- Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos;

- Compartilhar os espaços, as ideias e os planos com outras crianças e outros adultos;

- Ampliar os seus universos cultural e vivencial.

É importante que o professor propicie habitualmente ao seu grupo experiências com o corpo e o movimento, e também incluir jogos pré-desportivos, com regras adaptadas às especificidades da faixa etária com que atua. O professor deve considerar a trajetória de seu grupo e a curiosidade das crianças. A sugestão é indicada para crianças a partir dos 04 anos de idade.

Esta proposta deverá ser planejada previamente pelos professores participantes. A atividade consiste em os professores organizarem duas ou mais partidas de futebol, entre as crianças e os adultos, de forma que, no final, os professores participantes usem trajes de contos de fadas ou roupas diferentes, lembrando as histórias que as crianças frequentemente ouvem nos grupos. Portanto, a branca de neve, uma bruxa, reis, rainhas, gnomos, fadas, príncipes e princesas serão “escalados” para este jogo. Este momento será organizado em segredo das crianças para obtermos o efeito do inusitado, que tanto as instiga.

Sugerimos o uso da máquina fotográfica para documentar os diversos momentos da aula.

Primeira Etapa: "Tum, Tum, Tum... aquecendo os tamborins para um jogo de futebol!”

Duração: Em torno de uma hora.

Material: Um equipamento reprodutor de DVD.

Local: Sala de aula, ou pátio da Instituição.

Proposta: O professor reunirá o grupo, sentado em uma roda, em um ambiente onde possa ser reproduzido o material do DVD, com a música “Uma partida de futebol”, da banda brasileira Skank (ver recursos complementares). Poderá sugerir no meio, ou após a reprodução da música, que as crianças levantem e dancem conforme o ritmo reproduzido. Num dado momento, ele bloqueia o som e solicita que as crianças virem estátuas. Este momento deverá conter o movimento, o professor deverá transitar por entre as crianças e desafiá-las a não se moverem, ou mesmo piscarem e, uma vez obtendo esse efeito, o da imobilidade, ele retornará a tocar o som, propondo novamente que elas dancem livremente. Poderá fazer esta solicitação duas a três vezes, atentando para o interesse das crianças.

Em seguida, ele inicia uma conversa sobre o futebol com as crianças, explorando o que elas conhecem sobre o esporte e se já tiveram contato, o que conhecem sobre as regras, sobre os times de futebol existentes etc., de forma que, ao final, convida as crianças para jogar uma partida de futebol diferente. Esse convite deverá ser feito com a intenção de despertar nas crianças o interesse por esta proposta.

O professor deverá localizar previamente onde se desenrolará a atividade. O ideal é que seja realizada em um campinho gramado, retangular, com o comprimento de 40 metros e com a largura de 20 metros. O professor poderá se apoiar nos Recursos Complementares que trata das dimensões de uma quadra de futebol de salão. Para este momento, o professor terá três possibilidades de atuação: a primeira prevê que exista um local já destinado a atividades como essa na Instituição; a segunda, que esse local exista não dentro da escola, mas no seu entorno; e a terceira prevê a inexistência desse tipo de local.

No primeiro caso, bastará o professor organizar dia e horário para a atividade. No segundo, ele deverá verificar o local quanto ao seu estado e certificar-se acerca da segurança do passeio para, em seguida, planejar o caminho a ser percorrido pela turma e os adultos responsáveis.  No terceiro caso, se não houver o local, ele deverá planejar a atividade no espaço que tiver disponível dentro ou nas proximidades da Instituição em que trabalha, não dando importância demasiada às dimensões do espaço, mas à segurança das crianças e aos objetivos que essa atividade pode proporcionar.  O espaço deverá ser dividido em duas partes iguais e o professor deverá utilizar-se de cordas, para delimitar as linhas laterais do campo que será formado.

Todos os momentos deverão ser registrados com fotos.

                                                Imagem crianças jogando futebol

 http://www.pintardesenho.com/2012/12/colorir-desenho-criancas-brincando-de-bola-sorrindo.html

Segunda Etapa: " Como construir traves de gol e pom pom para torcida". 

Duração:  Em torno de trinta minutos a uma hora.

Material: Tubos de esgoto de PVC de 40 mm de espessura para 02 traves, 12 joelhos de PVC de igual espessura do tubo para 02 traves, sacos do tipo de batatas, ganchos para serem fixados em madeira, martelo e prego, fio de barbante, fio de lã ou similares, sacolas de supermercado e fita adesiva.

Local:  Sala de aula, ou pátio da Instituição. 

Proposta: Neste momento, o professor deve reunir o grupo e propor-lhe um alongamento, se inspirando no espreguiçar de alguns animais, podendo ser de um gato ou cachorro.

Primeiro momento:

Na sequência, solicita que as crianças se sentem em uma roda e, apoiado nos Recursos Complementares, sugerir à confecção de 02 traves de futebol de tubos de PVC com as crianças. Deverá acrescentar uma rede à proposta sugerida, ao fundo do objeto construído, dando a impressão de uma trave de gol e, para isto, deverá unir os sacos de “batata” por meio de fios de lã. Para fixar a rede na trave, poderá se valer de seis ganchos, que deverão ser distribuídos pela trave, depois de montada. Antes de tentar introduzir o gancho diretamente no PVC, o professor deverá iniciar um furo superficial, martelando um prego para facilitar o processo de instalação do gancho. O saco poderá ser usado para que dê um efeito de “bola na rede” no momento do gol. Para isto, o professor deverá unir tantos sacos quantos forem necessários dependendo do tamanho da trave, através do barbante ou de material similar.

Segundo Momento:

O professor deverá propor às crianças a confecção de pom pom para fazer torcida no momento da partida (Recursos Complementares). Estes poderão ser utilizados pelas crianças que não estiverem em campo no momento do jogo, ou as que não quiserem participar da partida de futebol propriamente dita. Para isto, o professor poderá unir de 02 a 03 sacolas de supermercado.

Crianças na torcida da partida de futebol

Acervo NDI/CED/UFSC 2012

Foto: Gilberto Lerina

   Crianças jogando futebol no campinho da Instituição 2007

Acervo NDI - Foto professor Gilberto Lerina

Terceira Etapa: "O dia da “pelada” chegou!”.

Nos dias que antecedem à aula, os professores deverão comentar, lembrar e instigar as crianças sobre a atividade. Poderão encaminhar uma carta para os familiares convidando-os à participarem da proposta e para solicitar que as crianças, para o momento planejado, trajem roupas confortáveis e adequadas para o jogo de futebol. Se caso possuírem alguma camiseta de times de futebol, poderão usá-la neste dia.

Esta é uma atividade conjunta e deverá ser organizada de forma coletiva pelos professores que estarão envolvidos. O grupo de professores deverá se reunir para ajustes como, por exemplo, o que vão trajar, como organizarão os grupos de crianças, quem organizará a torcida e a marcação do campo pelas cordas, enfim. É necessário, igualmente como nas rodas de conversas com as crianças, que os professores também se organizem para uma roda de planejamento, harmônico, organizado no que diz respeito às diferentes ideias que possam aparecer e à divisão de responsabilidades.

Neste dia, poderão organizar para que seja tocado o hino nacional (Recursos Complementares) antes de iniciar a partida. Sugerimos também um juiz, devidamente trajado para apitar o jogo; um mesário para organizar a entrada e a saída das crianças, mantendo-se assim uma rotatividade de jogadores (tanto meninos como meninas) e não deixando as crianças por muito tempo no banco de reservas. Imprescindível promover a participação de todos, inclusive em caso de existir alguma criança com deficiência. Para estas, o professor deverá ficar atento em como será a participação, reservando um olhar criterioso e estratégico.

É importante que numa atividade desta natureza, os professores propiciem uma atmosfera de alegria e interação e não entrem num clima de competição, do ganhar a qualquer preço. Portanto, os professores devem dar dicas de que o mais importante é a participação, o poder “curtir” ao lado dos colegas.

O ideal é que se finalize a atividade com o jogo dos personagens. 

Duração: Aproximadamente uma hora.

Material: Bola, apito, tiras de TNT com 02 (duas) cores diferentes e um equipamento que possa reproduzir o hino nacional.  

Local: Organizado pelo professor previamente.

Proposta: Depois de checados o local, os materiais, as responsabilidades e as combinações para este momento, o professor reunirá o grupo de crianças e professores no espaço já previamente organizado. Comenta que neste momento iniciará o jogo, mas que, para isto, as crianças deverão fazer um alongamento inicial, em uma roda , podendo se apoiar nos Recursos Complementares.

Na sequência, organiza uma pequena corrida sem sair do lugar, solicitando que as crianças o imitem e, aos poucos, vai se deslocando, com uma “corridinha” lenta, enquanto vai dando uma grande volta no campo, comentando sobre o espaço, os dois campos, a lateral, e por aí vai, fazendo um breve reconhecimento de todo o local, podendo propor movimentos inusitados para que todos o imitem, de forma alegre e bem humorada.

Em seguida, o professor proporá que as 02 (duas) equipes sejam formadas, valendo-se dos demais professores dos grupos para que façam uma “escalação” do time, de forma que mesclem as crianças dos diferentes grupos. Depois de formados 02 (dois) times, o professor distribuirá as faixas de 02 cores diferentes de TNT, para serem amarradas na testa das crianças e que devem ser previamente preparadas. Nos times formados, deverão ter 02 adultos “atentos” para jogar e contribuir para que o jogo transcorra e possibilite que todas as crianças participem, seja jogando, seja cobrando faltas, pênaltis, lateral e tiro de meta e, assim por diante.

Antes de iniciar o jogo propriamente dito, os 02 times serão chamados para combinações preliminares, como, por exemplo: não colocar a mão na bola; não empurrar; quando o juiz apitar, todos deverão virar estátuas etc. Logo após, cada time reúne os seus respectivos jogadores com o intuito de combinar “planos” de jogo, estratégias etc. Os adultos participantes dos times deverão instigar para que as crianças verbalizem suas ideias e, ao final, deverão contribuir sutilmente com os planos e relembrar as regras do jogo.

Neste momento, poderá ser tocado o hino nacional. Posteriormente, o professor chama todos das equipes em uma roda e escolhe, no “cara e coroa”, o campo de cada equipe, qual delas terá a saída de bola e - “Priririri...” - apita o juiz!

Crianças e professores no aquecimento antes da partida de futebol

Arquivo NDI/CED/UFSC 2012

Foto: Gilberto Lerina

O jogo deverá ter 02 tempos, para que os 02 times formados possam jogar em cada um dos lados do campo. No que se refere ao tempo, ele poderá ser estipulado de 5 a 10 minutos de cada lado, porém o professor deverá estar atento ao interesse das crianças, ao número de crianças participantes e perceber se o tempo deverá ser ampliado ou reduzido. Antes de terminar cada partida, o professor proporá que seja aberta uma contagem regressiva de 10 a 1. Terminado o primeiro jogo, o professor solicita que as crianças tomem água, que o outro time (dos adultos) seja chamado e seja dada sequência ao outro jogo nos parâmetros do primeiro.

Finalizados os jogos das crianças, os adultos que irão se trajar com as roupas dos personagens deverão sair, sutilmente, de “cena” e deverão trocar de roupa, escondidos das crianças, enquanto o juiz organiza para que as crianças fiquem de olhos fechados, aguardando a grande surpresa. Neste meio tempo, uma música será organizada, conforme Recursos Complementares, para abrilhantar a entrada desses jogadores muito especiais. E, procedendo da mesma forma que no jogo das crianças, no que diz respeito à organização, os personagens poderão improvisar momentos ou movimentos para que possam levar alegria e diversão para a proposta.

Ao final, o professor deverá convidar o grupo para um alongamento, podendo se basear nos Recursos Complementares. Por último, iniciar uma contação de história de um dos personagens que ali esteve jogando. Para isto, os professores deverão estar preparados, escolhendo previamente quem irá contar a história e se terá algum apoio de livro ou mídia.

Música "É uma partida de futebol":

http://www.youtube.com/watch?v=hibZVX_Q18M

Sobre a quadra de futebol de salão:

http://www.futsaldobrasil.com.br/2009/cbfs/quadra.php

Sobre a confecção de traves de futebol de PVC:

http://www.youtube.com/watch?v=73cCGuQqRZk

sobre Pom Pom para torcida:

http://www.youtube.com/watch?v=NA_HH77J3jY

Sobre alongamento:

http://www.youtube.com/watch?v=mt4jsXPcMts

Sobre saco de batata:

http://www.novaplast.com.br/sacos-fios-telas-barbantes.asp?id2=3

Sobre o hino do Brasil:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/hino.htm

Sobre futebol:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol

Sobre regras do futebol:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Regras_do_futebol

Ao final, os professores convidam as crianças para uma última roda. Fazem um espreguiçar com elas, esticando algumas partes do corpo (pernas, braços, costas). Em seguida, instigando uma conversa sobre a atividade, os professores deverão lhes perguntar como foi construir e compartilhar o momento do futebol com outras crianças, se elas apreciaram o jogo dos personagens e o que acharam da torcida. Para além, os professores devem promover uma reflexão com o grupo sobre a importância do trabalho em equipe e comentar sobre como pode ser interessante conhecer e brincar com outras crianças.

Em seus apontamentos, os professores avaliam como as crianças reagiram às propostas e como foi a interação e a movimentação do grupo, com o apoio das imagens fotografadas. O planejamento e a execução da proposta por parte dos adultos também deve ser avaliada, com o objetivo de futuras propostas coletivas.

Correção ortográfica e gramatical:

Lygia Barbachan de Albuquerque Schmitz.