A partir de uma maquete de roda d’água com gerador elétrico construída pelo professor de ciências naturais, Edilso Bratkoski, os alunos da 8ª série (9º ano) do ensino fundamental da Escola Municipal 04 de Julho, de Juruena, Mato Grosso, foram estimulados a trabalhar conceitos de física. Utilizando materiais diversos, como palitos de picolé e latas de alumínio, os estudantes construíram suas próprias rodas d’água. Ao mesmo tempo, puderam aprender conceitos de física como transformações de energia, movimento, força, e potência.

Segundo Bratkoski, as aulas ficaram mais atrativas para os alunos e o interesse pela disciplina aumentou muito. “A aprendizagem ocorreu de maneira espontânea. A motivação dos alunos foi maior, eles participavam ativamente das aulas e não faltavam”, destaca. O projeto Roda d’água, trabalhando conceitos de física colocou o professor Edilso Bratkoski entre os 31 ganhadores da 3ª edição do Prêmio Professores do Brasil.

Apesar da pouca idade, 27 anos, ele é veterano em prêmios. Já conquistou os primeiros lugares em feiras de ciências do município, com outros projetos: em 2002, abordou os perigos do tabagismo – Cigarro! Você Escolhe!!! e, em 2004, apresentou um projeto de construção de placas de aquecimento solar para água.

Com licenciatura plena em ciências naturais e matemática, habilitação em química, pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e especialização em Avaliação do Ensino e da Aprendizagem pela UNOESTE, Bratkoski é professor há sete anos. Pretende usar parte do dinheiro da premiação para participar de seminários e congressos. “O mais importante de uma premiação como essa é a divulgação de projetos realizados em todas as partes do Brasil, demonstrando que o educador brasileiro tem capacidade para desenvolver bons projetos, que resultam em aprendizagem de qualidade”, acredita.

O projeto Aedes Aegypti – o pequeno grande vilão – uma ação cidadã, apresentado pela professora Kênia Mara da Costa, do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) São Francisco de Assis, de Catalão, Goiás, foi outro dos ganhadores da terceira edição do concurso. Professora de todas as disciplinas de uma turma de 4ª série (5º ano), Kênia, 31 anos, é formada em letras e há dez anos atua na área da educação.

Ela explica que o tema surgiu pela constatação de que havia falta de informação entre os alunos e seus familiares sobre a transmissão da dengue. O projeto foi feito em conjunto por ela e mais três colegas que também dão aulas na 4ª série do Caic: Maria Cristina Barbosa Zardini, Mirian da Silva Soares, e Rosemary Ribeiro de Assunção. O prêmio será dividido, igualmente, entre elas.

As professoras deram início ao projeto trazendo para a sala de aula cartazes e jornais com reportagens sobre a dengue. Trabalharam, inicialmente, a língua portuguesa, com linguagens de comunicação, depois foram introduzindo outras disciplinas como matemática, com estudo de gráficos. “Os alunos fizeram caminhada no bairro da escola, foram de casa em casa para esclarecer a população e colaram cartazes sobre o tema. A campanha repercutiu até na televisão”, diz Kênia.

(Fátima Schenini)