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JORNAL
Edição 15 - Vídeos Escolares
06/03/2009
 
ou

Professora analisa missão da escola

Natural de Iraci (PR), Josneia Lopes Martins mora há vinte anos em Joinville (SC). Formada em Pedagogia, trabalha na Escola Municipal Rosa Maria Berezoski de Marchi, há 12 anos.

Josneia, que atualmente atua como auxiliar de direção da escola, está muito preocupada com a aprendizagem dos estudantes. Em artigo encaminhado ao Jornal do Professor, ela analisa a importância do vínculo entre professores e alunos para melhores resultados na aprendizagem.

 

O Vínculo com o Educador é importante?

 

Josneia Lopes Martins

 

Percebo que a cada ano nossos educandos demonstram menos interesse em buscar conhecimento, em ter vontade de aprender. E como educadora, isso vem me incomodando. Mas o que fazer? Por que com alguns educadores eles aprendem, porém com outros, não? A diferença está na relação do educando com o educador?

É necessário sim, o educador ter vinculo com o educando. Observando-os, constatei que essa minha concepção não está errada. Os educandos já são obrigados a vir para um lugar desconhecido, onde, muitas vezes, permanecem até quatro horas sentados com pessoas diferentes (felizmente). Portanto o educando precisa sim ser conquistado, esse vínculo afetivo precisa existir. O educando precisa saber que o educador é um ser humano como ele, que chora, ri, brinca, e que, muitas vezes, está tão cheio de problemas que não poderia estar ali, mas está. Por quê? Porque gosta do seu trabalho, porque reconhece que trabalha com outros seres humanos que precisam dele. Por isso a questão do vinculo afetivo é tão essencial para que surjam melhores resultados na aprendizagem. Quando o educando sente confiança no educador, passa a tê-lo como referência e passa a acreditar na sua competência e na sua determinação em querer auxiliá-lo na superação das dificuldades. Pois o educador demonstra que não esta ali somente para dar uma nota ou por uma remuneração, mas para transmitir uma grande quantidade de conteúdos, porque acredita no potencial de cada educando, e por isso o instiga a pensar, a reconstruir suas idéias.

A missão do educador vai muito além do fato de transmitir conhecimentos, sua responsabilidade é maior. Felizmente, temos não só o poder de formar cidadãos competentes para o mercado de trabalho, mas também seres humanos capazes de compreender e expor suas idéias dialogando, e exercer, assim, sua cidadania e, além de tudo, serem pessoas felizes e equilibradas. Pois, acredito, serão seres humanos que se valorizarão pelo o que são e não pelo que terão. Ressalto ainda que onde existe respeito, vínculo, existem acordos, e portanto existe disciplina. O educador não precisa alterar a voz, ou até mesmo, fazer ameaças, como: “vou te encaminhar à direção”. Quando o educador conhece a turma, ele possui um grupo que somente ele consegue fazê-los pensar, avaliar, refletir sobre as suas atitudes. E, por outro lado, quando o educando é aceito sem rótulos, digamos, ele com certeza vai sentir-se seguro, pois estará muitas vezes num ambiente desconhecido, porém com um educador que o enxerga, que sabe que ele esta ali e que, assim, ele poderá fazer a diferença durante as aulas se tiver oportunidade.

Entendo que nós educadores somos frutos, em grande parte, do século XIX, quando ainda os sistemas de ensino valorizavam muito somente a visão do raciocínio, criando uma barreira com tudo que tivesse relação com o corpo e com a emoção. Em decorrência disso, criou-se uma organização antiemoção que consequentemente supervalorizou as humilhações, as comparações, a discriminação; o professor só com um olhar já realizava a avaliação. Podemos mudar?

É determinante que precisamos mudar isso. Nosso educando é razão, emoção e corpo. Eles pensam! Acredito que aí está a nossa falha como escola. Estamos instigando nossos alunos a pensar? Ou estamos vivenciando ainda o tempo da reprodução, deixando que eles utilizem seus maravilhosos pensamentos para realizar atitudes que não contribuirão em nada na construção da sociedade?

A mudança está em nossas mãos. O que faremos? Continuaremos estagnados? Acredito que não, como cita Chalita “... precisamos ser tomados pelo entusiasmo, pela determinação, pela fé, pela superação de obstáculos e, sobretudo, pela sua inesgotável coragem na transformação do impossível em possível.” E com certeza possuímos competência para transformar o caos atual.

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