03/04/2014
Eliana Dias, Lazuita Goretti de Oliveira
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Médio | História | Sujeito histórico |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
Ensino Médio | História | Processo histórico: nações e nacionalidades |
Ensino Médio | História | Poder |
Ensino Médio | Sociologia | Movimentos sociais / direitos / cidadania |
Ensino Médio | História | Memória |
Ensino Fundamental Final | História | Nações, povos, lutas, guerras e revoluções |
Estratégias:
Recursos:
Módulo 1- As denominações dadas ao movimento |
a. Para iniciar as atividades da aula, o professor deve sondar se os alunos dominam o conceito de conjuração, pedindo a eles que falem sobre o seu significado. Caso existam dúvidas ou equívocos, o professor deve orientá-los a buscarem o significado do termo em dicionários ou enciclopédias. Confira o exemplo abaixo:
http://aulete.uol.com.br/conjura%C3%A7%C3%A3o (Acesso em: 19/03/2014)
b. A partir da fala espontânea dos alunos ou da consulta a um dicionário, o professor deverá orientá-los a discutirem as definições encontradas, chamando a atenção para o fato de que o termo está relacionado à uma revolta, uma conspiração contra autoridades estabelecidas.
c. Como a Conjuração Baiana ocorreu em 1798, questione os alunos acerca dos pontos abaixo:
Obs.: Os alunos podem consultar livros didáticos de História para responder às questões. Depois, as respostas devem ser socializadas e anotadas no caderno de História.
Em seguida, os alunos devem discutir a seguinte questão:
O movimento denominado Conjuração Baiana recebeu outras denominações além desta? Quais? Por quê? |
a. Sugira que eles busquem respostas à questão, consultando diferentes fontes, entre elas, enciclopédias, livros didáticos e paradidáticos disponíveis na escola e também páginas na internet. Confira, abaixo, algumas sugestões de fontes e de atividades a serem realizadas:
I. De acordo com a historiadora Marli Geralda Teixeira:
“O movimento libertador planejado na Capitania da Bahia em 1798 inscreve-se nesse contexto anteriormente descrito. Ficou conhecido na historiografia baiana sob diversas denominações. Algumas aparecem citadas em raros autores, a exemplo de revolta das argolinhas e conspiração dos búzios, citadas por Braz do Amaral e Francisco Borges de Barros no seu livro Os Confederados do Partido da Liberdade; outras se popularizaram em livros didáticos como Conjuração dos Alfaiates; outras se referem ainda a títulos de livros de autores que se especializaram no assunto, a exemplo de Primeira Revolução Social Brasileira, Movimento Democrático Baiano, Inconfidência Baiana. A denominação de Conjuração Baiana de 1798 foi utilizada pelo historiador Luis Henrique Dias Tavares.” (Marli Geralda Teixeira. Revolta de Búzios ou Conjuração Baiana de 1798: uma chamada para a liberdade. http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/documentos/revolta-dos-buzios.pdf (Acesso em: 19/03/2014) |
II. No texto Revolta dos Búzios, o autor Sylvio Mário Bazote cita e explica algumas denominações:
A Conjuração Baiana, também conhecida como Inconfidência Baiana, Revolta dos Búzios, Revolta dos Alfaiates ou Revolta das Argolinhas, foi uma conspiração ocorrida em 1798 na capitania da Bahia, no Brasil, para se libertar da Coroa Portuguesa. As denominações Conjuração Baiana e Inconfidência Baiana são variações de uma mesma definição acadêmica. O termo Revolta dos Alfaiates se deve ao grande número destes profissionais que participaram do movimento e pelo fato de dois dos quatro executados, como líderes da conspiração, exercerem esta profissão. Esta denominação também tem origem acadêmica, mas com a intenção de ser menos técnica e mais popular, sendo gradativamente incorporada pelas menções dos movimentos populares. A designação Revolta dos Búzios se deve ao fato de alguns revoltosos usarem um búzio (concha de molusco em forma de espiral) preso à uma pulseira para facilitar a identificação entre si. Revolta das Argolinhas porque alguns participantes usaram uma argola em uma orelha com o mesmo fim. Estes são termos de origem popular, sendo que “Revolta dos Búzios” tornou-se o predominante na transmissão oral na Bahia, devido à associação com as origens africanas, havendo também uma identificação com a luta contra a escravidão e por uma sociedade mais igualitária. O texto completo está disponível em: http://historiasylvio.blogspot.com.br/2013/07/revolta-dos-buzios.html (Acesso em: 19/03/2014) |
III. Para a historiadora Patrícia Valim:
A Conjuração Baiana "foi um movimento de contestação política, ocorrido na cidade de Salvador, no final do século XVIII e há presença de homens livres, chamados livres pobres e pardos e você tem também a presença de um setor, de um grupo de homens poderosos e a presença de alguns escravos. Esses homens pregaram boletins manuscritos em locais públicos de Salvador, com as suas demandas políticas e econômicas". (...) "Cada nome está ligado à composição social do movimento". |
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Fonte:
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Mosaico Baiano: Conjuração Baiana. Os alunos podem ter acesso ao vídeo no endereço abaixo: http://globotv.globo.com/rede-bahia/mosaico-baiano/v/conjuracao-baiana/2785269/. Acesso em: 19/03/2014 |
c. Os alunos devem fazer uma leitura atenta das fontes, buscando extrair informações acerca da questão proposta. As informações devem ser sintetizadas no caderno. Para fazer a síntese, eles podem seguir as orientações contidas em:http://www.vestibular1.com.br/revisao/r296.htm (Acesso em: 19/03/2014). Dispostos em círculo na sala, eles devem socializar, entre si, as ideias centrais das fontes trabalhadas.
d. Em seguida, a proposta é que os alunos montem um quadro com as principais denominações dadas ao movimento, relacionando-as aos sujeitos envolvidos e às suas demandas específicas e gerais:
Os quadros elaborados devem ser socializados entre os alunos.
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Professor, é importante ressaltar com os alunos que, embora seja inegável a participação popular na Conjuração Baiana, o que pode ser observado, inclusive a partir das denominações dadas ao movimento, houve também a participação de grupos poderosos que buscavam manter os seus privilégios na sociedade brasileira colonial e estavam insatisfeitos com o governo português. A esse respeito, indique aos alunos a leitura dos textos postados nos links abaixo: Grupo de poderosos liderou a Conjuração Baiana de 1798. http://www.usp.br/agen/?p=136315 (Acesso em: 19/03/2014) O preço da liberdade. http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/o-preco-da-liberdade (Acesso em: 19/03/2014) |
Módulo 2 - Contexto, eclosão e término do movimento |
Para que os alunos discutam o contexto que levou à eclosão do movimento, bem como o desenvolvimento e término do mesmo, a proposta é que eles realizem atividades de interpretação e debate de textos e vídeo relativos ao movimento.
Projeção, análise e debate de vídeo
Produção: TV Brasil - Programa: De Lá Pra Cá
Apresentação: Ancelmo Gois e Vera Barroso
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=1wfCnsYgzX8. (Acesso em: 19/03/2014)
Orientações para a atividade:
a. Caso a escola tenha uma sala de vídeo onde os alunos possam assistir ao vídeo juntos, o professor deverá escolher esta opção. Ou se achar melhor, os alunos também poderão acessá-lo pelo computador, conectado à internet.
b. O vídeo traz depoimentos de quatro historiadores sobre a Conjuração Baiana: Joel Rufino, Marco Morel, Patrícia Valim e Luis Henrique Dias Tavares. Desta forma, oriente os alunos a assistirem ao vídeo, observando:
c. No vídeo, o apresentador Ancelmo Gois pergunta ao historiador Joel Rufino por que a Conjuração Baiana é menos lembrada que a Inconfidência Mineira. Rufino afirma que "o esquecimento e a lembrança em História dependem do jogo político, quer dizer, o passado depende do presente. Então, a meu ver, o esquecimento da conjuração baiana se deve à sua radicalidade.” Peça aos alunos para discutirem essa questão, para que se posicionem a respeito do que entenderam e como analisam a afirmativa do historiador.
d. Ao longo da projeção do vídeo, cada aluno deverá registrar ideias centrais e dúvidas relativas ao conteúdo apresentado.
e. Após a projeção, promova um debate entre os alunos acerca das ideias centrais do vídeo. O professor deve ser o coordenador do debate, anotando questões que devem ser retomadas para esclarecimentos ao final da dinâmica, caso necessário.
f. Após o debate, oriente os alunos a registrarem as suas conclusões, por escrito, no caderno.
Leitura, análise e debate de texto
Como se inicia uma revolta? Como homens de diferentes grupos sociais e interesses diversos resolvem se unir, dispostos até a pegar em armas para reivindicar direitos? Um ingrediente fundamental para que isso aconteça é a circulação de ideias. Com a Conjuração Baiana (1798) – que lutou por mudanças, como a liberdade de comércio e o fim da ordem escravista na colônia – não foi diferente. Conhecida pela mobilização dos sapateiros, militares, alfaiates e escravos, a revolta foi articulada em encontros clandestinos que ajudaram a espalhar os ideais que levaram à sedição. |
Texto completo disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/liberdade-para-a-bahia Acesso em: 19/03/2014 |
Orientações para a atividade:
a. Utilizando computadores com internet, os alunos devem acessar o texto no link indicado. Oriente-os a fazerem atentamente uma primeira leitura desse texto.
b. Após a primeira leitura, os alunos devem fazer, em duplas, um esquema das ideias centrais do texto, as quais devem ser destacadas, a partir dos itens propostos abaixo:
c. No link: http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/lp/fazer_esquema.htm (Acesso em: 19/03/2014), os alunos encontrarão orientações de como fazer um esquema das ideias centrais de um texto, seja utilizando setas, chaves, mapa conceitual ou outros formatos.
Confira também as orientações contidas na aula, publicada no seguinte endereço web: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=48914 (Acesso em: 19/03/2014).
d. Após a elaboração do esquema, os alunos poderão buscar outras fontes que possibilitem o aprofundamento das ideias destacadas. Assim, estarão preparados para debater o tema, em discussão coletiva, coordenada pelo professor. Promova a socialização, entre os alunos, dos esquemas produzidos pelas duplas.
PRODUÇÃO DE TEXTO DISSERTATIVO |
Após o desenvolvimento das atividades sobre o tema proposto, oriente os alunos a elaborarem um texto dissertativo com o titulo: A Conjuração Baiana de 1798.
O texto deverá abordar as seguintes questões:
Para rememorar as discussões já realizadas em aulas de Língua Portuguesa e de História, acerca das características de um texto dissertativo, indique aos alunos a leitura do texto que se encontra disponível no link: http://www.brasilescola.com/redacao/dissertacao.htm (Acesso em: 19/03/2014), o qual discute: o que é dissertar?
Proponha também a leitura do texto "Como fazer uma boa dissertação?", disponível no link: http://www.brasilescola.com/redacao/como-fazer-uma-boa-dissertacao.htm (Acesso em: 19/03/2014).
Os textos produzidos devem circular entre os alunos por meio de pendrives ou e-mail. Em data previamente marcada pelo professor, dúvidas e conclusões devem ser socializadas em discussão coletiva.
Módulo 3 - O tema no livro didático de História |
Roteiro da atividade:
Para concluir as atividades da aula, proponha aos alunos uma investigação sobre o tema “Conjuração Baiana” no livro didático de História. Para tanto:
a. Os alunos devem investigar os livros didáticos de História disponíveis na própria escola.
b. Divida os alunos em grupos. Cada grupo ficará responsável pela análise de um livro didático. A escolha será feita sob a orientação do professor.
c. Questões que nortearão o trabalho de análise/investigação a ser realizado pelo grupo:
1. Inicialmente os grupos devem observar: o livro didático investigado, ao tratar da História do Brasil no período colonial, apresenta conteúdo relativo ao tema “Conjuração Baiana”? 2. O contexto da sociedade brasileira e da capitania da Bahia, no período anterior ao movimento, é analisado pelo autor? Quais aspectos ele discute? 3. Quais sujeitos sociais são abordados no tratamento do tema? Como são apresentados pelo autor? Há referência a todos os grupos sociais mencionados nesta aula (escravos, pobres livres, grupos poderosos etc.)? 4. O autor aborda a questão das diferentes denominações dadas ao movimento? Em caso positivo, há uma explicação para cada uma delas? 5. Há alguma referência à Revolução Francesa como movimento que exerceu alguma influência sobre as ideias e ideais dos revoltosos? 6. O livro traz imagens relativas à Conjuração Baiana? Quais? Em caso afirmativo, faça uma descrição dessas imagens e como elas se relacionam com o texto no qual estão inseridas: apenas “ilustram” o assunto ou são interpretadas pelo autor no contexto das discussões propostas por ele? 7. O livro apresenta referências bibliográficas sobre o tema? Quais? |
d. Após o trabalho de análise, cada grupo deverá preparar uma apresentação sobre as suas conclusões, para conhecimento dos demais colegas. Os dados da análise realizada podem ser organizados em Power Point ou programa similar.
Para alunos e professores:
1. O jogo em 2D, intitulado "Búzios: ecos da liberdade",com o objetivo de simular aspectos relacionados à Conjuração Baiana de 1798, a partir de uma determinada perspectiva, foi desenvolvido na UNEB (Universidade do Estado da Bahia), sob a coordenação de Lynn Alves.
Os alunos poderão fazer download do jogo, acessando o link: http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/buzios/
Os professores poderão acessar as "Orientações Pedagógicas" elaboradas para o jogo em: http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/buzios/orientacoes/orientacoes_web.pdf
2. Para aprofundamento das discussões, os alunos poderão acessar, pela internet, uma Webquest sobre o tema, elaborada por Paula Matos através do site escolabr.org. Confira em: http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tabbed_w.php?id_actividad=12388&id_pagina=1
3. Site do Instituto Búzios: http://www.institutobuzios.org.br/revolta.html
4. Site Só História. Sobre a Conjuração Baiana de 1798: http://www.sohistoria.com.br/ef2/conjuracao/
Para os professores:
1. Artigo: Combates pela História da Conjuração Baiana de 1798: ideias de crise e revolução no século XX, assinado pela historiadora Patrícia Valim.
http://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/rhs/article/view/272/247
Todos os links foram acessados em 19/03/2014
O professor deve observar se os objetivos propostos na aula foram efetivamente alcançados pelos alunos, tendo em vista as estratégias desenvolvidas e os recursos utilizados. Assim, poderá avaliar os alunos nas atividades trabalhadas em cada módulo, como: leitura e interpretação de textos, análise e debate de vídeos, produção de sínteses e esquemas, produção de texto dissertativo e análise do tema “Conjuração Baiana” em livros didáticos de História.
Quatro estrelas 2 classificações
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19/03/2015
Quatro estrelasExcelente material pedagógico/didático... ótimas atividades que conduzem os alunos a uma reflexão do assunto abordado, possibilitando uma contextualização com o período conturnado da nossa política atual. Parabéns!!!
12/04/2014
Cinco estrelasParabéns, amei as fontes elencadas e as estratégias desenvolvidas.