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Crônica

 

17/01/2011

Autor e Coautor(es)
Maria Carolina da Silva
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Luiz Prazeres

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar os elementos organizacionais e estruturais da crônica.
  • Identificar a finalidade do gênero textual crônica.Compreender as diferenças e semelhanças entre a crônica e a notícia.
  • Conhecer as práticas sociais de produção e circulação da crônica.
  • Conhecer crônicas variadas e envolver-se na produção desse gênero textual.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O aluno deve ter algum conhecimento a respeito de notícias e da estrutura do jornal.

Estratégias e recursos da aula

Para orientar a aula, segue uma breve definição de crônica:

Originalmente a crônica limitava-se a relatos verídicos e nobres, pois tratava-se da compilação de fatos históricos, apresentados segundo a ordem de sucessão no tempo, como o dia-a-dia da corte, as histórias, os reis, seus atos, etc. Mais tarde, entretanto, grandes escritores, a partir do século XIX passam a cultivá-la, refletindo com argúcia e oportunismo, a vida social, a política, os costumes, o cotidiano, etc. do seu tempo em livros, jornais e folhetins. Contemporaneamente, no jornalismo, em coluna de periódicos, assinada, pode vir em forma de notícias, comentários, algumas vezes críticos e polêmicos, abordando temas ligados a atividades culturais (literatura, teatro, cinema, etc.), políticas, econômicas, de divulgação científica, desportivas, etc.. Atualmente também abrange o noticiário social e mundano. Conforme a esfera social que retrata, recebe o nome de crônica literária, policial, esportiva, política, jornalística, etc.

Quanto ao estilo, geralmente é um texto curto, breve, simples, de interlocução direta com o leitor, com marcas bem típicas da oralidade. Quando predominantemente narrativa, possui trama, quase sempre pouco definida, sem conflitos densos, personagens de pouca densidade psicológica, o que a diferencia do conto. Os motivos, na maior parte, extrai do cotidiano imediato. Além do tipo narrativo, também pode ser do tipo argumentativo ou expositivo, como textos de opinião sobre temas diversos de diversas áreas.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008.

ATIVIDADE 1:

Leia com os alunos o seguinte trecho do texto “O nascimento da crônica”, de Machado de Assis:

Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma diria que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica. [...]

Disponível em: http://www.releituras.com/machadodeassis_menu.asp 

Após a leitura, ajude os alunos a entenderem palavras que não conhecem no texto. Esse trabalho pode ser feito por meio de inferências, buscando compreender a palavra no seu contexto, ou por meio do uso de dicionário.

Faça algumas perguntas para os alunos:

  • Qual é o assunto do texto lido?
  • Segundo o autor, como a crônica começa?
  • Por que ele considera que o calor é um bom modo de começar a crônica?
  • Que explicação é dada no texto para o surgimento da crônica?
  • Por que o autor afirma que a crônica nasce na mesma época das primeiras vizinhas?

IMPORTANTE: Caso perceba que os alunos ainda não entenderam o texto, elabore outras perguntas. Além disso, solicite que um deles ou mais de um parafraseie o texto, uma vez que, quando o leitor consegue dizer o conteúdo do texto com as próprias palavras é sinal claro de que o entendeu.

Depois da atividade de compreensão do texto, pergunte para os estudantes que características pode-se inferir que a crônica tem, com base no texto lido. Espera-se que eles percebam que a crônica tem como características partir de um fato cotidiano, aparentemente banal, ao qual se dá uma nova aparência por meio do olhar do cronista.

ATIVIDADE 2

Comece a aula exibindo para os alunos o seguinte vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=jQVvKZQ9jOo&feature=related

Explore com os estudantes a segunda parte do vídeo (a partir dos 2minutos). Explique para eles que nesse vídeo estão sendo entrevistados dois importantes cronistas brasileiros: Luiz Fernando Veríssimo e Moacyr Scliar. Para maiores informações sobre os dois, sugere-se a leitura de suas biografias, disponíveis em:

http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp 

http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp

Relacione o vídeo assistido com o que foi discutido na aula anterior, especialmente a parte na qual Moacir Scliar fala que “a crônica é a forma literária dessa conversa informal” e “Remete ao cotidiano, com conotação literária”. Reforce a ideia de que as crônicas, de modo geral, tentam dar uma nova roupagem aos fatos cotidianos. Para isso, pode ser lido para os alunos a seguinte fala de Fernando Sabino:

“A crônica é algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã, pois ela busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um. É o fato miúdo: a notícia em que ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nessa perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança, num incidente doméstico, torno-me simples espectador”.

Fernando Sabino. Trecho presente em COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008.

Pergunte aos alunos o que eles entenderam desse trecho. Mostre qual o papel do cronista e qual deve ser postura do autor diante dos fatos cotidianos.

Retornando ao vídeo, explore também a ideia de que as crônicas são, de modo geral, publicadas em jornal. Comente a ambigüidade apontada por Scliar a respeito de como a crônica (como um texto literário) fica deslocada dentro do jornal. Fale também que, algumas vezes, a inspiração para uma crônica pode vir de uma notícia.

Leve jornais para a sala de aula para que os alunos, em grupos, possam procurar neles a parte em que há crônicas. Faça uma breve revisão sobre as partes que um jornal contém e indique para os alunos que, geralmente, as crônicas estão no caderno de cultura (ou caderno dois) do jornal. Para maiores detalhes sobre a estrutura do jornal, recomenda-se a leitura da aula:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23175 

ATIVIDADE 3 

Leia junto com os alunos o seguinte texto:

Companhia aérea vai testar lugares para passageiros viajarem de pé nos aviões

Uma conhecida companhia aérea europeia, especializada em voos baratos, disse ter planos de oferecer lugares para passageiros viajarem em pé em seus aviões, com passagens que custariam 4 libras (cerca de R$ 10).

A irlandesa Ryanair, que recentemente gerou polêmica ao anunciar que pretendia cobrar 1 libra (cerca de R$ 2,70) pelo uso dos banheiros a bordo dos aviões, afirmou que pretende oferecer as passagens para viagens em pé justamente com os recursos arrecadados na utilização dos sanitários.

O plano é remover as últimas dez fileiras de assentos dos 250 aviões da companhia e substitui-los por 15 fileiras de assentos verticais. Dois banheiros da parte de trás também poderiam ser removidos.

De acordo com o presidente-executivo da Ryanair, Michael O'Leary, testes para avaliar a segurança dos assentos verticais serão realizados no ano que vem.   As mudanças ajudariam a incluir entre 40 e 50 passageiros a mais em cada voo. Os passageiros continuariam usando cintos de segurança, que passariam por cima do ombro, assim como os utilizados atualmente pela tripulação durante os voos.

Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=viajar-de-pe-aviao&id=020175100705  

Pergunte para os alunos que tipo de texto é esse que foi lido. Explique tratar-se de uma notícia e que em textos desse tipo apresenta-se um fato, buscando o máximo de veridicidade possível. Faça perguntas para checar o entendimento do texto, tais como:

  • Qual o assunto relatado na notícia?
  • Quanto custaria uma passagem para viajar em pé?
  • Com qual objetivo a venda de assentos em pé será realizada pela empresa?
  • Que outra medida já foi tomada pela empresa para aumentar seus ganhos nos voos?
  • Que medidas de segurança serão tomadas para que os passageiros possam viajar em pé?

Após a interpretação da notícia, apresente esse outro texto para os alunos.

"PREZADOS PASSAGEIROS,

desejamos chamar vossa atenção para a vantagem que representa viajar de pé em um avião, vantagem esta que não se restringe exclusivamente ao menor preço da passagem. Não, queridos passageiros, há muito mais que isso. Viajar de pé é um novo estilo de vida, uma celebração da espiritualidade.

Para começar, o passageiro que viaja em pé enxerga mais longe na aeronave, enquanto o passageiro comum, sentado, tem sua visão bloqueada pelo assento à frente. Em pé, ele pode ver, por exemplo, dois conhecidos executivos  - de companhias concorrentes-, conversando em voz baixa. Não estará em curso uma fusão, com repercussões na Bolsa de Valores?

O passageiro que viaja em pé tem mais dignidade. Trata-se, aliás, de uma antiga noção. Todos os poemas, todas as canções que convocam os seres humanos falam nisso. Para ficar com um só exemplo, podemos citar o hino da Internacional Comunista, que mobilizava as massas a buscarem a igualdade e a justiça social. E o que diz a letra desse hino? Exatamente isso: "De pé, ó vítimas da fome". De pé, as vítimas já não são mais vítimas, são lutadores destemidos, uma condição que as pessoas podem conquistar em nossos voos a preços módicos.

Finalmente, é preciso dizer: o passageiro que viaja em pé está, por óbvias razões, mais perto de Deus. Os benefícios dessa posição são evidentes. Se, por exemplo, o avião atravessar uma zona de turbulência, todos certamente clamarão pelo Senhor. Mas aqueles que estão em pé têm muito mais chance de ouvir uma voz grave dizendo: "Não temas, meu caro, estou aqui, próximo a ti. Bem-aventurados os que viajam em pé".

E não será, tenham certeza disso, uma gravação."

Disponível em: http://sergyovitro.blogspot.com/2010/11/moacyr-scliar-viajando-em-pe.html 

Faça uma interpretação deste texto com perguntas tais como: qual o assunto do texto? Quem narra este texto? Que argumentos são usados para tentar convencer os passageiros de que viajar em pé é uma boa ideia? Você considera que o autor concorda que viajar de pé é o ideal?

Pergunte para os alunos que semelhança há entre esse texto e o primeiro texto lido. Os alunos devem perceber que o tema tratado é o mesmo. Entretanto, no segundo caso, o autor não se preocupa com a veracidade do assunto. Nele, é realizada uma crítica ao que as companhias aéreas pretendem fazer. Para isso, o autor se utiliza da ironia, imitando um anúncio feito pela companhia aérea e usando de argumentos falsos para mostrar o quanto a ideia de voar em pé é absurda.

ATIVIDADE 4

Apresente outra crônica para os alunos:

A Bola

Luiz Fernando Veríssimo

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro.

Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

- Como é que liga? - perguntou.

- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

- Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

- Não precisa manual de instrução.

- O que é que ela faz?

- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.

- O quê?

- Controla, chuta...

- Ah, então é uma bola.

- Claro que é uma bola.

- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.

- Você pensou que fosse o quê?

- Nada, não.

O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente.

O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

- Filho, olha.

O garoto disse "Legal" mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

Disponível em: http://gtdcronicas2009.blogspot.com/2009/09/cronica-5-bola.html 

Faça a interpretação oral do texto. Pergunte: quem são os personagens do texto? Esses personagens têm nomes? Quais são as características do pai? E do filho? Qual o fato narrado no texto? O garoto reagiu como o pai esperava que ele reagisse? Por que o garoto não se interessou pela bola? Que sugestão é dada ao final do texto para que a “garotada” se interesse por presentes como uma bola?

Depois de certificar-se que os alunos compreenderam o texto, fale que muitas vezes a crônica serve para fazer uma crítica social. No caso do texto lido, a crônica critica o modo como as crianças se relacionam com os brinquedos na atualidade.

Apresente para os alunos as seguintes características que devem estar presentes nas crônicas:

A crônica é um texto narrativo que:

  • É, em geral, curto;
  • Trata de problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia;
  • Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos.
  • As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos;
  • É organizado em torno de um único núcleo, um único problema;
  • Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor.

Pergunte se as características acima estão presentes no texto lido. Espera-se que os alunos percebam que sim.

ATIVIDADE 5

Após se familiarizarem com as características do gênero crônica, os alunos devem ser estimulados a produzir uma crônica. Esse trabalho pode ser feito individualmente, em duplas, em grupos ou de forma coletiva, dependendo da habilidade de escrita dos alunos. Para isso, o professor pode sugerir que os alunos escolham um fato cotidiano qualquer. Ele também pode levar novamente o jornal para a sala de aula e pedir que os estudantes selecionem uma notícia para fazer sua crônica a partir dela. Podem também ser sugeridas notícias engraçadas para que, com base nelas, os alunos produzam crônicas. Seguem algumas sugestões de notícias que podem ser usadas para dar base às crônicas:

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2010/11/gato-gigante-provoca-medo-em-cidade-alema.html 

http://www.noticiasbizarras.com.br/2010/11/mulher-registra-a-propriedade-do-sol-num-cartorio/ 

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2010/12/americano-recupera-anel-que-tinha-perdido-ha-30-anos-no-mar.html 

Durante a atividade, os alunos devem ser constantemente lembrados das características da crônica. Quando os textos tiverem sido produzidos, deve ser feita a correção dos mesmos e os alunos devem ser convidados a reescreverem suas crônicas, fazendo a revisão dos erros. Como atividade final, sugere-se que as crônicas sejam organizadas em forma de uma antologia da turma.

Recursos Complementares

Os sites apresentam sugestões sobre como trabalhar com crônicas, além de uma discussão teórica sobre esse gênero.

http://www.letras.ufmg.br/poslit/08_publicacoes_txt/ale_01/ale01_ss.pdf 

http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/780257 

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u18.jhtm 

Avaliação

A avaliação pode se dar durante todo o processo. O professor pode avaliar o interesse e a participação dos alunos ao longo do trabalho. A última atividade permite que o professor veja se os alunos compreenderam a estrutura da crônica e se conseguem construir um texto com as características desse gênero.

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