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Tucuxi, Mapinguari e o meio ambiente

 

31/01/2011

Autor e Coautor(es)
MARIA LUCIA BRANDAO DOS SANTOS
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RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Matemática Números e operações
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Conhecer uma das manifestações da literatura  brasileira: a lenda.
  2. Identificar, numa lenda, a necessidade de sua criação.  
  3. Apontar o problema denunciado e suas possíveis soluções.
Duração das atividades
3aulas de 50 min.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  1. Não há necessidade de conhecimentos prévios.  
Estratégias e recursos da aula

1ª momento:

  • Com a turma sentada em roda, distribuir o texto: “Tucuxi Dançarino” e perguntar se os alunos conhecem o significado das palavras:

                   TUCUXI               CABOCLA               GALPÃO

          Depois do estudo do vocabulário, realizar a leitura coletiva do texto, para que a turma descubra e responda:   

  1. Quem era Tucuxi?
  2. Por que ele não podia tirar o chapéu?
  3. O que fez quando percebeu que o dia começava a nascer?
  4. Onde o tucuxi e a moça foram morar?
  5. O que significa “chover no molhado”?   

          Narrar a lenda:

Tucuxi Dançarino

Fonte da imagem: http://4.bp.blogspot.com/_dCYfSSs_35E/TG0y4sGenrI/AAAAAAAAB_o/ltgO6c8kO4M/s1600/boto2.jpg

 rrrrrrrr

 

 

          Das histórias que guardo do boto tucuxi, prefiro a que me contou minha velha amiga Francisca Beltrão, moradora de Barreirinha:

          Era uma noite de festa no arraial do Lago do Sampaio. O baile no galpão coberto de palha já estava animado quando ele chegou.

          Era um rapaz bonito, todo de branco e chapéu de palhinha. Dizem que não pode tirar o chapéu porque senão pulam peixinhos por um furo que ele tem no alto da cabeça.

          Pois bem, escolheu a cabocla mais formosa do salão e dançou com ela, só com ela, a noite inteira, sem parar. Não falavam, mas ele não tirava os olhos dela.

          De repente, pelo canto das corujas que se despendiam das estrelas, se deu conta que o dia começava a nascer. Largou a moça e saiu correndo e se atirou n’água  lá do alto do barranco. No meio do salto foi se desencantando, virando o boto que sempre foi. Porque boto só se encanta de noite.

          - Ora, Francisca- comentei-, você está chovendo no molhado. Essa história eu a conheço igualzinho desde meu tempo de rapaz.

          - É, mas,você não sabe do melhor. Eu vi, com estes meus olhos feitos para ver de verdade, quando a moça enamorada também saiu correndo atrás do boto e se atirou n’água de roupa e tudo.

          Nunca mais apareceu.

          Melhor pra ela. Hoje vive feliz no palácio encantado do boto, feito todo de madrepérola, lá na fundura das águas, onde o tempo e o amor nunca se acabam- concluiu dona Francisca.    

          Fonte do texto:  ”  Livro Amazonas – no coração encantado da floresta- Thiago de Mello- Ed. Cosacnaify   

 

2ª momento:

           Narrar a lenda:   

O Mapinguari

 

Fonte da imagem:http:// http://www.bing.com/images/search?q=mapinguari&view=detail&id=F1AED3998660871C20D3F762BEC2E18E40B464AD&first=31&FORM=IDFRIR

nnnnnnnnnnn 

            Era de tardinha quando gritaram por mim bem pertinho da janela aberta para o rio. Reconheci a voz: Era Dona Luiza, vizinha na rua da terra preta do Castanhal, em Barreirinha. Levantei-me da rede, onde me deliciava vendo o japiim cantar imitando outros pássaros, para atender a amiga que aflita já estava pela casa:

          - O Euclides acaba de chegar da mata e está ardendo de febre. Fala, que como delirando, no Mapinguari. Estou com medo que ele fique como o Beré, você não se lembra?, viu o Mapinguari e ficou doido pelo resto da vida.

          Lá me fui com ela.

          Depois de um bom escalda-pés, preparamos um bom chá de folha de limeira e capanaúba e pusemos folhas de hortelã com copaíba na fronte dele. O homem da Luiza foi serenando, murmurando palavras incompreensíveis. Demorou para adormecer.

          Agora preciso contar uma coisa que não disse nem pra mulher. Eu fiz um malfeito. Fiz de conta que não vi o gavião Pinagé no toco do pau, bem na boca do Igarapé do Pucu. Ele estava ali, a modo só de ma avisar. Todinho de costas, sem se mexer, aquelas costas todas cor de barro.

          O Pinagé é gavião de má fama, porque pega animal vivo pequeno, calango, peixe, pinto. Pois olhe: Para o homem o coraçãozinho dele só tem bondade.Quando te espera do peito pra frente, aí! peito lindo azulado, chega a brilhar no sol; então tu já sabes que a sorte vai contigo. Mas se te dá as costas, é porque tem na tua espera coisa que não presta para vida. Era como ele estava, todinho de costas. Mas eu pensava tanto e só no cedreiro que fiz de conta que não estava vendo nada.

          Então lá estava eu junto do pau de cedro. Eu sozinho, mais Deus. De primeira me sentei na sombra dele e comi um pedaço de jaraqui salmourado que eu trazia.

          Pra lhe contar tudinho, digo que havia no redor, no vento, na folhagem, um silêncio que não era meu conhecido.

          Mas levantei, chamei as forças, peguei do machado e me disse, “esse pau de cedro eu vou dar com ele no chão”.

          Pois escute bem a verdade, tenho até medo de me lembrar: quando dei a primeira machadada no lombo do tronco, primeiro senti um bafo fedorento e depois um esturro a moda de onça. Me virei e olhei: nunca vi figura mais horrível. Era como se fosse um homem, só que não era homem. Nem macaco grande. De pé, me olhando, era da minha altura, só que todo ele coberto de cabelo preto e espinhoso, a cabeça enorme imendavo com os ombros, no lugar do pescoço se abria uma boca enorme, aberta e atravessada e os dentes eram desconformes. Mas ele não se movia.

          O povo conta que ele como gente. Quis apanhar o machado no chão, mas não agüentei: pesava que nem chumbo. Saí como um raio, desabalado. Corria sentindo que ele vinha atrás de mim.

          Pois foi no meio da correria do medo que me lembrei da história que meu pai contava do Mapinguari, o bicho encantado que defende a floresta: o que eu vi era igualzinho, só que ele dizia que a boca do danado era na barriga.

          Cheguei na beira, saltei pra canoa, e já ia largando quando olhei. O Mapinguari estava lá, debaixo de uma mungumbeira, parado, só os olhos terríveis se mexiam, como que dizendo coisas.

          O Euclides da Luiza deu uma respirada funda e concluiu meio contente:

          - Ainda bem que o Mapinguari não sabe nadar!

          - Ainda bem – lhe respondi- que não derrubaste a árvore do cedro.   Anos depois da história de Euclídes, a floresta amazônica é devastada cada vez mais. Acho que os Mapinguaris estão é se acabando, assustados pelo furor das motos-serras, quem sabe morrendo queimados nos incêndios criminosos.

          Faz tua parte, meu jovem leitor. Defende a nossa floresta, ela é tua e de todas as crianças que ainda vão nascer.

          Fonte do texto:  ”  Livro Amazonas – no coração encantado da floresta- Thiago de Mello- Ed. Cosacnaify                         

3ª momento:

          A lenda pode ser localizada ligando-a a um espaço, a um determinado tempo e é criada por uma necessidade do povo.

          Localizar no mapa do Brasil, expondo no quadro, a região onde as lendas foram criadas.

          Realizar a proposta de preencher coletivamente o quadro abaixo, reproduzido numa folha de blocão;

4ª momento:

          Depois do preenchimento do quadro, o trecho da lenda “O Mapinguari” deve ser exposto no quadro de giz.

 

          "Anos depois da história de Euclídes, a floresta amazônica é devastada cada vez mais. Acho que os Mapinguaris estão é se acabando, assustados pelo furor das motos-serras, quem sabe morrendo queimados nos incêndios criminosos.

          Faz tua parte, meu jovem leitor. Defende a nossa floresta, ela é tua e de todas as crianças que ainda vão nascer."

          A turma expõe suas ideias sobre o problema levantado possíveis soluções.

          Propor à turma que crie ilustrações sobre as lendas e que monte um mural com o problema, as soluções apontadas e os desenhos.

Recursos Complementares
  1. Vídeo do yotube do Tucuxi Dançarino: http://www.youtube.com/watch?v=-EfMoMgvIwk&feature=related
  2. Vídeo do yotube do Mapinguari: http://www.youtube.com/watch?v=rtsE67uZ3-M
  3. http://editora.cosacnaify.com.br/Loja/PaginaLivro/10231/Ora-bolas-(vol-3).aspx
  4. Filme “Ele, o Boto”- 1987. Direção Walter Lima Jr. ◦ Livro. “O Boto” Fanny Abromovich- Coleção Histórias do Rio Moju. Ed. FTD.
Avaliação
  1. As soluções apontadas para o problema da devastação da floresta amazônica e o preenchimento do quadro comparativo sobre as duas lendas proporcionarão momentos ricos para avaliação.
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