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Grafite

 

21/08/2012

Autor e Coautor(es)
Renata Oliveira Caetano
imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Nelson Vieira da Fonseca Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Artes Arte Visual: Contextualização
Ensino Médio Artes Arte Visual: Estruturas morfológicas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Perceber como na História da Arte as pessoas utilizaram as paredes e áreas externas como suporte para suas práticas artísticas;
  • Conhecer alguns artistas importantes que atuam nos dias de hoje;
  • Aprender sobre as obras de Keith Haring e seus grafismos;
  • Criar em algum espaço da escola uma obra pautada pela visualidade das obras de Haring;
Duração das atividades
Aproximadamente 6 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Land Art

Arte e Política

Estratégias e recursos da aula

Antes de iniciar a aula, o professor deve primeiramente observar se há grafites e pichações próximas da escola onde trabalha. Isso é fundamental, pois a abordagem crítica proposta na presente aula tem início a partir do contexto dos alunos.

Se há grafites espalhado pela cidade e é difícil para os alunos verem pessoalmente, o próprio professor deve documentá-los fotograficamente para expor durante a aula.

Primeira atividade:

Perguntar aos alunos se eles sabem o que é grafite e pichação. Nesse momento o professor não deve fazer nenhuma definição ou diferenciação entre as duas manifestações, trabalhando principalmente com a perspectiva dos alunos. A partir daí o professor tem duas opções:

a) se existem grafites e pichações próximos da escola, ele pode sair com os alunos divididos em pequenos grupos, circular pelo bairro fotografando grafites, stencil art, pichações. Importante deixar os alunos procurarem sem ficar previamente indicando onde estão. Isso ajuda a aguçar o olhar dos alunos para o lugar onde moram, com outra perspectiva. Essas fotografias devem ser organizadas em uma apresentação para que toda turma veja os registros;

b) se não tem como sair com os alunos da escola para procurar, o professor deve apresentar as fotografias que fez dos grafites e pichações da cidade onde mora;

Ao apresentar as imagens o professor deve retomar a diferenciação entre grafite e pichação. Segundo Cátia Kanton:

“[...] os códigos da pichação levam grafias ininteligíveis para pontos da cidade nunca imaginados, numa ação que faz referências a um poder – de alcançar o que normalmente não é alcançado. Por sua vez, o grafite propõe, acima de tudo, uma experiência de estética e fluidez, por ser a arte do movimento, que se modifica junto com o dia a dia da cidade.”

CANTON, Kátia. Espaço e Lugar. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2009, pp. 42 a 43. (Coleção temas da arte contemporânea)

 

Observe com os alunos que a compreensão da pichação se restringe a grupos específicos e que muitas vezes não visa a experiência estética. Já o grafite nos oferece uma informação que pode se apreendida por qualquer pessoa.

Apresentar algumas imagens:

Imagens de grafites da cidade de São Paulo (acervo pessoal)

01 Grafites na cidade de São Paulo

 

02 Grafites na cidade de São Paulo

 

03 Grafites na cidade de São Paulo

 

04 Grafites na cidade de São Paulo

 

Grafite no Rio de Janeiro

05 Grafites no Rio de Janeiro

http://farm4.static.flickr.com/3061/2505490871_843e0724e8.jpg

 

Grafite em Londres

06 Grafites em Londres

http://www.londresparaprincipiantes.com/wp-content/uploads/2010/09/Stik.jpg

 

Grafite em Nova York

07 Grafites em NY

http://3.bp.blogspot.com/_q_fN6GubPmE/TAFc5XqitKI/AAAAAAAAAK4/DBSK_xmh_Rc/s400/iluminado_grafite.jpg

 

Grafite em Paris

08 Grafites em Paris

http://mesquita.blog.br/wp-content/imagescaler/dd0e08f86af52ed82aeadc2a3b25f9af.jpg

 

Por outro lado, a maioria das pichações não cria um aspecto visual atrativo:

09 Pichações

http://1.bp.blogspot.com/-tN5FnxpUl38/TnoO-07Pl1I/AAAAAAAAAG8/b49GcSHW0kc/s1600/edificioelisax.jpg

 

10 Pichações na Central do Brasil - RJ

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/foto/0,,15235383-EX,00.jpg

 

11 Pichações na Igreja da Candelária - RJ

http://n.i.uol.com.br/ultnot/album/100716_f_028.jpg

 

No final dessa atividade, os alunos devem perceber as diferenças entre as práticas e serem capazes de reconhecê-las em seu cotidiano.

 

Segunda atividade:

Mostrar para os alunos as imagens abaixo sem as legendas:

Caverna de Lascaux

12 Caverna de Lascaux

http://2.bp.blogspot.com/___DYbQp1j4E/TVF6-3uBFRI/AAAAAAAAAEs/QHmXFdHjK-c/s1600/Lascaux_2.jpg

 

Arte egípcia

13 Pintura egípcia

http://3.bp.blogspot.com/_zfLdIPDLFTs/SItDXoW3eUI/AAAAAAAABMY/7xrzqPuouFg/s400/tumba_de_nakht_arte_egipcio.jpg

 

Pintura Romana

14 Pintura Romana

http://2.bp.blogspot.com/_BtkVVwn17sk/TJvI13cdVuI/AAAAAAAAAFQ/hY3QBh41Nbg/s1600/POMPEYAA2.jpg

 

Afresco de Giotto

15 afresco de Giotto

http://3.bp.blogspot.com/-gqIev9JW1JI/T2kNGP2OsYI/AAAAAAAABqI/-K9RBFzHZwU/s1600/Afresco+de+Giotto+di+Bondone+-+A+Lamenta%C3%A7%C3%A3o.jpg

 

Pergunte aos alunos:

O que essas quatro imagens tem em comum?

Após as falas dos alunos, o professor pode complementar que elas são de períodos diferentes, mas que tem algo em comum: o fato de serem pintadas em paredes.

A maioria das pessoas acredita que o Grafite é uma técnica inovadora, mas a pintura sobre paredes é comum na história da humanidade desde seu surgimento. Obviamente com necessidades, faturas e temas distintos.

O grafite, portanto, inova trazendo a criação artística para espaços públicos, com uma linguagem atual e extremamente dinâmica. É possível dar três exemplos de períodos diferentes que, cada um com a sua linguagem, criou imagens de impacto:

Banksy – artista inglês que cria obras profundamente críticas e sarcásticas. Até hoje sua real identidade não foi revelada, mas suas obras provocam debates e atingem cada vez mais pessoas.

16 Obra de Banksy

http://4.bp.blogspot.com/-HId4g-GyG-4/Tq5AhxYl6hI/AAAAAAAAHb4/2rO19bBbHr0/s1600/banksy+%25282%2529.jpg

 

17 Obra de Banksy

http://1.bp.blogspot.com/_oLCmzHEQ8sE/TMUFKyW2yCI/AAAAAAAAAhE/xnJRcXTRRfM/s1600/banksy2.jpg

 

"Osgemeos" – Irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como OSGEMEOS, são artistas brasileiros de grande destaque no exterior que ficaram conhecidos pelas figuras características e pelos temas imaginativos e repletos de fantasia.

18 Obra de Osgemeos

http://ciadearquitetura.files.wordpress.com/2011/03/galeria-fortes-vilac3a7a2.jpg

 

19 obra de Osgemeos

http://osgemeos.com.br/images/uploads/parede-2.jpg

 

Keith Haring (1958-1990) – um dos primeiros artistas a seguir das ruas para os museus, levando o grafite à outra esfera de reconhecimento. Seu universo de criação também está altamente vinculado a um universo de fantasias e imaginação, contudo, uma característica importante de seu trabalho é o grafismo fortemente marcado que se expandiu para tudo: das paredes para carros, objetos, roupas, etc.

20 Obra de Haring

http://3.bp.blogspot.com/-Lo027qKXirw/T6O0PPpFdUI/AAAAAAAAASw/XBLNIvcYzFs/s1600/keith-haring-heart.jpg

 

21 Obra de Haring

http://blog.artsupplieswarehouse.com.au/wp-content/uploads/2010/12/keith-haring1.jpg

 

22 Obra de Haring

http://1.bp.blogspot.com/-hbzRV06Ft6o/Tf8rkQZ6OZI/AAAAAAAAEtY/lDl89RXuyGk/s1600/Crack+is+WackReverse+Landscape.jpg

 

Para encerrar a segunda atividade, peça que os alunos escolham o artista que mais gostaram de conhecer e que cada um crie uma imagem para ele (pode ser através de desenho, pintura ou colagem). Eles podem usar palavras associadas às imagens para criar suas interpretações sobre as obras escolhidas. Essas atividades podem formar uma exposição que apresente para a escola o que cada aluno aprendeu sobre as obras em grafite e sobre os artistas mais conhecidos nessa modalidade artística

 

Terceira atividade:

Antes de propor a atividade para os alunos, certifique-se com a direção da escola, se os alunos podem fazer um trabalho interferindo temporariamente em um espaço de circulação da escola. Para essa intervenção será necessário uma boa quantidade de giz de quadro.

Com a devida autorização, retome a obra de Haring destacando como o desenho é simples, mas cria complexas imagens formadas pelos grandes agrupamentos. Destaque que é possível que cada aluno, tendo visto a obra do artista, crie alguns grafismos com base em seu próprio universo.

Leve-os até a área externa disponibilizada na escola e explique como funcionará o trabalho.

O professor deve preparar o local antes da chegada dos alunos dividindo o grande espaço em áreas para que cada aluno trabalhe individualmente. Por exemplo, se o trabalho será executado em uma parede, divida em tantos espaços quanto for o número de alunos para trabalhar. Se for uma calçada estabeleça faixas. Elas podem ser numeradas obedecendo a ordem da chamada para que cada aluno saiba aonde vai trabalhar.

Em seguida distribua giz de quadro para os alunos e peça que eles criem grafismos na sua área. Peça que antes de desenhar pensem como podem ocupar bem aquele espaço e mostre que onde os trabalhos se encontram pode ocorrer um consenso entre os “vizinhos” para que a obra tenha continuidade apesar da autoria coletiva. Nesse momento é importante o professor estar preparado para administrar possíveis conflitos, pois nem sempre o consenso acontece.

Terminado o trabalho, divida os alunos em alguns grupos para que percorram a escola  explicando para as demais turmas o que os levou a fazê-lo. Essa é uma excelente forma de criar conscientização e respeito para com os trabalhos expostos, fazendo com que todos entendam que aquela é uma manifestação autorizada e respaldada por um conhecimento específico e não um ato de desrespeito com o espaço escolar ou mero vandalismo.

Todo o processo de criação e desenvolvimento deve ser documentado e levado ao blog já criado para as aulas sobre Land Art e Arte e Política. Peça que cada aluno crie um comentário por escrito sobre o que aprendeu nesta aula e poste no blog junto com as fotografias.

Recursos Complementares

Grafite: http://www.brasilescola.com/artes/grafite.htm

Pichação.com: http://www.pichacao.com/

Site do grafiteiro Stik: http://www.stik.org.uk/

Stik: da rua para uma galeria de Londres: http://pt.euronews.com/2012/05/08/stik-da-rua-para-uma-galeria-de-londres/

Site do grafiteiro Banksy: http://www.banksy.co.uk/menu.html

Banksy: o anônimo mais famoso do mundo: http://super.abril.com.br/cultura/banksy-anonimo-mais-famoso-mundo-623045.shtml

Site dos grafiteiros OSGEMEOS: http://osgemeos.com.br/

Site da Fundação Keith Haring: http://www.haring.com/

 

O seguinte texto pode ser trabalhado com os alunos para que eles entendam o raciocínio acerca do grafite:

"PÚBLICO-PRIVADO

O que é o espaço público? E o privado? Na contemporaneidade, esses dois conceitos parecem se interceptar o tempo todo. A ideia de privacidade, por um lado, se esgota num mundo em que todas as informações se mostram disponíveis ao público. A partir de 1991, com a proliferação de revistas e de mídias como Caras, Gente e Quem e de programas televisivos como Big Brother e A Fazenda, entre outros, há mais imagens em que a intimidade é colocada a público.

Por outro lado, o espaço que seria público – parques, praças, igrejas – se fecha cada vez mais perante a ameaça da violência potencial. Seu uso é abandonado pelo medo ou é deixado à deriva, à sombra da solidão urbana. O lugar público, que seria o lugar de todos, passa ao status de lugar de ninguém. É abandonado, maltratado, sujo, ignorado, sucateado.

 O desejo dos artistas contemporâneos de dialogar com os espaços públicos da cidade como forma de expandir suas poéticas fica cada vez mais ameaçado e torna-se um contraponto à ameaça da violência, ao medo, ao isolamento proposto por uma arquitetura de muros, grades e vigilância. O grafite é um dos modos mais eficientes encontrados por alguns artistas para furar esse paradigma.

A origem histórica do grafite remonta à história do ser humano, já que existem registros de sua cultura nas paredes das cavernas e na civilização egípcia. Essa inscrição no espaço público acompanha a própria história da arte.

Desde os anos 1980, a ideia do grafite vem acompanhada da noção de rebeldia, colada, sobretudo, à crescente manifestação da cultura negra norte-americana e do hip-hop. Nessa década surgiram, nos Estados Unidos, grandes nomes do grafite, como Keith Haring (1958-1990) e Jean-Michel Basquiat (1960-1988). Hoje os códigos da pichação levam grafias ininteligíveis para pontos da cidade nunca imaginados, numa ação que faz referências a um poder – de alcançar o que normalmente não é alcançado.

Por sua vez, o grafite propõe, acima de tudo, uma experiência de estética e fluidez, por ser a arte do movimento, que se modifica junto com o dia a dia da cidade."

CANTON, Kátia. Espaço e Lugar. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2009, pp. 42 a 43. (Coleção temas da arte contemporânea)

Avaliação

Avaliar se os alunos relacionam as diferentes manifestações na História da Arte de pessoas que utilizaram as paredes e áreas externas como suporte para suas práticas artísticas;

Avaliar a forma como eles percebem os artistas que conheceram durante as aulas;

Avaliar todo o percurso feito pelo aluno dentro da obra de Keith Haring até o trabalho prático.

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