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Edição 113 - Educação Integral
14/05/2015
 
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Participação da comunidade faz a diferença em escola gaúcha

O aprendizado agrícola é um ponto importante na EE Neusa Mari Pacheco

O aprendizado agrícola é um ponto importante na EE Neusa Mari Pacheco

Autor: Reprodução da internet-Site da escola Neusa Mari Pacheco


Da comunidade e para a comunidade. Assim é a Escola Estadual de Educação Básica Neusa Mari Pacheco, na Serra Gaúcha, com 1.150 alunos matriculados em turmas do ensino fundamental e do ensino médio politécnico. Os projetos oferecidos incluem áreas como agricultura, artes, cultura, ecologia, desporto e turismo, além de reforço de conteúdos. Eles foram escolhidos em função das necessidades e anseios da comunidade de Canelinha, no município de Canela, a 123 quilômetros de Porto Alegre.

“A escola trabalha com os anseios dos alunos e da comunidade, de um crescimento na educação”, diz a professora Rosângela Marisa da Silva, que atua na área do projeto cultural. “Ela busca garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornam o currículo mais dinâmico, atendendo às expectativas dos alunos e às demandas da sociedade local”, destaca.

Segundo Rosângela, que está no magistério há dez anos e já lecionou em outras escolas, há uma diferença dos estudantes do período integral em relação à cultura e ao rendimento escolar. “Uma criança que passa a tarde sozinha em casa dificilmente usará o tempo ocioso para estudar”, diz. “Muitas vezes, o tempo é usado para ver tevê, jogar videogame etc.”

Os estudantes que permanecem na escola têm horários para fazer as tarefas escolares, recebem acompanhamento pedagógico de qualidade, de professores especializados, e dispõem de infraestrutura e recursos como piscina, quadra de esportes e sala de informática. “Eles têm vivências muito mais ricas”, avalia.

Com licenciatura em pedagogia e pós-graduação em psicopedagogia e em orientação educacional, Rosângela desenvolve atividades com teatro e hora do conto em turmas do ensino fundamental. “Todos os alunos participam de tudo de maneira exemplar. Eles aprendem e se divertem”, garante.

Lazer — Na visão do professor de natação Jonas Luís Stange, que atua na área do projeto de esportes, lazer e recreação, os alunos apresentam melhor repertório motor, pois a escola oferece número maior de atividades. “As aulas de natação, dança, recreação e educação física auxiliam no desenvolvimento integral dos alunos, possibilitando que enfrentem os desafios com autoestima elevada, confiança e disciplina”, enfatiza.

No magistério há 16 anos, Jonas tem graduação em educação física e pós-graduação em treinamento desportivo. A disciplina de natação é obrigatória. Ele dá aulas em turmas dos três anos do ensino médio.

Valores — “Os alunos são mais engajados e participativos, e atribuo isso a todo o histórico de participação comunitária, que vai desde a conquista de espaços como a piscina, o centro agrícola, o centro ecológico etc., bem como a manutenção desses espaços em perfeitas condições de funcionamento”, ressalta a professora Mercí Kurschner, do projeto turístico.

De acordo com a professora, os estudantes apresentam maior autonomia na realização das atividades propostas e uma peculiar visão de mundo. “A escola mescla os valores de uma comunidade que emergiu de uma situação de extrema pobreza, mas procura se adequar aos novos tempos e à nova realidade de uma escola que passou a ser procurada inclusive por alunos oriundos de segmentos sociais com uma situação mais privilegiada”, enfatiza.

Professora de turismo no ensino fundamental, Mercí lembra a importância dessa disciplina na região, pois é uma de suas principais atividades econômicas. “Procuro sempre estabelecer conexões interdisciplinares, principalmente com história e geografia, que também leciono para as mesmas turmas.” Com graduação em história, ela exerce o magistério há oito anos e faz curso de direito.

Comunidade — A escola oferece aulas em turno integral há 21 anos, quando foi transformada em centro integrado de educação pública (Ciep). “Nesse período, os principais benefícios foram a diminuição da evasão e da repetência, a manutenção dos alunos nove horas por dia na escola (o que possibilita aos familiares trabalhar com tranquilidade), a melhora da autoestima dos alunos e o engajamento da comunidade com a proposta”, explica o professor Márcio Gallas Boelter, diretor da instituição. Para ele, a participação da família é fundamental. “A família precisa acreditar na escola, estar presente nas reuniões e atividades esportivas, sociais e culturais.”

O diretor acentua, ainda, a necessidade da colaboração. “Em 2014, cerca de 44% de todos os recurso investidos na manutenção da instituição foram provenientes da comunidade, apesar de a mesma ser pobre e trabalhadora.”

Há 17 anos no magistério, Boelter foi vice-diretor da Escola Neusa Mari Pacheco por cinco anos e atua na direção há mais de dois anos. Graduado em letras, com pós-graduação em gestão escolar e mestrado em filosofia, já lecionou no ensino fundamental e médio e no ensino superior. (Fátima Schenini)

Acesse o site da Escola Estadual Neusa Mari Pacheco

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