01/12/2011
Leide Divina Alvarenga Turini
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Final | História | Nações, povos, lutas, guerras e revoluções |
Ensino Fundamental Final | História | Cidadania e cultura no mundo contemporâneo |
Ensino Fundamental Final | História | Relações de trabalho |
Compreender a situação vivenciada pelos ex-escravos no Brasil, a partir da abolição legal da escravidão em 1888.
Refletir sobre experiências e expectativas de afrodescendentes na sociedade brasileira atual.
Brasil Império
Processo de abolição legal do regime escravista no Brasil
Professor, para o desenvolvimento das atividades desta aula, os alunos devem ter acesso a um computador e à internet. Portanto, a aula poderá acontecer no Laboratório de Informática ou na sala de aula, no caso de escolas vinculadas ao Projeto UCA (Um Computador por Aluno).
1. Para introduzir o tema desta aula, a proposta é a leitura e interpretação do texto "Exclusões marcaram a trajetória do negro após a abolição", que é um resumo/apresentação do trabalho de pesquisa realizado pelo historiador Ramatis Jacino, denominado "O trabalho do negro livre na cidade de São Paulo: 1872 - 1890". Confira, abaixo, um trecho do resumo:
No final do século 19, após a abolição da escravatura no Brasil, o negro foi alvo da exclusão econômica, social e geográfica na cidade de São Paulo imposta pela classe dominante da época. “A esta exclusão, que de fato ocorreu, seguiu-se um processo de estigmatização por parte da população de que o ‘negro não gostava de trabalhar’. Link para acesso ao texto integral: http://www.usp.br/agen/?p=6781 |
Orientações para a atividade:
a. Professor, para aprofundar as questões apenas apontadas no resumo, você pode fazer uma leitura prévia do trabalho de pesquisa do historiador e levar aos alunos as suas conclusões, ou ainda elaborar um texto complementar, tendo como referência a fonte citada, para ser lido e discutido pelos alunos.
b. A partir da leitura atenta do material proposto, oriente os alunos a responderem, por escrito, as seguintes questões:
c. Promova, entre os alunos, a leitura e discussão das respostas.
2. Para que os alunos possam aprofundar suas reflexões sobre a situação dos ex-escravos após a abolição legal da escravisão no Brasil, a proposta é que façam um Seminário de Textos.
Orientações para a realização do Seminário:
a. Dividir os alunos em 4 grupos e atribuir a cada grupo a responsabilidade pelo estudo e apresentação, para a turma, de um texto relativo ao tema em discussão.
b. Os textos devem ser entregues com antecedência para que os grupos tenham tempo de estudar o conteúdo e preparar a apresentação. Portanto, a divisão da turma em grupos, a definição do texto de cada grupo e as orientações para a apresentação devem preceder a execução da atividade proposta.
c. Nas orientações aos alunos, o professor deve destacar que as ideias centrais do texto devem ser discutidas e apresentadas pelo grupo. Em hipótese alguma os alunos devem ler o texto para a turma durante a apresentação. Apenas um ou outro parágrafo mais significativo pode ser lido. O grupo deve evidenciar a sua compreensão sobre o texto estudado e também o seu posicionamento em relação às questões propostas pelo autor. Desta forma, é imprescindível que os alunos compreendam as ideias estudadas e as apresente numa fala espontânea.
d. Na preparação do Seminário, os alunos devem procurar solucionar possíveis dúvidas em relação ao conteúdo dos textos com o professor.
e. Sugestão de textos para o Seminário e seus respectivos links:
Texto 1: A igualdade que não veio "Após a assinatura da Lei Áurea, os descendentes de africanos escravizados conquistaram a liberdade, mas não a cidadania. As elites tentaram apagar o passado escravista do país e substituíram as senzalas pela institucionalização da discriminação racial". Autores:Flávio Gomes e Carlos Eduardo Moreira de Araújo Acessar o texto completo no link: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_igualdade_que_nao_veio_imprimir.html |
Texto 2: Abolição sim, igualdade ainda não "Quase um século e meio após a abolição da escravatura, os negros ainda não alcançaram igualdade de oportunidades e sofrem com o racismo institucionalizado, que vai aos poucos sendo superado." Autor: Ricardo Ampudia Acessar o texto completo no link: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/abolicao-sim-igualdade-ainda-nao-627161.shtml?page=all |
Texto 3: Brasil: sociedade e cultura após a “abolição” "Os negros libertos - quase 800 mil-- foram jogados na mais temível miséria. O Brasil imperial -- e, logo a seguir, o jovem Brasil republicano - negou-lhes a posse de qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de hospitais. Deu-lhes, só e sobejamente, discriminação e repressão. Grande parte dos libertos, depois de perambular por estradas e baldios, dirigiu-se às grandes cidades: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Lá, ergueram os chamados bairros africanos, origem das favelas modernas". Acessar o texto completo no linkhttp://www.culturabrasil.pro.br/abolicao.htm : |
Texto 4: As consequências do fim da escravidão no Brasil "No Brasil, sem acesso a terra e sem qualquer tipo de indenização por tanto tempo de trabalhos forçados, geralmente analfabetos, vítimas de todo tipo de preconceito, muitos ex-escravos permaneceram nas fazendas em que trabalhavam, vendendo seu trabalho em troca da sobrevivência. Aos negros que migraram para as cidades, só restaram os subempregos, a economia informal e o artesanato. Com isso, aumentou de modo significativo o número de ambulantes, empregadas domésticas, quitandeiras sem qualquer tipo de assistência e garantia; muitas ex-escravas eram tratadas como prostitutas. Os negros que não moravam nas ruas passaram a morar, quando muito, em míseros cortiços. O preconceito e a discriminação e a ideia permanente de que o negro só servia para trabalhos duros, ou seja, serviços pesados, deixaram sequelas desde a abolição da escravatura até os dias atuais. Autora: Lílian Aguiar Acessar o texto completo no linkhttp://www.escolakids.com/as-consequencias-do-fim-da-escravidao-no-brasil.htm : |
f. Professor, acima foram indicados textos disponíveis na internet. Mas, evidentemente, os alunos também podem e devem consultar livros e revistas que tratem do tema do Seminário. Após o trabalho de leitura e interpretação das fontes, cada grupo deverá preparar a apresentação para o restante da turma. Para tanto, poderão utilizar o aplicativo do Netbook do Projeto UCA (no caso de escolas vinculadas ao projeto) ou o aplicativo para apresentação de slides correspondente ao sistema operacional do computador ao qual terão acesso.
g. Na organização da apresentação, o grupo poderá apresentar dados numéricos e/ou estatísticos, áudio, vídeos, etc. As ideias centrais contidas nas fontes pesquisadas, bem como as conclusões do grupo, ficarão mais claras (e mais interessantes) para a turma se outros recursos, além da fala e do texto escrito, forem utilizados.
h. Após as apresentações, cada grupo poderá enviar a apresentação produzida para o email do professor e dos colegas, para que seja salva em arquivo do computador e acessada sempre que necessário.
3. Nesta atividade, a proposta é o trabalho com música que, no ensino de História, tem o objetivo de estimular a reflexão histórica, pois além de ser um recurso lúdico, que traz importantes contribuições para o desenvolvimento sensorial, emocional e cultural dos alunos, pode contribuir também para a melhor sistematização e elaboração de ideias e conceitos históricos pelos estudantes.
Música: A mão da limpeza
Compositor e intérprete: Gilberto Gil - LP Raça Humana, 1984.
Participação especial: Chico Buarque de Hollanda
O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão
A letra da música e o vídeo, com a interpretação de Gilberto Gil acompanhado por Chico Buarque, estão disponíveis em: http://vagalume.uol.com.br/gilberto-gil/a-mao-da-limpeza.html
Atividades de audição, interpretação e debate da música:
a. Fazer a leitura e a audição da música. A opção de assistir ao vídeo com a interpretação de Gilberto Gil e Chico Buarque é interessante porque o vídeo motiva a discussão do tema, uma vez que, nele, Gilberto Gil aparece vestido de branco, com o rosto pintado de branco, e Chico Buarque aparece vestido de preto, com o rosto pintado de preto. Explorar com os alunos esta apresentação.
b. Professor, é importante explorar com os alunos que o compositor faz referências ao escravismo existente no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, para mostrar que, ao contrário do que foi dito, a história de exploração do trabalho a que os negros foram submetidos revela que sempre foram eles que limparam a “sujeira” dos brancos. Aqui é possível trabalhar com a noção de “limpar a sujeira” tanto no sentido literal, quanto no sentido figurado.
c. Na música, Gilberto Gil faz uma comparação entre o passado e o presente mostrando que a abolição da escravidão não trouxe grandes alterações nas condições de trabalho dos negros. Reflita sobre os trechos da música que trazem essa interpretação e exponha a sua compreensão sobre eles.
Link para acesso ao vídeo: http://vimeo.com/6190777
4. Professor, para a conclusão da aula, proponha aos alunos o debate e a reflexão sobre as ideias centrais do vídeo "Alma negra da cidade", no qual "membros da comunidade negra, em relatos intimistas, contam suas origens, trajetória de vida, sonhos, angústias e como veem a situação dos negros, 102 anos após a suposta abolição da escravatura." A direção do vídeo é de Joel Zito Araújo e a produção da Tapiri Vídeo.
Sugestão de leituras para o professor :
Conflitos e aspectos do cotidiano de negros e negras no pós-Abolição no Recôncavo baiano. (1888-1906). Autora: Deyse Lima da Silva. Link para acesso ao texto: http://www.ufrb.edu.br/lehrb/wp-content/uploads/2011/08/DeyseLimaSilva.pdf
O pós-abolição como problema histórico: balanços e perspectivas. Autoras: Ana Maria Rios e Hebe Maria Mattos. Link para acesso: http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi08/topoi8a5.pdf
Vivências no pós Abolição: migração, trabalho e autonomia (1888-1926). Autora: Lúcia Helena Oliveira Silva. Link para acesso ao texto: http://www.labhstc.ufsc.br/pdf2007/39.39.pdf
Sugestão de leituras para professores e alunos:
121 anos depois da abolição. Por Mara Onijá. Link para acesso ao texto: http://www.ler-qi.org/spip.php?article1707
Pesquisa mostra situação do negro no país 120 anos após a abolição. Link para acesso ao texto: http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/2008/maio/pesquisa-mostra-situacao-do-negro-no-pais-120-anos-apos-a-abolicao/
Coleção do portal que pode ser consultada pelo professor no planejamento da aula:
A escravidão no Brasil: africano escravizado ao escravo alforriado. link para acesso: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaColecaoAula.html?id=7
A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento. Deve permitir que o aluno organize o seu pensamento buscando, ao refletir sobre um determinado assunto, fazer uma leitura crítica das fontes analisadas, estabelecendo relações, levantando questões, buscando respostas e expondo conclusões. A avaliação deve ser utilizada primordialmente como um canal de comunicação entre o aluno e o professor. Desta maneira, no desenvolvimento do tema proposto, o professor poderá avaliar a aprendizagem dos alunos a cada etapa do trabalho, a partir das atividades orais e escritas incluídas no processo: leitura e interpretação de textos, debates, seminário, trabalho com música, projeção e interpretação de vídeo, produção de slides para apresentação, sistematização, por escrito, de informações e de conclusões sobre o tema da aula.
Cinco estrelas 1 classificações
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10/09/2013
Cinco estrelasmuito criativo e com certeza prenderá a aten~ção dos alunos os quais iram aprender muito.