23/07/2012
Bárbara da Silva Santiago
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Geografia | Questões ambientais, sociais e econômicas |
Ensino Médio | Geografia | Estrutura e dinâmica de diferentes espaços urbanos e o modo de vida na cidade |
O aluno irá tornar-se um empreendedor do setor turístico e perceber o crescimento do turismo como atividade econômica em nosso país.
Que os alunos saibam que o turismo está ligado ao setor de serviços e que por sua vez é uma atividade econômica que vem crescendo muito nos últimos anos.
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR(A): Professor, nesta aula será proposta uma atividade que irá incentivar a capacidade de criação de seus alunos e dessa forma eles irão entender como a atividade turística tornou-se a atividade econômica que mais cresceu nos últimos anos.
AULA 1
momento 1: Faça leitura do fragmento "POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O ESPAÇO COMO MERCADORIA" contido no artigo 'MEIO AMBIENTE URBANO, TURISMO E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS: CONDIÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL" de Marcelo Viana. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/iussp2001/cd/GT_Pop_Amb_Ramos_Text.pdf
POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O ESPAÇO COMO MERCADORIA
No desenvolvimento do sistema capitalista de produção, destaca-se historicamente o processo gradual de valorização do espaço, desde a instituição da propriedade privada até a hierarquização dos espaços, ora pelas suas características (que agregam valor e função), ora pela possibilidade de valorização que este espaço possa esboçar. No que cabe ao item demografia, a já quase clássica fuga pra os centros urbanos, no caso do Brasil, representada por um êxodo rural, tem significado o agravamento dos problemas e porque não afirmar, da crise das cidades, o superávit populacional (para não pensarmos em superpopulação) é sem dúvida um dado preocupante, ao passo que as cidades, na maioria das vezes não se encontram equipadas em todos os níveis para atender à nova demanda que a elas se apresenta. Hogan (1995) destaca a presença constante do tema envolvendo a corrida entre população e recursos quando se discute a questão ambiental, mas salienta que a complexidade existente entre a relação população e meio ambiente, é uma questão que transcende à esfera estatística ou puramente numérica.
Este quadro é ainda mais crítico quando se pressupõe que a principal mercadoria ou o principal instrumento de geração de renda é o espaço propriamente dito, ou seja, quando a venda da paisagem e dos elementos que a integram é que se constitui no objeto central do foco de acumulação.
E assim, nas cidades turísticas, sob a bandeira do desenvolvimento econômico, muitas atividades são comumente implementadas, visando além de uma suposta ampliação da melhoria da qualidade de vida, uma evolução ou um soerguimento de áreas urbanas, algumas estagnadas, outras decaídas do ponto de vista da economia. No Caso do Brasil é imprescindível que falemos da exploração do espaço através do turismo de massa, seus reflexos na política de bem–estar social e ainda da degradação das condições socioambientais.
A paisagem é exposta como uma mercadoria e facultado ao “consumidor” inúmeras possibilidades de usufruto do espaço, para tanto basta que ele tenha recursos para se integrar a crescente massa dos que dispõe de tempo livre, o tempo do “ócio”. Esta, contudo, é uma das faces do espaço explorado pelo e para o turismo. É comum no mundo atual um forte incremento em torno de áreas turísticas, os investimentos destinados a este setor crescem em escalas geométricas, em alguns casos chegando a ser uma das prioridades entre as políticas públicas de desenvolvimento.
A partir desta realidade, observamos países que tem no turismo uma fonte considerável de captação de recursos, outros que possuem grande capacidade de aproveitamento, mas que não desenvolvem uma política adequada de aproveitamento de suas potencialidades. Um exemplo desta disparidade pode ser observado entre França e Brasil, sendo que o primeiro país recolhe cerca de vinte vezes mais com o setor de turismo, enquanto que no Brasil ainda é restrita a prática turística, se considerada a riqueza ambiental e cultural atrelada às dimensões de nosso território, aspecto que confere uma grande diversidade físico-cultural, ainda pouco explorada pelo setor.
Expomos rapidamente este quadro a fim de ressaltarmos um aspecto crítico do tipo de utilização turística desenvolvido no Brasil; tomemos por base o turismo litorâneo que segundo dados da EMBRATUR, corresponde à maior parte das áreas visitadas no país, sobretudo pelo turista estrangeiro. Nestas áreas observaram-se no decorrer das últimas duas décadas os mais elevados índices de degradação socioambiental, considerado a associação de fatores relacionados à dinâmica social e de conservação das unidades ambientais. O crescimento populacional nestas áreas representou uma conjunção de problemas típicos do acelerado processo de urbanização, tais como o crescimento de áreas de exclusão, mais gravemente pela proliferação de favelas e pela degradação das condições de vida, pois este crescimento populacional não tem sido acompanhado de políticas públicas de bem-estar social. Esta população na maioria das vezes ocupa áreas que, em geral, são de risco, tanto no que tange à conservação ambiental quanto às condições de insalubridade a que se submetem estas populações.
Este caso ainda que seja o mais perceptível e aparentemente o mais grave, está envolto no bojo de uma estrutura social e econômica que ocasiona outras transformações no espaço urbano, em especial no caso das cidades turísticas. No caso brasileiro, muitos investimentos públicos e privados foram voltados para o setor turístico, contudo estes investimentos tiveram e ainda têm como foco a valorização imobiliária e o aproveitamento de áreas para o turismo, através de uma política desvinculada dos interesses da maioria da população. Esta população é, contudo, parte importante desta política de implementação da atividade turística, pois tem servido como mão-de-obra indispensável e barata, e dado o elevado contingente populacional destas cidades, a reposição ou simples substituição favorecem o empobrecimento e consequentemente a exploração do trabalho.
momento 2: Após a leitura o professor deverá iniciar um debate com seus alunos norteado pela temática do espaço como mercadoria. Sugiro algumas questões:
1. Como o turismo se apropria do espaço e o transforma em mercadoria?
2. Em nossa cidade conseguimos visualizar esta situação de espaço como mercadoria?
3. Como este turismo será apropriado pelo Brasil através da realização da Copa do Mundo de 2014?
4. Quais preocupações devem existir por meio das autoridades sobre esta má utilização do espaço através do turismo?
AULA 2
momento 1: Apresentar aos alunos as fotografias abaixo:
Ouro Preto/MG. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/sobre/turismo/tipos-de-turismo/cultural-1
Bonito/MS. Disponível em: http://ecoturismoembonito.wordpress.com/2011/08/10/turismo-de-aventura-em-bonito-inclui-cachoeiras-cavernas-e-trilhas/
Aparecida do Norte/SP. Disponível em: http://www.mundodastribos.com/turismo-religioso-no-brasil.html
São Paulo/SP. Disponível em: http://turismo.culturamix.com/noticias/turismo-de-negocios-em-sao-paulo
Praia do Francês/AL. Disponível em: http://blog.decolar.com/destinos/top-10-%E2%80%93-praias-nacionais
Estádio do Benfica de Portugal. Disponível em: http://foradehorasmagazine.blogspot.com.br/2010/05/futebol-liga-portuguesa.html
momento 2: Qual tipo de turismo pode ser praticado em cada uma delas?
AULA 3
momento 1: Será proposto aos alunos que um grupo de estrangeiros bastante heterogêneo (crianças, jovens, adultos e idosos), está interessado em visitar o Brasil e para isso entraram em contato com agências de turismo aqui no país para poder elaborar um pacote que atenda às expectativas de todo o grupo (negócio, eventos, gastronomia, praias, religioso entre outros tipos de turismo). Portanto, caberá aos alunos criar estas agências e elaborar projetos para este grupo de turistas estrangeiros.
momento 2: Esta atividade proposta será realizada no laboratório de informática da escola ou em casa. Deverá ser montado este projeto utilizando o power point ou o windows movie maker, disponível no link: http://www.baixaki.com.br/download/windows-live-movie-maker.htm
AULA 4
momento 1: Todos esses roteiros (em vídeo ou apresentação de slides) elaborados pelos alunos deverão ser exibidos como se eles estivessem apresentando o roteiro da viagem para seus clientes. Esta apresentação deverá contar com a presença de todos os alunos e o professor poderá usar esse momento da aula para fazer algumas considerações e fechamento da atividade.
O professor ainda poderá utilizar em suas aulas:
vídeo 1 - A indústria do turismo no Brasil. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BEaU0TPsJxs
vídeo 2 - Turismo no Brasil segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=KX4VXn1QZPI
Tipos de Turismo segundo o Ministério do Turismo - http://www.brasil.gov.br/sobre/turismo/tipos-de-turismo/
O professor poderá avaliar a participação dos alunos durante as aulas e também a participação na elaboração do roteiro turístico proposto aos alunos.
Quatro estrelas 2 classificações
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28/05/2014
Cinco estrelasMuito boa a aula.Adotarei com meus alunos.
25/09/2013
Quatro estrelasA aula é bastante interessante, pois estimula a participação dos alunos, permitindo que esses se sintam envolvidos no processo de aprendizagem.