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Explorando a África antes dos europeus

 

19/11/2010

Autor e Coautor(es)
ALINNE GRAZIELLE NEVES COSTA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Aléxia Padua Franco, Leide Alvarenga Turini

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

  • Conhecer a diversidade política e cultural do continente africano entre os séculos X e XIV.
  •  Caracterizar o modo de vida de comunidades tribais na África.
  •  Identificar os reinos africanos que se destacaram entre os séculos X e XIV.
  • Comparar as características econômicas, sociais e culturais dos diferentes reinos africanos.
  •  Conhecer e valorizar a história dos africanos promovendo uma educação para a igualdade racial.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Recomenda-se trabalhar as aulas:  "A descoberta da África!" e “África: muitas memórias, várias histórias” produzida pelos mesmos autores da presente aula.  

Estratégias e recursos da aula

Atividade 1: A diversidade do continente africano  

Para iniciar a atividade, o professor deverá preparar a projeção do vídeo: África, um elo perdido na história.

Vídeo:

África: um elo perdido na história

Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=YxBwWHLF694&feature=related    

Este vídeo relata em quase 8 minutos a diversidade política, cultural e geográfica da África. Desta forma, o aluno poderá compreender a grandiosidade e complexidade do continente africano    

Após exibição do vídeo, realize uma roda de conversa com os alunos e levante algumas questões:

a) Você concorda com o titulo do vídeo ou daria outro título?  

b) O que mais chamou atenção no vídeo das informações sobre o continente africano.

Textos:   

1- África, a Diversidade num Continente

"O continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais, principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e sócio-econômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, aonde a vida parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições de vida em muitos países. O termo “berço da humanidade” é dado em razão da África abrigar uma das civilizações mais antigas e intrigantes do globo, os egípcios, que formaram um poderoso “império” a 4 mil anos atrás. Portanto, toda essa riqueza cultural e natural existente no continente, torna a África um espaço muito particular. Em conseqüência a esta diversidade, não é tarefa fácil dividir a África por regiões devido a sua heterogenidade ao longo do continente. Porém, pode-se definir duas formas básicas de classificação regional: as questões físicas (localização geográfica) e questões humanas (cultura/ocupação)."

 Disponível: http://www.algosobre.com.br/geografia/africa-a-diversidade-num-continente.html  

2- Uma história rica e pouco conhecida

"Uma história rica e pouco conhecida Na escola, que segue a perspectiva eurocêntrica, a África costuma ser citada quando o tema é o surgimento do homem. De fato, é lá que estão os primeiros registros de vida humana. Fora isso, o continente geralmente só volta a ser iluminado quando se trata das grandes navegações europeias. Como se nesse intervalo nada tivesse ocorrido por lá. Essa maneira de pensar prevaleceu entre os pensadores por muito tempo. O filósofo Friedrich Hegel (1770-1831), por exemplo, afirmou que "a África não tem interesse histórico próprio, senão o de que os homens vivem ali na barbárie e na selvageria, sem fornecer nenhum elemento à civilização". A concepção de que o continente tem um passado começou a ganhar força em meados do século 20. Com a independência de diversos países da região, os africanos passaram a pesquisar e divulgar sua história.

Veja a seguir exemplos que comprovam o desenvolvimento desses povos.

- Político Constituído no século 14, o Reino do Congo era organizado em aglomerados populacionais que funcionavam com capitais regionais, além de uma central. A impressionante estrutura do reino despertou o interesse dos portugueses, que quiseram manter relações comerciais com ele.

 - Social Um dos primeiros impérios de que se tem notícia na África subsaariana é o do Mali. Nos anos 800, época dos ataques bárbaros à Europa, seus habitantes já viviam em cidades. Tombuctu, a mais famosa, funcionava como um ponto de descanso das caravanas que atravessavam o Saara.

- Cultural A escrita é mais um fator citado quando se fala no desenvolvimento da região. E ela não se resume aos hieróglifos egípcios. Outro exemplo africano é o alfabeto do Reino Bamum, no atual Camarões, desenvolvido no século 18. Até então, o histórico do povo era preservado pela tradição oral.

- Comercial Antes do contato com os europeus, os africanos faziam negócios com árabes e indianos. Veleiros desses dois povos já navegavam no oceano Índico por volta de 1200, época em que o tráfego na costa atlântica ainda era insignificante. Por razões como essas, é preciso entender que os africanos são protagonistas de sua história. "Não se pode dizer que são apenas explorados e subdesenvolvidos culturalmente", diz Amailton de Azevedo.

Disponível:  http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/todos-olho-africa-continente-africano-copa-mundo-556078.shtml?page=6    

Trabalhando o tema:   

1- Nos textos lidos você concorda que o continente africano tem um passado histórico ?  

2- Separe os alunos em grupos e sugira que façam cartazes com a divisão física da África: Norte, Oeste, Central, Leste e Sul. Para cada divisão, pesquisar e produzir as bandeiras dos países que a compõem.

Atividade 2: África pré- colonial :  sociedades tribais    

Pouco se fala da História da África pré-colonial, ou seja, antes da colonização dos europeus. Por isso, a importância dessa abordagem que procura mostrar que o continente africano mesmo antes da chegada dos colonizadores possuia sua própria história.

Texto 1: Estrutura Tribal     

“No Continente Africano, os reinos nascidos de algumas comunidades tribais eram bastante efêmeros e muitas das tribos jamais se institucionalizaram sob a forma dum estado. No entanto as comunidades tribais têm mantido a sua coesão como forma de se defenderem do meio envolvente e dos povos vizinhos. Na África Oriental, no século VII, uma nova elite composta de indivíduos influentes graças à riqueza obtida através do tráfico comercial deu origem ao declínio e ao isolamento de muitos chefes tribais. Os povos do Centro Africano ao adquirirem os seus conhecimentos de mineração, fundição e trabalho do ferro, iniciaram uma lenta evolução que os levaria do tribalismo a novas formas de organização social. Grandes concentrações de poder acompanharam a idade do ferro, com a chegada da tecnologia dos metais, a ocorrência dos inerentes conflitos sociais, das ambições e das ideologias que a nova tecnologia ajudou a promover.”   

Disponível: http://www.eumed.net/libros/2008a/372/ESTRUTURA%20TRIBAL.htm   

Texto 2 : África e africanos: mosaico de culturas

"Depois de estudarmos a formação do feudalismo na Europa Ocidental do século V até o século X, nos perguntamos: o que ocorria na Ásia, na África e na América neste mesmo período? Havia ligação entre essas regiões do globo? Se houve algum contato, sob que circunstância teria ocorrido: respeito, tolerância, competição e/ ou hostilidade? Que impactos o contato entre culturas tão diferentes traria ao chamado “mundo medieval”? Responderemos estas e outras perguntas iniciando pela história do continente africano.

Já é senso comum imaginar a África apenas como um conglomerado de países cobertos por vastas áreas abrigando animais selvagens, populações que sofrem com a miséria, economias falidas e governos corruptos. De fato, isso tudo ainda existe por lá, mas não pode representar o retrato de um continente tão grande e variado. De acordo com o que já estudamos na 5 série, achados e pesquisas comprovam que os primeiros ancestrais dos seres humanos teriam vivido no Vale do Rift, na África, entre 3 e 4 milhões de anos atrás. Sendo assim a África, constitui-se continente berço do conhecimento e da humanidade, possuí hoje uma população de 850 milhões de habitantes, 53 países e são faladas 2019 línguas.

Antes de os europeus escravizarem os africanos, a partir do século XV, e colonizarem a África, no século XIX, diversas sociedades autônomas já existiam nesse continente. Cada uma contava com sua própria organização econômica, política e cultural. Portanto, a história da África não pode ser pensada a partir do contato com o mundo ocidental. Antes da chegada dos europeus, as sociedades africanas já tinham a sua própria história.

A fase da história africana anterior à chegada dos europeus e depois marcada pelas relações entre eles os africanos foi convencionalmente chamada de África pré-colonial e durou aproximadamente do século IX ao XIX.1No ano 1000, havia na África povos nômades e povos sedentários. Alguns deles possuíam governos centralizados; outros estavam organizados em aldeias, formadas por conjuntos de famílias que viviam sob o comando de conselhos de anciãos e de chefes de clãs"

Texto disponível na integra no blog : Ensinando História na Eseba - http://gephiseseba.blogspot.com/ 

 Vídeo:  

Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=P9eePy6Ih5Y        

O vídeo tem a duração de 5 minutos e mostra fotos tiradas nos confins da Etiópia, por Hans Silvester, durante seis anos nesta tribo, onde homens, mulheres, crianças e velhos são gênios de uma arte ancestral. A força de sua arte cabe em três palavras: os dedos, a vitalidade e a liberdade. Eles desenham com as mãos abertas, com a ponta das unhas, às vezes com uma ponta de madeira, um junco, um talo quebrado.     

Trabalhando o tema:   

Após leitura dos textos e exibição do vídeo:

 1- Peça aos alunos que façam a atividade proposta no texto 2 .

2- Questione os alunos se ainda existem outras tribos na África.

3- Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre quais são as tribos existentes ainda na África atual.

4- Montar com os alunos uma exposição com fotos dessas tribos africanas pesquisadas na atualidade.     

Professor: Esta aula pode ser realizada conjuntamente com o professor da Área de Artes, o qual ensinará e orientará os alunos a montar uma exposição.   

Atividade 3 – África pré-colonial: reinos africanos   

Algumas sociedades africanas, antes da colonização européia, formaram grandes reinos.   

Professor: A intenção desta aula é apresentar alguns exemplos de reinos africanos valorizando suas características econômicas, sociais e culturais sem recorrer ao tema da escravidão dos negros pelos europeus, pois se trata de um período entre os séculos X e XIV, ou seja, antes da colonização.

1-Infográfico:

Disponível: http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/exibianimacao.shtml?187_africa_info.swf    

Através do mapa da África, o autor deste infográfico, permite que o professor faça uma aula interativa. Há um destaque para a história dos principais reinos da África. As informações são bem concisas, no entanto, pode-se apresentar mais informações utilizando outros recursos como os abaixo citados:

Vídeo:  A África antes do século XV parte I

Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=PH4ZMAq3bBc  

Pelo viés da arte africana, este vídeo de quase 11 minutos é uma aula sobre a África antes da colonização. Cita alguns importantes reinos da Antiguidade como o Egito, Kush, Congo, Gana, entre outros, a expansão de alguns destes reinos pela África e a importância do comércio para este continente.     

Textos:

1  - Reinos Africanos

"ANTIGOS IMPÉRIOS AFRICANOS

Na apresentação das grandes civilizações africanas, em 1000 a.C., povos semitas da Arábia emigram para a atual Etiópia. Depois, em 715 a.C. o Rei de Cush, funda no Egito a 25a dinastia. Em 533 a.C. transfere sua capital de Napata para Meroé, onde, cerca de cinqüenta anos depois, já se encontra uma metalurgia do ferro, altamente desenvolvida. Por volta do ano 100 a.C. desabrocha, na Etiópia, o Reino de Axum. O tempo que se passou até a chegada dos árabes à África Ocidental foi, durante muitos séculos, considerado um tempo obscuro, face à absoluta ausência de relatos escritos, que só apareceram nos séculos XVI e XVII, com o “Tarik-Al-Fattah” e o “Tarik-Es-Sudam”, redigidos, respectivamente, por Muhammad Kati e Abderrahman As Saadi, ambos nascidos em Tombuctu. Mas o trabalho de arqueólogos do século XX, aliado aos relatos da tradição oral, conseguiu resgatar boa parte desse passado. O mais antigo desses reinos foi o da Etiópia. Entre os séculos III e VII, a Etiópia teve como vizinhos outros reinos cristãos: o Egito e a Núbia, contudo, com a expansão do islamismo essas duas últimas regiões caíram sob o domínio árabe e a Etiópia persistiu como único grande reino cristão da África. Antes do efetivo início do processo de islamização do continente africano, a África Ocidental vai conhecer um padrão de desenvolvimento bastante alto. E, os antigos Estados de Gana, do Mali, do Songai, do Iorubá e Benin, são excelentes exemplos de pujança das civilizações pré-islâmicas. "

Texto disponível na íntegra: http://reinosafricanos-historia.blogspot.com  

Este texto apresenta e discute características de impérios importantes na África. 

2-  A África dos grandes reinos e impérios

O reino de Gana: a “terra do ouro”

 Localizado a oeste do continente africano, em uma zona chamada Sael e ao sul do Deserto do Saara, região também conhecida como África Subsaariana, o Reino de Gana cresceu a partir do ano 300 e teve seu apogeu entre os séculos IX e X, quando dominou os povos vizinhos e ocupou uma faixa territorial maior do que ocupa nos dias de hoje. O rei recebia o título de gana e era visto como elo entre os deuses e os homens. Ele liderava um poderoso exército e ocupava o topo de uma sociedade hierarquizada. Sacerdotes, nobres e funcionários cuidavam da administração do reino. A população se dedicava à agricultura e à criação de gado, mas o comércio era a principal atividade econômica do reino. O Reino de Gana controlava as rotas de comércio que atravessavam o Saara e chegava às cidades e aos portos do norte África. Esse comércio era feito por meio de caravanas de camelos, pois esses animais conseguem viver com pouca quantidade de água. O principal artigo transportado era o ouro retirado das minas do sul de Gana, isso explica por que seus reis eram chamados pelos povos do norte de “senhores do ouro”. Durante o domínio português, Gana era chamada de Costa de Ouro, por causa da grande quantidade de jazidas de ouro nessa região. Atualmente, ao lado da exportação de cacau e de madeira, a exploração de ouro ainda é uma das atividades econômicas mais importantes do país. Gana é um dos maiores produtores de ouro do mundo. Também se comercializava o sal, extraído das salinas do litoral ou das jazidas no deserto. Do norte vinham produtos manufaturados, tecidos europeus asiáticos, barras de cobre, contas de vidro e tipos diferentes de arma que abasteciam as sociedades africanas.

Texto disponível na íntegra no blog: Ensinando História na Eseba - http://gephiseseba.blogspot.com/ 

Trabalhando o tema:  

  

 1- Após as informações obtidas através do infográfico, vídeo e textos, peça aos alunos que montem um quadro com os reinos apresentados. Segue uma sugestão abaixo:  

Reino

Localização

Principais Características

2- Promova um debate em sala de aula sobre a importância de saber a História da África, antes da colonização dos europeus, evitando o clichê de se relacionar a História da África com História da escravidão apenas.   

3- Separe a sala em grupos e realize uma campanha que promova produtos tipicamente africanos oriundos dos reinos e da época estudada, tais como: roupas, jóias, artes, esculturas, instrumentos musicais, dentre outros. Depois, peça aos alunos que apresentem para a turma o produto escolhido destacando o local, a data, os significados e  características principais do produto pesquisado.

Recursos Complementares
Avaliação

A avaliação deve permear toda a atividade pedagógica do professor. Desta forma, ao longo das propostas apresentadas, o professor poderá avaliar o aluno segundo sua participação nas atividades realizadas: leitura, interpretação de texto, debates, produção de cartazes, quadro comparativo, pesquisas sobre outros reinos africanos e também por atividades escritas a respeito do tema trabalhado nas aulas.

Opinião de quem acessou

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