Aposentada desde 1997, a professora Ivone Boechat não ficou parada. Residente em Niterói (RJ), ela escreve e faz palestras e conferências no Brasil e no exterior. Tem 14 livros publicados.
Mestre em educação e PhD em psicologia da educação, lecionou disciplinas como psicologia, didática, filosofia, e sociologia, em diversas faculdades. Também foi vice-diretora da Universidade Unigranrio, no Rio de Janeiro (RJ).
Em Brasília, ocupou o cargo de Superintendente Nacional Itinerante da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).
Publicamos, abaixo, um texto escrito e encaminhado por Ivone Boechat ao Jornal do Professor. Outros textos dela podem ser lidos no site: http://www.ivoneboechat.com.br
Professor
Ivone Boechat
Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação. Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas etárias do ser humano.
Alguém sentiu-se vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos. Armado de pouquíssimos recursos materiais, postou-se de peito aberto, levando flechadas federais, estaduais, municipais.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.
Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.
Alguém fez-se alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.
Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.
Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.
Para um ser assim tão especial, só um nome poderia identificá-lo: PROFESSOR.
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