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Instalação a partir do processo de criação da artista Cíntia Guimarães

 

29/07/2010

Autor e Coautor(es)
Marileusa de Oliveira Reducino
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Elizabet Rezende de Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Produção do aluno em arte visual
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:

  • Conhecer o processo de criação de Cíntia Guimarães, com enfoque na pesquisa sobre pés;
  • Selecionar recortes de pés calçados;
  • Perceber nos recortes elementos como cor, forma, estação do ano, classe social, passeio e trabalho;
  • Elaborar uma instalação a partir de calçados que possam trazer ao expectador a percepção de suas diferentes identidades.
Duração das atividades
5 Aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Sobre Cíntia Guimarães:

  • Cíntia Guimarães Santos Sousa. Doutoranda em História pela FCHF/UFG desde Março de 2007. Mestre em Cultura Visual/UFG. Especialista em Arte e Ensino de Arte. 1996 a 1998/ UFU. Graduada em Ed. Artística Habilidade em Artes Plásticas. 1993/ UFU. Professora Substituta no Departamento de Artes Plásticas/UFU de Abril de 2005 a Abril de 2007 e de 2000-2002. Principais exposições: Instalação Das dobras e superfícies de um corpo na Galeria da Koralle, Janeiro de 2007, Porto Alegre/RS. Vídeo CROISEMENTS/CRUZAMENTOS, Sala Claude-Jutra, Montreal/Quebec, 2006. Dos Trajetos Aos Lugares Para Repouso Do Corpo, Ateliê Cíntia Guimarães, Uberlândia, 2005. Diálogos Possíveis 2, Galeria de Arte da Faculdade de Artes Visuais/UFG, Goiânia/GO, 2004. Curadora da exposição Xerox Action: Hudinilson Jr., Museu Universitário de Arte/UFU, Uberlândia/MG, 2003. XI Salão Municipal de Artes Plásticas – FUNJOPE, Prêmio especial do júri – aquisição, João Pessoa/PB, 2003. Marcações, Museu Universitário de Arte-MunA/UFU, Uberlândia, 2002. Instalações de Fotografia: Exposição da 12ª Concorrência de Talento Emergentes da Cemig, Belo Horizonte/ MG, 2002. (Disponível em:  Poéticas Visuais no Triângulo Mineiro: ensaios e Precepções. 2° CD-ROM do Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU 2007).

  • Sobre Instalação:

Instalação é um lugar. A sala ou um outro espaço onde o artista realiza o trabalho é também tratado como um material. O espaço é incorporado ao conceito do trabalho. Este espaço pode ser construído, delimitando áreas dentro de outro espaço, como por exemplo, em museus ou em eventos que geralmente se realizam em grandes prédios com características de pavilhões. Mas na maioria das vezes, o artista se apropria de uma sala já existente que será transformada por seu trabalho. Espaços externos também são apropriados e transformados em instalações que repensam o espaço real. [...]

A instalação remete à escultura ou à arte objetou pelo uso do espaço tridimensional, mas deles se distingue bastante. Isto porque o corpo do espectador de uma escultura apreende suas possibilidades numa dinâmica sujeito/objeto/espaço/tempo sem penetrar no interior da área ocupada pela escultura. Exceções podem ser pensadas nas esculturas em grandes dimensões encontradas, sobretudo em espaços públicos. A escultura usa o espaço tridimensional, mas raramente oferece um espaço para ser habitado, numa relação de se estar dentro ou fora. Portanto, a instalação expande as questões da escultura. Não se trata somente de ocupar uma determinada área do espaço como as peças escultóricas, mas de se apropriar de uma arquitetura chamando a atenção para o lugar que é transformado. O grande cubo que envolve o corpo do visitante é manipulado para se tornar um espaço de experiências estéticas.

O conceito de instalação está ligado ao conceito de caixa ou cubo. Há quatro partes que fecham um espaço. É um lugar onde se entra com o corpo e que nunca poderá ser fruído na totalidade de suas relações espaciais e temporais de uma só vez. Dentro de uma caixa pode-se andar, retornar, mas sempre se faz uma montagem de momentos já vividos durante os percursos para que se construa na mente o todo da obra. É criado um todo pelas relações espaciais entre os objetos numa relação com o espaço arquitetônico, e o participante é obrigado a ver a si próprio como parte da situação criada. Ele está envolvido numa experiência perceptiva nova, de corpo inteiro.

As instalações se caracterizam por apresentar a sala como a quarta dimensão. Todas as situações trabalham o conceito de espaço como se integrando ao conceito do trabalho. Interessam os limites onde o corpo se movimenta.

No ambiente de instalações, é sempre exigida a participação direta do espectador na exploração do espaço da sala pelo deslocamento de seu corpo entre os dispositivos, numa espécie de "presença cênica". (BEARZI, Diana e GAYESKI, Rosane. Caixas de memórias. Disponível em:  http://www.artenaescola.org.br/sala_relatos_artigo.php?id=17      ) 

Estratégias e recursos da aula

Aula 1 

  • Separar para esta aula revistas, tesouras, cola e papel craft (1m);
  • Colar o papel craft na parede da sala;
  • Pedir aos alunos que recortem pés com diferentes calçados e colem-nos no papel craft fixado em uma das paredes da sala de aula;
  • Perguntar aos alunos se a partir das imagens observadas podemos identificar alguns elementos, tais como: cor, forma, estação do ano, classe social, estilo, esporte, lazer, trabalho, passeio e outros que, por ventura, as imagens possam transparecer;
  • Discutir com os alunos se os calçados podem refletir sobre a identidade de quem o usa;
  • Provocar os alunos a refletirem sobre os estilos de calçados que preferem para os diferentes momentos sociais de suas vidas;
  • Pedir para os alunos pensarem em estilos que não usariam e o porquê, respondendo, ainda a seguinte pergunta:
  • Os meus calçados refletem um pouco do que sou?
  • Solicitar aos alunos que separem em casa e tragam para a próxima aula, calçados que permitam a identificação dos elementos percebidos nas imagens apresentadas na aula e nas reflexões dialogadas.

Aula 2 

  • Apresentar aos alunos, slides que demonstram o percurso de criação da artista plástica Cíntia Guimarães;
  •  Explicar para os alunos durante a apresentação das imagens, o processo de criação da artista em questão;
  • Dizer aos alunos que todo artista possui seu processo de criação que vai amadurecendo ao longo de suas produções; que é um exercício que exige pesquisa, experimentação, processo este que nem sempre é rápido, podendo demorar dias, semanas e até mesmo anos; que o percurso de criação do artista nos fala também de sua identidade, ou seja, de seus gostos, de suas preocupações, de sua percepção do mundo em que vive e de como representa esteticamente este conjunto de informações que lhe pertence e que almeja socializar com outras pessoas;
  • Falar para os alunos sobre a biogradia de Cíntia Guimarães;
  • Segue sugestão: Cíntia Guimarães é uma artista mineira, residente em Uberlândia e possui um ateliê em sua casa no qual e que desenvolve seus trabalhos tanto em artes visuais quanto em fotografias, como também expõe, promove cursos, e divulga trabalhos de outros artistas. Seu percurso artístico iniciou com um trabalho cuja temática foram os pés, primeiramente, de seus familiares e, posteriormente, o de outras pessoas que xerocava e, por meio da assemblagem, compunha-os em sua poética. Em suas andanças e pesquisas sobre este tema, encontrou em Monte Alegre de Minas uma senhora que nunca havia calçado sapatos, a Maria pé no chão, apelido pelo qual é conhecida na cidade. O resultado do encontro entre Cíntia Guimarães e Maria pé no Chão resultou em um trabalho de pesquisa, em artes visuais, muito interessante. Cíntia realizou filmagens, fotografou, entrevistou e apresentou ao público uma instalação que permitia a interação do público com as imagens da Maria Pé no Chão instaladas no Muna, o Museu de Arte da Universidade Federal de Uberlândia. Essa instalação tinha ao fundo o som da voz da Maria Pé no chão.  
  • Autoria do texto: Marileusa Reducino

  • Apresentar aos alunos imagens que mostrem o início do processo de criação da artista quando do uso das xerox, bem como as fotos da instalação Maria Pé no Chão e a interação do público com a mesma:

  Cíntia Guimarães, “Sensibilidade a flor do pé” Técnica mista, 1998 (Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm  Acesso em: 10/05/2010) 

Cíntia Guimarães, Sem Título – Série Peregrinações, 1998. Xérox e técnica mista. 100 X 75 cm . Foto: Cíntia Guimarães Fonte: Acervo da artista(Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm  Acesso em: 10/05/2010); 

Cíntia Guimarães, Eu e minha filha – Série Peregrinações, 1998. Xérox e técnica mista. 70 X 60 cm. Foto: Cíntia Guimarães Fonte: Acervo da artista (Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm    Acesso em: 10/05/2010);

Cíntia Guimarães, Sem Título, 2001(Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm  Acesso em: 10/05/2010). 

Cíntia Guimarães, Instalação Maria Pé No Chão, 2002-2004 (detalhe). Fotografia plotada sobre PVC, recortada e instalada no piso, 250 X 200 cm.  Foto: Cíntia Guimarães Fonte: Acervo da artista (Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm  Acesso em: 10/05/2010); 

Instalação Maria Pé No Chão. (2002/2004)Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pesquisa04.htm   Acesso em: 11/05/2010).

Aula 3 

  • Relembrar com os alunos que na primeira aula recortaram imagens de pés calçados, fixaram-nas no papel craft e fizeram a leitura das mesmas a partir dos dados que estas lhe davam, somados às suas experiências cotidianas e refletiram sobre a possível identidade de quem os calçava;
  •  Recapitular com os alunos o processo criativo da artista Cíntia Guimarães e provocar uma associação entre as imagens recortadas e as imagens do percurso da artista Cíntia Guimarães;
  •  Expor na sala de aula os calçados que os alunos trouxeram;
  •  Distribuir aos alunos uma folha de papel sulfite A4;
  •  Dizer aos alunos que um artista, em seu processo criativo, pensa seu trabalho, primeiramente, a partir de desenhos, esboços, rascunhos, de forma a estudar a melhor forma estética para sua apresentação;
  •  Solicitar que os alunos façam um desenho/estudo, com o intuito de realizar uma instalação elaborada com os calçados que trouxeram e que permitam ao expectador a reflexão sobre a identidade de quem provavelmente usaria estes calçados;
  •  Mostrar aos alunos os esboços realizados e eleger um, dentre todos, para ser desenvolvido.

Aula 4 

  • Escolher, com antecedência um espaço na escola onde a instalação poderá ser montada;
  •  Montar, com os alunos, a exposição  e providenciar cartazes de divulgação;
  •  Sugerir aos alunos “Identidades Pisantes”, como título da Instalação.

Aula 5 

  • Receber o público e coletar suas percepções;
  • Instigar o público a interagir com a obra, calçando os objetos ou reelaborando uma outra configuração estética para sua apresentação no espaço de exposição;
  •  Solicitar aos alunos que durante o período de exposição, pensem sobre as referências teórico, imagéticas que permearam o processo de aprendizagem até a culminância da instalação, registrando suas reflexões por escrito.            
Recursos Complementares
Avaliação
  • A avaliação, neste trabalho, será realizada durante o desenvolvimento das aulas, tendo como enfoque: as discussões sobre o processo criativo da artista plástica Cíntia Guimarães; a compreensão sobre o processo de investigação, pesquisa e o resultado auferido na instalação poética. Como, também, por meio da análise do material escrito pelos alunos, solicitado na última aula, de forma que se possa perceber o processo de aprendizagem do aluno sobre os assuntos estudados/vivenciados.
Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Jael Massoni Lima, E.E. MARIA CECÍLIA TEIXEIRA PINTO , São Paulo - disse:
    jael_massoni@yahoo.com.br

    05/03/2013

    Cinco estrelas

    Gostei do modo como foi apresentado o processo de criação, pois queria fazer este ano diferente do que planejei o ano passado que não apresentou o resultado que eu esperava. Obrigada


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