• Identificar os referentes por meio das formas referenciais.

• Verificar que a repetição das classes gramaticais funciona como elemento coesivo.

• Analisar os efeitos de sentido produzidos em diferentes gêneros discursivos por meio dos mecanismos da reiteração lexical.

Os alunos deverão ser capazes de:

•  ler textos de média complexidade lexical;

•  localizar informações no texto;

•  fazer, no mínimo, inferências simples;

•  identificar as classes gramaticais;

•  saber o que é uma paródia.

Atividade 1 – Motivação

Professor, oriente os alunos para que, organizados em trios, acessem em um dos seus laptops, o vídeo do Youtube  "Coesão e coerência" (Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=wmDQamQb0xA>. Acesso em: 15 maio 2011):

Questões para discussão:

Oriente-os para digitarem no Kword as seguintes questões, que deverão ser discutidas, após a projeção do vídeo:

a) o que entenderam por mecanismo de coesão?

b) como vocês definiriam um texto coerente?

Para socializar as respostas, peça que três grupos leiam suas respostas e outros três as comentem e as complementem, caso estejam incompletas.

Atividade 2 - Identificação da repetição de um item lexical como mecanismo de coesão

Ainda em trio, oriente-os para acessarem em apenas um laptop, via Internet [ Matasys > Iniciar > Aplicativos, Internet Firefox ou na área de trabalho], o vídeo do Youtube  "Chico Bento no Shopping" (Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ntXCiB0Ehfk&feature=related>. Acesso em: 15 maio 2011):

A seguir, oriente-os a responderem às seguintes questões:

a) peça-os que abram um arquivo no Kword  com o título "Coesão por repetição de um mesmo item lexical",  e copiem as falas do Chico  Bento em que se repetem o mesmo item lexical. Se for necessário, oriente-os a acessar novamente o vídeo.

b) explicar os efeitos de sentidos causados pela repetição dos termos e por que ela é pertinente neste contexto.

Organizar a turma em círculo para socialização das análises feitas. Durante a correção, explique que a oralidade é a modalidade de língua usada neste contexto, por esse motivo as repetições são pertinentes e criam, nas situações vivenciadas pelos personagens, efeitos de sentidos diferentes.

Atividade 3 – Reconhecimento da repetição como mecanismo de coesão textual

Ainda em trio, peça que leiam silenciosamente o texto abaixo, para, em seguida, realizar a atividade proposta a seguir.

(Há uma versão eletrônica desse texto disponível em: <http://nalixeira.blogspot.com/2008/04/ningum-luiz-vilela.html>. Acesso em: 19 maio 2011)

OBS: A cópia do texto também poderá ser distribuída para os alunos.

Ninguém

A rua estava fria. Era sábado ao anoitecer mas eu estava chegando e não saindo. Passei no bar e comprei um maço de cigarros. Vinte cigarros. Eram os vinte amigos que iam passar a noite comigo.

A porta se fechou como uma despedida para a rua. Mas a porta sempre se fechava assim. Ela se fechou com um som abafado e rouco. Mas era sempre assim que ela se fechava. Um som que parecia o adeus de um condenado. Mas a porta simplesmente se fechara e ela sempre se fechava assim. Todos os dias ela se fechava assim.

Acender o fogo, esquentar o arroz, fritar um ovo. A gordura estala e espirra ferindo minhas mãos. A comida estava boa. Estava realmente boa, embora tenha ficado quase a metade no prato. Havia uma casquinha de ovo e pensei em pedir-me desculpas por isso. Sorri com esse pensamento. Acho que sorri. Devo ter sorrido. Era só uma casquinha.

Busquei no silêncio da copa algum inseto mas eles já haviam todos adormecido para a manhã de domingo. Então eu falei em voz alta. Precisava ouvir alguma coisa e falei em voz alta. Foi só uma frase banal. Se houvesse alguém perto diria que eu estava ficando doido. Eu sorriria. Mas não havia ninguém. Eu podia dizer o que quisesse. Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala, não havia ninguém para me ver. Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer.

De manhã o padeiro me perguntou se estava tudo bom. Eu sorri e disse que estava. Na rua o vizinho me perguntou se estava tudo certo. Eu disse que sim e sorri. Também meu patrão me perguntou e eu sorrindo disse que sim. Veio a tarde e meu primo me perguntou se estava tudo em paz e eu sorri dizendo que estava. Depois uma conhecida me perguntou se estava tudo azul e eu sorri e disse que sim, estava, tudo azul.

VILELA, Luiz. Tremor de terra. 4. ed. São Paulo: Ática, 1977. 

A avaliação será por meio da observação em relação à participação, interesse e ao desempenho dos alunos em todos os momentos do desenvolvimento das atividades, bem como da capacidade de trabalhar em dupla. Verificar principalmente se foram capazes de: identificar as repetições de palavras usadas como elemento coesivo e forma remissiva; analisar o efeito de sentido causado pelas repetições e ainda se souberam criar efeitos de sentidos a partir do uso de palavras repetidas na paródia produzida.