JUIZ DE FORA - MG
Universidade Federal de Juiz de Fora
Nelson Vieira da Fonseca Faria
Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino
Componente Curricular
Tema
Ensino Médio
Artes
Arte Visual: Canal
Ensino Médio
Artes
Arte Visual: Estruturas sintáticas
Ensino Fundamental Final
Artes
Arte Visual: Apreciação significativa em artes visuais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Discutir o termo "apropriação" nas artes visuais: semântica e utilização.
Distinguir o termo "apropriação" de "plágio".
Reconhecer, em obras de arte de diferentes artistas, a utilização do recurso da "apropriação" como manobra expressiva, de incorporação e linguagem artística.
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Saber que na Arte Moderna e, em especial, na Contemporânea, artistas extrapolam as regras tradicionais acadêmicas em nome de novas experiências no campo da arte.
Saber sobre: colagens cubistas, ready mades de Marcel Duchamp e objet trouvé surrealistas.
Ver aulas no Portal do Professor - MEC (em especial: " Colagem cubista" e "Objet trouvé surrealista" de Andréa Senra Coutinho)
Estratégias e recursos da aula
Iniciar a aula apresentando algumas imagens de trabalhos artísticos que têm a "apropriação" como procedimento artístico e expressivo. (Veja as imagens sugeridas abaixo)
A apresentação poderá ser feita por slides em datashow ou material impresso. Mas é importante que o grupo de alunos/as tenha acesso as imagens, pois elas poderão começar a provocar a curiosidade, o que motiva o debate: "Isso é ou não é arte?".
Comumente a arte moderna e a contemporânea ainda podem "assustar" ou podem criar alguns desconfortos, mas isso não é motivo para não proporcionarmos contatos entre alunado e obras. Logo, procure ler e conhecer os/as artistas que vai trabalhar antes da aula.
Enquanto apresenta as imagens, pergunte ao grupo a opinião sobre o que estão vendo, se estão entendendo os elementos composicionais, se reconhecem alguns deles do cotidiano, o que os mesmos fazem pensar ou sugerem, etc
Nessa etapa é fundamental a participação crítica, descritiva e de argumentação do grupo. Enquanto as questões e opiniões vão surgindo, aproveite para esclarecer que "Apropriação" é um recurso utilizado nas artes visuais há pelo menos 100 anos e consiste em apropriar-se de outros elementos não-artísticos, retirando objetos seu uso cotidiano, reaproveitando materiais diversos e aplicando-os nos trabalhos artísticos. Que artistas como Picasso, Duchamp, Oppenheim, mais recentemente as brasileiras Rosana Paulino, Rosângela Rennó, entre outras do cenário artístico utilizam esse procedimento em seus trabalhos.
E mais: Que o procedimento tem uma gama de variações que são determinadas pelas intenções e processos de criação de cada artista, logo não há uma norma única ou regra para que seja realizada.
Recorra aos exemplos dados, lembrando que não se fecha neles as possibilidades de abordar o assunto proposto:
1- "Natureza morta com cadeira de palha", Pablo Picasso, 1912. Veja que o artista dá pista no título da obra sobre o material "estranho" que utiliza. A palha, comumente utilizada em acentos e encostos de cadeiras, é reutilizada na pintura. O artista criou uma composição onde um pedaço de palha é mesclado em meio à fragmentação cubista.
2- "Minha enfermeira" (My nurse), Meret Oppenheim, 1936. Nessa obra, a artista utiliza sapatos brancos, de salto, que aludem às enfermeiras e/ou noivas, e os transforma numa espécie de galinha amarrada numa bandeja. Será que as escolhas da artista são gratuitas? O que há por trás dessa "apropriação"? Por que será que a artista amarra os sapatos femininos como se fossem uma galinha pronta a ser servida?
A artista queria denunciar através de sua arte a opressão que muitas mulheres sofriam (e ainda sofrem), assim ela utiliza elementos do cotidiano que ao serem unidos dão a obra um tom crítico, social e político. Lembrar que naquela ocasião, a revolução feminista ainda não havia acontecido, mas o movimento crescia particularmente na classe culta.
3- Para finalizar, mas não encerrar o assunto, a obra "sem título", 1989, do artista brasileiro Nuno Ramos .
Testando os limites da matéria, o artista acopla à tela uma série de objetos e materiais diversos, criando uma superfície grossa e pastosa, com muito relevo. Em seguida, o artista trabalha cores e organiza visualmente seu trabalho.
É possível que essas aulas dêem muito debate, pois as obras provocam o nosso olhar e aquecem a discussão sobre "o que é arte". E isso é muito importante em tempos atuais, afinal, a arte muda seu signficado ao longo dos tempos. Assim, precisamos proporcionar situações de aula para que as atualizações sejam feitas.
Após a conversa e apreciação das obras mencionadas, peça ao grupo para tentar definir por si só o significado do procedimento "apropriação" na arte e lance a pergunta "apropriação é o mesmo que plágio?"
Permita que alguns alunos ou alunas digam oralmente seus textos, assim ainda poderá fazer mais algumas correções, ajustes ou ponderações sobre o tema.
A participação, o envolvimento na discussão é critério de avaliação importante.
A resposta a última pergunta lançada ao grupo e a produção do pequeno texto sobre o tema é outro instrumento de avaliação, quando a distinção entre "apropriação" e "plágio" poderá indicar se houve compreensão clara do termo nas artes visuais, afinal o último nada mais é do que a cópia de algo que já existe, é uma espécie de falsificação.
É importante que isso fique claro no momento da avaliação oral. Para uma avaliação mais detalhada, recolha os textos para que se possa fazer uma avaliação individual.
Peça ao grupo que pesquise outras obras e outros artistas que fazem uso de apropriações. Ressalte que inclusive os artistas contemporâneos fazem apropriações de obras do passado, desenvolvendo outras abordagens a partir delas.
Monte um painel com as pesquisas encontradas. Cuide para que as obras tenham ficha técnica para identificação das mesmas.
As aulas são muito interessantes porque promove a discussão sobre ética, auxilia o aluno a pensar criticamente, e obter ao mesmo tempo conhecimento estético e cultural.
Sem classificação.
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