06/10/2011
Raissa Brescia dos Reis; Lígia Beatriz de Paula Germano
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | História | Sujeito histórico |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
Ensino Médio | História | Poder |
Ensino Médio | História | Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade |
O aluno poderá tomar contato com o embate que envolvia a Reforma Protestante, quando de seu início na primeira metade do século XVI, no Continente Europeu. O contato com as ideias e divergências que envolviam o conflito no interior da Igreja Católica e, posteriormente, levaria à sua divisão, dará aos alunos a perspectiva da imprevisibilidade em história e a noção da importância da ação e das escolhas que os agentes históricos tomam.
- Idade Média. A forte presença da Igreja Católica e de seus dogmas na Europa. A instituição dava ao fragmentado continente seu fator de unidade, reunindo sob a alcunha da cristandade.
- O início de conflitos entre a autoridade papal e católica e as autoridades temporais, as monarquias, cujo poder crescia alimentado pelo aumento dos conflitos entre a nobreza e as populações de servos.
- As mudanças nas sociedades europeias não foram acompanhadas por mudanças nas estruturas e práticas da Igreja Católica. As missas continuavam a ser rezadas em latim, mesmo com o crescimento da importância das línguas vernáculas e a usura continuava a ser condenada, apesar do aumento das transações financeiras.
- Novas formas de pensar o mundo emergiam, em crítica à antiga instituição, muito beneficiadas pela modernização da imprensa.
Introdução
A Reforma Protestante foi o ponto culminante de movimentos de contestação ao poder e à atuação da Igreja Católica. As modificações e as insatisfações pelas quais muitas comunidades europeias passaram, em fins do século XV e início do século XVI, batiam de frente com esses elementos. Ao fim da Idade Média, o aumento da população e as crises que envolviam revoltas camponesas na área rural fizeram com que os centros urbanos tivessem um crescimento. Nesses locais, favorecidos pela imprensa modernizada, a difusão de críticas e pensamentos contrários à Igreja se tornou mais fácil e mais fecunda.
Em 1517, o monge Martinho Lutero, na cidade de Wittenberg, localizada onde hoje está a Alemanha, afixou na porta da Catedral um conjunto de críticas às condutas da Igreja Católica e seus sacerdotes, que ficou conhecido como 95 Teses. O documento propunha reformas na Igreja Católica e, de forma alguma, o rompimento com esta. Perseguido pela instituição, que não acatou as suas críticas, Lutero foi convocado a desmentir suas posições em 1521, durante a Dieta de Worms, mas não o fez e apenas as reiterou diante das autoridades eclesiásticas.
Após o choque direto com a Igreja, o rompimento ocorreu por parte da instituição que condenou a conduta do antigo monge. A atitude de Lutero poderia ter tido final semelhante a outras dissidências da Igreja Católica, que foram classificadas como heresias e exterminadas pela força. No entanto, o religioso contou com o apoio e a proteção dos príncipes locais, bem como de grande parte da população. Na década de 1530, a nova religião, instituída pela Confissão de Augsburgo e pela Apologia da Confissão de Augsburgo, foi adotada como religião oficial em muitos desses principados. Outros movimentos protestantes tomariam lugar no continente, seguindo o precedente aberto pelo novo Cristianismo de Lutero.
Desenvolvimento
Aula 1
Os alunos deverão ser organizados em dois grandes grupos, que ficarão responsáveis pelas pesquisas abaixo.
- Grupo 1: “Igreja Católica”
Sugestões delinks e imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Igreja_Cat%C3%B3lica
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u20.jhtm
http://www.brasilescola.com/historiag/influencia-igreja-historia.htm
Cópia traduzida para o inglês da Confutatio Pontifícia, documento feito pela Igreja Católica em resposta à Confissão de Augsburgo, que afirmava os pontos do Luteranismo:http://www.projectwittenberg.org/pub/resources/text/wittenberg/concord/EckConfutatioPontificia.pdf
Basílica de São Pedro, construída entre 1506 e 1626 para representar o poder político e econômico da Igreja Católica no período. Autor: Antonio Joli, século XVIII. Fonte: http://viticodevagamundo.blogspot.com/2010/05/praca-e-basilica-de-sao-pedro-citta-del.html
Representação pictórica da Dieta de Worms, na qual Lutero foi chamado a se retratar diante do Imperador Carlos V e de membros oficiais da Igreja Católica. Fonte: http://www.martinus.com.br/cep/em_destaque/2009/Diversos/10_30DiaDaReforma/DiaDaReforma.php
A Contra Reforma foi a resposta da Igreja Católica ao crescimento do movimento protestante. Ainda na primeira metade do século XVI, realizou-se o Concílio de Trento. Fonte: http://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/contra-reforma.htm
- Grupo 2: “Martinho Lutero e o Luteranismo”
Sugestões de links e imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
http://www.suapesquisa.com/protestante/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero
http://www.brasilescola.com/historiag/ataques-igreja.htm
Cópia traduzida das 95 Teses de Martinho Lutero: http://www.espacoacademico.com.br/034/34tc_lutero.htm
Cópia traduzida da Confissão de Augsburgo, que confessa a fé luterana: http://www.teologia.org.br/estudos/confissao_de_augsburgo.pdf
Trecho das 95 Teses de Martinho Lutero. 1517. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
Gravura que representa Martinho Lutero no momento em que este afixa as 95 Teses na porta da Catedral de Wittenberg. Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0188n1.htm
Gravura que representa defesa das crenças Luteranas por ocasião da Conferência de Augsburgo, diante do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V. Apresentação da Confissão de Augsburgo. Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0188n1.htm
Aula 2
Após a primeira atividade, os alunos deverão ser dispostos em um círculo, de modo que os dois grupos fiquem separados, mas de frente um para o outro. Cada grupo terá decidido, por meio de eleição, um conjunto de quatro alunos para defender suas posições e atuarem como debatedores, muito embora os outros alunos possam e devam aconselhar e passar informações a esses representantes.
A partir dessa organização, os alunos deverão discutir sobre:
- A situação da Igreja Católica em fins do século XVI;
- A legitimidade da reforma protestante no período.
A partir das ideias e pensamentos de cada um dos lados, com os quais os grupos tiveram contato durante a pesquisa, os alunos que representam o Grupo 2 deverão defender a legitimidade das reformas propostas por Lutero, enquanto o Grupo 1 apresentará uma posição baseada em sua pesquisa sobre o pensamento e as condições da Igreja Católica no período.
Aula 3
Após o debate, os oito alunos que atuaram como porta-vozes de seus grupos deverão reunir-se para propor uma solução para os conflitos. Eles redigirão um texto com suas propostas para as resoluções do embate entre as duas igrejas e a instauração de uma trégua. O texto deverá ter uma lauda.
O resultado deverá ser apresentado ao restante da sala, que, por meio de votação, deverá decidir se as resoluções criadas pelos representantes deverão ser ou não acatadas.
Aula 4
Durante a última aula, os alunos deverão participar de um debate. Dispostos em círculo, os alunos debaterão sobre as atividades realizadas. O professor iniciará a atividade com as seguintes perguntas-chave a serem respondidas, a partir dos conhecimentos construídos na pesquisa e principalmente no debate:
- Como se deu o início do movimento protestante? Tratava-se de um grupo que pretendia separar-se da Igreja Católica desde o início?
- De que modo as escolhas e decisões do monge Martinho Lutero e do grupo de pessoas que o cercavam, bem como dos altos cargos da Igreja Católica, foram decisivas para o início da Reforma Protestante?
Por fim, todos os alunos deverão redigir um texto de duas laudas sobre o processo trabalhado, seus embates e conflitos, e as suas percepções construídas sobre o período trabalhado.
Conclusão
Os alunos terão tomado contato com o processo da Reforma Protestante por um ângulo que favorece a percepção das mudanças e dos rumos não premeditados que caracterizam o momento no qual irrompe o movimento. A percepção da história como uma construção própria de uma temporalidade, e de certos homens e mulheres imersos em uma experiência e cultura, permite que os alunos vislumbrem sua atuação como agentes participantes da constituição da história como processo e conhecimento acerca dos homens no tempo.
Links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_S%C3%A3o_Pedro
http://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/contra-reforma.htm
A primeira atividade será avaliada de acordo com o comprometimento dos grupos durante a pesquisa e, principalmente, pela segunda atividade. Esta será avaliada a partir da atuação dos alunos escolhidos como representantes, que deverão ser auxiliados pelo grupo durante o debate. Capacidade de síntese e de posicionamento argumentativo serão as principais habilidades avaliadas durante o debate. O texto elaborado após o debate em grupo, com as resoluções, deverá atender à discussão estabelecida em sala de aula e sua apresentação deverá explicitar o modo pelo qual os oito alunos chegaram, ou não, a um consenso e conclusão. Por fim, durante o debate final, os alunos deverão ser avaliados por sua participação e interlocução com os colegas, bem como por seu texto final e individual, que deverá apresentar coesão narrativa e percepção acerca da noção de agente histórico.
Quatro estrelas 2 classificações
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08/08/2013
Quatro estrelasAcho que faltou detalhar como era a Igreja protestada por Lutero.
17/10/2011
Cinco estrelasGostei muito do seu projeto e vou adaptá-lo para trabalhar com meus alunos.