Planos Orgânicos – Limitados por curvas livres, sugerindo fluidez e crescimento. 3 - Planos Retilíneos – Limitados por linhas retas que não se relacionam umas com as outras matematicamente. 4 - Planos Irregulares – Limitados por linhas retas e curvas que também não se relacionam umas às outras matematicamente. 5 - Planos Caligráficos – Criados sem auxílio de instrumentos, composto por linhas orgânicas. 6 -Planos Acidentais – Determinado pelo efeito de processos especiais ou obtidos ocasionalmente. Disponível em; http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/_uploads/documentos-pessoais/documento-pessoal_314.pdf    

 

  • Pedir aos alunos que socializem com os  colegas os conceitos pesquisados;
  • Providenciar, para a próxima aula caixas de sapatos vazias.

 

 Aula 3

  • Pedir aos alunos a elaboração de uma composição a ser montada dentro da caixa de sapatos a partir dos objetos trazidos anteriormente;
  • Relembrar, com os alunos, as obras de Alexandre França e os conceitos trabalhados nas aulas anteriores, para que os alunos referendem seus trabalhos a partir da leitura das imagens e dos conceitos adquiridos;
  •  Acompanhar o processo criativo dos alunos.    

 

Aula 4 

  • Expor os trabalhos nos corredores da escola; Solicitar que cada aluno escolha o trabalho de um colega para fazer a sua leitura visual, utilizando para esta os conceitos aprendidos.
Recursos Complementares

As bodas de prata de Alexandre França - Disponível em: http://200.233.221.253/texto/2010/01/20/42941/as_bodas_de_prata_de_alexandre_fran.html 

Alexandre França apresenta na Oficina Cultural seus novos trabalhos. Disponível em: http://www.correiodeuberlandia.com.br/?tp=coluna&post=4252&uid=47 

Arte Efêmera. Disponível em:http://novitazinha.blogspot.com/2009_05_21_archive.html 

Avaliação

A avaliação, neste trabalho, será realizada na última aula, uma vez que nesta o aluno exercitará, na prática, a leitura de imagem, pautada nos conceitos estudados.  

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