08/12/2010
Elizabet Rezende de Faria
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | Artes | Arte Visual: Apreciação significativa em artes visuais |
Ensino Fundamental Final | Artes | Arte Visual: Produção do aluno em arte visual |
§ Investigar o cultivo do eucalipto, descobrir os derivados dessa cultura e perceber os seus impactos na preservação do meio ambiente;
§ Buscar a madeira de reflorestamento enquanto meio/suporte para a criação de trabalhos plásticos, bem como, pesquisar artistas que trabalham com a madeira na sua produção poética/artística;
§ Trabalhar atividades artísticas como pintura, fotografia, computação gráfica e instalação, utilizando a madeira de eucalipto como suporte e a culminância em uma vídeo instalação.
Ø A instalação como linguagem artística contemporânea;
Ø Noções básicas de informática para pesquisa virtual.
Esta sequência de aulas para o ensino de artes visuais é um recorte – uma adaptação de uma pesquisa desenvolvida com 11 alunos do 5º ano do ensino fundamental no Programa de Iniciação Científica da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, no ano de 2007, na linha de pesquisa Meio ambiente e responsabilidade social, culminando com um processo artístico paralelo e intenso, à luz dos referenciais obtidos nas pesquisas sobre reflorestamento e trabalhos de campo desenvolvidos (fazendas, destilarias e empresas de comercialização de madeira, óleo e derivados de eucalipto). Portanto, sugere-se o foco nas artes visuais, sinalizando a pesquisa como referencial e suporte para as produções artísticas.
O referido projeto de pesquisa foi socializado pelos alunos em apresentações nos seguintes eventos:
*II Congresso de Iniciação Científica da ESEBA-UFU – Nov/2007: UFU - Uberlândia-MG;
*VI SICEA – Seminário dos Colégios e Escolas de Aplicação das Universidades Brasileiras - Out/2009: UFPA – Belém-Pa;
*IX Encontro de Reflexões e Ações no Ensino de Arte – Nov/2009: Uberlândia-MG;
*I Seminário para alunos e docentes da Universidade Federal do Pontal/UFU - FACIP, Nov/2010 - ESEBA-UFU
Aula 1
Ø Converse com seus alunos sobre artistas que trabalham com a madeira enquanto meio/recurso plástico para a sua produção poética e apresente o conteúdo enquanto referencial teórico-plástico (em PowerPoint).
Sugestão para aula teórica:
http://www.deart.ufu.br/beatrzrauscher.html
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
http://www.deart.ufu.br/beatrzrauscher.html
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
*SORAIA LELIS – professora de Artes Visuais da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, Psicopedagoga, Especialista em Arte e Ensino de Artes (UFU), Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNICAMP, desenvolve pesquisa poética com madeira e com mosaico.
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Ø Disponibilize informações sobre xerografia, xerogravura ou xilogravura seca. Sugestão para o professor com as devidas adaptações necessárias à faixa etária da turma:
"Xilogravuras Secas" é um conjunto de gravuras que tem como principal qualidade constituir-se de um meio inusitado de linguagem plástica. "Xero/xilogravura" se apresenta como solução aos problemas técnicos e expressivos apresentados pelas diferentes linguagens frente às tecnologias empregadas pela arte do nosso tempo. Desta associação surge uma nova xilogravura que é um meio híbrido resultante do diálogo que se instala entre as poéticas destas duas linguagens. As imagens resultantes apresentam, portanto, uma qualidade especial - o choque entre suas características materiais (madeira/quente em oposição à imagem eletrográfica/frio); a oposição entre procedimentos (processo artesanal de gravação da imagem e processo eletromecânico da reprodução de exemplares) através da referência aos signos das sociedades primitivas (pelo uso da madeira) e os signos da sociedade industrial (pelo uso da máquina). O objeto representado é a madeira, e o principal elemento compositivo é a repetição pela acumulação e redundância. Há, ainda, em "Xilogravuras Secas", a destruição da ideia de gravura como categoria artística tradicional provocada pelo choque das linguagens.
Texto adaptado - disponível em:
Definição/conceito de Xerografia:
Aula 2
Ø Providencie alguns retalhos ou discos de madeira, folhas secas, cisal, papel canson em tamanho A3 e reserve o serviço de reprografia da escola para algumas experiências;
Ø Retome a aula anterior e fale sobre o processo da xerogravura;
Ø Trabalhe coletivamente com o grupo e com o auxílio do técnico do setor de reprografia, exercícios de produção de imagem em xerox usando os retalhos/discos de madeira, folhas e cisal para a criação de composições plásticas;
Ø Reúna as produções para desdobramentos na próxima aula.
Aula 3
Ø Retome as composições em xerografia criadas na aula anterior e crie com os alunos um painel coletivo na sala de aula;
Ø Investigue o cultivo do eucalipto e proponha ao grupo, uma pesquisa para descobrir possíveis florestas de eucaliptocultura na cidade ou região, os derivados dessa cultura e os seus impactos na preservação do meio ambiente:
Sugestão para pesquisa do professor:
*VITTI, Andrea M. Silveira. BRITO, José Otávio. Óleo Essencial de Eucalipto. Documentos Florestais n.17, Agosto, 2003, ISSN 0103-4715. Disponível em:
<http://www.ipef.br/publicacoes/docflorestais/df17.pdf> Acesso em: Junho/2007.
<http://www.conhecendoamadeira.com/eucalipto.php> Acesso em: Maio/2007
<http://www.eucalipto.agriculture.com.br/> Acesso em: Maio/2007.
<http://www.ufrgs.br/galeria/ANO2005.html> Acesso em: Jun/2007.
<http://www.Eucalipto/CultivodoEucalipto/09_sistemas_agroflorestais.htm> Acesso em: Jul/2007.
Sugestão para discussões/reflexões:
*a eucaliptocultura tem papel importante no reflorestamento;
*há florestas plantadas na nossa cidade e região;
*o eucalipto tem mais de 700 espécies catalogadas, sendo que algumas produzem óleo essencial e, outras não;
*enquanto atividade industrial, a madeira é útil para a produção de celulose, papel, painéis reconstituídos, serrarias, construção civil, paisagismo, design de interiores, indústria moveleira, carvão vegetal, dentre outras;
*através da folha do eucalipto das espécies citriodora e globulus é feita a extração do óleo essencial muito usado em indústrias farmacêuticas, cosméticas e alimentícias, saunas, produtos de piscinas e limpeza;
*o óleo essencial puro de eucalipto é benéfico ao homem pelo seu uso medicinal;
*há críticas de muitos ambientalistas quanto à questão de que a cultura do eucalipto empobrece o solo porque retira muita água do lençol freático e acaba com os nutrientes do terreno. Quando bem tratado, o eucalipto não prejudica o solo. As árvores cultivadas por empresas sérias, por exemplo, recebem reforço de calcário, além de reposição de nitrogênio, potássio, fósforo, boro e zinco;
*o eucalipto está na contramão do desmatamento, sendo muito mais contribuição do que problema para a sociedade atual, pois tem reflexo e influência a nível ambiental, social, econômico, artístico e cultural;
*a cultura do eucalipto remove Gás Carbônico (CO2) da atmosfera, libera Oxigênio (O2) para a atmosfera, retém e aumenta o estoque de Carbono, além do que, as empresas ligadas à eucaliptocultura mostram responsabilidade social por oferecerem empregos e pagarem impostos.
Aulas 4, 5, e 6
Ø Providencie retalhos de madeira de eucalipto recortados em forma de discos ou bolachas;
Ø Disponibilize tinta guache com cola ou tinta acrílica em cores variadas, pincéis, vasilhas com água, papel toalha ou retalhos de tecido;
Ø Explique que os discos de madeira serão o suporte para a pintura e que os alunos poderão pintar quantos discos desejarem;
Ø Assim que as pinturas forem concluídas, solicite para que componham imagens diferentes usando os discos de toda a turma, criando várias opções sobre tecido ou papel, sem fixá-las ou colá-las no suporte, possibilitando múltiplas propostas;
Ø Fotografe com câmara digital as possibilidades encontradas pelos alunos na composição das imagens ;
Ø Mostre aos alunos as fotografias no computador e deixe que elaborem novas composições usando recorte e colagem das imagens através do programa PowerPoint;
Composição plástica em acrílica sobre discos de madeira, fotografia digital e impressão computadorizada.
Alunos ESEBA/UFU - Programa de Iniciação Científica/2007
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Composição plástica em acrílica sobre discos de madeira, fotografia digital e impressão computadorizada.
Design gráfico para silk de camiseta
Alunos ESEBA/UFU - Programa de Iniciação Científica/2007
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Aulas 7 e 8
(Não havendo possibilidades/condições de realização das sugestões propostas a seguir, você poderá criar um banco de dados com imagens e mostrar aos alunos).
Ø Proponha aos alunos a montagem de uma instalação das peças/objetos construídos coletivamente.
Ø Verifique a existência de alguma floresta de cultivo de eucalipto e programe uma visita em forma de trabalho de campo e filme, buscando registrar a plantação, o corte das árvores, a coleta das folhas para a extração do óleo essencial, a presença de trabalhadores;
*Trabalhe a edição das imagens filmadas na pesquisa de campo, visando à sua exibição em vídeo para o público presente na culminância do projeto;
Ø Providencie uma amostra de óleo de eucalipto puro para que os alunos conheçam o seu aroma – você pode também visitar com a turma uma destilaria para conhecer o processo de fabricação do óleo essencial (interessante que o espaço da instalação remeta o espectador ao aroma/cheiro do óleo essencial de eucalipto);
Ø Verifique se há na sua cidade alguma empresa que trabalha na fabricação de móveis de eucalipto e sonde a possibilidade de empréstimo para a montagem da instalação, bem como folders explicativos dos produtos comercializados a partir da cultura do eucalipto (possibilidade da criação de um ambiente acolhedor para os espectadores);
Ø Reserve televisão, vídeo ou DVD e aparelho de som para possibilitar a socialização das informações coletadas nas pesquisas ou coletadas por você;
Ø Escolha o espaço (uma sala de aula da escola) onde será montada a proposta artística da vídeo instalação e convide alguns alunos com disponibilidade para retornarem à escola para colaborarem na montagem;
*Sobre videoarte e vídeo instalação, acesse:
(Enciclopédia Itaú Cultural - Arte e Tecnologia)
http://cadiufes.wordpress.com/2007/11/29/video-instalacao-no-cemuni5/
http://adrianaramalho.blogspot.com/
Montagem da vídeo instalação
Alunos ESEBA/UFU - Programa de Iniciação Científica/2007
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Vídeo instalação
Alunos ESEBA/UFU - Programa de Iniciação Científica/2007
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Visitação e apresentação da pesquisa no vernissage
Alunos ESEBA/UFU - Programa de Iniciação Científica/2007
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis
Ø Aprecie com o grupo o processo de construção de conhecimento ocorrido na sequência desta proposta, destacando pontos relevantes:
· A madeira é utilizada dentre muitas outras destinações, à produção poético-visual de artistas plásticos;
· A instalação construída a partir da criação de objetos artísticos, móveis de eucalipto cedidos por empresários, aroma de eucalipto, som de floresta e vídeo gravado no trabalho de campo;
· A importância da produção poética contextualizada a um objeto de pesquisa;
· A vídeo instalação como linguagem artística da arte contemporânea – uma unidade tripartida: Obra, espaço e espectador.
Ø Sobre NSTALAÇÃO veja aulas de minha autoria no Portal do professor:
ARTE CONTEMPORÂNEA: A INSTALAÇÃO – nova forma de produção artística
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5296
ARTE CONTEMPORÂNEA: INSTALAÇÃO - TUNGA intenso em True Rouge
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5318
ARTE CONTEMPORÂNEA: “OS MOBILES DE CALDER”
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5314
ARTE CONTEMPORÂNEA: INSTALAÇÃO - AS JANELAS DE JOAO VIRMONDES
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5320
ARTE CONTEMPORÂNEA - A leveza de ÉLCIO ROSSINI na obra Infláveis
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5322
Propõe-se como avaliação, o acompanhamento dos alunos em todos os processos investigativos, a verificação da aprendizagem em todas as propostas artísticas desenvolvidas e a autoavaliação como instrumento de apreciação das práticas estabelecidas a fim de se conhecer o nível de saberes artísticos e científicos alcançados pelo grupo.
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