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As gírias de cada região

 

18/06/2010

Autor e Coautor(es)
Livia Fagundes Neves
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JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Andréa Vassallo Fagundes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: variação linguística: modalidades, variedades, registros
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá:

Compreender a diversidade de gírias existentes em diferentes regiões do Brasil.

Desenvolver a leitura a partir de um texto informativo a respeito de “gírias em diferentes regiões.”

Pesquisar diferentes gírias existentes em diversas regiões do Brasil.

Desenvolver a oralidade e a escrita através da apresentação dos resultados da pesquisa realizada.

Duração das atividades
Aproximadamente 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O aluno precisará já ter compreendido o que são "gírias".

Será necessário, também, que o aluno já tenha conhecimento geográfico acerca das regiões do Brasil e dos estados brasileiros.

Estratégias e recursos da aula

Momento 1

Para iniciar a aula, o professor colocará para os alunos ouvirem (quantas vezes julgar necessário) o seguinte áudio disponível no site abaixo, sem comentar com os alunos do que se trata o conteúdo do audio:

http://www.youtube.com/watch?v=KeWm8uGF8Rc&NR=1 

Momento 2

Em seguida, com a ajuda dos alunos, anotará no quadro as palavras ou expressões identificads e ouvidas no áudio pelos alunos:

- "Caracas"

- ""Chega disso

- "Deixa disso"

- "Geral toda"

- "Caramba"

- "Toladinha"

- "Ai moleque"

- "Ih Já é"

- "Manero"

- "Flamengo e vasco"

- "E ai, mei brother"

- "Vou comer pastel"

Momento 3

Após essa identificação, o professor perguntará se os alunos sabem o que são aquelas palavras ou expressões ouvidas por eles e os informará, caso seja necessário, que são gírias, utilizadas no Rio de Janeiro.

O professor perguntará para os alunos se eles já ouviram alguma daquelas gírias e se eles sabem seus significados.

O professor, então, pedirá aos alunos exemplos de gírias faladas por eles na região em que moram (Esses exemplos e o conhecimento das gírias dependerá da região na qual a aula será aplicada.)

Momento 4

O professor entregará o seguinte texto para os alunos lerem e colarem no caderno:

Gírias

"Olha que Bicha Boa. Aquele armário é muito cagado. Ganhou ela. E aquele curubau comendo pêta? Parece o cão chupando manga!"

Não entendeu nada? Isso acontece porque essa frase está repleta de gírias. Essas palavras, assim como “bufante” , “Trampo-roça”, “Zezé” e “Alice”, fazem parte de gírias e expressões que identificam e dão características especiais ao grupo que as utiliza, segregando-os e dando identidade a eles. Como exemplos as palavras que acabamos de citar. A frase “traduzida” seria: “Olha que menina bonita. Aquele rapaz forte é muito sortudo. Ele está com ela. E aquela menina feia comendo biscoito de polvilho? Ela é realmente muito feia!”. Já as palavras, pertencem cada uma a um grupo distinto. “Bufante” é uma gíria criminosa, que significa revólver; “trampo roça” é usada entre motoboys e define um lugar difícil de se fazer uma entrega; “Zezé” é comum entre os feirantes e denomina aqueles fregueses que apertam as frutas e não as compram e “Alice” é, no contexto GLS , uma pessoa boba.

 No dia-a-dia, em conversas rotineiras, em grupos de amigos ou em diversas regiões, nosso modo de falar varia conforme a situação e os ouvintes. As gírias e as expressões estão tão enraizadas em nosso cotidiano que, às vezes, nem percebemos a sua utilização. Elas são, muitas vezes, necessárias para enfatizar nossos pensamentos. É comum também que a explicação de seus significados se dê através de outras gírias. Nas gírias e expressões estão embutidos pré - conceitos, revelando a nossa forma de encarar o mundo.

 As gírias e expressões são definidas de acordo com o tempo, meio, classe, profissão ou preferência. As gírias e expressões típicas de cada lugar, por exemplo, mostram a maneira como os habitantes daquele lugar vêem o mundo. Elas demonstram o recorte de mundo feito por eles. Esse recorte de mundo é influenciado, tanto pelo meio em que as pessoas vivem, quanto por suas experiências. Por isso, um nordestino e um gaúcho utilizam palavras distintas para designar um mesma coisa. Exemplos clássicos são os casos da Manihot esculenta, um alimento que é conhecido por diversos nomes como mandioca, aipim e macaxeira e o da prostituta, que recebe outras denominações como quenga, messalina, chinoca.

As gírias são constantemente utilizadas por políticos em campanha eleitoral. Eles usam esses artifícios linguísticos para parecerem mais próximos do seu eleitorado. Ao fazerem uso de palavras facilmente reconhecidas pelas pessoas de uma região, os candidatos aparentam viver na mesma realidade que seus eleitores, dando a falsa impressão que ambos pertencem a um mesmo mundo. Quando palavras são criadas, todo um mundo se cria junto com elas e, desse mundo, só faz parte quem é capaz de entender o significado delas.

Texto adaptado, retirado do site: http://www.jorwiki.usp.br/gdnot07/index.php/G%C3%ADrias_e_Express%C3%B5es:_A_Palavra_como_Identidade_Cultural 

Após a leitura do texto pelos alunos, o professor realizará uma leitura em voz alta e comentará o texto, conversando com os alunos a respeito das diferenças de gírias em cada região, as quais criam inclusive uma IDENTIDADE para um determinado grupo, como exposto no texto.

O professor comentará, também, que as gírias variam de acordo com a faixa étaria do falante (idade) e com a classe social, por exemplo. Assim, uma pessoa jovem utiliza gírias que uma pessoa mais idosa não o faz.

Momento 5

Com base no texto, os alunos responderão às seguintes perguntas no caderno:

1) Por que a primeira frase do texto não é entendida por muitas pessoas? (Porque ela apresenta diversas gírias típicas de uma região.)

2) Além da diferença entre regiões, quais outros fatores que influenciam no uso das gírias? (tempo, meio, classe, profissão ou preferência)

3) Por que os políticos utilizam gírias de diferentes regiões? (Para se aproximarem do público)

4) Por que as gírias criam identidades (Pois são características de cada região, ou de cada grupo e acabam por identificar esse grupo.)

5) O não entendimento das gírias pode gerar problemas de comunicação? (Sim, se as pessoas não entenderem as gírias, podem não entender o conteúdo de uma sentença)

6) Você conhece outros exemplos de "coisas" conhecidas por vários nomes, dependendo da região? (Resposta pessoal)

O professor, após um tempo de realização da atividade, a corrigirá, ouvindo algumas respostas dos alunos e as comentando.

Momento 6

A partir da correção da questão 6, da atividade anterior, o professor despertará a curiosidade do aluno para conhecer as gírias de diferentes regiões.

Assim, o professor irá sugerir que os alunos se dividam em grupos e que cada grupo fique encarregado de apresentar gírias de uma região ou estado a ser definida. (a escolha dos Estados deve variar de acordo com a região na qual os alunos estão inseridos. Uma escola em Minas Gerais, poderá pesquisar gírias do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Espírito Santo, etc.)

É importante que o professor oriente essa tarefa, informando aos alunos que eles podem realizar essa pesquisa na internet, ou perguntar para algum amigo de outro estado ou para um parente.

As gírias encontradas serão anotadas pelos grupos em folhas ofício, bem como os significados dessas gírias.

Momento 7

Em um dia combinado, os alunos entregarão a folha com a pesquisa para o professor e apresentarão as gírias encontradas para os outros amigos.

Momento 8

Seria interessante ainda criar um blog da turma, no qual os alunos poderão registrar na internet as gírias encontradas de cada região e outras pessoas poderão contribuir acrescentando nesse blog outras gírias.

Recursos Complementares

Alguns exemplos de gírias, próprias de diferentes regiões, estão no site abaixo:

http://www.jorwiki.usp.br/gdnot07/index.php/Exemplos_de_g%C3%ADrias_e_express%C3%B5es_regionais 

Avaliação

Nesta aula, o professor avaliará as respostas dos alunos a respeito do texto, verificando se eles o compreenderam.

Avaliará, também, a pesquisa realizada pelos alunos, verificando se eles foram capazes de encontrar gírias da região solicitada,bem como registrar seus significados e de apresentá-las oralmente para os colegas.

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