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Trabalhando com quadrinhas: da compreensão à autoria

 

21/01/2013

Autor e Coautor(es)
JOSE MARINHO DO NASCIMENTO
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SANTO ANDRE - SP Centro Universitário Fundação Santo André

Alunos do PIBID, subprojeto de Letras 2012

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Sensibilizar para o trabalho com a linguagem poética.

Ler e analisar poema.

Elaborar texto poético (quadrinhas).

Duração das atividades
Variável, mas possível em dois meses, utilizando uma aula por semana.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não é preciso conhecimento prévio, além de saber o que é uma quadrinha, embora isso possa ser depreendido no desenrolar da atividade.

Estratégias e recursos da aula

Encaminhamento:

1.      Dizer aos alunos que o objetivo é a confecção de um livro de poemas ou a montagem de um painel com poemas deles. Perguntar-lhes, então, o que sabem sobre os conceitos de “poesia”, “poema” e “quadrinhas”.

2.      Pedir para alguns alunos dizerem (ou recitarem) algumas quadrinhas. Lembrar que as quadrinhas são criações bastante populares, de fácil memorização e que requerem uma entonação adequada.

Exemplo mais do que conhecido: “Batatinha quando nasce / Espalha a rama (ou “esparrama”) pelo chão / Nenezinho (ou “mamãezinha”, “menininho(a)” etc.) quando dorme / Põe a mão no coração”.

Sendo de caráter popular, as quadrinhas estão sempre sendo modificadas pelos falantes. Daí a ocorrência de variações criativas, dependendo da região do país.

3.      Atentar para o ritmo. Normalmente, as quadrinhas contêm versos curtos, geralmente de cinco ou sete sílabas poéticas (que são contadas até a última sílaba tônica do verso). Há poucas variações.

Reparar em Ba-ta-ti-nha-quan-do-nas//ce = sete sílabas poéticas. Es-pa-rra-ma-pe-lo-chão// = sete sílabas poéticas (que não correspondem exatamente as sílabas gramaticais, mas à emissão do som ao se dizer o verso).

4.      Dado o interesse dos pré-adolescentes e adolescentes por questões amorosas e por aspectos lúdicos dos textos, é aconselhável iniciar a atividade com exemplos variados, mas que atraiam a atenção deles. Sugere-se o uso de um poema como “Lira do Amor romântico ou A eterna repetição”, de Carlos Drummond de Andrade, que pode ser encontrado em:

http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/lira-do-amor-romantico/

5.       Pode-se iniciar a atividade, fazendo-se antecipações de sentido, a partir do título do texto: “Lira do amor romântico ou A eterna repetição”.

Além dos significados para “lira” encontrados em dicionários (http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/lira), é importante que professor pesquise antes um pouco sobre história da poesia. Material conciso a respeito pode ser encontrado em:

http://www.cfh.ufsc.br/~magno/poesiahistoria.htm

 

6.       Na sequência, ler as três quadrinhas que iniciam o poema:

 

Atirei um limão n’água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.

Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.

Atirei um limão n’água,
como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam:
Todo amor vive de engano.


a)      Iniciar os comentários sobre as primeiras impressões dos alunos;

b)      Encaminhar para uma discussão sobre o ritmo obtido na leitura, o uso de estruturas sintáticas e semânticas regulares, a boa pontuação, inclusive com o uso de dois pontos etc.;

c)       Pedir aos alunos para identificarem as semelhanças e diferenças existentes entre as estrofes;

d)      Observar com eles o esquema de rima: segundo com quarto verso;

e)      Fazer um levantamento dos verbos que aparecem nas estrofes e e refletir sobre os sentidos deles: atirar, ver, fazer etc., sobretudo em relação àqueles que indicam as falas dos peixes: responder e dizer. Trabalhar, então, uma relação de verbos da família do dizer: falar, responder, reclamar, gritar, sussurrar, perguntar, questionar, sugerir etc. (e os contextos em que podem ser empregados);

f)       Desafiar os alunos a completarem uma quadrinha (a quarta estrofe do poema), a partir da supressão da última palavra:

Atirei um limão n’água,
como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.

 

Sugere-se que, para esta e para cada uma das duas estrofes seguintes, o professor elabore um cartaz.

No caso do cartaz desta estrofe, assim que ele for exposto, brincar com os alunos, elaborando uma relação de palavras que rimem com “perfume”. Poderá aparecer a palavra ciúme, mas também cardume, estrume, queixume, negrume, volume etc. Discutir, com eles, em seguida, quais delas fazem mais sentido dentro do contexto. 

Importa também chamar a atenção para a palavra que mantém mais o ritmo que o poema requer. A palavra "ci-ú-me" contém três sílabas e, por isso, "lu-me", por exemplo, rima com ela, mas esta tem apenas duas sílabas. 

Finalmente, comparar com a palavra escolhida pelo poeta. Não se trata de haver o certo e o errado, mas o mais adequado a cada contexto. Valorizar os textos elaborados, igualmente.

 

g)      O mesmo procedimento para duas outras estrofes:


Atirei um limão n’água
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto dói uma paixão!

Atirei um limão n’água,
ele afundou um barquinho.
Não se espantaram os peixes:
faltava-me o teu carinho.


h)      Para as duas estrofes seguintes, ocultar duas palavras e procurar, com eles, completar a primeira delas. Depois, pedir que, em duplas, completem a segunda. Ao final, ler todas as criações e, finalmente, conhecer as opções do poeta:


 


Atirei um limão n’água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.

Atirei um limão n’água,
o rio ficou vermelho
e cada peixinho viu
meu coração num espelho.


 

i)        Para as duas outras estrofes, ocultar o último verso. Completar a primeira delas com os alunos. Pedir que, em duplas, completem a segunda quadrinha. Depois, conhecer as opções do poeta:


 


Atirei um limão n’água
mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
me lembra o que já sofri.

Atirei um limão n’água,
antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
de amar com falta de jeito.
 


j)        Para as duas estrofes seguintes, ocultar os dois últimos versos. O procedimento é semelhante às etapas anteriores:


 


Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.

Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.


k)      Para as estrofes seguintes, o professor pode escolher algumas delas e ir ocultando seus elementos, até que fique apenas o primeiro verso:

 


Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.

 

Atirei um limão n’água,

pedindo à água que o arraste.

Até os peixes choraram

porque tu me abandonaste.

 

Atirei um limão n’água

de clara ficou escura.

Até os peixes já sabem:

você não ama: tortura.

Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.

Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.


l) Na sequência, os alunos trabalharão livremente. Em grupo, em dupla ou individualmente, elaborarão quadrinhas sobre quaisquer assuntos de seu interesse.
 

Formas de incentivar a participação:

1) Pesquisa - Pedir que os alunos tragam quadrinhas de que seus pais ou responsáveis gostem. Quem vai ler a quadrinha mais criativa? E a mais engraçada? E a mais romântica?

2) Brincadeira da Caça às quadrinhas - Espalhar, por todas as dependências da escola, os textos produzidos pelos alunos e incentivar a sua localização: será que os autores encontram suas criações?

3) Promover saraus literários dentro do ambiente escolar.

Recursos Complementares

Exemplos de quadrinhas diversas podem ser encontrados em: http://cantinhopreferidodamah.blogspot.com.br/2012/08/quadrinhas.html

Avaliação

1. Verificar, ao longo do processo, se o aluno/autor elabora texto com versos mais regulares (sempre com sete sílabas, por exemplo).

2. Ler e comentar as quadrinhas de cada aluno, devolvendo-as para refacção.

3. Considerar o conjunto de textos elaborados pelos alunos. Escolher, com o grupo, o material que chegará até o público leitor (em forma de livro, que pode ficar na biblioteca da escola, se for exemplar único; em forma de painel, no pátio da escola; em forma de varal de poesia, também no pátio da escola etc.).

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