O aluno poderá aprender com esta aula alguns aspectos acerca da religiosidade popular na Colônia.

Além disso, compreenderá, brevemente, o significado do que vem a ser Irmandades leigas e a sua atuação em Minas Gerais no século XVIII. 

Os alunos já devem ter conhecimentos prévios sobre a vida social e econômica presente na América Portuguesa Colonial, especialmente da Capitania de Minas Gerais.

Destaca-se, sobretudo, a necessidade de o aluno compreender o que significa a presença portuguesa na região, a economia aurífera e a sociedade escravista. 

AULA 1

Observando a gravura e, de acordo com o texto, responda:

Uma vez que ambas as construções eram pertencentes a Irmandades diferentes (Ordens terceiras), como imaginam que ocorriam as disputas e competições entre elas e a convivência entre os irmãos?

AULA 2

O professor irá expor aos alunos a passagem a seguir, do livro do historiador Caio César Boschi:

[...] O Estado Absolutista português impôs àquela Capitania [Minas Gerais] uma política religiosa que se iniciou e se caracterizou pela proibição da entrada e da fixação de ordens religiosas no novo território. Se assim é, como explicar, então a presença (bem marcante, por sinal) de numeroso clero? Como compreender a edificação de majestosos templos, ainda hoje marcos da civilização que se criou em função da exploração aurífera? A resposta, se não total, pelo menos a mais abrangente, encontra-se no estudo das irmandades constituídas por leigos e, portanto, responsáveis pela contratação de religiosos para a prática de ofícios sacros, bem como pela construção dos templos mineiros do século XVIII.” (In: BOSCHI, Caio César. Os leigos e o poder. Irmandades leigas e Política colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Ática, 1986. p. 1 e 2.)

Depois dessa pequena exposição, os alunos assistirão ao filme disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=FogUhZSt0r8.

É importante que professor relembre aos alunos que as ordens primeiras foram proibidas de se instalar no território mineiro, mas isso não significou que membros dessas ordens não circulassem por aquele território. Era necessário que na localidade houvesse uma organização da vida religiosa. Dessa maneira, surgiram as irmandades, que eram reguladas pela Mesa de Consciência e Ordens (do Reino Português). Por fim, os estatutos de cada irmandade definiam que tipo de irmãos poderiam se congregar à elas. 

AULA 3

As Irmandades funcionavam como uma sociedade de ajuda mútua. Os associados contribuíam e, em troca, recebiam assistência quando estivessem enfermos e presos. Os irmãos que morriam recebiam das Irmandades, quase sempre, um enterro no interior de suas construções e um funeral solene.

As Irmandades funcionavam como uma válvula de escape para os negros, por exemplo. Lá era o local onde os negros e pardos conseguiam algum tipo de promoção social, uma vez que viviam em uma sociedade, cada vez mais, excludente.

Como foi visto no vídeo acima, as Irmandades eram regidas por estatutos e compromissos que regulavam o perfil dos irmãos que seriam admitidos, as regras de sua admissão, a forma de contribuição com a Irmandade, os membros que seriam responsáveis pela parte administrativa, as atribuições dos irmãos e a organização de festas.

Para ler:

Segundo o Prof. Caio César Boschi, no século XVIII,

[...] aos poucos, generalizou-se o entendimento de que ao Estado caberia a administração dos negócios públicos, isto é, da economia em geral, ao passo que, às associações leigas se confeririam a responsabilidade e o ônus da assistência pública. Em função disso, o propósito da coesão associativa tornou-se o de servir de defesa dos interesses e aspirações comuns, através da prática de um assistencialismo que viesse substituir as manifestações e atos isolados de caridade. (In: BOSCHI, Caio César. Os leigos e o poder. Irmandades leigas e Política colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Ática, 1986. p. 51.)

Feita esta exposição, o professor mostrará aos alunos as imagens abaixo.

Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. Disponível em: http://comunidadeeuamoouropreto.blogspot.com/2009/11/irmandade-da-santa-casa-da-misericordia.html

Negros entrando em igreja para o batismo. Rio de Janeiro, c. 1830. Disponível em: http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens2.html

Jean-Baptiste Debret. Coleta para a manutenção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, c. 1828.  Disponível em:  http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens3.html

Capa do compromisso da Irmandade da Virgem Senhora do Rosário dos Pretos. Sabará, Minas Gerais, século XVIII. Disponível em: http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens2.html

Johann Moritz Rugendas. Festa de Nossa Senhora do Rosário, Patrona dos negros, c. 1835. Disponível em: http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens3.html

Jean Baptiste Debret. Enterro de uma mulher negra, c. 1835. Disponível em: http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens4.html

Depois de explicar brevemente as imagens, o professor irá propor aos alunos que se dividam em grupos para a pesquisa sobre o assunto. A atividade deverá ser exposta nos murais da escola.

A seguir, o roteiro que os alunos deverão seguir:

- Os alunos deverão dividir-se em grupos de, no máximo, quatro por grupo;

- O professor pedirá aos grupos que procurem instituições religiosas/casas de misericórdias/asilo na localidade onde moram (cada grupo ficará responsável por apenas UM local);

- Os alunos serão responsáveis por se deslocarem à instituição escolhida e perguntarem aos membros que tipo de assistência eles proporcionam à localidade. Poderão, também, informar-se das festas organizadas pela instituição e os funerais;

- Os alunos poderão desenhar, escrever, fazer poemas ou crônicas e, posteriormente, colocar em um cartaz o resultado da pesquisa;

- Os alunos poderão fazer uma ponte (comparação) com o passado (cada grupo ficará responsável por uma imagem acima). No mesmo cartaz onde irão expôr o resultado da pesquisa, deverão escolher uma imagem acima e colocá-la em seu cartaz, explicando aos leitores a forma como era feito a assistência aos membros e a população local e a realização das festas no passado, e a forma como hoje são feitas na localidade onde moram.  

Exemplos de planos de aula:

"Conte como as igrejas mineiras retratam a sociedade colonial". Disponível em: Site Nova Escola. http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/conte-como-igrejas-mineiras-retratam-sociedade-colonial-428087.shtml?page=all

"Uma arquitetura extraída do ouro". Disponível em: Site Nova Escola.  http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/arquitetura-extraida-ouro-427278.shtml?page=all

Trabalhos, artigos, livros e dissertações de apoio ao professor:

- CRUZ, Teresa Cristina de Carvalho. As irmandades religiosas de africanos e afrodescendentes. http://revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/viewFile/1525/1287

- As irmandades leigas, disponível em: http://pt.scribd.com/doc/63013183/As-Irmandades-Leigas

- SILVA, Gustavo Bianch. Africanos e outros mapas das minas: a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário em Guarapiranga (1758-1800). Disponível em: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=aula%20sobre%20irmandades%20leigas&source=web&cd=9&ved=0CEoQFjAI&url=http%3A%2F%2Fhistoria_demografica.tripod.com%2Fbhds%2Fbhd54%2Fgusta.doc&ei=9aC5Ts3REK30sQKopIzTCA&usg=AFQjCNH6rAqAl-IkxGXmLGMVmlVNx-U-Xw

- Bahy, Cristiane Pinto. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos pretos do Arraial de Viamão (1780-1820): fontes primárias e perspectivas de pesquisa. Disponível em: http://www.labhstc.ufsc.br/poa2005/16.pdf

- OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira. Rococó religioso no Brasil e seus antecedentes europeus.http://books.google.com.br/books? id=Cw_po7q15qQC&pg=PA167&lpg=PA167&dq=aula+sobre+irmandades+leigas&source=bl&ots=clahuuxIUB&sig=rxhISq8UPW1HwoOT_Htn307p2HU&hl=pt-BR&ei=9aC5Ts3REK30sQKopIzTCA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CDAQ6AEwAw#v=onepage&q&f=false

- SAMPAIO, Juliana da Cunha. Irmãs do Rosário de Santo Antônio: Gênero, Cotidiano e Sociabilidade em Recife (1750-1800). Disponível em: http://www.pgh.ufrpe.br/dissertacoes/Juliana%20Sampaio.pdf

Sites de pesquisa para os alunos.

http://people.ufpr.br/~lgeraldo/upoimagens2.html

http://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/as-irmandades-leigas.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandades

Irmandades de S.João Del Rey- http://www.youtube.com/watch?v=yHkMVyQWvAk&feature=related

Irmandades Barrocas 2- http://www.youtube.com/watch?v=zxsR_UJmqKI&feature=related

Irmandades Barrocas 4- http://www.youtube.com/watch?v=1Eryhxqij7M

Irmandades Barrocas 5- http://www.youtube.com/watch?v=CHCPUqruZEM&feature=related

Para atividade da aula 2:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Confraria (nesse link encontra-se uma referência que é chamada "ver também". Abaixo dela há vários outros link que remetem a outras irmandades, arquiconfrarias, igrejas e confrarias). 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandade_da_Boa Morte

A avaliação consistirá na análise do professor diante da participação do aluno nas atividades acima propostas.

O professor avaliará a capacidade do aluno em compreender e estabelecer uma ligação do passado com o presente na realização da terceira e última atividade, que deverá ser feita com o auxílio do professor.