• Avançar no desenvolvimento das diferentes dimensões humanas;

• Interagir com diferentes crianças e adultos; Ouvir histórias;

• Desenvolver atenção e concentração;

• Experimentar novos enredos e recursos para a mesma história;

• Compartilhar um espaço de expressão com crianças e adultos, por meio de contação de histórias;

• Desfrutar de momentos lúdicos e de muita imaginação;

•Manipular livros de literatura infantil;

• Participar de um momento de culinária;

•Degustar o prato preparado em parceria com os colegas.
 

Não há necessidade de conhecimentos prévios.

Primeiras considerações:

Um aspecto muito valorizado e explorado em nosso cotidiano são as interações. Consideramos as possibilidades de interação (criança-criança, criança-adulto, adulto-adulto) um fator da grande importância no desenvolvimento de todos. Neste sentido, nos empenhamos em planejar momentos coletivos em que grupos de diferentes faixas etárias possam estar envolvidos em uma mesma atividade, proporcionando assim vivências ricas de aprendizado entre as crianças de diversas idades. Foi pensando nisso que surgiu essa proposta, que apresenta momentos bem diversificados para os grupos 3 e 4  (crianças entre 2 e 4 anos). Vale ressaltar que nesses momentos as crianças maiores desenvolvem respeito e cuidado para com as menores. E estas, por sua vez, percebem que aquelas também são crianças, só que mais experientes e, por isso, muito interessantes, já que fornecem pistas e as ajudam a desenvolverem atividades que não conseguiriam realizar sozinhas. Essa ajuda, essa dica, que uma criança de 4 anos fornece a outra de 2 anos, por exemplo, parece corriqueira e sem importância, mas não é, pois a criança de 4 anos está fazendo de forma espontânea aquilo que nós, professores, fazemos intencionalmente: atuar na zona de desenvolvimento próximo da criança de 2 anos.

Existem relações complexas entre o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Vigotski (1984), identificou dois níveis de desenvolvimento: o primeiro é o nível denominado de real ou efetivo e constitui-se pelas funções psicológicas já efetivadas; o segundo é o nível de desenvolvimento próximo e se define como aquelas funções que estão em vias de amadurecer podendo ser identificadas por meio de solução de tarefas com o auxílio do adulto e outras crianças mais experientes. Nesse sentido, o ensino deve incidir sobre o segundo nível, pois a zona de desenvolvimento próximo tem um valor mais direto para a dinâmica da instrução do que o nível atual de desenvolvimento. Portanto, neste processo, o professor tem um papel destacado enquanto mediador entre a criança e o conhecimento produzido e acumulado historicamente pela humanidade, cabendo a ele intervir na zona de desenvolvimento próximo da criança conduzindo a prática pedagógica (FACCI, 2006, p. 23).
 

Primeiro Momento: Ouvindo o caso do bolinho

Materiais: Livro de história: O caso do Bolinho, tapete e almofadas.

Duração: 30 minutos

capa do livro

Fonte http://doispontostravessao.wordpress.com/2009/11/30/tatiana-belinky/

Esta proposta foi pensada para as crianças dos grupos 3 e 4  (crianças entre 2 e 4 anos) do Núcleo de Desenvolvimento Infantil - NDI. Organize a sala de maneira acolhedora e convidativa para uma história, com tapete e almofadas. Sente-se em roda com o seu grupo e explique que, neste dia, ele terá visitas: outro grupo de crianças virá participar da roda de histórias. Após a chegada do referido grupo e de todos acomodarem-se a história selecionada previamente pelo professor pode ser contada: O caso do bolinho. Essa história costuma ser muito apreciada por crianças de idades diversas, pois é musicada e muito divertida. Após a contação, as crianças podem manusear o livro e falar sobre o enredo e os personagens.

a)      Qual personagem cada criança mais gostou? Por qual motivo?

b)      Qual animal foi mais esperto? Por que?

c)      E a música, aprenderam a cantar?

Aproveite então o momento para cantar a música com as crianças.

Eu sou um bolinho

Redondo e fofinho

De creme recheado

Na manteiga assado

Deixaram-me esfriando

Mas eu fugi rolando

A vovó não me pegou

O vovô não me pegou

Nem você dona lebre vai me pegar!

Depois sugira que a história seja contada de outra forma: usando fantoches e um bolo de verdade. Mas para isso precisarão fazer um bolo. Combine então com os dois grupos de crianças que no dia seguinte se encontrarão novamente para preparar o bolo e depois o usarão para contar a história, juntamente com os fantoches dos personagens.  

Segundo Momento: Fazendo o bolo

Materiais: cartolina, cola, fita adesiva, caneta hidrocor, ingredientes do bolo, liquidificador e forma.

Duração: 30 minutos.

Receita do Bolo

Ingredientes

• 4 unidade(s) de ovo
• 2 xícara(s) (chá) de açúcar
• 3 xícara(s) (chá) de farinha de trigo
• 1 xícara(s) (chá) de margarina

Como fazer

Bata todos os ingredientes de uma só vez no liquidificador por cerca de 5 minutos. Coloque em forma de buraco central, untada e enfarinhada. Leve para assar em forno médio e pré-aquecido.

http://cybercook.terra.com.br/receita-de-bolo-simples-de-liquidificador-r-12-8292.html

Organize um espaço onde o bolo possa ser preparado pelas crianças. Este deve ter uma mesa grande onde ficarão os materiais a serem utilizados no preparo do bolo e onde as crianças possam ficar em volta para manusear os ingredientes e acompanhar o preparo. Cole também uma cartolina na parede, onde possam ir escrevendo a receita do bolo. Uma das professoras pode questionar as crianças sobre o que acham que precisam para fazer o bolo e, em seguida, ir apresentando os ingredientes que precisarão para a receita escolhida. A medida que for apresentando os ingredientes poderão ir registrando cada um na cartolina, usando também algumas embalagens como forma de registro e ilustração.

Depois de registrarem os ingredientes, a outra professora, com a ajuda da auxiliar de sala, começa a questionar como fazer o bolo com aqueles ingredientes. E então, mediadas pelos adultos, as crianças vão aprendendo como preparar o bolo, e ajudando nesse preparo. Cada um pode colocar um ingrediente (uma colher de trigo ou de açúcar, por exemplo). Conforme forem preparando, a professora que está registrando vai também chamando a atenção das crianças para o modo de preparo do bolo e escrevendo essa nova etapa na cartolina.

Após  colocarem todos os ingredientes, explique que agora o bolo precisa ser assado no forno. Mas isso é melhor uma professora fazer sozinha, pois o fogão é perigoso para as crianças. Convide-as então, para irem brincar, no parque por exemplo, e quando o bolo estiver pronto se reunirão novamente para ouvirem  a história e posteriormente comerem o bolinho.    

Terceiro Momento: O caso do bolinho com fantoches e bolo de verdade

Materiais: O bolo feito com a ajuda das crianças, envolto em filme PVC, fantoches dos personagens,  tapete e almofadas.

Duração: 30 minutos.

Passe filme PVC no bolo, de modo que fique protegido e fácil de manusear  na hora da história, além de decorá-lo com olhinhos, nariz e boca, conforme ilustração abaixo. Separe fantoches dos personagens da história. Caso não tenham todos os fantoches dos personagens na escola, estes podem ser substituídos por outros, pois além do bolinho todos os outros personagens são animais, e se substituídos não vão alterar o enredo da história.

                                                                                                                    Arquivo Institucional NDI-2013

Novamente organize um espaço com tapete e almofadas para que as crianças apreciem o caso do bolinho, agora com novos recursos. O professor poderá contar a história sentado na roda, junto com as crianças, ou escondido atrás de alguma coisa, (um painel, um lençol, uma mesa, um portão, etc.) para que só os fantoches apareçam. Não esqueça de reservar um lugar para colocar o bolo, pode ser em cima de uma cadeira. Como no final da história a raposa come o bolinho, o professor pode fantasiar a situação dizendo que ela quer dividir o bolo com as crianças. E assim, o bolo pode ser repartido e saboreado por todos.   

Quarto Momento: Comendo o bolinho

Materiais: O bolo feito pelas crianças, aparelho de DVD ou data show, musical do caso do bolinho com a turma do cocoricó - ver recursos complementares.

Duração: 15 minutos.

Relembrando o desejo da raposa, de dividir o bolo com todos, a professora deve convidar as crianças para saborearem o bolo juntas e em seguida assistirem . o musical do bolinho com a turma do cocoricó. Para isso a professora deve deixar preparado, já no espaço em que ouviram a história com os fantoches, um aparelho de dvd, ou data show, ou então convidar as crianças, depois de comerem o bolo, para dirigirem-se a outro espaço onde haja esses recursos. E lá assistir ao filme.

Obs: O terceiro link dos recursos complementares trata-se de uma entrevista da turma do cocoricó com a autora do livro: Tatiana Belink. Está muito interessante, por isso se essa proposta for realizada com crianças maiores (de 5 anos em diante), vale a pena assistir com eles essa entrevista.      

https://www.youtube.com/watch?v=0EPbcThfr_w

http://www.contandohistoria.com/ocasodobolinho.htm

https://www.youtube.com/watch?NR=1&v=7Mlq1lF9Rks&feature=endscreen

http://doispontostravessao.wordpress.com/2009/11/30/tatiana-belinky/

http://cybercook.terra.com.br/receita-de-bolo-simples-de-liquidificador-r-12-8292.html

FACCI, M.G.D. Os estágios do desenvolvimento psicológico segundo a psicologia sóciohistórica. In: ARCE, A. e DUARTE, N. Brincadeira de papéis sociais na educação infantil: as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin
São Paulo, Xamã, 200
 

Durante a realização das atividades conjuntas, (que envolvam mais de um grupo de crianças) é importante que as professoras possam trocar impressões sobre o trabalho desenvolvido, no sentido de verificar se as crianças se envolveram com a proposta, se os grupos interagiram e vivenciaram momentos de parceria se ampliaram seu repertório linguístico e imaginário, por meio da contação da história, do teatro, e dos enredos criados pelas professoras e pelas próprias crianças, no decorrer da proposta; se demonstraram interesse pela aula de culinária e conseguiram perceber a relação entre esta e a história contada. Todos provaram o bolo? O que as crianças demonstraram ao degustar o prato feito por elas mesmas, e que ao mesmo tempo era um personagem da história? Os registros são ferramentas importante nesse processo, pois servirão de subsídios para o encaminhamento de futuros planejamentos, fornecendo dados e pistas para as professoras  avaliarem  também sua prática pedagógica.