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Qual é o seu signo? Astronomia e Astrologia.

 

21/08/2013

Autor e Coautor(es)
MARCELO TADEU BARAO
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SAO PAULO - SP VITAL BRASIL COLEGIO

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Física Mecânica e funcionamento do universo
Ensino Médio Física Conhecimentos básicos e fundamentais
Ensino Médio Física Movimento, variações e conservações
Ensino Médio Física Universo, terra e vida
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Esta aula tem como objetivo demonstrar a contribuição histórica da Astrologia à Ciência, assim como descaracterizá-la desta condição quando submetida aos padrões do método científico.

Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O aluno deverá ter o domínio sobre a composição dos movimentos de translação e rotação da Terra.

Estratégias e recursos da aula

Introdução Teórica

Nossa tradição astronômica remonta aos gregos. A tradição astronômica dos gregos remonta à Babilônia. As primeiras tabelas astronômicas da nossa tradição foram cunhadas (literalmente!) naquelas cidades agrícolas do fértil vale entre os Rios Tigre e Eufrates, atual Iraque. Os gregos se referiam à região com o nome pelo qual a conhecemos hoje: Mesopotâmia, do grego “entre rios” (meso + potamos). Disputada ao longo dos séculos por grupos culturais distintos (assírios, caldeus, sumérios, babilônicos e amoritas), é por lá que devemos começar a investigação astronômica do nosso passado.

As placas de argila com símbolos marcados em forma de cunha foram ainda mais indecifráveis para nós que os hieróglifos egípcios. Mas conforme foi-se conseguindo ler tais placas, pôde-se ter uma boa ideia sobre as concepções cosmológicas dos sacerdotes babilônicos. Nos registros, a esfera das estrelas fixas aparece dividida em três zonas de 12 setores cada . Eles trabalhavam com um sistema de oito céus.

A astronomia foi muito desenvolvida para fins de previsão. Hoje, estas previsões são de caráter predominantemente físico e cosmológico – e por isso o corpo de conhecimento teórico que sustenta a prática astronômica se chama astrofísica. No entanto, a astrofísica é invenção do século XIX, e mesmo a gravitação é invenção do século XVI. Antes disso, a ciência dos astros (astrologia, para usar o termo grego) tinha um tom bem diferente. Desde os primeiros mitos, os céus sempre foram a grande referência em termos de regularidade, de como o mundo é regido.

Observar cuidadosamente o céu seria um caminho para conhecer os fenômenos terrestres – o ciclo do clima, o regime dos rios, o futuro dos plantios e colheitas, a evolução dos impérios e dos reis. Desta forma, nos grandes impérios da Antiguidade as previsões astronômicas sempre foram uma importante questão de Estado. A produção astronômica dos sacerdotes babilônicos foi bastante rica neste sentido. Eles deixaram tábuas e mais tábuas com registros de passagens de cometas, fases da Lua, posição e datas do nascer e ocaso das principais estrelas e planetas. Os dados astronômicos são acompanhados de presságios que relacionam acontecimentos importantes na ordem (natural e política) do mundo.

O Sol não se move junto com a Esfera; ele se move através dela. Podemos dizer que ele tem um movimento próprio, mas é arrastado diariamente pelo movimento da Esfera, fazendo os dias de noite. Sabemos que esse movimento próprio do Sol tem um período de um ano, e que ele deve acontecer descrevendo um círculo máximo na Esfera, inclinado com relação ao Equador (para explicar a oscilação anual norte - sul). Esse círculo inclinado se chama círculo da Eclíptica. Essa inclinação da Eclíptica pode ser medida, e vale cerca de 23,5º. A trajetória eclíptica define um hall de estrelas privilegiadas: as estrelas por cima das quais o Sol passa. Essa faixa coberta pelo Sol no céu era chamada pelos gregos de zodíaco . O zodíaco dos gregos era dividido em doze casas, cada uma associada ao grupo de estrelas onde o Sol estava naquela época. Embora todos sejam familiares às casas zodiacais, vamos relembrá-las logo abaixo.

 

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                      Figura 1 - Movimento Anual do Sol pelas constelações zodiacais.           

http://www.uranometrianova.pro.br/astronomia/AA001/zodiaco.gif

A visualização das estrelas, conceitua constelação como um aglomerado de estrelas que se ligam, passando a ideia de uma região delimitada no céu. A União Astronômica Internacional oficializou o número de constelações em 88. Hoje em dia, as constelações do zodíaco (bem como todas as constelações) correspondem a pequenos terrenos no céu - loteamentos com fronteiras muito bem definidas. Embora muito menos romântico, facilita bastante na hora de medir as coisas. Quando lotearam o céu, acabou que um pedaço de uma outra constelação foi cortado pela linha da eclíptica. Essa constelação, do Ofiúco (ou serpentário), ficou conhecida então como a décima terceira constelação zodiacal. Considerando esses limites precisos, aqui vai uma tabela com os períodos em que o Sol fica dentro de cada uma delas:

 
Posição do Sol no céu    
Constelação Segundo a Astronomia Segundo a Astrologia
Virgem 17/09  - 31/10 23/8 - 22/9
Libra 01/11 - 23/11 23/9 - 22/10
Escorpião 24/11 - 29/11 23/10 - 22/11
Ofiúco 30/11 - 18/12 --------
Sagitário 19/12 - 19/1 23/11 - 21/12
Capricórnio 20/1 - 16/02 22/12 - 20/1
Aquário

17/2 - 11/3

21/1 - 20/2
Peixes 12/3 - 18/4 21/2 - 21/3
Áries 19/4 - 14/5 21/3 - 20/4
Touro 15/5 - 21/6 21/4 - 20/5
Gêmeos 22/6 - 20/7 21/5 - 20/6
Câncer 21/7 - 10/8 21/6 - 22/7
Leão 11/8 - 16/9 23/7 - 22/8

 

O texto acima foi adaptado da apostila " Curso de Astronomia Geral Zeta" - Volume Céu

 

Etapa 1 - Sala de Informática

O professor fará o uso do programa gratuito Stellarium ( http://www.stellarium.org/pt/ ) para o início desta atividade. Para iniciarmos esta etapa,  preencheremos na janela de localização  a cidade em que estamos, enquanto que na janela de tempo deixaremos o dia atual. Ao passarmos o mouse pelo canto inferior da tela, outra barra de ferramentas pode ser acessada. Nesta barra, habilitaremos o nome das constelações, a ligação entre as estrelas e arte das constelações, para em seguida na janela do tempo avançarmos até o pôr do Sol localizados no polo cardeal Oeste,  

O professor contará aos alunos a importância histórica da Astrologia e como foi essencial para medirmos o tempo, como a regularidade entre as distâncias entre as estrelas e como as figuras das constelações se moviam no céu, nos ajudaram a construirmos os modelos atuais. Como descrito acima, o signo das casas zodiacais é determinado pela constelação presente no pôr do Sol. No dia em que esta aula foi elaborada, 11 de julho de 2013, a constelação presente, é a de Gêmeos e assim por diante para qualquer outra data. Você pode consultar a tabela da figura 2, para verificar a constelação presente na data solicitada. Neste momento, provavelmente, os alunos pedirão ao professor que coloque a data de seus aniversários, e o professor atenderá alguns alunos. Para a surpresa de todos, o signo presente no pôr do Sol, não é o signo que a Astrologia atual fornece às pessoas. Este é o momento propício para que o professor mencione a "Precessão dos Equinócios".

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Figura 3 - Pôr do Sol em São Paulo em 11/07/2013 d.C. - Ocaso do Sol em Gêmeos.

Como sabemos, a Terra ao mover-se ao redor do Sol em torno de si mesma, tem o seu eixo de rotação precessionado, como um peão quando gira e vai perdendo seu momento de rotação. Graças ao movimento de precessão, que tem período de 26000 anos aproximadamente, o eixo de rotação aponta para localidades constelações diferentes. Hoje, este eixo aponta para a constelação de Peixes, que teve início em 55 a.C e terá seu fim no ano de 2620d.C. Veja mais em: http://planetario.ufsc.br/a-era-de-aquario/ .  Graças ao movimento de precessão, as constelações sugeridas pelos babilônios, não correspondem as atuais, causando uma defasagem no período tradicional do horóscopo e acrescentando mais uma casa zodiacal, a do Ofiúco ou Serpentário.

Para ampliar o debate, o professor colocará na janela de tempo o ano -4000 (indicação de 4000 a.C.)  para que na  comparação anterior ao dia 11 de julho, temos agora a constelação de Leão ao invés de Gêmeos (atual). Com a indicação da janela de tempo em 4000 A.C., o professor poderá simular as datas de nascimento de alguns alunos para mostrar que nestas datas seus signos são correspondentes a Astrologia.

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Figura 4 - Pôr do Sol em São Paulo em 11/07/4000 a.C.  - Ocaso do Sol em Leão.

O intuito do debate é mostrar a importância histórica da Astrologia e sua descaracterização na condição científica.

 

Etapa 2 - Biblioteca ou sala de aula.

Nesta etapa, o professor solicitará aos alunos a maior quantidade de jornais de um mesmo dia, além da utilização de sítios da Internet. O professor escolherá um fato/notícia importante presente em todos os meios e indicará a leitura do mesmo em todos os veículos. Em seguida, o educador solicitará a análise e debate dos alunos quanto a discrepâncias entre a apresentação dos fatos por todos estes diferentes veículos.

Em seguida, o professor escolherá um ou dois signos para fazer a leitura do horóscopo dos mesmos em todos os jornais ou revistas. Após a leitura, o professor promoverá o mesmo debate acerca da discrepância das orientações sugeridas.Com certeza, as previsões sugeridas pelo horóscopo, irão apresentar leituras muito diferentes quanto a suas previsões. Para concluir, o professor colocará que um fato científico, independente do posicionamento do  escritor, não pode apresentar informações absurdamente discrepantes como aquelas que foram apresentadas pelo horóscopo.

Por exemplo: No dia 31/07/2013, retiramos da internet duas previsões de horóscopos para o signo de Virgem:

*  Você está lidando bem com sua grana e conseguirá fazer uma boa economia, virginiana. Sua mesada pode render! No amor, prepare-se para novas aventuras. Tem novidade pintando na área! Nas amizades, você terá bons conselhos para dar para sua Best. Na escola, aprofunde-se nos estudos!

http://capricho.abril.com.br/horoscopo/

*  A semana começa influenciada pela Lua Minguante em Touro, que chega acompanhada por um tenso aspecto de Saturno indicando alguns obstáculos a serem enfrentados em seus projetos de médio e longo prazo. Sua fé pode ficar um pouco mais abalada neste período, mas procure não se apegar a sentimentos e pensamentos negativos. Um ótimo aspecto dessa mesma Lua e Vênus com Júpiter e Plutão vão trazer benefícios às suas emoções. É hora de parar e ficar mais recluso, apenas junto dos mais íntimos.

http://vidaeestilo.terra.com.br/horoscopo/signos/virgem/semanal/horoscopo-da-semana-para-virgem,78c2be56bbf6d310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

 

A proposta desta atividade sugere que os alunos observem que na primeira previsão, o horóscopo aconselha novas aventuras, enquanto que na segunda, o texto direciona o sujeito a reclusão. Se colocarmos mais previsões, mais desencontros de informações nós teremos. Desta forma a diferença entre um texto científico e um outro que não é, ficará clara.

Etapa 3 - Observação do Céu.

De posse do Planisfério distribuído pela OBA , ou utilizando o aplicativo SkyMap (Android para tablets ou celulares), ou até mesmo o Stellarium novamente, o professor poderá sugerir uma atividade observacional. O objetivo é identificar as constelações a olho nu com o auxílio de recursos de identificação das mesmas. 

O grande objetivo desta etapa da atividade, é que os alunos e professores, possam identificar e em um nível mais avançado, orientar-se e identificar estrelas e constelações no céu.

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Figura 3 - Planisfério da OBA

http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/images/olhar_ceu_4.jpg

Para possuir o entendimento do funcionamento do planisfério, o professor deverá tê-lo em mãos, pois só assim teremos o domínio desta ferramenta. A descrição e orientação de uso, pode ser encontrada em: http://www.cdcc.usp.br/cda/oba/oba-2010/VERSO.pdf ou assistindo aos vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=cPHvE0IhQyk  e  http://www.youtube.com/watch?v=o0lkivBcsmg

Para obter mais dicas de como planejar observações do céu, acesse:

http://www.astrosurf.com/skyscapes/dicas.htm

http://www.zenite.nu/

http://www.fernando.tavares.nom.br/astronomia/estrela.htm

 

No caso de dificuldades em se realizar estas atividades no período noturno, o professor poderá orientar aos alunos a realizarem a atividade sozinhos.

Recursos Complementares

Como atividade complementar o professor poderá apresentar um trabalho aos alunos de pesquisa da origem das constelações, como civilizações, períodos e significados mitológicos. Por exemplo a constelação da Virgem.

Muitos nomes foram atribuídos a essa jovem, que já foi chamada de Erígona, Cíbele, Urânia, Isis, Ishtar-Astoret. Para os árabes, os grandes nomeadores de estrelas, ela era denominada de Al Adhara Al Mathifah, a inocente virgem. Pelos registros disponíveis, o mais provável é que essa constelação tenha sido originada na Mesopotâmia, entre os antigos caldeus, que associavam essa constelação a terra e fertilidade. Entre os babilônicos, a lenda que se conta é que a virgem era Ishtar (deusa da fertilidade). Conta-se que, após a morte do marido, Ishtar desceu ao inferno à procura do esposo; lá passou por sete portas, e por cada uma delas ia deixando uma peça de roupa, chegando nua no salão central. Lá fora detida pela deusa das sombras, que não a deixou sair. Em cima, a terra estava coberta de neve, infértil, causando a fome e a miséria nos homens. Preocupados com a grave situação, os deuses enviaram uma mensagem para a deusa do Inferno, Eres-Kigal, para libertar Ishtar; mas esta só sairia se o marido dela saísse também, e assim foi feito. A primavera havia voltado. Os céus se tornavam mais claros e a terra voltava à fertilidade e o Sol a aquecer os homens. Assim, desde então, o Sol dissolve a neve do inverno quando atinge Ishtar no céu, em homenagem a essa história. Não se tem certeza de quem seja essa virgem, mas se sabe que esse desenho é homenagem às mulheres, que eram as responsáveis pela colheita nos primórdios da agricultura. Por isso a estrela Spica (alfa da Virgem) tem seu nome em latim de “espiga”, de trigo. Para os hebreus, persas, sírios e turcos essa estrela possui nomes diferentes, mas com o mesmo significado. Ela foi uma das principais estrelas usadas como objeto de estudo por Hiparco, na determinação da Precessão dos Equinócios. Era também através dela que Aristilo e Timócaris, ao observar o seu deslocamento, determinaram à duração do ano.

O texto acima foi adaptado da apostila " Curso de Astronomia Geral Zeta" - Volume Céu

O professor poderá solicitar uma pesquisa da mitologia sobre os signos e ampliar a discussão para a mitologia de outras civilizações, trazendo a discussão sobre a própria mitologia indígena brasileira.

Avaliação

A seguir, vamos apresentar algumas atividades de avaliação para os conteúdos apresentados após a realização destas atividades, o professor poderá colocar em uma de suas avaliações as questões:

1) (OBA 2010) a) Faça um quadrado ao redor da constelação de Órion na imagem ao lado.

                           b) Faça um  X  sobre a estrela Sirius na  imagem ao lado.

Figura 4 - Céu da Prova OBA 2010

http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/provas_gabaritos/2010/Prova_nivel_3_da_XIII_OBA_2010.pdf

 

2) (OBA 2007) O Sol, aparentemente, se desloca ao longo do ano, por constelações chamadas zodiacais devido à translação da Terra em torno dele e a Lua caminha no céu, também pelas constelações zodiacais, como resultado de sua translação em torno da Terra. Carneiro, Touro, Gêmeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes são as constelações zodiacais na ordem em que Sol e Lua as percorrem. Em duas das figuras abaixo a Lua está projetada sobre constelações nas quais ela jamais será vista. Assinale com um grande  X essas constelações sobre as quais a Lua não pode ser vista da Terra.

Figura 5 - Questão da Prova OBA 2007

http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/2013/Prova%20nivel%203%20da%20X%20OBA_2007

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