21/09/2014
Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Médio | História | Sujeito histórico |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Cidadania e participação |
Ensino Médio | História | Caracteristicas e transformações das estruturas produtivas |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Trabalho e relações sociais |
Ensino Fundamental Final | História | Relações de trabalho |
Ensino Médio | História | Trabalho |
Ensino Médio | Sociologia | Movimentos sociais / direitos / cidadania |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Atividades produtivas e as relações sociais |
A Revolução Industrial na Europa e suas implicações para os trabalhadores.
Estratégias:
Recursos:
Módulo 1 -Luddismo, Cartismo e Associações Operárias na Europa - século XIX |
O luddismo, o cartismo e a organização de associações operárias foram movimentos que retrataram a reação dos trabalhadores europeus ao processo de industrialização iniciado no século XVIII, na Inglaterra, o qual se expandiu para outros países do mundo a partir do século XIX.
Para introduzir esta reflexão, inicie as atividades da aula, reproduzindo e apresentando aos alunos as imagens abaixo:
Imagem 1
Cena capturada do filme "Tempos Modernos", de Charles Chaplin.
Imagem 2
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Os alunos podem conferir a a charge em maior resolução no link:
http://www.terra.com.br/noticias/educacao/simulado-enem-2010/img_hum/80_hist_fig_01_opt.jpeg
Acesso em: 15/09/2014
Orientações para a atividade:
a. Os alunos devem observar as duas imagens atentamente e responder: o que elas têm a dizer a respeito das mudanças ocorridas a partir do século XVIII no mundo, as quais possibilitaram a formação da sociedade industrial?
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b. A partir das discussões acima, o professor poderá retomar com os alunos como as mudanças ocorridas a partir da revolução industrial afetaram os trabalhadores, sobretudo entre os séculos XVIII e XIX na Europa, onde as precárias condições de vida e de trabalho dos operários urbanos industriais levaram a movimentos de luta e de resistência contra a exploração a que se encontravam submetidos. Nesta perspectiva, é que se deve refletir sobre os movimentos que serão tratados na aula.
O luddismo ou movimento dos "quebradores de máquinas", foi um dos primeiros movimentos de reação dos trabalhadores às condições de trabalho criadas pela revolução industrial.
Apresente aos alunos os três documentos abaixo mencionados e oriente-os a fazer uma leitura atenta dos mesmos:
De pé ficaremos todos E com firmeza juramos Quebrar tesouras e válvulas E por fogo às fábricas daninhas”. HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986, p.186. |
“Não queremos destruir vossa fortuna, mas se não arranjardes maneira de nos dardes trabalho, não poderemos deixar de atentar contra vós e contra as máquinas. (...) Se ao fim de oito dias não retirardes as lãs das máquinas para dar trabalho às quinhentas pessoas que vos batem à porta e para as quais nem sequer vos dignais a olhar, não vos espanteis se virdes um levantamento cair sobre vós e sobre as máquinas, de tal modo sofremos, pobres operários, por nós e pelos nossos filhos.”
(Anúncio anônimo fixado nas ruas de Clermont, França, em 1818.) |
Noite após noite, quando tudo está tranquilo (Canção popular inglesa do início do século XIX. Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. O que é Taylorismo, 1986, p.30) |
Orientações para a atividade:
a. Após a leitura, discuta com os alunos:
b. Questione: por que o movimento recebeu a denominação de Luddismo?
Converse com os alunos que a denominação deriva de Ned Ludd, líder do movimento na Inglaterra. Oriente-os a reunir dados da biografia de Ludd e apresentá-los em aula. |
Para o aprofundamento das reflexões feitas na atividade anterior, proponha aos alunos o trabalho com um capítulo do livro do historiador Leo Huberman, indicado abaixo:
HUBERMAN. Leo. História da Riqueza do Homem. 21a. edição.Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986.
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Orientações para a atividade:
a. O Capítulo do livro de Huberman, intitulado "A semente que semeais, outro colhe", encontra-se nas p. 175 a 194 , na 21ª edição, impressa. Na versão digitalizada encontra-se nas p. 189 a 209.
No capítulo, os alunos devem sintetizar as ideias centrais das seguintes reflexões feitas pelo autor:
b. Confira um excerto do texto, relativo ao movimento dos "quebradores de máquinas", os ludditas, e sobre o movimento cartista na Europa do século XIX:
1. Luddismo |
Que poderiam fazer os trabalhadores para melhorar sua sorte? Que teria feito o leitor? Suponhamos que tivesse ganho a vida razoavelmente fazendo meias a mão. Suponhamos que presenciasse a construção de uma fábrica, com máquinas, que dentro em pouco produzissem tantas meias, a preços tão baratos que o leitor tivesse cada vez maior dificuldade em ganhar mais ou menos sua vida, até ficar à beira da fome. Naturalmente pensaria nos dias anteriores à máquina, e o que fora então apenas um padrão de vida decente lhe pareceria luxuoso, em sua imaginação. Olharia à sua volta, e estremeceria com a pobreza que estava atravessando. Perguntaria a si mesmo a causa, como já teria feito mil vezes, chegando à mesma conclusão - a máquina. Foi a máquina que roubou o trabalho dos homens e reduziu o preço das mercadorias. A máquina – eis o inimigo. Quando homens desesperados chegavam a essa conclusão, o passo seguinte era inevitável. Destruir as máquinas. Máquinas de tecer renda, de tecer meias, máquinas de fiar - todas as máquinas que pareciam a certos trabalhadores em certos lugares terem provocado a miséria e fome - foram destruídas, esmagadas ou queimadas. Os destruidores de máquinas, chamados luditas, ao lutarem contra a maquinaria sentiam que lutavam por um padrão de vida. |
2. Cartismo |
O direito de voto para todos os cidadãos, tanto nos Estados Unidos como na Europa, não foi concedido espontaneamente - veio em consequência de uma luta. Na Inglaterra, a classe trabalhadora alinhou-se atrás do movimento cartista, que reivindicava: 1. Sufrágio universal para os homens. 2. Pagamento aos membros eleitos da Câmara dos Comuns (o que tornaria possível aos pobres se candidatarem ao posto) 3. Parlamentos anuais 4. Nenhuma restrição de propriedade para os candidatos 5. Sufrágio secreto, para evitar intimidações 6. Igualdade dos distritos eleitorais O movimento cartista desapareceu lentamente, mas uma após outra essas reivindicações foram conquistadas (exceto a dos parlamentos anuais). (...) |
(Textos de Leo Huberman. Extraído de: http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/16574_huberman-historia-da-riqueza-do-homem.pdf, (p.199 a 204. Acesso em: 15/09/2014)
Obs: Huberman não usa o termo "luddismo", refere-se apenas aos "destruidores de máquinas".
c. Após a síntese do capítulo, divida os alunos em grupos, para que possam socializar a leitura e esclarecer possíveis dúvidas
d. O texto de Huberman apresenta uma linguagem clara, de fácil compreensão, além de ser muito instigante, o que possibilitará aos alunos um aprofundamento de muitas questões. Reúna os alunos em círculo e incentive um debate acerca das questões trabalhadas pelo autor.
Para o aprofundamento das reflexões sobre o Luddismo sugira aos alunos que leiam também o texto "O luddismo", de Ana Carolina Silva Martins e Daniel Lacerda Filippini Chaves, no link indicado abaixo.
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Antes de apresentar aos alunos a explicação da gravura encontrada no link acima, discuta com eles o conteúdo da mesma:
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e. No debate, uma questão fundamental sobre o movimento dos ludditas deve ser discutida pelos alunos. Para tanto, leia abaixo:
“A historiografia tradicional interpretou esse tipo de luta política como um movimento selvagem e atrasado de artesãos inconscientes. Contestando esta postura, autores contemporâneos procuram mostrar que os ludditas não se empenhavam em destruir as novas máquinas por inconsciência política, mas ao contrário, porque desejavam expressar neste ato simbólico seu repúdio contra a introdução de inovações técnicas que desorganizavam e destruíam seu modo de vida anterior”. Citado por Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. O que é Taylorismo, 1986, p. 29 |
Questione os alunos: a partir dos estudos realizados, como você se posiciona sobre a questão colocada acima? Os ludditas foram "rebeldes ingênuos" ou trabalhadores conscientes, os quais entendiam o significado das inovações técnicas para as suas vidas?
Sobre o cartismo, os alunos podem aprofundar as reflexões a partir da leitura dos textos indicados nos links abaixo:
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f. Após o debate, os alunos devem registrar, por escrito, suas conclusões.
Trade Unions: as associações operárias
O que foram as Trade Unions? Com quais objetivos os trabalhadores se organizavam nessas associações? Qual a sua importância no âmbito das lutas e resistências dos trabalhadores da época? |
Com o objetivo de refletir sobre as questões propostas, indique a leitura do texto abaixo:
Foi de grande importância para (o avanço do movimento operário) a lei votada em 1824 pelo Parlamento inglês, onde se conquistou o direito que até então era restrito às classes dominantes: a livre associação. Na verdade, as associações sindicais já existiam na Inglaterra desde o século anterior, mas eram violentamente reprimidas no desempenho de suas atividades. Conquistado o direito de livre associação, as uniões sindicais - trade-unions, como as chamavam os ingleses - desenvolveram-se por toda a Inglaterra, tornando-se bastante poderosas. (...) As trade-unions negociavam com os capitalistas a criação de uma escola de salários, forçando sua aceitação, e deflagravam greve sempre que esses salários eram rejeitados. (...) Outro avanço que se procurou obter foi a reunião das várias categorias de uma região numa federação. Em 1830 constituiu-se uma associação geral de operários ingleses - a ‘Associação Nacional para a Proteção do trabalho - cujo objetivo era atuar como central de todos os sindicatos. (...) À medida que surgiam estas associações sindicais, os patrões, através das demissões, começaram a pressionar e obrigar os operários a renunciar formalmente de participar da vida sindical. Isso fez com que várias associações sindicais fossem posteriormente extintas, o que demonstrou como foi difícil a luta dos operários pela sua organização nos sindicatos. (...) Desde seu nascimento, os sindicatos mostraram-se fundamentais para o avanço das lutas operárias. E sua evolução não se limitou à nação inglesa. O crescente desenvolvimento das atividades industriais em França, Alemanha, E.U.A. e outros países, já na segunda metade do século passado, fez surgir um proletariado cada vez mais forte, tanto em quantidade como em qualidade. (...) No movimento sindical o trade-unionismo, que aspirava reivindicações predominantemente econômicas, já não era a única tendência.”
Extraído do Livro "Construindo a História", v. 3, p. 116-117. Adaptado de ANTUNES, Ricardo C. O que é o Sindicalismo. 3ª ed., São Paulo, Brasiliense, 1980, p. 17-23 (Coleção Primeiros Passos) |
Em seguida, reproduza para os alunos as duas imagens indicadas abaixo (foto e charge) ou peça que eles as acessem nos links indicados.
Imagem 1
As Trade Unions foram as organizações que deram origem movimento sindical. No início, tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Porém, na segunda metade do século XIX, evoluíram para os sindicatos – forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve. |
http://www.historiadigital.org/curiosidades/6-doutrinas-sociais-da-revolucao-industrial/
Acesso em: 15/09/2014
Imagem 2
http://www.laborarts.org/collections/item.cfm?itemid=410
Acesso em: 15/09/2014
Orientações para a atividade:
a. A partir da leitura do texto, os alunos devem responder a questão formulada no início da atividade. Promova a discussão coletiva dessa questão. Outros textos, como os citados em Recursos Complementares, também poderão ser consultados para essa discussão.
b. Com relação à Imagem 1, antes de apresentar a legenda aos alunos, peça a eles que observem atentamente a foto. Questione: quem são as pessoas na fila? O que seguram nas mãos? O que dizem os cartazes? (Os alunos poderão fazer a tradução, utilizando dicionários Inglês/Português ou solicitando a ajuda do professor de Línguas Estrangeiras da escola). Após a tradução, eles entenderão que se trata de uma manifestação, um protesto de trabalhadores, fazendo reivindicações. Em seguida, apresente aos alunos a legenda e discuta com eles o termo trade unions e sua relação com o conceito de sindicato. Discuta também o conceito de greve como instrumento fundamental na luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
c. Sobre a Imagem 2:
Discuta com os alunos que essa perspectiva de união, luta e força foi fundamental para a organização dos trabalhadores em sindicatos e associações, desde a consolidação do capitalismo aos dias atuais.
Após o trabalho de leitura e interpretação realizado pelas duplas, proponha a discussão coletiva das respostas.
As ideias centrais dos textos trabalhados na aula devem ser sintetizadas ou esquematizadas, para o desenvolvimento das atividades propostas.
Para a elaboração de esquema, acesse: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=48914 (Módulo 4, Atividade 1) e também: http://monografias.brasilescola.com/regras-abnt/esquema.htm. Links acessados em: 15/09/2014
Para alunos e professores:
1. A questão democrática - O cartismo. http://www.historia.uff.br/nec/questao-democratica-o-cartismo
2. As reações operárias e a formação das trade unions. http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/historia/revolucao-industrial/as-reacoes-operarias-e-a-formacao-das-trade-unions.html
3. O movimento operário nos tempos do Manifesto Comunista. Por Osvaldo Coggiola. http://www.pucsp.br/cehal/downloads/textos/ATT00599.pdf
Os links foram acessados em: 15/09/2014
O professor deve observar se os objetivos propostos na aula foram alcançados pelos alunos, tendo em vista as estratégias desenvolvidas e os recursos utilizados. Assim, poderá avaliar os alunos nas atividades trabalhadas em cada módulo, como: leitura e interpretação de fontes escritas; análise e discussão de fontes imagéticas (fotos, gravuras e charges); elaboração de síntese e esquemas de textos; debate.
Cinco estrelas 3 classificações
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11/10/2014
Cinco estrelasPortal balizado por rico material de qualidade excepcional. Parabéns!
09/10/2014
Cinco estrelasEsta é uma aula muito boa...
08/10/2014
Cinco estrelasExcelente sequência didática que possibilita ao/à estudante conhecer a trajetória do trabalho industrial e de como os/as operários/as começaram a se rebelar e lutar por direitos trabalhistas formando os primeiros sindicatos. Nesse período de hegemonia neoliberal é super importante resgatar essas memórias para que estudantes da EJA/PROEJA compreendam a importância de estarem unidos em sindicatos para o fortalecimento da categoria.