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Cinema e Indústria no Brasil

 

22/12/2011

Autor e Coautor(es)
Augusto Carvalho Borges
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
Ensino Médio História Cultura
Ensino Médio História Memória
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 

A aula parte da pergunta: existe uma indústria cinematográfica no Brasil? Apesar da resposta negativa, em verdade, a vontade do cinema de se tornar uma indústria no Brasil sempre acompanhou a história da sétima arte no País. Inspirados pelo modelo industrial norte-americano −o verdadeiro motor da expansão do cinema hollywoodiano pelo mundo −,os agentes desta ideia colecionaram por aqui alguns fracassos. Apesar de um imenso público consumidor no País, poucos foram os momentos que um cinema industrial foi, de fato, consumido internamente. Dessa forma a indústria nacional nunca se estabeleceu. Esta aula pretende entender alguns motivos dos entraves da indústria cultural no Brasil. Pretende entender ainda de que forma o cinema nacional se estabeleceu no País.

Duração das atividades
Quatro aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

 

Alguns temas da História do Brasil já devem ter sido trabalhados pelo professor. O primeiro deles é algum tipo de introdução à história no Cinema no Brasil. Para isso indicamos a aula “Modernização e cinema no Governo Vargas”, hospedada no Portal do Professor:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28817

 

No módulo da aula em que trataremos dos investimentos industriais feitos em São Paulo (Vera Cruz e Maristela), será citado o desenvolvimento da burguesia cafeeira paulista, o que demanda uma introdução sobre a formação econômica do Estado de São Paulo antes dos anos 1940.

 

 

 

A conclusão da aula tenta iluminar um período mais recente da história cultural brasileira, mas, para isso, os alunos deverão estar minimamente familiarizados com alguns temas de uma história mais recente da cultura brasileira, tais como o "Cinema da Retomada" ou a produção da "Globo Filmes".

Estratégias e recursos da aula

 

INTRODUÇÃO

A EMBRAFILME foi fundada durante o regime militar em 1969, refletindo assim uma preocupação dos militares com a criação de uma reserva de mercado no meio cultural no período. Dessa forma, durante vinte anos, a Empresa foi decisiva no fomento, na produção e na distribuição de cinema no Brasil.

 

DESENVOLVIMENTO

Será necessário o uso do Laboratório de Informática da escola com acesso à Internet e de umaSala de Projeções. Uma ajuda muito importante é o cadastro no programa da Secretaria do Audiovisual (www.programadorabrasil.org.br), que tem como objetivo a divulgação gratuita do Cinema Nacional e, ainda, a formação de núcleos debatedores de cinema. Alguns filmes tratados aqui poderão ser adquiridos pela escola por meio do programa, desde que a escola se comprometa com a sua exibição. Uma sugestão é realizar um Ciclo Temático de Cinema, extraclasse, que exiba os filmes acima, semanalmente, ao longo do decorrer das atividades.

Relação de filmes que serão mobilizados nesta aula:

- Dona Flor e seus dois maridos (1976), de Bruno Barreto;

- Xica da Silva (1976), de Cacá Diegues;

- Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diegues;

- Saltimbancos Trapalhões (1981), de J. B. Tanko;

- Pixote, a lei do mais fraco (1981), de Hector Babenco;

- Terra Estrangeira (1990), de Walter Salles.

 

Atividade 1

 

Introdução

Para introduziro assunto, o professor deverá passar o vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=n9vgZia8_Rg.

O vídeo faz a revisão da história do Cinema brasileiro, introduzindo dessa forma o tema da “Embrafilme”.

 

Aula 1

Para iniciar o debate, o professor deverá apresentar à turma a seguinte notícia, disponível em: http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/tag/embrafilme/.

dona flor

Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto (1976), produzido em parceria com a EMBRAFILME, era até 2010 a maior bilheteria da história do Cinema brasileiro. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_6I4NUuskqYQ/TP8m40MkjEI/AAAAAAAADKw/BsJYZnHtWVY/s1600/Dona%2BFlor%2Be%2BSeus%2BDois%2BMaridos.jpg

Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=dM4nZGsR-vc

 

Dona Flor e seus dois Maridos, de Bruno Barreto, até há pouco tempo havia sido a maior bilheteria da história do Cinema Brasileiro. Trata-se de um filme produzido com o auxílio da Empresa Brasileira de Filme (EMBRAFILME).

Mas o que foi a EMBRAFILME? Quando surgiu? Por que surgiu? Qual era o seu papel? O Cinema brasileiro era mais popular à sua época? E até quando durou? Quais são os filmes importantes produzidos pela empresa? Qual é a importância da EMBRAFILME para a história do Cinema Nacional?

Auxílio para a atividade:

- “Pacto cinema-Estado: os anos Embrafilme, de Tunico Amancio” (disponível em: http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/Alceu_n15_Amancio.pdf);

- “Organização, participação e política cinematográfica brasileira nos anos 70”, de Flávia Seligman (disponível em: http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Seligman.PDF).

 

Aula 2

No texto de Roberto Farias, podemos ver alguns gráficos que trazem alguns dados importantes sobre o papel da EMBRAFILME no mercado nacional, em relação ao mercado estrangeiro. Conferir:

Discurso de Roberto Farias, disponível em:http://www.cinemabrazil.com/rffarias/embrafil.html

 

EMbrafilme 2

Publicação da EMBRAFILME, ainda em 1969, ano de sua fundação. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/imagens/linha-do-tempo/linha-do-tempo-cinema/1969-embrafilme/image_preview

 

O professor deverá chamar a atenção dos alunos para o fato de que, nos anos 1970, a EMBRAFILME, amparada por leis de obrigatoriedade de exibição do Cinema Nacional, atuou junto ao mercado brasileiro de cinema incentivando, por meio de dinheiro público, a produção de cinema. Segundos os dados apresentados por Roberto Farias, cineasta e ex-presidente da Empresa, esse foi um período, inclusive, que o cinema comercial brasileiro cresceu, mostrando-se minimamente competitivo ante o cinema estrangeiro.

Diante da lista As maiores bilheterias do cinema brasileiro de todos os tempos (disponível em: http://omedi.net/as-maiores-bilheterias-do-cinema-brasileiro-de-todos-os-tempos/#), os alunos deverão pesquisar quais destes filmes contaram com alguma participação da EMBRAFILME (uma lista das produções poderá ser encontrada aqui: http://www.imdb.com/company/co0064075/).

Abaixo, alguns dos sucessos de bilheteria que contaram com a participação da EMBRAFILME:

- Xica da Silva (1976), de Cacá Diegues. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=28zLhiVgG4U

 

embrafilme 3

Disponível em: http://www.revistazingu.net/wp-content/uploads/2011/08/Xicada2.jpg

 

- Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diegues:

 

embrafilme 4

Cartaz de Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diegues. Disponível em:

http://www.meucinemabrasileiro.com/filmes/bye-bye-brasil/bye-bye-brasil-poster02.jpg

Trecho do filme: http://www.youtube.com/watch?v=GSRvlh727iI

 

-Pixote, a lei do mais fraco (1981), de Hector Babenco:

pixote

Cena de Pixote, a lei do mais fraco (1981) de Hector Babenco. Disponível em:

http://www.buscafilme.com.br/wp-content/uploads/2010/08/a-lei-do-mais-fraco-filme.jpg

 

Trecho do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=q57j7pI8DJY&feature=related

 

- Saltimbancos trapalhões (1981), de J. B. Tanko:

 

trapalhoes

Cartaz de Saltimbancos Trapalhões (1981), de J. B. Tanico. Disponível em:

http://www.revistazingu.net/wp-content/uploads/2011/05/OsSaltimbancos.jpg

 

Trecho do filme: http://www.youtube.com/watch?v=YHJKA8MjK7w

A partir do trecho exibido, trabalharemos a letra da música composta por Chico Buarque, especialmente, para o filme de J. B. Tanko:

“Hollywood”, de Chico Buarque, disponível em:  http://letras.terra.com.br/chico-buarque/85974/?domain_redirect=_es.

trapalhoes 2

Cena de Saltimbancos Trapalhões. Disponível em:

http://2.bp.blogspot.com/-IePTKoCaWno/ThR_vwkmK8I/AAAAAAAAB5Y/6gtFsiKgEE8/s1600/cimena+1.jpg

 

O professor deverá fazer o seguinte questionamento junto aos alunos: “Entendendo que um dos intuitos da EMBRAFILME foi, mais uma vez, tentar fomentar a indústria do cinema no Brasil e, ainda, que seu grande impasse foi o cinema norte-americano (de Hollywood), como podemos entender a irônica canção interpretada pelos humoristas dos Trapalhões?”

Exibir outro trecho do filme Bye Bye Brasil, acessando:

http://www.youtube.com/watch?v=IjwzDYnZaWc&feature=related

Os alunos deverão escrever um texto individualmente, dando a sua opinião sobre o assunto: seria o sonho do cinema comercial, aos moldes de Hollywood, plausível no Brasil? Sabemos que a bilheteria é um critério para o cinema comercial, mas quais são os outros tipos de cinema? Quais seriam estes outros critérios para se fazer um filme relevante no Brasil? Qual a importância destes outros filmes para o País? E ainda, qual a importância do apoio do Estado para estas outras produções?

Para uma lista mais completa das maiores bilheterias do Cinema Nacional, acessar: http://cinegrafistas.com/curiosidades/os-40-maiores-filmesbrasileiros/.

 

Aula 3

glauber rocha

Glauber Rocha em seu programa televisivo, Abertura, no final dos anos 1970. Disponível em:

http://img.terra.com.br/i/2011/08/08/1981979-6835-cp2.jpg

 

“Programa Abertura”, de Glauber Rocha, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=bjPOwC7xO98

Para se entender um pouco melhor a fala de Glauber Rocha no vídeo acima, é preciso entender qual era a situação de crise na qual a EMBRAFILME se encontrava no início dos anos 1980. A distribuição dos financiamentos, concentrados em um grupo muito reduzido, começou a provocar um descontentamento de outros grupos. Segundo o texto de Tunico Amâncio:

"Durante os anos 1980 a Embrafilme enfrentou a crise econômica e a reorganização e redemocratização da sociedade civil (com a Anistia e as Diretas-Já) reduzindo o número de filmes produzidos, sob o argumento da necessidade de uma qualidade mais competitiva e de uma campanha de difamação na imprensa, baseada em supostos favorecimentos e corrupção. A essa altura, devido a uma crise interna de representação, o diretor geral foi indicado fora dos quadros da classe cinematográfica, invertendo a tendência de continuidade. A idéia de um cinema comercial, voltado diretamente para o mercado e associado ao aparelho de Estado, apontava para um modelo concentracionista, de pequenos grupos e grandes investimentos, e ameaçava os produtores independentes, atuando numa faixa de menor disponibilidade de recursos, abertos a um maior número de tendências e disputando no terreno de exibição de segunda linha a sua legitimação comercial."

(Disponível em: http://revistaalceu.com.pucrio.br/media/Alceu_n15_Amancio.pdf)

embrafilme4

Este era o selo que indicava a parceria como distribuidora do filme por parte da EMBRAFILME. Disponível em:

http://sustentavelepouco.files.wordpress.com/2011/03/embrafilme2.jpeg?w=280&h=265

 

Voltando ao vídeo, tomemos a afirmação “A Embrafilme é a consciência nacional, o cinema é a consciência nacional, é o espelho filosófico-cultural da nação.” A partir desta frase de Glauber Rocha, os alunos deverão discutir, em sala, qual é o papel não só do cinema, mas da cultura em geral, para a formação de um país? Qual é o papel do Estado diante a cultura? Seria a cultura um bem tão importante quanto a saúde e a educação? Na opinião dos alunos, como deveria funcionar essa relação? O Estado deveria financiar a cultura (assim como o seu mercado) ou ela deveria acontecer sem a sua interferência?

Como exercício para casa, os alunos deverão escrever sobre o tema, tentando responder às perguntas acima.

 

Aula 4: O fim da EMBRAFILME e a retomada

Para introduzir o assunto do fim da EMBRAFILME e da revisão dos formatos de incentivo à cultura no Brasil,o professor deverá exibir o seguinte documentário para os alunos:O Cinema da Retomada e sua relação com o Estado, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Uq9YNutw1EI.

 

collor

A EMBRAFILME foi extinta durante o Governo Collor, deixando a produção nacional desamparada. Disponível em:

http://2.bp.blogspot.com/_srF4IvPERAA/TNkgLET6B0I/AAAAAAAAAII/e8i6kB5agDk/s1600/collor.jpg

 

 

terraestrangeira

Cena do filme Terra Estrangeira (1990), de Walter Salles e Daniela Thomas. O filme é, ao mesmo tempo, um dos ícones do Brasil da Era Collor, quanto da retomada do Cinema Nacional nos anos 1990. Disponível em: http://www.cenacine.com.br/wp-content/uploads/colecao-industria-brasileira1.jpg

 

O filme apresentado trata da vida de pessoas que tentam fugir de um país em crise. O filme pode ser entendido também a partir de um discussão de como funciona a própria produção de cinema no Brasil dos nos 1990, abrindo a questão de como depois da EMBRAFILME, passaram a funcionar as leis de incentivo à cultura no Brasil.

Em grupos, os alunos deverão estudar como funcionam as leis de incentivo hoje no Brasil. Quem recebe os incentivos? Quais são as grandes produtoras de cinema hoje? Quais são as dificuldades do Cinema Nacional hoje?

Em um debate,deverão discutir os prós e os contras dessas leis e apresentar para a turma no formato de um debate.

Recursos Complementares

 

- Artigodisponível em:

http://www.cinecaleidoscopio.com.br/anos_90_modelo_de_incentivo_cultural.html

- “O cinema da retomada: Estado e Cinema no Brasil, da dissolução da EMBRAFILME à criação da ANCINE”,de Melina Izar Marson (especialmente o capítulo 1).

http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000594.pdf

Avaliação

 

A avaliação deverá ser constante. É importante que o professor perceba, durante a discussão dos grupos e ao final das aulas, se os alunos entenderam quais conceitos estão envolvidos, as diferenças e as proximidades de cada tema. Além disso, é importante que sejam avaliados a participação e o envolvimento dos alunos durante as atividades, principalmente nas discussões em sala. A avaliação final deverá ser feita por escrito durante as aulas 2  e 3.

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