- Noções de leitura e escrita;

- Dominar operacionalmente os objetos;

- Ampliar o repertório verbal, imagético e conceitual;

- Ampliar a capacidade de elaboração de ideias, criação de hipóteses;

- Subordinar as ações às finalidades específicas;

- Construir motivos primários para as atividades realizadas.

Não há pré-requisitos para esta aula, no entanto, é interessante que as crianças tenham noções da função social da escrita.

Observações Iniciais:

Esta aula foi pensada para crianças de 5 e 6 anos.

O objetivo principal desta aula é mostrar ao grupo a importância de se fazer pesquisas, por isso esta aula poderá ser realizada com qualquer tema que esteja em destaque no grupo. Neste caso, o tema escolhido foi “como fazer queijo?”

1º Momento

Em roda, a professora irá lançar o tema. Ele pode partir da própria professora, com o intuito de ampliar o repertório de conhecimento das crianças ou partir do grupo, como um foco de interesse. Para aprender a pesquisar utilizando-se do queijo, as questões a serem discutidas entre outras, são: “como o leite se transforma em queijo? O que será que é preciso fazer para que isso aconteça?” 

A professora deve pedir às crianças que criem hipóteses sobre o tema, perguntando a cada uma delas: “como você acha que isso acontece?” e irá registrar o que for respondido em uma folha grande para que todo o grupo consiga ver. É interessante que seja uma folha para cada hipótese (caso mais de uma criança pense do mesmo modo, é possível anotar o nome de todas elas na folha relacionada). As crianças poderão colar as folhas com as hipóteses na parede da sala para que possam ser retomadas quando forem fazer a experiência.

 2º Momento

De posse dos cartazes, a professora irá convidar o grupo para testar cada uma das hipóteses sugeridas. Os testes poderão acontecer após a roda ou em outro dia, dependendo do material que for necessário preparar previamente. Para trazer um ar de importância à situação bem como ludicidade, a professora poderá combinar com o grupo que estarão em um laboratório e o momento ficará ainda mais divertido se eles puderem se caracterizar como cientistas/pesquisadores (máscara, touca e luvas descartáveis; roupa branca etc).

Grupo preparado para a experiência

Acervo Institucional NDI/CED/\UFSC

Foto: Giseli Day - 2011

A professora pegará um cartaz por vez e irá testar junto com o grupo cada uma das hipóteses levantadas pelas crianças. Para isso poderá perguntar ao grupo:

- O que está anotado no cartaz para fazermos?

- Qual o resultado desejado?

- O que aconteceu?

Para facilitar ao grupo, os cartazes e experiências poderão ser numerados.

Exemplos de cartazes com hipóteses e resultados das experiências

Acervo Institucional NDI/CED/\UFSC

Foto: Giseli Day - 2011

Algumas experiências poderão levar mais tempo. No caso do queijo, todas as crianças acreditavam que era necessário esperar uns dias para que o leite se transformasse em queijo, por isso, as experiências ficaram guardadas em local adequado, com um cartaz feito pelas crianças pedindo que não mexessem, e foi marcado no calendário da sala o dia que iriam retornar para ver o resultado.

Nem todos “ficariam prontos” no mesmo dia, mas a professora precisa dar um limite de dias a ser esperado para encerrar as experiências e iniciar a outra etapa antes que a proposta perca o sentido para as crianças.

Experiência para fazer queijo

Acervo Institucional NDI/CED/\UFSC

Foto: Giseli Day - 2011

3º Momento

Após concluírem as experiências, as crianças irão constatar as hipóteses: “o que aconteceu com a experiência nº 1?” A professora irá registrar o que as crianças observaram no cartaz correspondente e, se possível, irá conversar sobre o que as crianças perceberam. Assim fará com todas as hipóteses registradas nos cartazes.

Quando todas as hipóteses forem observadas, independente de o resultado ser ou não positivo, a professora irá pedir ao grupo que traga de casa uma pesquisa sobre o tema. Quando o grupo de crianças é muito grande, pode ficar cansativo para as crianças ouvirem em roda todas as pesquisas. Por este motivo, a professora poderá dividir a pesquisa em pequenos grupos, cada um com uma pergunta a ser respondida. As perguntas podem ser feitas pela professora, de acordo com a ênfase que deseja dar ao assunto e/ou relacionar ao próximo assunto; ou pelas próprias crianças, de acordo com a curiosidade e interesse que tiverem sobre o tema.

No caso do queijo, cada pequeno grupo precisou responder uma pergunta:

1)    Como se faz queijo?

2)    Por que o queijo fica amarelo se o leite é branco?

3)    Todos os queijos são iguais? Procure imagens de diferentes tipos de queijos

4)    Os homens usam leite de quais animais para fazer queijo?

5)    Onde vivem os animais que dão leite para o homem fazer queijo?

Exemplo de pesquisas realizadas

Acervo Institucional NDI/CED/\UFSC

Foto: Giseli Day 2011

 4º Momento

As crianças irão socializar suas pesquisas, explicando ao grupo o que descobriram. Caso alguma criança esteja com vergonha ou não consiga socializar sua pesquisa, a professora irá ler para as demais. Ela pode marcar a socialização das pesquisas com cada pequeno grupo em um dia diferente ou ler todas em um único dia. Ao fim de todas as apresentações, a professora irá pedir que as crianças comentem sobre as pesquisas feitas em casa e as experiências feitas em sala:

- Algum resultado foi igual ao encontrado na pesquisa?

- O que ficou igual? O que faltou para dar certo cada experiência?

- Seria mais fácil dar certo se a pesquisa tivesse sido realizada antes?

E outras perguntas que permitam explorar com o grupo a temática, dando ênfase à importância de pesquisar para obter melhores resultados.

5º Momento

De posse das pesquisas, a professora irá convidar o grupo a refazer a experiência, mas, desta vez, seguindo os passos da pesquisa feita pelas crianças, seguindo aquilo que o grupo descobriu. Para fazer o queijo, a professora releu as pesquisas e preparou o material necessário previamente. Também convidou uma mãe do grupo que se prontificou a colaborar.

Juntamente com as crianças, anotaram em um novo cartaz as etapas:

1)    Pasteurizar o leite (aquecer para matar os bichinhos);

2)    Resfriar o leite, colocar fermento e produzir coalho (cada tipo de queijo tem uma cultura lática diferente);

3)    Cortar, prensar a massa e moldá-la;

4)    Colocar sal e esperar (cada tipo de queijo tem um tempo diferente para ficar pronto).

Fazendo queijo de acordo com a receita pesquisada

Acervo |Institucional NDI/CED/UFSC 

Foto: Giseli Day - 2011

6º Momento

A professora retomará com o grupo a importância de ter feito a pesquisa: foi mais fácil? Trouxe maiores possibilidade de atingir o objetivo? Por fim, o  grupo irá socializar os resultados obtidos com a pesquisa e a realização da experiência a partir dela. Para isso poderá fazer cartazes com o que vivenciaram e fixar nos espaços coletivos da instituição; oferecer o queijo produzido e trazer outros tipos de queijo para que as crianças da instituição provem e aprendam o que eles descobriram com suas experiências e pesquisas (lembrar que algumas crianças possuem intolerância à lactose, por esse motivo, a socialização do queijo precisa ser combinada com as professoras dos outros grupos).

Conclusão e Socialização da Experiência

Acervo Institucional NDI/CED/UFSC

Foto: Giseli Day - 2011

Outros temas poderão ser explorados por meio de experiências e pesquisa, por exemplo: quais objetos afundam e flutuam na água e porquê, o que acontece quando jogamos do alto uma bolinha de algodão e uma pedra: quem chega primeiro? E outras temáticas que possam demonstrar processos de transformações ou constatar algum fato.

Livro sobre ciências e educação infantil:

ARCE, A.; SILVA, D.A.S.M.; VAROTTO, M. Ensinando ciências na educação infantil. Campinas: Editora Alínea, 2011.

Coleção de aulas sobre investigação científica:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaColecaoAula.html?id=821

A professora irá avaliar a participação de cada criança ao longo de todo o processo: na criação de hipóteses, no envolvimento durante as experiências, ao seguir os passos necessários para desenvolver a experiência, nas conversas relacionadas ao tema e nas possibilidades de leitura e escrita.