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Sujeitos sociais e interesses envolvidos na abolição da escravidão no Brasil

 

26/11/2009

Autor e Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aléxia Pádua Franco

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Trabalho e relações sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar diferentes sujeitos sociais envolvidos no processo de abolição da escravidão no Brasil.
Analisar os interesses de diferentes sujeitos sociais no processo de abolição da escravidão no Brasil.

Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O sistema escravista no Brasil entre os séculos XVI e XIX.

Estratégias e recursos da aula

Aula 1

Motivar os alunos para a discussão do tema a partir da reflexão sobre o predomínio de uma determinada imagem do trabalhador escravo na história oficial do Brasil: o escravo passivo e alienado. O objetivo é desconstruir esta imagem. Para possibilitar esta reflexão, o professor deve propor aos alunos o trabalho de observação e interpretação da charge de Ângelo Agostini:

Fonte: Chalhoub, Sidney. Os Mitos da Abolição. In: TRABALHADORES - Escravos. Campinas, 1989, p. 36-37

Atividades propostas:
1- Observar atentamente cada detalhe da situação retratada na charge e identificar os personagens representados.
2- Descrever a situação representada na charge, ou seja, o que se pode ver sem ainda buscar uma interpretação possível.
3- Interpretar a situação representada na charge, explicando qual é a idéia central da mesma. É importante observar bem como cada sujeito social foi construído na situação representada: vestimentas, objetos, expressões etc.
4- Fazer o debate da idéia central da charge, propondo aos alunos que se posicionem em relação à representação do escravo na visão de Ângelo Agostini.

Possibilidades interpretativas a serem exploradas por alunos e professor na interpretação da charge:
Na charge, Ângelo Agostini retrata a disputa entre os abolicionistas e os proprietários de escravos no processo de abolição da escravidão no Brasil. Os dois grupos, embora de lados opostos, reforçam a mesma imagem consolidada pela história oficial, segundo a qual os escravos seriam incapazes de se contrapor à opressão do regime escravista e, por conseguinte, de defender os seus próprios interesses. Seriam “vítimas passivas”, à mercê da vontade dos abolicionistas e dos proprietários de terras. Esta interpretação sobre o trabalhador escravo deve ser confrontada com a interpretação que se fundamenta na luta e na resistência dos trabalhadores escravizados no Brasil, legitimando-os como agentes da sua própria história.

Aula 2 e 3

A partir das atividades realizadas na aula anterior, o professor deverá aprofundar com os alunos a idéia de que os escravos não foram passivos e incapazes de defender os seus interesses. Ao contrário, as formas de luta e de resistência dos escravos foram fundamentais no processo de abolição da escravidão. Para esta reflexão, propor aos alunos a leitura, a interpretação e o debate do texto “Sujeitos Sociais e interesses envolvidos no processo de abolição da escravidão no Brasil – século XIX”. 

Disponível em: http://gephiseseba.blogspot.com/ (Publicações de Setembro/2009)

O trabalho com o texto possibilitará aos alunos a reflexão sobre as seguintes questões:

Os interesses do movimento abolicionista pelo fim da escravidão.
Os interesses dos cafeicultores do oeste paulista pelo fim da escravidão.
Os interesses do governo inglês pelo fim da escravidão.
A luta e a resistência dos próprios trabalhadores escravos pelo fim da escravidão.

Possibilidades interpretativas a serem exploradas por alunos e professor no estudo do texto

Enfatizar as pressões e os interesses envolvidos no processo que culminou na extinção legal da escravidão no Brasil. Algumas interpretações menos simplistas acentuam as ações dos líderes abolicionistas no processo de abolição da escravidão. As interpretações que enfatizam o movimento abolicionista se cruzam, por vezes, com outras interpretações que apresentam também os interesses dos cafeicultores do oeste de São Paulo, os quais pressionavam o governo monárquico em defesa da substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre e assalariado; ou ainda as pressões da Inglaterra que, desde as primeiras décadas do século XIX, procurava limitar o tráfico de escravos africanos para o Brasil, passando a pressionar o governo brasileiro, após a independência, pela extinção definitiva do trabalho escravo no país. Entretanto, muitas vezes, essas interpretações desconsideram ou colocam em segundo plano as ações dos próprios trabalhadores escravos no processo, caracterizando-os com o vítimas passivas, incapazes de qualquer ação autônoma. Se as pressões exercidas por abolicionistas, cafeicultores paulistas e ingleses foram importantes para o processo de abolição legal da escravidão no Brasil, é imprescindível reconhecer também a resistência daqueles que, além da liberdade jurídica, lutavam por uma mudança mais profunda nas suas condições de vida e de trabalho: os próprios trabalhadores escravos.

Atenção, professor!

No endereço indicado você encontrará também o roteiro de atividades proposto para a interpretação das idéias centrais do texto. Após a realização das atividades, promova o debate do texto, de maneira que os alunos possam sistematizar as suas conclusões sobre o assunto e registrá-las no caderno.

Aula 4

Para aprofundar as questões discutidas na aula 2, propor aos alunos a atividade a seguir, com recurso do portal do professor.

Projeção do vídeo:

A abolição: parte II

O vídeo possibilita a introdução de uma reflexão a respeito das seguintes questões:

1- A legislação abolicionista do século XIX no Brasil: os significados da Lei do Ventre Livre e da Lei dos Sexagenários.
2- A intensificação do movimento abolicionista contra o sistema escravista brasileiro a partir de meados do século XIX.
3- A ação dos caifazes em São Paulo.

Atividades propostas:

• Debate das idéias centrais do vídeo.
• Consulta a fontes de pesquisa para o aprofundamento da discussão introduzida no vídeo a respeito da atuação dos caifazes.
• Elaboração de um texto dissertativo no qual os alunos sistematizem as suas conclusões sobre o tema, a partir das atividades desenvolvidas nas aulas.

Recursos Educacionais
Nome Tipo
A abolição: parte II Vídeo
Recursos Complementares

Orientações para o professor:

Enriqueça a sua aula introdutória orientando os alunos a reunirem dados sobre a vida e obra de Ângelo Agostini (1843-1910). O seguinte endereço traz informações importantes sobre o artista: http://www.bigorna.net/index.php?secao=biografias&id=1120185065 

Para aprofundar a discussão sobre as formas de luta e resistência dos escravos ao sistema escravista no Brasil, proponha aos alunos conferirem o vídeo “ A abolição: parte I”, disponível no Portal do Professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=10013 

Acesse no portal a aula Princesa Isabel e o 13 de maio: desconstruindo a interpretação oficial da abolição da escravidão, a qual contrapõe interpretações históricas distintas sobre a abolição da escravidão. As atividades propostas para a referida aula podem trazer contribuições importantes para esta aula. Confira: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5438

Confira o artigo Pontas de icebergs nas experiências dos trabalhadores escravos no Brasil. Revista Olhares e Trilhas. Uberlândia: EDUFU, 2003. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/olharesetrilhas/article/viewFile/164/162 

Avaliação

Tendo como princípio que a ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento, o professor poderá avaliar os alunos por meio das atividades de compreensão, interpretação e debate das idéias centrais do tema da aula, a partir dos recursos utilizados: charge, texto e vídeo. Também poderá avaliar os alunos a partir das conclusões registradas no caderno e da produção de texto contendo a sistematização das idéias centrais discutidas na aula.

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