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O uso de sentenças proverbiais e a construção de cartazes

 

23/11/2009

Autor e Coautor(es)
Priscila Brasil Gonçalves Lacerda
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Professor Luiz Prazeres

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 Nesta aula será desenvolvido com os alunos um trabalho sobre o uso de sentenças proverbiais, seja por repetição, paráfrase ou paródia, isto é, levando os alunos a uma reflexão sobre a construção do sentido de sentenças proverbiais em usos atualizados.
 Além disso, esta aula deve fazer com que os alunos reflitam sobre as características do gênero cartaz, compreendendo suas características formais e propósitos comunicativos.
 Ao final das atividades, pretende-se fazer com que os alunos sejam capazes de articular os gêneros provérbio e cartaz.

Duração das atividades
Aproximadamente 3 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

 Para acompanharem esta aula, os alunos devem saber de antemão o que são ditos populares (provérbios, ditados).

Estratégias e recursos da aula

 Para iniciar a aula, o professor deve apresentar aos alunos a música (material em áudio) e a letra de “Bom conselho”, do compositor e cantor brasileiro Chico Buarque de Hollanda. (Recomenda-se que o professor distribua a letra da música em material impresso.)


Bom Conselho

Chico Buarque/ Composição: Chico Buarque

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(Disponível em: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/85939/, acessado em 9 set. 2009)


 Após os alunos terem escutado a música, o professor deve chamar a sua atenção deles para a presença de expressões populares no texto e para a forma como tais expressões estão sendo utilizadas, por meio das seguintes demandas.
a) A música “Bom Conselho” utiliza certas expressões que nos fazem lembrar ditos populares. Sublinhe no texto os fragmentos em que você reconhece tais expressões.
b) Essas expressões são colocadas no texto da forma como você as conhece? Há alguma modificação de sentido? Remonte, em seu caderno, as expressões populares às quais a música remete e explique a diferença de sentido, se houver, entre a expressão original (canônica) a que está presente na letra da música.
Observação: Caso seja necessário, sugere-se que o professor considere uma das expressões e execute as demandas em “a” e “b” juntamente com os alunos, a título de exemplo, da seguinte maneira:
Ouça um bom conselho/Que eu lhe dou de graça  Se conselho fosse bom, não seria dado, mas vendido. (Expressão popular clássica)

ATIVIDADE 2:
 Em um segundo momento da aula, sugere-se que o professor apresente aos alunos os seguintes provérbios acompanhados da explicação de sua origem. (Recomenda-se que o professor utilize material impresso ou projeção, com auxílio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)
 As aparências enganam:
Significativo: Nem tudo aparenta o que realmente é.
Histórico: Esta é fácil. Todo mundo sabe que a expressão surgiu naqueles parques de interior onde havia espelhos que deformavam nossa imagem. Num a gente ficava alto e fininho e no outro baixo e gordinho.
 Quebrar a cara:
Significativo: Dar-se mal.
Histórico: A expressão é deste século e americana. Surgiu quando começaram a colocar grandes portas de vidro nas lojas de Nova York. Nunca se sabia se estavam abertas ou fechadas e os americanos, muitas vezes, "quebravam a cara" indo de encontro ao vidro. Já deve ter acontecido com você também.
 Deus ajuda quem cedo madruga:
Significativo: Quem começa a trabalhar cedo ganha mais dinheiro (de Deus).
Histórico: Esta frase só pode ter sido criada pelos padres para acordarem os alunos internos às cinco da manhã para assistir à missa (em latim). Hoje em dia, quem madruga mesmo são os assalariados, os operários. Cadê ajuda, meu Deus?
 A fé move montanhas
Significativo: Com perseverança e fé, tudo se consegue.
Histórico: Na verdade a palavra inicial não era "fé" e sim as iniciais de Federal Enterprise Dynamite, a FED, contratada pelo governo português para dinamitar montanhas em Vila Rica (hoje Ouro Preto) na época do ciclo do ouro nas Minas Gerais. E, pelo jeito, a FED) movia mesmo montanhas. Dizem até que o ex-presidente Geisel seria descendente do primeiro diretor da FED, Sir Washington W. Geisel.

Esses e outros exemplos de provérbios com histórico e explicação estão disponíveis em: http://www.marioprataonline.com.br/o bra/literatura/adulto/benedit o/verbetes/frame_trechos.htm, acessado em 10 set. 2009)

Observação: Mário Prata é um premiado escritor mineiro, autor de peças de teatro, filmes. Seu livro "Mas será o Benedito?" reúne mais de 400 expressões, provérbios e ditos populares, em que são apresentadas, com humor e irreverência, interessantes e divertidas possíveis origens para tais expressões.

 O professor deve, então, solicitar a alguns alunos que leiam, em voz alta, o histórico de provérbios, e os demais devem ser estimulados a fazer comentários a respeito desse possível histórico. Em seguida, deve ser distribuída uma lista de provérbios, como a que colocamos a seguir.

 A cavalo dado não se olham os dentes.
 Boi sonso, chifrada certa.
 Criaste, não castigaste, mal criaste.
 De grão em grão a galinha enche o papo
 Em lagoa com piranha,jacaré nada de costas.
 Filho de onça já nasce pintado.
 Gato escaldado tem medo de água fria.
 Homem sem dinheiro é um violão sem cordas.
 Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
 Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
 Não chore sobre o leite derramado.
 O mundo é dos espertos.
 Para bom entendedor meia palavra basta.
 Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho.
 Quem quer a rosa, agüente o espinho.
 Roma não se fez num só dia.
 Se a barba significasse respeito, bodes não teriam chifres.
 Tamanho não é documento.
 Um mal nunca anda só.
 Vale mais um pássaro na mão que dois voando.
 Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prov%C3%A9rbios, acessado em 10 set. 2009.

 Os alunos, agrupados em três ou quatro, devem então escolher livremente um ou dois provérbios e fazer a seguinte tarefa:
Explicite o significado dos provérbios selecionados por você e exercite a sua criatividade inventando, tal como fez Mário Prata nos exemplos mostrados anteriormente, um possível histórico para esses provérbios. Em seguida, crie uma situação em que cada um dos provérbios escolhidos possa ser aplicado.
 Após os alunos terem concluído essa tarefa, um integrante de cada grupo deve ir à frente da sala apresentar o trabalho feito.
 Finalizando essa atividade, o professor deve chamar a atenção dos alunos para a condição metafórica do provérbio, o que lhe confere o caráter estratégico para se lidar com várias situações. Ou seja, os provérbios, apesar de serem uma forma cristalizada, são capazes de se adaptar a diferentes contextos. Para conduzir os alunos nessa reflexão, o professor pode recorrer, por exemplo, às imagens da Monalisa (a seguir), de Leonardo Da Vinci (Recomenda-se que o professor mostre as imagens em projeção, com auxílio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)
Imagens:

 O professor deve mostrar que essas imagens, por serem de domínio público, alcançam o leitor de forma mais direta, já que ele já conhece a imagem original, assim como já conhece o provérbio. Ainda que as imagens sejam modificadas, distorcidas, como foram os provérbios na música de Chico Buarque, “Bom Conselho”, essas modificações trazem consigo sempre a memória da imagem original.
ATIVIDADE 3
 No terceiro momento da aula, deve ser trabalhado o gênero cartaz. Sugere-se que o professor leve à sala de aula alguns exemplares de cartazes e mostre aos alunos, ou apresente alguns exemplos digitalizados, como os que se tem a seguir em projeção com auxílio de aparelho datashow
Imagens

Disponível em: http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/Cartaz-VacinacaoG.jpg, acessado em 10 set. 2009.

Disponível em: http://www.senad.gov.br/concursos/cartaze%20diversos/cartaz_eletronico.jpg, acessado em 10 set. 2009.

 Ao expor os cartazes, o professor deve fazer os seguintes questionamentos:
a) Qual parece ser a finalidade destes cartazes?
b) Onde geralmente são afixados?
c) Para que servem as ilustrações?
d) Como é a linguagem utilizada os cartazes?
e) Co mo está a disposição do texto?
 Um resumo em tópicos das respostas a cada pergunta deve ser colocado na lousa (quadro negro) para que os alunos possam sistematizar as características principais do gênero, chegando a definição à seguinte noção:
Cartaz: tem por objetivo fazer uma divulgação, motivando a leitura de seu conteúdo ao apresentá-lo de forma breve, atraente e com palavras bem significativas.
 Para concluir esta parte destinada ao reconhecimento do gênero e sedimentar o que os alunos apontaram como respostas de “a” a “e” por intuição, sugere-se que o professor apresente aos alunos as dicas a seguir, para a confecção de cartazes. (Recomenda-se que o professor utilize material impresso ou projeção, com auxílio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)

Dicas para fazer cartazes
O cartaz serve para motivar ou divulgar. Para atingir esse objetivo, ele deve ser bem apresentado.
Atraente: as pessoas passam apressadas e só um cartaz interessante pode chamar-lhes a atenção.
Simples: para ser entendido rapidamente. A mensagem deve ser clara, breve, precisa. Tratar de um só assunto, eliminando o que não for essencial.
Ilustração: A ilustração deve ser auto-explicativa. Use apenas símbolos que se identifiquem facilmente com a mensagem.
Texto: poucas palavras, mas bem significativas e adequadas ao público alvo. A letra deve ser bem legível.
Cor: o cartaz deve apresentar cores vivas e contrastantes, exatamente para chamar a atenção do público.
Distribuição dos elementos: Texto e gravura devem ser distribuídos de forma agradável, requer-se, então:
Harmonia: se apresenta uma coisa pesada, uma carga de caminhão, por exemplo, a letra não pode ser muito delicada, nem as cores muito suaves. Se apresenta algo delicado, perfume, por exemplo, levará cores mais vivas e letras mais finas.
Unidade e ritmo: todos os elementos devem estar em concordância entre si, e ter a sua importância na transmissão da mensagem central. A posição das figuras é muito importante. Elas devem sempre estar voltadas para o centro visual dirigindo o olhar do público para a mensagem. Se voltadas para as margens, dispersam a atenção.
Foco: entre várias coisas, destacar aquilo que quer dar mais importância, indicando-o pelo tamanho, posição, cor, forma.
Balanço ou equilíbrio: é a disposição dos elementos de forma a equilibrar o espaço do cartaz. Não colocar tudo num canto, ou tudo no meio. (Revista Família Cristã, 11/1974, p. 62)

Disponível em: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=orientacao/docs/cartazes, acessado em 10 set. 2009.

 Para finalizar esta aula, o professor deve solicitar aos alunos, como dever de casa, que pesquisem sobre algum tema que seja de seu interesse fazer uma campanha, como anti-drogas ou preservação do meio ambiente. Em dia posterior, os alunos devem reunir-se em grupos de quatro ou cinco para confeccionarem cartazes para divulgação de uma camp anha sobre o tema pesquisado, tendo em vista as características desse gênero e utilizando um provérbio na construção da frase principal.
 Seria interessante que o professor sugerisse aos alunos que manipulassem um provérbio base, tal como fez Chico Buarque em “Bom Conselho”.

Avaliação

 O professor deve solicitar aos grupos que apresentem os seus cartazes para a turma. Assim, a avaliação pode se realizada a partir dessa apresentação, em que o professor terá meio para avaliar se os alunos compreenderam as características e o propósito do gênero cartaz e ainda se foram capazes de utilizar uma sentença proverbial em favor de uma situação comunicativa específica. Ou seja, por meio desse trabalho, o professor deve verificar se os alunos foram capazes de articular os gêneros cartaz e provérbio.

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