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Industrialização e exploração do trabalho infantil entre os séculos XIX e XX

 

18/09/2014

Autor e Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Atividades produtivas e as relações sociais
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Trabalho
Ensino Fundamental Final História Tempo da duração
Ensino Fundamental Final História Relações de trabalho
Ensino Médio História Memória
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Trabalho e relações sociais
Ensino Médio História Poder
Ensino Médio Sociologia Movimentos sociais / direitos / cidadania
Ensino Médio História Sujeito histórico
Ensino Médio Sociologia Estrutura e estratificação social: a questão das desigualdades sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Analisar fontes históricas que permitam compreender e analisar as condições do trabalho infantil na sociedade industrial europeia do século XIX.
  • Contextualizar e caracterizar as condições do trabalho Infantil na indústria brasileira, no período entre o final do século XIX e início do século XX.
Duração das atividades
06 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • A Revolução Industrial na Europa.
  • As condições que favoreceram o processo de industrialização no Brasil, iniciado na segunda metade do século XIX.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Leitura e interpretação de fontes escritas.
  • Leitura e interpretação de fontes imagéticas.
  • Reprodução, análise e debate de filme e vídeo aula.
  • Elaboração de síntese e esquema de textos.
  • Produção de texto argumentativo.
  • Debate.

 

Recursos:

  • Computador com internet.
  • TV/DVD e/ou Data Show.
  • Filme "Daens, um grito de justiça".
  • Vídeo Aula: "A Infância como construção histórica - Século XIX".
  • Textos e imagens relativos ao tema da aula.

 

 

Módulo 1 - Trabalho Infantil na sociedade industrial europeia do século XIX

 

Atividade 1

Reprodução e análise do filme "Daens, um grito de justiça"

Imagem disponível em: http://cinecombofenix.blogspot.com.br/2010/05/daens-um-grito-de-justica-daens-1993.html

  (Acesso em: 12/09/2014)

Local e ano de produção: Bélgica, 1993

Direção: Stijn Coninx

Atores/atrizes principais: Jan Decleir, Gerard Desarthe, Antje de Boeck, Michael Pas, Wun Meuwissen, Julien Schoenaerts, Karel Boetens, Linda Van Dijck

Duração: 132 min.

 

Inicie as atividades da aula, propondo aos alunos o trabalho com o filme "Daens, um grito de justiça", o qual retrata as condições de trabalho de homens, mulheres e crianças em uma fábrica têxtil da cidade de Aalst, na Bélgica, no final do século XIX.

 

Orientações:

 

a. Reproduza o filme para toda a turma, utilizando computador e data show ou TV/DVD. Serão necessárias três aulas para a projeção. Caso seja possível, o professor pode propor a reprodução do filme em horário extraclasse. Outra alternativa é que o professor solicite aos alunos que vejam o filme em casa, individualmente. Caso não encontrem o filme para compra ou locação, poderão acessar links que disponibilizem o filme na internet. Confira, por exemplo, os endereços abaixo, os quais disponibilizam o filme dividido em duas partes:

Parte 1: http://vimeo.com/46428638

Parte 2: http://vimeo.com/46316968

 

 

b. O filme aborda várias questões relacionadas ao mundo do trabalho industrial no final do século XIX, tais como:

 

  • As péssimas condições de trabalho dos operários de uma fábrica têxtil em Aalst, na Bélgica, no final do século XIX.
  • A exploração do trabalho infantil e feminino.
  • A insalubridade no ambiente de trabalho.
  • As extensas jornadas e falta de segurança no trabalho.
  • As péssimas condições de higiene.
  • O abuso sexual de menores e mulheres.
  • As condições de vida dos trabalhadores fora da fábrica {Condições observadas: fome, miséria, desemprego (principalmente da mão de obra masculina), trabalhadores sem escola (não sabem ler), trabalhadores sem direito ao voto (não havia direito ao voto para todos), etc.}.

 

c. Após a reprodução, os alunos devem fazer, por escrito, uma síntese das ideias principais do filme.

 

Em seguida, o professor deve propor que os alunos extraiam do recurso, as questões que abordam o trabalho infantil. Por exemplo, no filme, é possível acompanhar:

 

  • A exploração do trabalho infantil no interior da fábrica.
  • Os riscos que as extensas jornadas e falta de segurança no trabalho traziam para crianças e adolescentes.
  • Os maus tratos e abusos sofridos por crianças e adolescentes no ambiente da fábrica, causados pelo chefe de setor.

 

d. No filme, os alunos poderão acompanhar a trajetória de várias crianças e suas condições de trabalho na fábrica têxtil de Aalst. Por exemplo, a trajetória das crianças que se arriscavam continuamente e perdiam a infância na fábrica; a trajetória de Nini, adolescente que sofreu abuso sexual; do menino Jefke que trabalhava na fábrica, perdeu o emprego e morreu lutando contra a fome; dos irmãos de Nette, a jovem operária que também sofreu abuso no trabalho, entre outros.

 

Oriente os alunos, divididos em duplas, a descreverem e analisarem cenas que revelam a exploração do trabalho infantil e suas consequências, como por exemplo, as citadas abaixo:

 

Trabalho infantil Nini  
Crianças eram expostas a longas jornadas de trabalho e à total falta de segurança. Na cena, crianças limpando o excesso de material que cai no chão, passando entre máquinas em funcionamento, em situação de risco. A trajetória de Nini, uma menina que sofreu abuso sexual no trabalho, engravidou do chefe de setor, perdeu o emprego e foi hostilizada por todos. Ela morre de frio e fome.  

Cenas do filme "Daens, um grito de justiça". Imagens disponíveis em: http://vimeo.com/46428638. (Acesso em 12/09/2014)

 

e. Após o término da atividade, promova uma discussão coletiva acerca das cenas descritas e analisadas pelas duplas.

 

 

Atividade 2

 

Após o encerramento da Atividade 1, questione os alunos:

 

As questões tratadas no filme são meramente ficcionais ou é possível afirmar que situações semelhantes ocorriam, de fato, nos primórdios da revolução industrial?

 

Para que os alunos possam refletir sobre a questão e respondê-la, eles deverão ler, analisar e discutir depoimentos de operários da indústria, prestados ao Parlamento Britânico no século XIX e depoimentos de pessoas que visitaram fábricas à época. Confira abaixo:

 

 

Depoimentos sobre o trabalho infantil na Inglaterra, no século XIX

1

Perante uma comissão do Parlamento em 1816, o Sr. John Moss, antigo capataz de aprendizes numa fábrica de tecidos de algodão, prestou o seguinte depoimento sobre as crianças obrigadas ao trabalho fabril:

- Eram aprendizes órfãos? - Todos eram aprendizes órfãos.

- E com que idade eles eram admitidos? - Os que vinham de Londres tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool tinham de 8 a 15 anos.

- Até que idade eram aprendizes? - Até os 21 anos.

- Qual o horário de trabalho? - De 5 da manhã até às 8 da noite.

- Quinze horas diárias, era um horário normal? - Sim.

- Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para recuperar o tempo parado? - Sim.

-As crianças ficavam de pé ou sentadas para trabalhar? - De pé.

-Durante todo o tempo? - Sim.

- Havia cadeiras na fábrica? - Não. Encontrei com frequência crianças pelo chão, muito depois da hora em que deveriam estar dormindo.

- Havia acidentes nas máquinas com as crianças? - Muito frequentemente.

Citado em Huberman, Leo. História da Riqueza do Homem. 18 ed.Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

2

Os primeiros dias de setembro foram muito quentes. Os jornais noticiavam que homens e cavalos caiam mortos nos campos de produção agrícola. Ainda assim a temperatura nunca passava de 29°C durante a parte mais quente do dia. Qual era então a situação das pobres crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em uma temperatura média de 28°C? Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um sistema que produz tamanha escravidão e crueldade?

(William Cobbett fez um artigo sobre uma visita a uma fábrica de tecidos feita em setembro de 1824)

3

Pergunta: Os acidentes acontecem mais no período final do dia?

Resposta: Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles. Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a lã para a maquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego de surpresa, acabou sendo levado para dentro do mecanismo; nós encontramos um de seus membros em um lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado.

(John Allett começou a trabalhar numa fábrica de tecidos quando tinha apenas quatorze anos. Foi convocado a dar um depoimento ao parlamento britânico sobre as condições de trabalho nas fábricas aos 53 anos)

4

Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para depois manda-la de volta ao trabalho.

(Jonathan Downe foi entrevistado por um representante do parlamento britânico em junho de 1832)

5

São constantes as informações sobre crianças que trabalham em fábricas e que são cruelmente agredidas pelos supervisores a ponto de seus membros se tornarem distorcidos pelo constante ficar de pé e curvar-se (para apanhar). Por isso eles crescem e se tornam aleijados. Eles são obrigados a trabalhar treze, quatorze ou até quinze horas por dia.

(Trecho do livro “A História da produção de algodão”, de Edward Baines)

Os depoimentos reproduzidos (2 a 5) foram obtidos no Site Spartacus Educational e disponibilizados em:

http://desconstitucionalizados.wordpress.com/2011/10/09/tarefa-06/

Acesso em 12/09/2014

 

Orientações para a atividade:

 

a. Proponha a leitura coletiva dos depoimentos pelos alunos: um aluno lê em voz alta e os demais acompanham a leitura silenciosamente.

 

b. Após a leitura, os alunos devem analisar cada depoimento indicando:

  • Quando ocorreu a situação tratada no depoimento?
  • Quem fala?
  • Qual(is) é(são) a(s) denúncia(s) feita(s) no depoimento, relativa(s) à questão do trabalho infantil?

 

c. Em seguida, peça aos alunos que respondam, oralmente, a questão formulada no início da atividade e socializem suas conclusões com os colegas.

 

 

Atividade 3

 

Para o aprofundamento das questões levantadas na realização das Atividades 1 e 2, proponha aos alunos o trabalho com um capítulo do livro indicado abaixo:

 

HUBERMAN. Leo. História da Riqueza do Homem. 21a. edição.Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986.

 

 

O capítulo do livro em questão, a ser analisado e discutido pelos alunos, intitula-se "A semente que semeais, outro colhe".

Uma versão digitalizada e em pdf do livro de Huberman foi publicada pelo Site Controvérsia (http://www.controversia.com.br/) e está disponível no link http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/16574_huberman-historia-da-riqueza-do-homem.pdf (Acesso em: 13/09/2014).

 

Orientações para a atividade:

 

a. O Capítulo 16 do livro de Huberman, intitulado "A semente que semeais, outro colhe", encontra-se nas p. 175 a 194, na 21ª edição, impressa. Na versão digitalizada encontra-se nas p. 189 a 209.

 

No capítulo, os alunos devem sintetizar as ideias centrais (conforme orientações apresentadas na Atividade 1) das seguintes reflexões feitas pelo autor:

 

  • A situação dos trabalhadores durante e depois da Revolução Industrial do século XIX.
  • O regime fabril.
  • O trabalho das crianças.

 

b. Confira um excerto do texto, relativo ao trabalho de crianças no século XIX, na Europa:

 

Como mulheres e crianças podiam cuidar das máquinas e receber menos que os homens, deram-lhes trabalho, enquanto o homem ficava em casa, frequentemente sem ocupação. A princípio, os donos de fábricas compravam o trabalho das crianças pobres, nos orfanatos; mais tarde, como os salários do pai operário e da mãe operária não eram suficientes para manter a família, também as crianças que tinham casa foram obrigadas a trabalhar nas fábricas e minas.

(...) O trabalhador infantil não era novidade.

(...) Mas antes o trabalho das crianças era complemento do trabalho dos pais; agora, passara a ser a base do novo sistema. Antes, as crianças trabalhavam em casa, sob a direção dos pais, com horários e condições por estes determinados; agora, trabalhavam em fábricas, sob a direção de um supervisor cujo emprego dependia da produção que pudesse arrancar de seus pequenos corpos, com horários e condições estabelecidos pelo dono da fábrica, ansioso de lucros.

(Texto de Leo Huberman. Extraído de: http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/16574_huberman-historia-da-riqueza-do-homem.pdf, (p. 192 e 194. Acesso em: 13/09/2014)

 

c. Após a síntese dos itens indicados no item a, divida os alunos em grupos, para que possam socializar a leitura e esclarecer possíveis dúvidas.

 

d. O texto de Huberman tem uma linguagem clara, de fácil compreensão, além de ser muito instigante, o que possibilitará aos alunos um aprofundamento de muitas questões discutidas nas atividades anteriores. Reúna os alunos em círculo e incentive um debate acerca das questões trabalhadas pelo autor. 

 

Produção de Texto Argumentativo

 

Retome:

 

As questões tratadas no filme "Daens, um grito de justiça", relativas ao trabalho infantil na Europa do século XIX, são meramente ficcionais ou é possível afirmar que situações semelhantes ocorriam, de fato, nos primórdios da revolução industrial? Havia exploração do trabalho infantil?

 

 

Orientações para a atividade:

 

a. Os alunos devem elaborar, individualmente, um texto argumentativo, colocando o seu ponto de vista a respeito da questão formulada acima, a qual já foi discutida oralmente na Atividade 2. Os estudos realizados nas atividades do Módulo 1 serão a referência para a construção dos argumentos que nortearão o desenvolvimento do texto. 

 

b. Para orientar os alunos em relação às características de um texto argumentativo, consulte a aula "Os tipos textuais - leitura e reflexão", de autoria de Marta Pontes Pinto, publicada no Portal do Professor, no link http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50179 (Acesso em: 14/09/2014)

 

c. O conteúdo dos textos deve ser socializado entre os alunos. O professor, como mediador da atividade, também deve colocar o seu ponto de vista, expondo a sua argumentação acerca do tema.

 

d. Ao final da atividade, os textos devem ser recolhidos pelo professor para leitura e avaliação.

 

 

Módulo 2 - Trabalho Infantil na indústria brasileira no final do século XIX e início do século XX

 

Atividade 1

Análise e discussão de imagens relativas ao trabalho infantil no Brasil

 

Orientações para a atividade:

 

a. Os alunos devem reunir imagens que retratem crianças no ambiente fabril, no período entre o final do século XIX e começo do século XX no Brasil. Essas imagens podem ser encontradas em livros, jornais da época e na internet.

 

b. Divida os alunos em trios, sendo que cada trio deverá selecionar três imagens, citar a fonte de onde foram extraídas e descrevê-las, como nos exemplos abaixo:

 

Foto 1

 

Fabrica

Fábrica de Tecidos Crespi. Os operários da fábrica: homens, mulheres e crianças.

http://tiare5ano.blogspot.com.br/2013_07_01_archive.html

Acesso em: 14/09/2014

A foto coletiva revela a heterogeneidade da mão de obra utilizada na Fábrica de Tecidos Crespi: homens e mulheres adultos e crianças de ambos os sexos e diferentes idades compõem o conjunto dos trabalhadores.

 

 

Foto 2

Crianças no trabalho

Patrão (ou capataz) posa para foto ao lado de seus operários. Fábrica Bangu, Rio de Janeiro, RJ, (1907)

http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/ipec/pub/caderno1_330.pdf (p. 26 e 27. Acesso em 14/09/2014)

Crianças de ambos os sexos compõem a mão de obra na Fábrica de Tecidos Bangu, no Rio de Janeiro do início do século XX. É possível observar que as crianças, de diferentes idades, não usam calçados.

 

 

Foto 3

Crianças no trabalho 2

Oficina de Latoeiro. Rio de Janeiro, RJ. (1908)

http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/ipec/pub/caderno1_330.pdf (p. 27. Acesso em 14/09/2014)

Foto de 1908 retrata o trabalho de crianças do sexo masculino e homens adultos em uma oficina de latoeiro, na cidade do Rio de Janeiro.

 

 

c. As fotos com fonte e descrição devem ser coladas em material que possa ser colocado em mural na sala de aula. Após a organização do mural, todos os alunos poderão observar as imagens selecionadas pelos trios.

 

Professor, o objetivo é que por meio da atividade, os alunos observem a grande utilização do trabalho infantil em diferentes setores industriais, entre as últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX e busquem, através de diferentes fontes, o aprofundamento das condições de trabalho de crianças e adolescentes no período em questão.

 

Atividade 2

 

A partir das fotos selecionadas e descritas na Atividade 1, os alunos tiveram um primeiro contato com a realidade de muitas crianças e adolescentes que viveram no período analisado. Para que reflitam sobre a questão, reproduza o documento abaixo e peça que façam uma leitura do mesmo:

 

Documento 1

(...) uma das reclamações mais insistentes dos operários era contra a exploração dos menores nas fábricas. Aliás, não faziam mais do que exigir o cumprimento das leis existentes. Entretanto, os industriais, à exceção da firma (...) continuam a empregar menores em trabalhos impróprios. Entre eles, podemos citar nominalmente o Sr.(...), porque assistimos ontem à entrada de cerca de 60 pequenos às 19 horas, na sua fábrica na Moóca. Essas crianças, entrando àquela hora, saem às 6 horas. Trabalham, pois, 11horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, à meia-noite! O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. Muitos nos mostraram equimoses nos braços e nas costas. Algumas apresentaram mesmo ferimentos produzidos com uma manivela. Uma há com orelhas feridas por continuados e violentos puxões. Trata-se de crianças de 12, 13, e 14 anos.

(Publicado no jornal operário O combate em 1917; extraído de CENPEC, Ensinar e aprender História v.3: ficha 10, 1998)

http://white.oit.org.pe/ipec/documentos/sugestoes.pdf

Acesso em: 14/09/2014

 

Indague os alunos a respeito do que a fonte indica em relação ao trabalho de menores nas fábricas da época analisada. Quais são as principais denúncias feitas?

 

O documento indica:

  • Extensas jornadas de trabalho (Das 19 horas às 6 horas da manhã = 11 horas).
  • Trabalho noturno.
  • Pausa insuficiente para descanso: apenas 20 minutos.
  • Agressões físicas.
  • Não há referência a alimentação durante o período de 11 horas de trabalho.

 

A partir da leitura, levante os seguintes questionamentos:

 

  • Quais eram as condições de trabalho dessas crianças, nas diferentes atividades que exerciam?
  • Havia uma legislação trabalhista que cuidasse da questão do trabalho infantil e oferecesse direitos e segurança às crianças?
  • As crianças trabalhadoras frequentavam a escola?
  • Como e onde viviam as crianças trabalhadoras? Qual o perfil de suas famílias?

 

Para que os alunos busquem respostas às questões colocadas, proponha a eles a leitura, análise e debate de fontes que discutam o assunto.

 

Orientações para a atividade:

 

a. Divida os alunos em grupos. Proponha a eles que selecionem textos que tratem do tema e permitam uma reflexão sobre as questões propostas. Abaixo, indicamos textos disponíveis na internet, mas ressaltamos que é importante estimular os alunos a selecionarem, eles mesmos, fontes para a discussão da temática. O trabalho de seleção de fontes, sob a orientação do professor, é fundamental para o desenvolvimento do senso crítico e reflexivo dos estudantes:

 

 

Links acessados em: 14/09/2014

 

b. Os três textos devem ser lidos pelos grupos. Após uma leitura individual, os grupos devem se reunir para discutir e esquematizar as ideias centrais dos textos. Para a elaboração dos esquemas, os alunos podem seguir as orientações disponíveis no link: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=48914 (Módulo 4, Atividade 1) e também em: http://monografias.brasilescola.com/regras-abnt/esquema.htm. Links acessados em: 14/09/2014

 

c. Após as discussões em grupos menores, reúna todos os alunos em círculo, para que possam fazer uma discussão coletiva acerca das questões propostas no início da atividade. 

 

 

Atividade 3

 

Ainda com o objetivo de aprofundar as discussões sobre o trabalho de crianças e adolescentes, durante o processo de industrialização ocorrido no Brasil entre a segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX, proponha aos alunos o trabalho com o vídeo abaixo indicado:

 

Reprodução e debate de vídeo apresentado pela historiadora Mary Del Priore

Vídeo Aula 2 : A Infância como construção Histórica - Século XIX

Vídeo 1

http://ead.fundacaotelefonica.org.br/mod/page/view.php?id=84

Acesso em 14/09/2014

 

 

Orientações para a atividade:

 

a. Os alunos, divididos em duplas, devem acessar o vídeo acima, no link indicado, utilizando computadores conectados à internet. Caso não haja computadores disponíveis na escola para a atividade, o professor poderá fazer o download do vídeo e apresentá-lo aos alunos.

 

b. Como o título indica, trata-se de uma aula apresentada pela professora Mary Del Priore, ao longo da qual as ideias discutidas pela historiadora são apresentadas no vídeo, no formato de esquemas. Oriente os alunos a ouvirem atentamente a aula e, em seguida, chame a atenção dos mesmos para os dois esquemas abaixo, extraídos do vídeo:

 

Esquema 1 Esquema 2

 

c. Os dois esquemas acima sintetizam as ideias centrais relativas ao trabalho infantil na indústria brasileira, na segunda metade do século XIX. Depois de assistir à aula, as duplas devem anotar os dados no caderno e discutir as ideias apresentadas. Em seguida, todos os alunos devem ser reunidos em círculo, para que possam discutir as ideias apontadas nos esquemas.

 

d. Ao final do debate, o professor deverá propor aos alunos que, individualmente, utilizem as ideias apresentadas nos esquemas para a produção de um texto sobre o tema "Trabalho Infantil na indústria brasileira - Segunda metade do século XIX". O professor poderá solicitar a colaboração do professor de Português, para o desenvolvimento da atividade. Ele poderá auxiliar os alunos na elaboração de um texto a partir de um esquema de ideias relacionadas a um tema.

 

Professor, para a organização da atividade proposta, confira o texto transcrito da aula de Mary Del Priore, disponível em: http://ead.fundacaotelefonica.org.br/repository/coursefilearea/file.php/5/Arquivos/conteudo/m1-video-aula-mary-priore.pdf (Acesso em: 14/09/2014)

Recursos Complementares

Para alunos e professores:

 

Trabalho Infantil no início da Revolução Industrial. Por Fabrício Barroso dos Santos. http://www.mundoeducacao.com/historiageral/trabalho-infantil-no-inicio-revolucao-industrial.htm

 

Condições do Trabalho Infantil na Revolução Industrial. http://www.ehow.com.br/condicoes-infantil-revolucao-industrial-lista_66022/

 

Para os professores:

 

Trabalho infantil no passado: crianças escravas e operárias. Sugestões de Atividades. http://white.oit.org.pe/ipec/documentos/sugestoes.pdf

 

Os links foram acessados em: 14/09/2014

Avaliação

O professor deve observar se os objetivos propostos na aula foram alcançados pelos alunos, tendo em vista as estratégias desenvolvidas e os recursos utilizados. Assim, poderá avaliar os alunos nas atividades trabalhadas em cada módulo, como: leitura e interpretação de fontes escritas; leitura e interpretação de fontes imagéticas; reprodução, análise e debate de filme e vídeo aula; elaboração de síntese e esquema de textos; produção de texto argumentativo; debate.

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