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Edição 84 - Boas Práticas Pedagógicas
20/02/2013
 
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Cultura afro é bem recebida em região de imigrantes alemães

A leitura foi incentivada entre os alunos

A leitura foi incentivada entre os alunos

Autor: Arquivo pessoal


O fato de lecionar em um município colonizado por imigrantes alemães não desestimula a professora Guadalupe da Silva Vieira. Ela faz questão de abordar, com os alunos, aspectos relacionados à cultura negra. Essa atitude, adotada desde 2005, resultou na criação do projeto Contos Africanos e seu Universo Mágico: Literário e Artístico, premiado na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil.

O projeto foi desenvolvido em 2012, com duas turmas do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Edila da Silva Schmidt, no município gaúcho de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre. Para o desenvolvimento das atividades, a professora montou um acervo em sala de aula com 70 livros relacionados à cultura afro-brasileira e à negritude.

O trabalho contou com a exploração da escrita e da leitura relacionados ao conteúdo. A professora também elaborou determinados desafios, para resolução em casa. Para isso, os alunos poderiam contar com a ajuda de pessoas da comunidade. “Os temas abordados no projeto foram permeados por assuntos relativos à religiosidade, que ainda enfrenta muitos preconceitos e não aceitação”, diz Guadalupe.

Segundo a professora, todos os temas foram muito trabalhados. Na dança, por exemplo, os alunos aprenderam o significado de cada gesto e movimento. “Eles sabiam o que estavam fazendo para poder passar adiante e multiplicar esses saberes", destaca. Guadalupe trabalhou de forma integrada com professores da educação de jovens e adultos e dos programas Mais Educação e Escola Aberta, do Ministério da Educação. Buscou ainda a participação de pessoas negras da comunidade em algumas atividades.

Com os estudantes, a professora criou um musical sobre os livros que eles mais gostaram de ler. Em conjunto, a partir de obras como A Princesa Violeta, de Veralinda Menezes, foram pensados e sugeridos os temas a serem adotados. O musical deu certo e ultrapassou os limites da escola. Além de ser apresentado em outras unidades de ensino do município, foi mostrado na Sociedade Orpheu, tradicional clube da região, fundado em 1858 para “enobrecer o canto alemão” e promover a vida sociável e harmoniosa dos imigrantes germânicos.

Segundo Guadalupe, os resultados obtidos com o desenvolvimento do projeto foram positivos não só para os alunos e para a escola, mas também para a comunidade carente de Rio dos Sinos, bairro no qual a escola está inserida. “Como diz Leci Brandão, em sua música Anjos da Guarda, é na sala de aula que se transforma o cidadão e é na sala de aula que se muda uma nação”, enfatiza a professora. “É na base que nós vamos mudar”, ressalta. “Mesmo que haja alguns percalços, pois isso faz parte da vida, temos de ir em frente e acreditar que é possível transformar a sociedade.”

Há 24 anos no magistério, Guadalupe é graduada em artes, com pós-graduação em psicopedagogia e em arte-educação – linguagens contemporâneas. (Fátima Schenini)

 

 

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